segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ESPERANÇA E VIDA CRISTÃ

A Vida Cristã assenta sobre os pilares da fé, da esperança e do amor ao jeito de Cristo, isto é, a caridade.

A esperança tem um papel central na vida cristã, pois é por ela que nós temos a certeza de conseguir algo de bom que será o alicerce de uma felicidade plena e definitiva.

A Esperança antecipa, isto é, torna presente já agora, a certeza de que havemos de possuir os dons prometidos por Deus, e que dão pleno sentido ao nosso futuro.

Na verdade, é pela porta da esperança que nós podemos entrar e saborear antecipadamente, o futuro que Deus preparou para nós.

Através da esperança, os cristãos celebram no presente o que havemos de ser na festa universal da Família de Deus.

Por outras palavras, graças ao papel antecipador da esperança os cristãos saboreiam nas celebrações o que havemos de ser com Deus na festa da salvação.

Ao mesmo tempo, o Espírito Santo vai realizando de modo progressivo aquilo que a esperança nos garante que seremos na vida eterna.

De facto, a Palavra de Deus revela-nos aquilo que seremos na plenitude da vida com Cristo, e o Espírito Santo realiza em nós o que a Palavra nos revela.

Por outras palavras, a Palavra de Deus capacita-nos para olhar as pessoas e as coisas com os critérios de Deus.

A esperança apoia-se na certeza de que Deus é fiel e verdadeiro e, portanto, vai realizar o que nos foi prometendo através da sua Palavra.

A esperança cristã é um dom do Espírito Santo, o qual nos ilumina e desperta em nós o desejo da plenitude que Deus nos prometeu.

Os dons que Deus no promete não se referem apenas aos bens do corpo, mas também aos bens do espírito.

Isto quer dizer que a nossa Esperança ultrapassa os limites estreitos da vida que morre e acaba no cemitério.

A esperança optimiza a mente dos crentes capacitando-os para ver, não apenas os bens da Terra, mas também a Vida Eterna que viveremos com Cristo ressuscitado.

A Fé, a Esperança e a Caridade crescem ao mesmo ritmo. A esperança cristã ajuda-nos a realizar a vontade de Deus, sabendo que esta coincide sempre com o que é melhor para nós.

Graças à esperança, os sofrimentos e a morte surgem para o cristão como acontecimentos com sentido.

Tenho a certeza, diz São Paulo, de que os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a alegria e a felicidade que teremos no futuro junto de Deus (Rm 8, 18).

Graças à esperança já podemos celebrar e saborear o que havemos de ser no futuro.
Fundamentada na Palavra de Deus, a esperança dá-nos a certeza de que a História Humana parte de um plano de amor.

Eis as palavras do profeta Jeremias a este propósito: “Conheço muito bem os planos que fiz para vós, diz o Senhor.

Fiz planos para crescerdes e terdes sucesso, e não para fracassardes ou serdes destruídos.
O meu plano é fazer que tenhais um futuro bom. Podeis confiar em mim, diz o Senhor.Quando eu vos der tudo aquilo que penso dar-vos, vós chamareis por mim, far-me-eis a vossa oração e eu escutar-vos-ei” (Jer 29, 11-12).

Podemos dizer que a esperança cristã é uma certeza que assenta na fidelidade de Deus à sua Palavra.

Se confiarmos em Deus podemos sentir-nos tranquilos, pois ele é capaz de fazer maravilhas em nosso favor quando confiamos nele.

Eis o que o Espírito Santo disse a São Paulo num dia em que ele se sentia abatido pela sua fragilidade:
“Basta-te a minha graça, pois o meu poder libertador é perfeito quando se trata de ajudar a fraqueza de alguém” (2 Cor 12, 9).

Durante a Última Ceia, Jesus fortalece a confiança dos Apóstolos com as seguintes palavras:
“Agora estais abatidos, mas ver-vos-ei de novo e haveis de vos alegrar, pois já ninguém poderá tirar-vos a vossa alegria” (Jo 16, 22).

A Carta aos Colossenses dá-nos uma norma sábia para nós fortalecermos a esperança:
“Colocai a vossa mente nas coisas do alto e não nas terrenas” (Col 3, 2).

Quanto mais a nossa mente e o nosso coração se deixam possuir pela Palavra de Deus, mais o Espírito Santo nos transforma e configura com Cristo.

São Paulo diz que tudo o que foi escrito nas Sagradas Escrituras destina-se a fundamentar e fortalecer a nossa esperança (Rm 15, 4).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
















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