quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

CONTEÚDOS DA FÉ EM FRASES CURTAS

I-A ARTE DE CONSTRUIR O HOMEM

A única força de que dispomos para ajudar os outros a entrar no caminho do amor é amá-los.
O amor propõe-se, mas jamais pode impor-se. De facto, ninguém é capaz de fazer uma lei que obrigue as pessoas a amar.

Isto quer dizer que a pessoa humana não é capaz de amar se não for amada primeiro. Ao criar-nos, Deus capacitou-nos para amar, mas para isso teve de nos amar primeiro.

Eis as palavras da Primeira Carta de São João: “Nós amamos graças ao facto de Deus nos ter amado primeiro” (1 Jo 4, 19).

O amor como capacidade de eleger o outro como alvo de bem-querer tem como raiz a liberdade.
O facto de uma pessoa não nos amar como nós quereríamos não significa que não esteja a amar-nos com o melhor das suas forças.

A caridade é o amor ao jeito de Deus, isto é, o amor universal e incondicional. A caridade tem como raiz a pessoa do Espírito Santo, o qual optimiza o amor humano conferindo-lhe um jeito semelhante ao amor de Deus.

São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
Ao atingir a complexidade humana, a evolução da vida entrou no limiar das relações amorosas.

Na raiz do mistério da vida está Deus. Enquanto emergência natural, a vida é o impulso interno que anima a interacção entre a estrutura do ser vivo e as suas funções.

O Homem é capaz de criar uma estrutura orgânica em laboratório, mas não é capaz de activar a função interna desta mesma estrutura.

A vida pessoal humana, atinge o nível de imagem de Deus. Vista a este nível, a vida aparece-nos como talhada para o dom: quanto mais se dá mais se possui.

Ao darmos as nossas coisas materiais ficamos sem elas. Com a vida espiritual acontece o contrário: quanto mais nos damos, mais nos possuímos.

A nível espiritual a pessoa emerge e estrutura-se através de saltos qualitativos possibilitados pelas relações de amor.

O Homem faz-se, fazendo. O que realiza a pessoa não é o que ela tem, mas as suas opções de amor.

Por outras palavras, a pessoa não vale pelo que tem mas por aquilo em que se vai tornando à medida que se realiza como ser único, original e irrepetível.

O pessoa humana é um ser alicerçado na sua condição de ser único, mas talhado para a reciprocidade da comunhão amorosa.

Na verdade, a pessoa só se possui no face a face da comunhão amorosa. Reduzida a si, a pessoa não se possui nem encontra a sua plenitude.

Somos chamados a fazer da nossa vida uma obra-prima de humanidade através de relações de amor.

O Espírito Santo é a fonte da verdade. Pecar contra o Espírito Santo é negar o bem evidente ou atribuí-lo a uma fonte maléfica.

Quanto mais o ser humano se humaniza mais humilde se torna. A humildade é a atitude da pessoa que tenta situar-se numa linha de verdade tanto em relação a si como nas relações com os outros.

A pessoa humilde tem uma consciência muito clara deste princípio: Todos temos a possibilidade de ser válidos. Mas só Deus é imprescindível.

A Palavra de Deus transforma a nossa mente, ajudando-a a descobrir sentidos para as coisas e os acontecimentos.

Por seu lado, o Espírito Santo transforma os nossos corações optimizando a nossa capacidade de amar e fazer o bem.

Deus Pai criou-nos para sermos para sermos seus filhos. Nunca houve um momento em que Deus Pai não fosse Pai. Isto quer dizer que nunca houve um momento em que o Pai existisse e o Filho não.

Na verdade, não pode existir um Pai sem que exista um filho ao mesmo tempo.A prova de que Deus não é uma inutilidade para nós é o facto de a pessoa que procura realizar interagindo e contando com Deus tem resultados totalmente diferentes.

II- JESUS E A SALVAÇÃO UNIVERSAL

A perfeição da pessoa atinge-se através do dom. A plenitude da pessoa depende da densidade com que ela se dá aos outros.

A nível natural, a marcha da vida termina na morte. Mas com Jesus ressuscitado, a vida venceu a lei da morte.

A ressurreição de Cristo significa a vitória vida sobre a morte. Cristo ressuscitado, diz São Paulo, já não morre mais, pois a morte já não tem domínio sobre ele (Rm 6,9). Ele é o Novo Adão (Rm 5, 17-19).

Ao ressuscitar, Jesus Cristo difundiu para nós a dinâmica recriadora do Espírito Santo, o qual vai corrigindo no nosso íntimo as distorções herdadas do Velho Adão.

A cruz é o sinal vitória de Jesus Cristo sobre a morte, pois a ressurreição de Jesus aconteceu na cruz, não no túmulo.

No momento da sua ressurreição, Jesus entrou na morada de Deus com todos os que tinham coração capaz de amar e comungar.

A morada de Deus é um campo espiritual contínuo de interacções amorosas e que constitui a interioridade máxima do Universo.

Deus vem sempre a nós a partir de dentro. E nós, para nos encontrarmos com Deus temos de entrar no mais íntimo do nosso ser.

No momento de morrer e ressuscitar sobre a cruz, Jesus garantiu ao Bom Ladrão que nessa mesma tarde estariam os dois na plenitude do Reino de Deus:

“Em verdade te digo, disse Jesus, que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).
No momento de Jesus morrer e ressuscitar, as pessoas que o precederam na História entraram com ele na plenitude da Vida Eterna.

Isto não quer dizer que essas pessoas mudaram de lugar, mas sim que foram assumidos numa nova densidade espiritual, pois passaram a interagir em comunhão directa com Deus.

Isto foi possível porque Jesus Cristo, como homem, faz uma união orgânica, isto é, interactiva, fecunda e dinâmica, animada pelo Espírito Santo.

A salvação, portanto, é para todos os seres humanos capazes de amor e comunhão. Isto quer dizer que as pessoas que optaram pelo amor têm a Vida Eterna.

Por outras palavras, as pessoas que se optaram pelo ao amor têm a Vida Eterna. Com efeito, não há salvação fora de Jesus Cristo, mas isto não significa que a salvação é apenas para os cristãos.

Os cristãos formam um povo chamado a celebrar e anunciar a todos os povos o projecto universal da salvação.Por se ter dado totalmente, Jesus Cristo é a cabeça da Nova Humanidade e a sua vida passou a ser de todos nós.
III-OS CRISTÃOS E A EVANGELIZAÇÃO
Evangelizar é convidar os Homens a ser irmãos. O caminho da abundância e do sucesso humano passa pela partilha e a cooperação entre as pessoas, as instituições e as nações.

A Humanidade só terá um futuro com sucesso se as pessoas e as nações aprenderem a pôr as riquezas ao serviço do bem de todos.

Do mesmo modo, é fundamental pôr o poder ao serviço da fraternidade e o prazer ao serviço do amor.

A nossa vida tem sentido na medida em que vivemos para amar e nos vamos gastando pelas causas do amor.

Ao dar o mandamento do amor aos discípulos, Jesus estava a ensinar-lhes a arte de conhecer Deus, pois ninguém o pode conhecer se não amar os irmãos (1 Jo 4, 16).

A nossa fé tem como fundamento a mensagem da bíblia, esclarecida no nosso coração pela acção do Espírito Santo.

Tocar o coração de Deus é sintonizar com a acção do Espírito Santo em nós. São Paulo diz que é em sintonia com Deus que o Espírito Santo intercede em nós e por nós (Rm 8, 26-27).

A bíblia não é a Palavra de Deus encadernada. Não é correcto agarrarmo-nos à bíblia como se as suas palavras fossem uma verdade mágica.

A bíblia é um conjunto de narrações que nos descrevem as experiências primordiais da nossa fé e, portanto, são mediação para acontecer em nós a verdade da revelação de Deus.

A bíblia não analisa factos à maneira de um historiador, mas conta histórias para dizer a verdade e a força salvadora de Deus a actuar na História.

Evangelizar é comunicar a alegria da fé e criar condições para que esta seja saboreada e celebrada de modo comunitário.

