quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O SENTIDO DIVINO DO PROJECTO HUMANO-II

II-SÓ O DIVINO PREENCHE O HUMANO

Deslumbrado com a descoberta da ternura de Deus, o profeta Jeremias exclama em nome de Deus:

“Antes de te formar no ventre da tua mãe eu te conheci. Ainda antes de teres nascido eu te consagrei e te escolhi como profeta para as nações” (Jer 1, 5).

Nesta mesma linha, a carta aos Efésios proclama o plano de Deus para nós, dizendo que Deus nos predestinou, isto é, nos configurou com Cristo, a fim de, com ele, formarmos a família de Deus:

“Deus escolheu-nos em Cristo antes da fundação do mundo, a fim de sermos santos e irrepreensíveis na sua presença mediante o amor.

Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhos por meio de Jesus Cristo, de acordo com o beneplácito da sua vontade” (Ef 1, 4-5).

O evangelho de São João diz que o amor de Deus por nós foi ao ponto de nos dar o poder de nos tornarmos filhos de Deus:

“E aos que o receberam, aos que acreditam no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

Estes não nasceram do desejo da carne ou da vontade do homem, mas sim de Deus. O Verbo encarnou e habitou entre nós” (Jo 1, 12-14).

E depois acrescenta: “Com efeito, Deus amou de tal modo o mundo que lhe deu o seu amado Filho de tal modo que todo aquele que acredita nele não pereça mas tenha a vida eterna” (Jo 3, 16).

O amor é a fonte da fecundidade da vida espiritual.

Se acolhermos o amor do Deus que nos habita, o homem novo que levamos no nosso íntimo não pode deixar de crescer cada vez mais, robustecendo-se em cada dia que passa, como diz a Segunda Carta aos Coríntios:

“Por isso não desfalecemos. Mesmo que em nós o homem exterior vá caminhando para o envelhecimento e da morte, o homem interior vai-se renovando e fortalecendo em cada dia.

Com efeito, a nossa momentânea e leve tribulação proporciona-nos um peso eterno de glória que não podemos calcular nem imaginar” (2 Cor 4, 16-17).

O livro do apocalipse descreve esta glória da Vida Eterna como uma relação de amor familiar entre Deus e o Homem:

“Então, Deus secará as lágrimas dos seus olhos. Não haverá mais morte, nem dor, nem choro nem qualquer forma de sofrimento, pois as coisas antigas passaram” (Apc 21, 4).

É esta a Nova Criação de que nos fala São Paulo na Segunda Carta aos Coríntios:

“Se alguém está em Cristo é uma Nova Criação. Passou o que era velho. Eis que tudo se fez novo! Tudo isto vem de Deus que, em Cristo, nos reconciliou consigo, não levando mais em conta os pecados dos homens e pondo nos nossos lábios a Boa Nova da reconciliação” (2 Cor 5, 17- 19).

A Carta aos Romanos diz que o Homem Novo vive em paz com Deus: “Portanto, uma vez que fomos justificados pela fé, vivemos em paz com Deus por meio de Nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5, 1).

Eis a plenitude dos tempos: No princípio, Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança (Gn 1, 26-27).

Na plenitude dos tempos Deus incorporou-o na Família Divina, a fim de o fazer participante da vida divina na qual a vida humana encontra a sua plenitude.

Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em plenitude” (Jo 10, 10).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



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