sexta-feira, 28 de agosto de 2009

SABOREANDO O PODER INFINITO DO AMOR

SABOREANDO O PODER INFINITO DO AMOR

A dignidade do ser humano começa no facto de não nascer determinado como os animais.

A pessoa humana nasce para se realizar e construir a partir de um leque de talentos que recebeu dos outros.

Ninguém pode substituir uma pessoa na tarefa da sua realização. A Humanidade é imagem perfeita de Deus por ser constituída por pessoas, tal como a Divindade.

Pelo facto de ser uma pessoa, o ser humano tem a possibilidade de ser assumido e incorporado no mistério familiar de Deus.

Isto quer dizer que a vida pessoal e o amor precederam o Universo. O impulso primordial que deu origem à génese do Cosmos partiu da Comunhão Familiar da Santíssima Trindade.

Ainda não tinha sido iniciada a génese das galáxias e já existia a Divindade como comunidade amorosa.

O amor confere às pessoas a capacidade de criar. Só em relações de amor a pessoa humana se estrutura e constitui de modo equilibrado e feliz.

A vida espiritual e o amor estão primeiro. Deus é relações de amor em densidade de perfeição infinita.

A Primeira Carta de São João dá-nos a definição mais bela da Divindade, ao dizer que Deus é amor (1 Jo 4, 7).

Isto quer dizer que a marcha criadora do Universo foi iniciada pela força do Amor. O amor não é uma teoria, mas relações, poder criador, e força omnipotente para suscitar o bem.

As pessoas humanas, tais como as divinas, estão talhadas para a comunhão.

É por esta razão que a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão amorosa.

Fechada em si, a pessoa está em estado de malogro e perdição.

Não tem ninguém que lhe diga: “Gosto de ti. Dá-me a tua mão e vamos fazer uma festa!”



Se a Santíssima Trindade é uma comunhão familiar de três pessoas, então a família precedeu o Universo.

Antes da explosão primordial do “big bang” ter dado início à marcha criadora do Universo, já existia o Amor.

O amor e a comunhão estão no começo e no fim da criação. São o Alfa e o Ómega, como diz a bíblia (Apc 21, 5-6).

Por estar talhada para o amor, a vida pessoal ou é divina ou proporcional à Divindade. É por esta razão que Deus sonhou uma plenitude divina para as pessoas humanas!

Este sonho de Deus realizou-se no mistério da Encarnação, mediante o qual o divino se enxertou no humano, a fim de este ser divinizado.

Com o aparecimento das pessoas humanas na marcha da Criação, a vida atingiu o limiar da eternidade.

Mediante a marcha da humanização, estamos a edificar na História aquilo que será divinizado na comunhão com Deus.

Isto quer dizer que o jeito de amar de uma pessoa constitui o núcleo da sua identidade espiritual, a qual é eterna.

No Reino de Deus seremos identificados, pelo modo de dançar o ritmo do amor. No Reino de Deus dançaremos eternamente o ritmo do amor, mas cada qual com o jeito que tiver treinado enquanto viveu na História.

É agora que temos de construir aquilo que seremos para sempre. A pessoa em construção na História está a caminhar para a plenitude do amor, isto é, a reciprocidade perfeita:

A pessoa possui-se na medida em que se dá. Além disso, possui Deus e os outros na medida em que é capaz de comungar.

Nesta festa da reciprocidade, o Espírito Santo é o princípio que optimiza a Comunhão de todos.

São Paulo entendeu muito bem este mistério ao dizer que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5).

O amor é o princípio e o fim. É também o amor que faz emergir a essa novidade constante que é a nossa interioridade espiritual.

Por ser criador, o amor é sempre novo. Por isso nunca cansa nem satura. É por esta razão que Deus nunca envelhece, pois nunca se repete.

Eis o que diz o Livro do apocalipse: “O que estava sentado no trono disse:

“Eis que renovo todas as coisas (...). Disse ainda: “Eu sou o Alfa e o Ómega, o princípio e o fim (Apc 21, 5-6).

São João diz que só através do amor podemos conhecer Deus (1 Jo 4, 8).


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias










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