Evangelizar é ajudar as pessoas a descobrir e saborear uma história de amor da qual elas também fazem parte.

A qualidade da nossa evangelização depende da compreensão que temos de Deus e do Homem e da nossa abertura à acção do Espírito Santo em nós.

Por outras palavras, quanto melhor conhecermos a Deus mais qualidade terá a nossa evangelização.

Quanto mais as pessoas crescem na fé, mais capacitadas estão para descobrir as impressões digitais de Deus no entretecido da criação e na cadeia dos acontecimentos da História.

Uma mente que não evolua na capacidade de criar sentidos para a Vida e de interpretar os acontecimentos à luz da Palavra de Deus não será capaz de crescer na fé.

A evangelização deve conduzir a Cristo, pois ele é o ponto de encontro do melhor de Deus com o melhor do Homem.

A Encarnação é uma dinâmica de grandeza humano-divina que constitui uma união orgânica entre Deus e o Homem.

A partir do momento da Encarnação o Humano e o divino ficam unidos de modo orgânico e intrínseco como a cepa da videira com os seus ramos (Jo 15, 1-7).

A seiva que alimenta e revigora esta união orgânica é o Espírito Santo. É esta a verdade que afirmamos quando dizemos que o Filho de Deus encarnou pelo Espírito Santo.

É este o conteúdo da Nova Aliança, o qual não assenta na letra que mata, diz São Paulo, mas no Espírito Santo que vivifica (2 Cor 3, 6).

Isto significa que o Espírito Santo é o sangue da Nova Aliança, o qual leva a vida divina a todas as articulações e junturas que ligam a Humanidade.

Evangelizar é ajudar o Homem a amar a natureza como um dom especial de Deus. A natureza está zangada com o Homem. Isto quer dizer que Deus está magoado com o modo como o Homem se relaciona com a natureza.

É verdade que a natureza não precisa do Homem para se realizar de modo harmonioso nos seus ciclos: Primavera, Verão, Outono e Inverno.

Mas o Homem pode agir contra o plano de Deus, alterando a harmonia da natureza. A natureza não precisa do Homem para realizar o plano de Deus, mas o Homem precisa da Natureza para se realizar como de modo equilibrado e feliz.

O animal não precisa de sentidos para viver. O Homem, pelo contrário, não se pode realizar sem sentidos e opções correctas em relação ao sentido da vida e às exigências da Criação.
O Reino de Deus é a face interior da realidade. A Beleza e a bondade são os únicos reflexos de Deus que o ser humano pode contemplar.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias



sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O ESPÍRITO SANTO COMO FORÇA DA SALVAÇÃO

Espírito Santo,

És a ternura maternal de Deus, e nós chamamos-te a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade!

A tua presença no nosso íntimo é uma força que nos estimula, ilumina e ajuda a ser livres.

Tu és a seiva que circula de Jesus Cristo, a cepa da videira, para nós que somos os ramos dessa videira.

Sem a tua presença no nosso coração nós seríamos ramos estéreis (Jo 15, 4-5).

Tu consagraste Jesus, capacitando-o para realizar a sua missão messiânica, como diz o evangelho de São Lucas:

“O Espírito de Deus está sobre mim porque me consagrou para anunciar o Evangelho aos pobres.

Enviou-me a proclamar a libertação dos presos e a mandar em liberdade os oprimidos” (Lc 4, 18).

Na segunda Carta aos Coríntios, São Paulo diz que tu és a fonte da liberdade.

Eis as suas palavras: “Cristo ressuscitado é um ser espiritual. Onde está o Espírito do Senhor, aí está a liberdade” (2 Cor 3, 17).

És tu quem nos capacita para fazermos o bem. Todos os nossos de amor encontram em ti a sua origem.

Sem a tua presença inspiradora no coração de cada um de nós, as Sagradas Escrituras não passariam de letra morta.

É isto que São Paulo quer dizer quando diz que a letra mata, mas o Espírito Santo dá vida (2 Cor 3, 6).
Foi a tua presença no coração de Jesus que activou o processo da sua morte e ressurreição no alto da cruz.

Enquanto em Jesus ia morrendo o que no Homem é mortal, aquilo que no ser humano é imortal ia sendo glorificado e assumido na comunhão da Santíssima Trindade.

Deste modo, quando morreu o último elemento daquilo que no Homem é mortal, aquilo que no ser humano é imortal já estava ressuscitado, isto é, assumido e incorporado na Comunidade Divina.

Espírito Santo, o que fizeste em Jesus Cristo está a acontecer nos seres humanos que todos os dias passam das coordenadas do tempo e do espaço, a sendo assumidos e incorporados na Família de Deus.

Na Carta aos Romanos, São Paulo diz que todos os que são movidos pelo Espírito Santo são Filhos de Deus (Rm 8, 14).

Noutra passagem desta mesma Carta afirma que tu és o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5).

Tu és o princípio interactivo do mistério da Encarnação, unindo de modo orgânico a interioridade divina do Filho Eterno de Deus com a interioridade humana de Jesus de Nazaré, o Filho de Maria.

Com teu jeito maternal de amar tu és a força amorosa que fazes brotar um rio de Vida eterna nos nossos corações, como diz Jesus no evangelho de São João (Jo 7, 37-39).

Foste tu quem potenciou o amor maternal de Maria, a fim de ela amar o seu Filho com o jeito do próprio Deus.

O teu amor maternal, Espírito Santo, é o beijo que Deus deu ao barro primordial do qual saiu Adão, comunicando-lhe o hálito da Vida (Gn 2, 7).

Apesar de o homem exterior se degradar com os anos, diz São Paulo, o interior, por ser espiritual, é constantemente fortalecido por ti, Espírito Santo (2 Cor 4, 16).

Glória a ti que és o Sangue da Nova Aliança que faz circular em nós a força vital de Cristo ressuscitado (Jo 6, 62-63).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O MISTÉRIO DA NATUREZA HUMANA

Pai Santo,
A grandeza da tua sabedoria revela-se de modo admirável no conjunto das tuas obras.
Mas é na Natureza humana que tu revelas de modo especial a tua sabedoria e o teu amor criador.

A natureza humana é um princípio de acção que dinamiza e coordena a estruturação do Homem, tanto na singularidade das pessoas, como na totalidade da comunhão humana universal.

A nível pessoal, a natureza rege a emergência espiritual do ser humano, bem como a sua identidade e estruturação pessoal.

A natureza humana apenas realiza a sua perfeição com a vida pessoal-espiritual. É a este nível que atinge a plenitude em Deus.

Na verdade, a natureza humana concretiza-se em pessoas e a divina também. Graças à força criadora da natureza humana, a pessoa acontece de modo gradual e progressivo como ser livre, consciente, responsável e capaz de amar.

Para isso, a natureza oferece à pessoa uma série de talentos que lhe dá a possibilidade de se realizar de modo único, original e irrepetível.

O ser humano começa por ser um dado biológico, mas está geneticamente programado para atingir o nível espiritual.

Na verdade, recebemos a nossa identidade genética, isto é, o nosso ADN com o seu feixe de possibilidades no momento da nossa concepção.


O conjunto dos nossos talentos genéticos interage com os nossos talentos históricos, sobretudo com o contexto em que nascemos e nos fomos estruturando.

Nesta interacção o amor é a dinâmica fundamental da estruturação da pessoa. Por outras palavras, o nosso ser espiritual emerge em processo histórico e a dinâmica que o faz emergir é a força das relações de amor.

A configuração da nossa identidade espiritual é o nosso jeito de amar e nos relacionarmos. A nossa identidade genética é mortal, mas a nossa identidade espiritual é imortal e está chamada à Comunhão Universal da Família de Deus.

Ao contrário da identidade genética, a identidade espiritual de uma pessoa depende dela, pois as pessoas humanas são seres em construção.

Isto quer dizer que a vida espiritual e a comunhão amorosa constituem o ponto mais alto da força criadora da natureza humana.

Mas também é verdade que o ser humano, através do pecado, é capaz de matar as possibilidades mais nobres da natureza humana.

O pecado é sempre uma oposição às propostas e interpelações do amor. Ao dizer não ao amor, o pecador diz não à sua humanização e à humanização das pessoas que marca de modo negativo.

A natureza divina não é uma realidade estática e a humana também não.
A vertente biológica da natureza, interagindo com a vertente social e cultural constituem o leque primordial dos talentos ou possibilidades de realização de cada pessoa.

O ser humano começa por ser o que os outros fizeram dele, como diz o evangelho de São Mateus na parábola sobre os talentos:
Uns recebem cinco, outros três, dois ou um (Mt 25, 14-30). Ninguém é herói por receber cinco, e ninguém é culpado por receber um.

A heroicidade radica na fidelidade a esses talentos. É este o modo de edificarmos a vida eterna.
A luta das ciências contra o envelhecimento e a morte estão a conseguir progressos dignos de admiração.

Mas não nos devemos esquecer de que a vocação fundamental do Homem não é apenas prolongar indefinidamente a vida mortal, mas sobretudo construir a vida eterna.
A vida eterna é a vida pessoal-espiritual, n ão a vida pessoal biológica. À medida que emerge e se estrutura, o nosso ser espiritual emerge capacitado para a comunhão universal da Família Divina.

Vale a pena no que São Paulo diz a este respeito: “Por isso não desfalecemos. Apesar de em nós, o homem exterior caminhar para a ruína e a morte, o homem interior renova-se e robustece-se dia a pós dia pelo Espírito Santo.

De facto, a nossa tribulação momentânea proporciona-nos um peso eterno de glória, muito além do que possamos calcular.

Por isso não olhamos para as coisas visíveis, mas para as invisíveis, pois as coisas visíveis são passageiras, ao passo que as invisíveis são eternas” (2 Cor 4, 16-18)

A natureza humana e a natureza divina concretizam-se em pessoas talhadas para a comunhão na qual encontram a sua plenitude.

As pessoas humanas estão a realizar-se como seres proporcionais às pessoas divinas e, portanto, capazes de comungar familiarmente com as pessoas divinas.

Por outras palavras, as pessoas humanas não são iguais às divinas, mas são-lhe proporcionais. Por isso já pode acontecer comunhão amorosa entre Deus e o Homem.

A pessoa de Deus Pai e a pessoa de Deus Filho formam uma interacção orgânica ao ponto de Jesus chegar a dizer que ele e o Pai são um” (Jo 10, 30).

Do mesmo modo a Humanidade, graças ao mistério da Encarnação, passou a fazer uma interacção orgânica e dinâmica com Cristo.

No evangelho de São João, Jesus descreve de maneira muito bonita a união orgânica da natureza divina com a natureza humana através do mistério da Encarnação:

“Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, pois sem mim nada podeis fazer.

Se alguém não permanece em mim, é lançado fora como um ramo e seca. Depois é lançado ao fogo e arde” (Jo 5, 6).

Como vemos, a plenitude da natureza humana, é a sua divinização, a qual acontece na dinâmica da comunhão orgânica com as pessoas divinas.

Pai Santo,Louvado sejas por esta união orgânica que confere plenitude divina à natureza humana.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


sábado, 6 de fevereiro de 2010

CRISTO É A META DO PLANO CRIADOR DE DEUS

A Criação é a concretização de uma obra-prima que emerge de um plano cheio de sabedoria e amor.

Neste plano tudo tem finalidade e está cheio sentido. Nada brota do acaso ou do destino. Tudo acontece segundo uma sequência de causas e efeitos.

O princípio que dinamiza esta sequência criadora é o amor, pois como sabemos, Deus é amor.
Vista à luz da fé, a criação é um testemunho vivo da grandeza de Deus e da sua capacidade criadora.

Tudo brota de uma comunhão amorosa de três pessoas e tudo caminha para o grandioso encontro da Humanidade com a Divindade.

Jesus Cristo é o ponto de encontro do melhor de Deus com o melhor da Humanidade. Nele não
havia intenções retorcidas e falsas.

Passou a vida a fazer bem a toda a gente, partilhando os bens, a Palavra de Deus e a própria vida.

Após a sua ressurreição fez de nós os ramos da videira da qual ele é a cepa. O Espírito Santo é a seiva que vem da cepa para aos ramos, tornando-nos fecundos (Jo 15, 4-5).

O seu jeito de acolher os pobres e perdoar aos pecadores é a expressão fiel do amor de Deus para com a Humanidade.

Foi Por esta razão que um dia ele disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30). E depois acrescentou: “Quem me vê, vê o Pai (Jo 14, 9).

Deu-se totalmente à Humanidade. É por esta razão que a sua vida, agora, é de todos nós. É este o sentido profundo na comunhão da Eucaristia: Eis o que ele diz no evangelho de São João:
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele” (Jo 6, 56).
A fidelidade de Jesus consistiu nisto: foi tentado como nós, mas permaneceu sempre fiel à vontade do Pai do Céu.

Ao ressuscitar, comunicou-nos a semente da vida Nova, isto é, o Espírito Santo que é o amor de Deus derramado nos nossos corações, diz São Paulo (Rm 5, 5).

No alto da Cruz, a força ressuscitadora do Espírito Santo actuou em Jesus, glorificando-o e incorporando-o na comunhão de Deus.

À medida que morria nele aquilo que nos homens é mortal, o que em nós é imortal, ia sendo glorificado e assumido na comunhão da Família Divina.

Esta vitória da vida sobre a morte em Jesus fez que ao morrer o último elemento do que era Jesus era mortal o que nele era imortal já estivesse totalmente glorificado.

Deus foi fiel totalmente fiel, impedindo que ele ficasse um só instante sob o domínio da morte.
A Carta aos Hebreus diz que foi precisamente isto que Jesus pediu ao Pai no Jardim das Oliveiras:

“Nos dias da sua vida terrena, Jesus, com grande clamor e lágrimas, apresentou orações e súplicas àquele que o podia salvar da morte. E foi atendido em atenção à sua fidelidade (Heb 5, 7).

No mistério da Santíssima Trindade, o Espírito Santo é o vínculo de união do Pai com o Filho, agindo como força dinamizadora de comunhão.

No mistério da Encarnação, actua do mesmo modo como vínculo de união do Filho Eterno de Deus com o Jesus de Nazaré, o Filho de Maria.

Esta união orgânica e dinâmica do Filho Eterno de Deus com Jesus de Nazaré é o ponto de emergência e difusão da vida Nova dos Filhos de Deus.

É aqui a Nascente da Salvação e a assinatura da Nova e Eterna Aliança entre Deus e o Homem.
À medida que vamos sendo integrados na dinâmica da Nova Aliança, o Espírito Santo vai-nos incorporando na Família de Deus e vai-nos conduzindo à Verdade Plena, diz Jesus no evangelho de São João (Jo 14, 25-26).
Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias


segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

PEDINDO A DEUS A SABEDORIA DOS PROFETAS

Trindade Santa,
Vós sois o único Deus Verdadeiro, a nossa origem e a meta da nossa História! A génese do Universo teve início em Vós, Deus Bendito, Nada existiu antes de Vós.

Vós sois o criador de todas as coisas, mas não vos confundis com nenhuma delas. A Carta aos Efésios diz que Vós sois o princípio unificador de toda a Criação. Eis as suas palavras:

“Há um só Corpo e um só Espírito. Existe apenas uma esperança à qual fostes chamados. Há um só Senhor, uma só fé, um só baptismo, um só Deus Pai que é Pai de todos” (Ef 4, 4-6).

Filho Eterno de Deus,
Nós te damos graças pelo mistério da Encarnação, graças ao qual nós passamos a ser membros da Família Divina.

Ao falar da tua vinda, o evangelho de São João diz que te tornaste nosso irmão por amor e ainda assim foste rejeitado:

“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas aos que o receberam deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

Estes não nasceram dos laços do sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.

E o Verbo Encarnou e veio habitar no meio de nós. Nós vimos a sua glória, essa que ele possui como Filho Unigénito do Pai, Cheio de Graça e de Verdade” (Jo 1, 12-14).

Espírito Santo
Tu és quem imprime nos nossos corações com os talentos, isto é, as possibilidades de que dispomos para levar por diante a tarefa da nossa humanização.
Espírito Santo
Com o teu jeito maternal de amar tu dinamizas e fortaleces a nossa comunhão com o Pai e o Filho, introduzindo-nos na comunhão familiar de Deus.

Nós sabemos que és tu, Espírito Santo, quem fortalece e anima esta imensa comunhão orgânica que une a Humanidade.

Também és tu o vínculo maternal da comunhão orgânica que une a divindade com a Humanidade.

Por outras palavras, tu és o coração que dinamiza o mistério da Encarnação, essa interacção humano-divina que une de modo orgânico a interioridade humana de Jesus com a interioridade divina do Filho Eterno de Deus.

Pai Santo, dá-nos essa Sabedoria que está contigo desde sempre, como diz o Livro da Sabedoria:
“A intimidade da Sabedoria com Deus indica a nobreza da sua origem, pois o Senhor do Universo amou-a desde toda a eternidade.

A Sabedoria está iniciada na ciência de Deus e foi ele quem inspirou as obras da Criação (…). Se há alguém que deseje uma vasta experiência, una-se à Sabedoria, pois ela conhece o passado e prevê o futuro.

A Sabedoria penetra as subtilezas da linguagem e tem a chave dos enigmas. Sabe interpretar os sinais e prodígios e antecipa o sentido das idades e dos tempos” (Sb 8, 3-8).

E depois acrescenta: “Deus de Bondade, dá-me a Sabedoria que se senta junto do teu trono, a fim de eu pertencer ao número dos teus filhos.

Mesmo que alguém fosse perfeito entre os homens, nada seria sem a sabedoria que vem de ti” (Sb 9, 4-6).

Suscita-nos, Espírito Santo, homens sábios que possam transmitir-nos a Palavra de Deus ao jeito de Cristo, a fim de caminharmos de modo seguro para ti.

Envia-nos profetas que denunciem a hipocrisia dos poderosos que exploram e machucam os pobres sem pudor nem vergonha.

Devido ao materialismo que reina nas nossas sociedades, a Humanidade está a perder os horizontes da sabedoria que brota da tua Deus.

Espírito Santo
Dá-nos bons evangelizadores, a fim de aprendermos a separar com clareza o bem do mal e a ter um sentido claro do mistério de Deus e do Homem.

Capacita os cristãos para serem testemunhas do Evangelho, pois vivemos num mundo sem esperança.

Precisamos de homens e mulheres apaixonados pelo trabalho da evangelização do mundo, a fim de os seres humanos conhecerem a verdade da salvação em Cristo.
Dá-nos homens corajosos que sejam no mundo uma luz capaz de nos ajudar a caminhar no sentido da justiça e da paz.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

DIALOGANDO COM O DEUS QUE SE REVELA

O evangelho de São João diz que Cristo, ao ressuscitar, nos deu a Água Viva, incorporando a Humanidade na Comunhão Divina.

Em seguida, o mesmo evangelho diz que a Água Viva é o Espírito Santo e que a fonte da qual brota é Cristo ressuscitado (Jo. 7, 37-39).

São Paulo diz que Jesus Cristo se tornou o Novo Adão, corrigindo as distorções que o primeiro Adão provocou na marcha da Humanidade.

Adão, diz o Livro do Génesis, ao virar as costas a Deus, fechou as portas do Paraíso à Humanidade (Gn 3, 23-24).

Jesus Cristo, o Novo Adão, veio para nos reconciliar com Deus e nos introduzir de novo no convívio com Deus, tal como acontecia com Deus no convívio primordial do Paraíso.

Eis o que Jesus diz ao Bom Ladrão no momento da sua morte e ressurreição: “Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 42-43).

O evangelho de São Mateus confirma esta afirmação de São Lucas, dizendo que no momento da morte e ressurreição de Jesus os justos começam a ressuscitar com Cristo (Mt. 27, 52).

Ao vencer a morte, Jesus comunicou-nos o sangue da Nova Aliança, isto é, o Espírito Santo. De facto, é o Espírito Santo qual alimenta em nós a vida divina e nos incorpora na comunhão da Santíssima Trindade como membros da Família de Deus.

A Carta aos Romanos diz que o Espírito Santo é o vínculo amoroso que nos introduz na comunhão familiar de Deus como filhos e herdeiros de Deus Pai e como irmãos e co-herdeiro com o Filho de Deus (Rm 8, 14-16).

É também pelo Espírito Santo que o Filho de Maria e o Filho de Deus, sem se confundirem, fazem um e o mesmo Cristo.

Pelo facto de ser homem connosco Jesus está unido de modo orgânico a todos nós no íntimo do nosso coração.

Isto quer dizer que a Humanidade, organicamente unida a Jesus de Nazaré, faz parte do Cristo total.
Para explicar a união orgânica que nos liga a Jesus, o evangelho de São João diz que nós somos os ramos da videira cuja cepa á Jesus Cristo (Jo 15, 1-8).
Apesar de ser plenamente homem como nós, Jesus também pertence à esfera de esfera de Deus.
Por outras palavras, a interioridade espiritual humana de Jesus de Nazaré está unida de modo orgânico e interactivo à interioridade espiritual divina do Filho Eterno de Deus.
O princípio animador deste enxerto do divino no humano é o Espírito Santo. Foi por esta razão que Jesus Cristo, ao ressuscitar nos comunicou este mesmo Espírito Santo, a fim de animar a união orgânica que nos liga a ele.
São João vê na Eucaristia a celebração que explicita a nossa união orgânica com Cristo. A carne e o sangue que Jesus são o sinal do Espírito Santo que ele nos comunica, a fim de nos vivificar. Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João:

“E se virdes o Filho do Homem ressuscitar e voltar para onde estava antes. A carne não serve para nada. O Espírito é que dá vida. As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62- 63).

E foi assim, diz a Segunda Carta aos Coríntios, que Cristo Ressuscitado se tornou a cabeça de uma Nova Criação reconciliada com Deus, pois Deus já não leva em conta os nossos pecados (2 Cor 5, 17-19).

Com Cristo ressuscitado, a Humanidade atingiu a plenitude dos tempos, isto é, a esfera da divinização mediante a assunção e integração na comunidade divina.

Por ser homem connosco, Jesus Cristo pertence à comunhão humana universal. Por ser Deus com o Pai e o Espírito Santo, pertence à comunhão da Santíssima Trindade.

Ao ser expulso do Paraíso, Adão ficou impedido de comer o fruto da Árvore da Vida, o qual dava a Vida Eterna às pessoas que o comessem (Gn 3, 23).

Jesus Cristo, ao ressuscitar, torna-se o Novo Adão que abre de novo as portas do Paraíso (Lc 23, 43).

Eis o ensinamento de Jesus no evangelho de São João: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.

Na verdade, a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue é uma verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, assim também, quem me come viverá por mim” (Jo 6, 54-57).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


A SALVAÇÃO DE CRISTO NA HISTÓRIA

O evangelho de São João diz que Cristo, ao ressuscitar, nos deu a Água Viva, incorporando a Humanidade na Comunhão Divina.

Em seguida, o mesmo evangelho diz que a Água Viva é o Espírito Santo e que a fonte da qual brota é Cristo ressuscitado (Jo. 7, 37-39).

São Paulo diz que Jesus Cristo se tornou o Novo Adão, corrigindo as distorções que o primeiro Adão provocou na marcha da Humanidade.

Adão, diz o Livro do Génesis, ao virar as costas a Deus, fechou as portas do Paraíso à Humanidade (Gn 3, 23-24).

Jesus Cristo, o Novo Adão, veio para nos reconciliar com Deus e nos introduzir de novo no convívio com Deus, tal como acontecia com Deus no convívio primordial do Paraíso.

Eis o que Jesus diz ao Bom Ladrão no momento da sua morte e ressurreição: “Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 42-43).

O evangelho de São Mateus confirma esta afirmação de São Lucas, dizendo que no momento da morte e ressurreição de Jesus os justos começam a ressuscitar com Cristo (Mt. 27, 52).

Ao vencer a morte, Jesus comunicou-nos o sangue da Nova Aliança, isto é, o Espírito Santo. De facto, é o Espírito Santo qual alimenta em nós a vida divina e nos incorpora na comunhão da Santíssima Trindade como membros da Família de Deus.

A Carta aos Romanos diz que o Espírito Santo é o vínculo amoroso que nos introduz na comunhão familiar de Deus como filhos e herdeiros de Deus Pai e como irmãos e co-herdeiro com o Filho de Deus (Rm 8, 14-16).

É também pelo Espírito Santo que o Filho de Maria e o Filho de Deus, sem se confundirem, fazem um e o mesmo Cristo.

Pelo facto de ser homem connosco Jesus está unido de modo orgânico a todos nós no íntimo do nosso coração.

Isto quer dizer que a Humanidade, organicamente unida a Jesus de Nazaré, faz parte do Cristo total.
Para explicar a união orgânica que nos liga a Jesus, o evangelho de São João diz que nós somos os ramos da videira cuja cepa á Jesus Cristo (Jo 15, 1-8).

Apesar de ser plenamente homem como nós, Jesus também pertence à esfera de esfera de Deus.
Por outras palavras, a interioridade espiritual humana de Jesus de Nazaré está unida de modo orgânico e interactivo à interioridade espiritual divina do Filho Eterno de Deus.

O princípio animador deste enxerto do divino no humano é o Espírito Santo. Foi por esta razão que Jesus Cristo, ao ressuscitar nos comunicou este mesmo Espírito Santo, a fim de animar a união orgânica que nos liga a ele.

São João vê na Eucaristia a celebração que explicita a nossa união orgânica com Cristo. A carne e o sangue que Jesus são o sinal do Espírito Santo que ele nos comunica, a fim de nos vivificar.
Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: “E se virdes o Filho do Homem ressuscitar e voltar para onde estava antes.

A carne não serve para nada. O Espírito é que dá vida. As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62- 63).

E foi assim, diz a Segunda Carta aos Coríntios, que Cristo Ressuscitado se tornou a cabeça de uma Nova Criação reconciliada com Deus, pois Deus já não leva em conta os nossos pecados (2 Cor 5, 17-19).

Com Cristo ressuscitado, a Humanidade atingiu a plenitude dos tempos, isto é, a esfera da divinização mediante a assunção e integração na comunidade divina.

Por ser homem connosco, Jesus Cristo pertence à comunhão humana universal. Por ser Deus com o Pai e o Espírito Santo, pertence à comunhão da Santíssima Trindade.

Ao ser expulso do Paraíso, Adão ficou impedido de comer o fruto da Árvore da Vida, o qual dava a Vida Eterna às pessoas que o comessem (Gn 3, 23).

Jesus Cristo, ao ressuscitar, torna-se o Novo Adão que abre de novo as portas do Paraíso (Lc 23, 43).

Eis o ensinamento de Jesus no evangelho de São João: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.

Na verdade, a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue é uma verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, assim também, quem me come viverá por mim” (Jo 6, 54-57).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

A SALVAÇÃO DE CRISTO NA HISTÓRIA

O evangelho de São João diz que Cristo, ao ressuscitar, nos deu a Água Viva, incorporando a Humanidade na Comunhão Divina.

Em seguida, o mesmo evangelho diz que a Água Viva é o Espírito Santo e que a fonte da qual brota é Cristo ressuscitado (Jo. 7, 37-39).

São Paulo diz que Jesus Cristo se tornou o Novo Adão, corrigindo as distorções que o primeiro
Adão provocou na marcha da Humanidade.

Adão, diz o Livro do Génesis, ao virar as costas a Deus, fechou as portas do Paraíso à Humanidade (Gn 3, 23-24).

Jesus Cristo, o Novo Adão, veio para nos reconciliar com Deus e nos introduzir de novo no convívio com Deus, tal como acontecia com Deus no convívio primordial do Paraíso.

Eis o que Jesus diz ao Bom Ladrão no momento da sua morte e ressurreição: “Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 42-43).

O evangelho de São Mateus confirma esta afirmação de São Lucas, dizendo que no momento da morte e ressurreição de Jesus os justos começam a ressuscitar com Cristo (Mt. 27, 52).

Ao vencer a morte, Jesus comunicou-nos o sangue da Nova Aliança, isto é, o Espírito Santo. De facto, é o Espírito Santo qual alimenta em nós a vida divina e nos incorpora na comunhão da Santíssima Trindade como membros da Família de Deus.

A Carta aos Romanos diz que o Espírito Santo é o vínculo amoroso que nos introduz na comunhão familiar de Deus como filhos e herdeiros de Deus Pai e como irmãos e co-herdeiro com o Filho de Deus (Rm 8, 14-16).

É também pelo Espírito Santo que o Filho de Maria e o Filho de Deus, sem se confundirem, fazem um e o mesmo Cristo.

Pelo facto de ser homem connosco Jesus está unido de modo orgânico a todos nós no íntimo do nosso coração.

Isto quer dizer que a Humanidade, organicamente unida a Jesus de Nazaré, faz parte do Cristo total.
Para explicar a união orgânica que nos liga a Jesus, o evangelho de São João diz que nós somos os ramos da videira cuja cepa á Jesus Cristo (Jo 15, 1-8).
Apesar de ser plenamente homem como nós, Jesus também pertence à esfera de esfera de Deus.
Por outras palavras, a interioridade espiritual humana de Jesus de Nazaré está unida de modo orgânico e interactivo à interioridade espiritual divina do Filho Eterno de Deus.

O princípio animador deste enxerto do divino no humano é o Espírito Santo. Foi por esta razão que Jesus Cristo, ao ressuscitar nos comunicou este mesmo Espírito Santo, a fim de animar a u
nião orgânica que nos liga a ele.

São João vê na Eucaristia a celebração que explicita a nossa união orgânica com Cristo.
A carne e o sangue que Jesus são o sinal do Espírito Santo que ele nos comunica, a fim de nos vivificar.
Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: “E se virdes o Filho do Homem ressuscitar e voltar para onde estava antes.

A carne não serve para nada. O Espírito é que dá vida. As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62- 63).

E foi assim, diz a Segunda Carta aos Coríntios, que Cristo Ressuscitado se tornou a cabeça de uma Nova Criação reconciliada com Deus, pois Deus já não leva em conta os nossos pecados (2 Cor 5, 17-19).

Com Cristo ressuscitado, a Humanidade atingiu a plenitude dos tempos, isto é, a esfera da divinização mediante a assunção e integração na comunidade divina.

Por ser homem connosco, Jesus Cristo pertence à comunhão humana universal. Por ser Deus com o Pai e o Espírito Santo, pertence à comunhão da Santíssima Trindade.

Ao ser expulso do Paraíso, Adão ficou impedido de comer o fruto da Árvore da Vida, o qual dava a Vida Eterna às pessoas que o comessem (Gn 3, 23).

Jesus Cristo, ao ressuscitar, torna-se o Novo Adão que abre de novo as portas do Paraíso (Lc 23, 43).

Eis o ensinamento de Jesus no evangelho de São João: Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu hei-de ressuscitá-lo no último dia.

Na verdade, a minha carne é uma verdadeira comida e o meu sangue é uma verdadeira bebida.
Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.

Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, assim também, quem me come viverá por mim” (Jo 6, 54-57).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O CRISTÃO COMO SINAL DE ESPERANÇA

Graças aos horizontes da esperança, dizem os evangelhos, os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo.
Como fundamento da esperança, os cristãos olham realidade com os horizontes e os critérios da Palavra de Deus.
No evangelho de São Mateus, Jesus diz que os cristãos estão chamados a ser sal, luz e fermento no mundo (cf. Mt 5, 13-16).

A esperança proporciona novas razões para a pessoa se comprometer, pois conferem-lhe um sentido pleno para viver e agir.

À luz da esperança, o crente sabe que não está a edificar para o vazio da morte, proporcionando-lhe novas metas para o agir humano.

Os próprios sofrimentos e a morte ganham sentido, como diz São Paulo: Tenho a certeza de que os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a alegria e felicidade que nos aguarda o futuro em Deus” (Rm 8, 18).

Numa outra passagem da Carta aos Romanos o Apóstolo que os textos sagrados foram escritos para alimentar a nossa esperança” (Rm 15, 4).

À medida que os anos passam e a pessoa vai envelhecendo, a esperança continua a iluminar a vida e a ajudar a pessoa no sentido de a ajudar a integrar na sua história pessoal a experiência do envelhecimento.

Eis o que diz a segunda Carta aos Coríntios: “Por isso não desfalecemos. Mesmo que, em nós, o homem exterior vá caminhando para a ruína, o homem interior renova-se todos os dias.

Com efeito, a nossa momentânea e leve tribulação proporciona-nos um peso eterno de glória além de toda e qualquer medida.

Não olhamos para as coisas visíveis e exteriores, pois estas são passageiras. Pelo contrário , nós fixamo-nos nas realidades interiores e invisíveis, as quais são eternas” (2 Cor 4, 16-18).

Sejam quais forem as situações em que nos encontremos, a esperança dá-nos a certeza de que não estamos abandonados por Deus.

São Paulo pediu a Deus que o libertasse de um problema que lhe causava desgosto. Mas Deus respondeu-lhe:

“Basta-te a minha graça, pois o meu poder libertador é perfeito quando se trata de ajudar a fraqueza” (2 Cor 12, 9).
A Carta aos Colossenses pede aos crentes para fortalecerem a sua esperança, colocando as suas mentes e os seus corações nas coisas do alto e não apenas nas terrenas” (Col 3, 2).

Quanto mais a nossa mente e o nosso coração se deixam possuir pela Palavra de Deus, mais o Espírito Santo nos transforma e configura com Jesus Cristo.
Para crescer, a esperança cristã precisa da calda da oração e da meditação da Palavra de Deus.

Como vimos, o Espírito Santo vai realizando em nós o que a Palavra de Deus nos vai revelando.

A esperança dá-nos a certeza de que, apesar dos sofrimentos e dificuldades da vida presente, Deus tem para nós uma plenitude onde a nossa alegria não terá limites.

A esperança Cristã é cristocêntrica, isto é, tem como fundamento o acontecimento de Jesus Cristo ressuscitado.
Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: “Jesus respondeu-lhe: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6).

À medida que a esperança se robustece com a Palavra de Deus, torna-se o rochedo forte sobre o qual podemos construir a nossa vida cristã.
São Paulo, na Carta aos Romanos, aconselha os cristãos a alegrarem-se na esperança (Rm 12,12).

A alegria vivida com os horizontes da esperança tem uma profundidade muito maior do que qualquer outra alegria que brota de uma mera experiência humana.

A alegria fundamentada pela Esperança, diz Paulo na Carta aos Gálatas, é um dos frutos do Espírito Santo (Ga 5, 22).
Referindo-se às dificuldades sentidas pelos cristãos de Tessalónica que, naquela altura estavam a sofrer perseguições, São Paulo pede-lhes para acolherem a Palavra no meio das tribulações procurando cultivar a alegria que vem do Espírito Santo (1Ts 1, 6).

As seguintes palavras de Jesus são um excelente exemplo do que é a alegria no Espírito Santo:
“Revelei-vos estas coisas, a fim de que a minha alegria habite em vós e, deste modo, a vossa alegria seja perfeita” (Jo 15, 11).

Um pouco mais à frente, Jesus garante aos discípulos que, após a Páscoa, terão novas razões para se sentirem alegres:

“Agora estais abatidos, mas ver-vos-ei de novo e haveis de vos alegrar e já ninguém poderá tirar-vos a vossa alegria” (Jo 16, 22).

No final da Ceia Pascal, Jesus faz uma oração ao Pai, pedindo-lhe para que a alegria dos discípulos seja plena e perfeita:

“Agora vou para ti, Pai Santo. E estando ainda no mundo peço-te para que eles tenham em si a plenitude da minha alegria” (Jo 17, 13).

A alegria que nasce da esperança tem como fundamento a certeza da salvação disse Jesus:
“Exultai e alegrai-vos, pois grande será a vossa recompensa no Céu” (Mt 5, 12).

Os cristãos das comunidades primitivas cultivavam a alegria fortalecendo a sua esperança.
Eis o que diz a Carta aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor!

De novo vos digo: alegrai-vos! Que a vossa bondade seja conhecida de todos, pois o Senhor está próximo” (Flp 4, 4-5).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ESPERANÇA E VIDA CRISTÃ

A Vida Cristã assenta sobre os pilares da fé, da esperança e do amor ao jeito de Cristo, isto é, a caridade.

A esperança tem um papel central na vida cristã, pois é por ela que nós temos a certeza de conseguir algo de bom que será o alicerce de uma felicidade plena e definitiva.

A Esperança antecipa, isto é, torna presente já agora, a certeza de que havemos de possuir os dons prometidos por Deus, e que dão pleno sentido ao nosso futuro.

Na verdade, é pela porta da esperança que nós podemos entrar e saborear antecipadamente, o futuro que Deus preparou para nós.

Através da esperança, os cristãos celebram no presente o que havemos de ser na festa universal da Família de Deus.

Por outras palavras, graças ao papel antecipador da esperança os cristãos saboreiam nas celebrações o que havemos de ser com Deus na festa da salvação.

Ao mesmo tempo, o Espírito Santo vai realizando de modo progressivo aquilo que a esperança nos garante que seremos na vida eterna.

De facto, a Palavra de Deus revela-nos aquilo que seremos na plenitude da vida com Cristo, e o Espírito Santo realiza em nós o que a Palavra nos revela.

Por outras palavras, a Palavra de Deus capacita-nos para olhar as pessoas e as coisas com os critérios de Deus.

A esperança apoia-se na certeza de que Deus é fiel e verdadeiro e, portanto, vai realizar o que nos foi prometendo através da sua Palavra.

A esperança cristã é um dom do Espírito Santo, o qual nos ilumina e desperta em nós o desejo da plenitude que Deus nos prometeu.

Os dons que Deus no promete não se referem apenas aos bens do corpo, mas também aos bens do espírito.

Isto quer dizer que a nossa Esperança ultrapassa os limites estreitos da vida que morre e acaba no cemitério.

A esperança optimiza a mente dos crentes capacitando-os para ver, não apenas os bens da Terra, mas também a Vida Eterna que viveremos com Cristo ressuscitado.

A Fé, a Esperança e a Caridade crescem ao mesmo ritmo. A esperança cristã ajuda-nos a realizar a vontade de Deus, sabendo que esta coincide sempre com o que é melhor para nós.

Graças à esperança, os sofrimentos e a morte surgem para o cristão como acontecimentos com sentido.

Tenho a certeza, diz São Paulo, de que os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a alegria e a felicidade que teremos no futuro junto de Deus (Rm 8, 18).

Graças à esperança já podemos celebrar e saborear o que havemos de ser no futuro.
Fundamentada na Palavra de Deus, a esperança dá-nos a certeza de que a História Humana parte de um plano de amor.

Eis as palavras do profeta Jeremias a este propósito: “Conheço muito bem os planos que fiz para vós, diz o Senhor.

Fiz planos para crescerdes e terdes sucesso, e não para fracassardes ou serdes destruídos.
O meu plano é fazer que tenhais um futuro bom. Podeis confiar em mim, diz o Senhor.Quando eu vos der tudo aquilo que penso dar-vos, vós chamareis por mim, far-me-eis a vossa oração e eu escutar-vos-ei” (Jer 29, 11-12).

Podemos dizer que a esperança cristã é uma certeza que assenta na fidelidade de Deus à sua Palavra.

Se confiarmos em Deus podemos sentir-nos tranquilos, pois ele é capaz de fazer maravilhas em nosso favor quando confiamos nele.

Eis o que o Espírito Santo disse a São Paulo num dia em que ele se sentia abatido pela sua fragilidade:
“Basta-te a minha graça, pois o meu poder libertador é perfeito quando se trata de ajudar a fraqueza de alguém” (2 Cor 12, 9).

Durante a Última Ceia, Jesus fortalece a confiança dos Apóstolos com as seguintes palavras:
“Agora estais abatidos, mas ver-vos-ei de novo e haveis de vos alegrar, pois já ninguém poderá tirar-vos a vossa alegria” (Jo 16, 22).

A Carta aos Colossenses dá-nos uma norma sábia para nós fortalecermos a esperança:
“Colocai a vossa mente nas coisas do alto e não nas terrenas” (Col 3, 2).

Quanto mais a nossa mente e o nosso coração se deixam possuir pela Palavra de Deus, mais o Espírito Santo nos transforma e configura com Cristo.

São Paulo diz que tudo o que foi escrito nas Sagradas Escrituras destina-se a fundamentar e fortalecer a nossa esperança (Rm 15, 4).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
















quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

DESCOBRINDO O CORAÇÃO DE DEUS

Deus Santo

A pessoa é realmente um mistério, isto é, alguém que não é evidente, mas que se revela através das relações.

Trindade Santa,

Vós sois pessoas em relações permanentes de amor. Vós não sois evidentes mas revelais-vos a nós à medida que nos relacionamos convosco Pai, Filho e Espírito Santo.

Pai Santo,
Obrigado por nos ajudares a caminhar na fé, o fruto saboroso da tua Palavra e da acção reveladora do Espírito Santo no nosso coração.
Louvado sejas por acolheres os seres humanos e Ajudares cada pessoa como a um filho. Bendito sejas, Filho Eterno de Deus, por nos acolheres e ajudares como irmãos.

Glória a ti, Espírito Santo, por seres o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
Habitais em nós como num templo (1 Cor 3, 16). Com teu jeito maternal de amar tu nos conduzes até ao Pai que nos acolhe como filho e ao Filho Eterna de Deus que nos acolhe como irmãos (Rm 8, 14-16).

Tu estás em nós e por nós, mas nunca estás em nosso lugar, pois nunca nos substituis. Com teu jeito maternal de amar tu habitas no nosso coração de modo adequado à realidade de cada pessoa.

O que não nos dizes de Deus e do Homem, nós não o podemos saber e compreender. Isto quer dizer que tu és, Espírito Santo, o protagonista da revelação do mistério de Deus e do Homem.

Quando abrimos a mente e o coração à tua revelação, emerge em nós a Sabedoria e a força da Fé, da Esperança e da Caridade.
Trindade Santíssima,
A nossa fé diz-nos que o vosso amor por nós é incondicional. Nós podemos deixar de vos amar, mas não somos capazes de impedir que Vós nos continueis a amar sempre e de modo incondicional.

Vós não estivestes à espera de que nos tornássemos bons para gostar de nós. Vós tomastes a iniciativa de nos amar antes de sermos bons, dando-nos o Espírito Santo que nos vai ajudando a ser bons.

Graças ao Vosso amor incondicional, Deus Santo, a vossa vontade em relação a cada ser humano coincide sempre com o que é melhor para nós.

Deus Santo,
Vós sois a fonte da Vida Eterna. A Primeira Carta de São João diz que Vós sois Amor (1 Jo 4, 16).

Isto quer dizer que Vós sois uma novidade constante, pois o amor nunca se repete. Sem deixardes de ser o único Deus infinitamente perfeito, Vós sois todos os dias novo.

Quando a nossa Fé diz que a natureza de Deus é imutável, ela quer afirmar que Vós sois sempre, Deus Santo, uma emergência permanente de três pessoas de perfeição infinita em convergência total de comunhão amorosa.

Sem vós, Deus bendito, a nossa vida não tinha sentido. Por isso nós vos dizemos com muito amor: Nós vos pertencemos, Santíssima Trindade!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


sábado, 9 de janeiro de 2010

CANTANDO O PLANO CRIADOR DE DEUS

Trindade Santa

Vós sois um Deus cuja essência são as relações de amor. A vossa morada coincide com a essência do vosso ser, pois não estais dentro do espaço e do tempo.

A vossa morada é um campo espiritual contínuo de interacções amorosa o qual constitui a interioridade máxima do Universo.

Vós sois um Deus relações. É por esta razão que as relações estão presentes em todos os níveis do tecido Cósmico: átomo, sistema solar, célula, sistema solar ou na galáxia sempre a girar.

O Universo é um poema vivo, obra-prima sonhada por Vós com uma ternura infinita. Mas a génese do Universo ainda não terminou.
Isto quer dizer que o vosso poema criador ainda está a ser redigido.De facto, o Cosmos é um poema vivo que continua a ser escrito de modo permanente e progressivo:

Cada estrela é uma estrofe e cada planeta um refrão. Nesta Criação em génese, tudo tem sentido e finalidade.

Tem sentido o átomo e a molécula, o sistema solar e a Galáxia. A Criação é um testemunho vivo da vossa Sabedoria e arte de criar.

Entre a multidão dos dinamismos cósmicos brotam cheios de beleza e inteligência os dinamismos da vida cuja cúpula é o Homem em construção:

No momento da criação do Homem, o Espírito Santo, como génese animadora de comunhão e vínculo de relações amorosas faz emergir a vida espiritual talhada para o encontro amoroso com Deus.
E no fim da cadeia evolutiva surge o barro orgânico do qual saiu Adão. Nesse momento, Deus comunica-lhe o hálito da vida através de um beijo cheio de ternura.

Nesse momento, o barro torna-se barro com coração e surge o Homem como comunhão de pessoas capazes de eleger os outros como alvo de amor.

Deus Santo,
No coração do vosso poema cheio de sabedoria e o amor surge Jesus Cristo, o ponto de encontro do melhor de Deus com o melhor da Humanidade.

No tecido da Criação agitam-se ondas, partículas, células, tecidos e pessoas que emergem como seres livres, conscientes e responsáveis.

É lógico este Universo em que habitamos. É por esta razão que o Homem consegue compreender as suas razões e sentidos.

Deus Santo,
Como são vastos os temas do vosso poema universal: Átomo, planeta, Galáxia. Asteróide e a nossa estrela Polar.

Mas o tema central do vosso poema é o Homem cuja cúpula é Jesus Cristo. Com a emergência do Homem a nossa Terra deu um salto de qualidade, tornando-se um lugar onde pode acontecer amor e fraternidade.

A Humanidade está a emergir como comunhão orgânica e dinâmica de pessoas, cada uma delas a construir uma história única, original, irrepetível e com seu jeito próprio de amar.
Ao ser incorporado por Cristo na comunhão divina, o Homem fica divinizado, pois passou a ser da raça de Deus.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A NOVA ALIANÇA COMO CÚPULA DA CRIAÇÃO

Pai Santo,
Louvado sejas por teres sonhado a Nova e Eterna pela Nova e Eterna Aliança como um jeito amoroso de te relacionares connosco.
Ainda o Universo não existia e tu já tinhas nos teus planos criar o Homem e relacionar-te com ele em jeito de pacto amoroso.

De facto, a Nova e Eterna Aliança já estava presente como pano de Fundo ao teu plano Criador.
Tu estiveste sempre presente à génese da Criação a partir de dentro. A Nova e eterna Aliança é a expressão do teu jeito dinâmico de estar presente à tua Criação, sobretudo ao Homem que tu quiseste criar à tua imagem e semelhança (Gn 1, 26-27).

Tu és o Deus connosco. A tua morada é o coração do Universo em gestação. Na verdade, a tua casa é um campo espiritual contínuo de interacções amorosas, o qual constitui a interioridade máxima do Universo.

Isto significa que não está longe da tua própria Criação. Para criar não tiveste de te deslocar. Não vieste cá abaixo para realizar a Criação, retirando-te em seguida para uma transcendência longínqua.

Trindade Santa,
Vós relacionais-vos com a Criação a partir de dentro, dinamizando esse feixe de interacções, a fim de a Criação avançar em direcção da sua meta.

A Criação é um processo dinâmico ainda não acabado. A Nova e Eterna Aliança não é mais que a qualidade que Vós, Trindade Bendita, quisestes conferir às relações com a génese criadora do Universo.

Espírito Santo,
A essência da Nova e Eterna Aliança é uma comunhão amorosa cujo princípio dinamizador és tu.
Eis o modo como acarta aos Efésios descreve o teu plano de interagir de modo permanente com o Homem que tu escolheste como cabeça e guia desta Criação em marcha:
“Deus escolheu-nos em Cristo antes da fundação do mundo, a fim de sermos santos e irrepreensíveis na sua presença e vivermos no amor.
Predestinou-nos para sermos adoptados como seus filhos por meio de Jesus Cristo, de acordo com a sua eterna vontade” (Ef 1, 4-5).

Este plano esteve oculto durante milénios, mas foi dado a conhecer na plenitude dos tempos, acrescenta a mesma Carta:

“Agora podeis fazer uma ideia da compreensão que tenho do mistério de Cristo Jesus. Este mistério não foi dado a conhecer aos filhos dos homens das gerações passadas, como agora foi revelado pelo Espírito Santo aos seus Apóstolos e Profetas ” (Ef 3, 4-5).

Deus Santo,
Como Deus da Aliança, Vós sois realmente fiel e verdadeiro. A Nova Aliança representa a plenitude de um projecto sonhado por vós ainda antes de terdes iniciado a génese da Criação.
A Antiga Aliança foi um passo importante da para Deus nos conduzir até Jesus Cristo.
Mas o vosso plano criador tinha como meta não a Antiga Aliança, mas a Nova e Eterna Aliança.
A Antiga Aliança foi um passo da acção pedagógica do Espírito Santo para conduzir a Humanidade à plenitude dos tempos, isto é, ao fim do tempo da gestação, dando início ao parto que origina o nascimento dos filhos de Deus.
Eis as palavras da Carta aos Efésios: “Com efeito, Cristo é a nossa paz. De dois povos fez um só, anulando o muro da separação, isto é, a Lei Mosaica com suas normas e preceitos, a fim de criar um só Homem Novo com judeus e pagãos.

Os pagãos, portanto, já não são estrangeiros nem imigrantes na casa de Deus, mas concidadãos dos santos e membros da Família de Deus” (Ef 2, 14.19).

O Novo Testamento repete várias vezes que a Antiga Aliança estava em função da Nova e Eterna Aliança:

Eis o que diz a Carta aos Gálatas: “Antes de chegar a plenitude da fé estávamos prisioneiros da Lei Mosaica:

A Lei tornou-se o pedagogo que nos conduziu até Cristo, a fim de sermos justificados pela fé.
Já sois filhos de Deus e, por isso, já não estais sob o domínio do pedagogo (…). Já não há judeu ou grego.
Não há escravo ou homem livre. Não há homem ou mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gal 3, 23-29).
A antiga Aliança tinha como alicerce a Lei de Moisés. Esta multiplicava em normas, preceitos, ritos e mandamentos que não tinham qualquer eficácia para a obtenção da salvação.

A Nova Aliança tem como alicerce o dom do Espírito Santo, o qual realiza em nós a obra da salvação, como diz São Paulo na Carta aos Gálatas:

“Todos os que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus” (Rm 8, 14). Viver a dinâmica da Nova aliança significa deixar-se conduzir pelo Espírito Santo:

“Eis os frutos do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e auto-domínio. Contra tais coisas não há Lei” (Gal 5, 22).

A Antiga Aliança, portanto, foi superada pela Nova e Eterna Aliança. As metas que estão ao serviço de um objectivo são superadas quando o objectivo é atingido.

Do mesmo modo, a antiga Aliança foi superada pelo aparecimento da Nova. Isto quer dizer que a Nova Aliança não é uma simples continuidade em relação à Antiga, tal como Cristo não está apenas numa linha de continuidade em relação a Moisés.

Pelo contrário, a Nova e Eterna Aliança representa um salto de qualidade em relação à Antiga.
De facto, a divinização do Homem realizada pela Encarnação, não está numa linha de simples continuidade em relação à libertação dos hebreus da escravidão do Egipto.

Entre estes dois acontecimentos existe, na verdade, uma diferença qualitativa. A libertação realizada pela Nova e Eterna Aliança tem o alcance de uma salvação definitiva, a qual implica a assunção e incorporação da humanidade na Família da Santíssima Trindade (Jo 1, 12-14).

Deus planeou a salvação da Humanidade, diz a Carta aos Efésios, ainda antes da criação do Mundo (Ef 1, 4).

O Reino que havemos de herdar com Cristo ressuscitado foi preparado para nós, diz o evangelho de São Mateus, desde a Criação do mundo (Mt 25, 34).

O plano salvador que Deus sonhou para nós, diz a Segunda Carta a Timóteo, foi concebido desde os tempos primordiais (2 Tim 1, 8-9).

Este plano não foi conhecido dos antigos reis e profetas, mas foi-nos revelado com o acontecimento de Cristo, diz o evangelho de São Lucas:

“Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse:
“Bendigo-te ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelaste aos pequeninos.

Sim, Pai, de facto foi este o teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai e ninguém conhece o Filho senão o Pai, nem quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

Voltando-se depois para os discípulos disse-lhes: “Felizes os olhos que vêem o que estais a ver.
De facto, digo-vos eu, muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não o ouviram!” (Lc 10, 21-24).

A Carta aos Hebreus diz que Deus, ao falar de uma Nova Aliança declarou ultrapassada a Antiga.
O que se torna ultrapassado está prestes a desaparecer, assim acontece com a Antiga Aliança (cf. Heb 8, 13).

O Livro do Profeta Ezequiel promete ao povo uma Nova aliança, a qual será mais perfeita do que a Antiga:

“Lembrar-me-ei da Aliança que fiz contigo, no tempo da tua juventude e estabelecerei contigo uma aliança Eterna (…).
Estabelecerei contigo a minha Aliança Eterna e tu ficarás a saber que eu sou o Senhor” (Ez 16, 60-63).

Segundo o profeta Jeremias, a Nova Aliança assenta em novos alicerces, pois terá como fundamento um coração renovado pelo dom do Espírito Santo:

“Dias virão em que estabelecerei uma Nova Aliança com a casa de Israel e a casa de Judá, oráculo do Senhor.

Não será como a Aliança que estabeleci com seus pais, quando os tomei pela mão para os fazer sair da terá do Egipto

Apesar de eu os ter livrado da opressão, eles esqueceram-me e não cumpriram a Aliança que fiz com eles, oráculo do Senhor.

Esta será a Aliança que estabelecerei com a casa de Israel, depois desses dias, oráculo do Senhor:
Imprimirei a minha Lei no seu íntimo e gravá-la-ei no seu coração: Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” (Jer 31, 31-33).

A Nova Aliança, não é escrita em tábuas de pedra, como foi a Antiga, mas será escrita no coração das pessoas pelo Espírito Santo que nos foi dado.

São Paulo diz aos membros a comunidade de Corinto que eles são uma carta de Cristo, escrita pelo Espírito Santo, pois eles pertencem à Nova e Eterna Aliança:

“A nossa carta sois vós, uma carta escrita nos nossos corações, conhecida e lida por todos os homens.

Na verdade, vós sois uma carta de Cristo confiada ao nosso ministério. Foi escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo.

Escrita, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações (…). Na verdade, é Deus que nos torna aptos para sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito, pois a letra mata, enquanto o Espírito dá vida” (2 Cor 3, 2-6).

A Carta aos Romanos acrescenta que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Glória a Vós Trindade Santa que sois Pai, Filho e Espírito Santo.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias