segunda-feira, 13 de julho de 2009

CRISTO COMO ALICERCE DO HOMEM NOVO-I

I-CRISTO SUPEROU O HORIZONTE DAS PROFECIAS

Jesus Cristo é um caso único na História Humana, pois é o único homem que foi anunciado e esperado durante séculos antes de ter nascido.

Apesar de ter sido anunciado durante séculos os que o anunciaram não vislumbraram o alcance da missão que Deus lhe confiou.

Na verdade, o alcance salvador da missão de Jesus Cristo foi muito além de tudo o que os profetas anunciaram sobre o Messias.

Os que acreditam nele sabem que, graças à sua fidelidade total, Jesus Cristo tornou-se o fundamento da Nova Humanidade.

A qualidade da sua vida optimizou a qualidade de vida de todos os seres humanos. De não divinos, as pessoas humanas passaram à condição de seres divinizados e membros da Família de Deus.

Nenhum profeta sonhou que o filho de David seria também o Filho Eterno de Deus, isto é, a Segunda pessoa da Santíssima Trindade.

Nenhum profeta imaginou que o Messias viria introduzir na marcha da história a dinâmica da divinização.

Foi este Messias anunciado que, ao ressuscitar, constituiria a comunhão universal do Homem com Deus.

Ele é o portador da Água Viva que faz emergir torrentes de Vida Eterna no nosso íntimo (Jo 4, 14; 7, 37-39).

Eis o modo como Cristo se tornou a cabeça da Humanidade. São Paulo diz isto de modo muito bonito quando afirma: “Se alguém está em Cristo é um Nova Criação.” (2 Cor 5, 17).

Depois afirma ainda que somos o corpo de Cristo e seus membros, cada qual com uma função própria (1 Cor 12, 27; 10, 17).

O evangelho de São João diz que a união da Humanidade com Cristo é de tipo orgânico. É semelhante à união que existe entre a cepa da videira e os seus ramos disse Jesus (Jo 15, 1-7).

No momento da Sua morte e ressurreição, Jesus Cristo entrou nas coordenadas da Comunhão Universal, comunicando à Humanidade a Sua condição humano-divina.

Com efeito, nenhuma profecia sonhou com a grandeza do projecto salvador de Deus realizado em Cristo.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

CRISTO COMO ALICERCE DO HOMEM NOVO-II

II-CRISTO COMO ALICERCE DO HOMEM NOVO

Foi após a ressurreição de Jesus que nós começámos a beber a Água viva que faz germinar no nosso íntimo a abundância da Vida Eterna.

No momento em que entra nas coordenadas da universalidade, Jesus torna-se o ponto de encontro do Humano com o Divino.

No interior de Jesus Cristo circulava a Água Viva que faz brotar uma fonte de Vida Eterna no nosso íntimo.

No momento em que se torna o coração da Comunhão da Família Divina, o Espírito Santo tornou-se o sangue da Nova Aliança que leva a vida divina a todos os membros da Comunhão do Reino de Deus.

O evangelho de São João diz que o Espírito Santo é que dá a Vida Nova, pois a carne não serve para nada no que diz respeito à Vida Eterna (Jo 7, 63).

É por esta razão, diz Jesus, que nós temos de nascer de novo pelo Espírito (Jo 3,6). São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5).

Foi para nos dar o poder de nos tornarmos filhos de Deus que o Filho de Deus encarnou (Jo 1, 12-14).

É por esta razão, diz São Paulo, que todos os que são movidos pelo Espírito Santo são filhos e herdeiros de Deus Pai, bem como irmãos e co-herdeiros com o Filho de Deus (Rm 8, 14-17).

Como Água Viva e Vivificante o Espírito Santo é o sangue de Deus a circular no nosso interior, levando a Vida Divina a todo o nosso ser.

Como Cabeça da Nova Humanidade, Jesus Cristo inseriu-nos na comunhão da Santíssima Trindade.

É nele que se realiza a Nova e Eterna Aliança. Por parte de Deus assina o Filho Eterno de Deus, encarnando e introduzindo-nos na Família de Deus.

Por parte do Homem assina Jesus de Nazaré, homem em tudo igual a nós, excepto no pecado.

A sua assinatura pelo lado do Homem consistiu em ser incondicionalmente fiel ao Pai, vencendo a infidelidade dos filhos de Adão.

Em Comunhão Connosco
Calmeiro Matias

CRISTO COMO ALICERCE DO HOMEM NOVO-III


III-EM CRISTO SOMOS UMA NOVA CRIAÇÃO

Ao comunicar-nos o Espírito Santo, Jesus introduziu-nos na plenitude da Vida. Na verdade, o Espírito Santo é o guia seguro que nos conduz à “galáxia” da Comunhão Universal, interioridade máxima e coração personalizado do Universo.

Jesus Cristo é o Centro e o medianeiro desta Comunhão Universal. Nele se encontram e interagem organicamente o melhor de Deus com o melhor do Homem.

Ele é o Novo Adão, a Árvore da Vida plantada no centro do Paraíso. No momento da sua morte e ressurreição ele garantiu ao Bom Ladrão que nesse mesmo dia, estariam na festa do paraíso.

Fechado pelo pecado de Adão, o paraíso foi reaberto por Jesus Cristo! Ao ressuscitar, o Novo Adão colocou o fruto da Árvore da Vida ao nosso alcance.

Agora podemos cantar: “Aleluia! Estamos salvos, pois já temos acesso ao fruto que nos dá a Vida Eterna (cf. Jo 6, 51).

A Árvore da Vida é Cristo ressuscitado e o fruto de Vida Eterna que esta Árvore nosproporciona é o Espírito Santo.

No momento da sua morte e ressurreição Jesus foi à morada dos mortos levando consigo o o fruto da Vida Eterna a todos os que o precederam incorporando-os na Família de Deus.

O evangelho de São João compara o Espírito Santo ao vinho bom que vem no fim, a fim de alegrar a festa do banquete eterno da Família de Deus (cf. Jo 2, 1-10).

Eis o que dia o Livro do Apocalipse sobre a festa do banquete eterno de Deus: “Mostrou-me depois um rio de Água Viva, resplandecente como cristal, o qual saía do trono de Deus e do Cordeiro.

No meio da praça da cidade, junto à margem do rio, está a Árvore da Vida (...) cujas folhas servem de medicamento para as nações” (Apc 22, 1-2).

É esta a Terra da alegria e da Vida Plena, onde não há mais luto, nem lágrimas. O sofrimento, a dor e o ódio são totalmente banidos da cidade da Vida Eterna, acrescenta o Livro do Apocalipse:

“Vi, depois, um novo Céu e uma Nova Terra. O primeiro Céu e a primeira Terra tinham desaparecido e o mar já não existia.

E vi descer do Céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, já preparada, como noiva adornada para o seu esposo.

E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: “Esta é a morada de Deus entre os homens”.

Deus habitará com eles, os quais formarão o Seu Povo. O mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus.

Enxugará todas as lágrimas dos seus olhos. E não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor, pois as primeiras coisas passaram.

O que estava sentado no trono disse: “Eis que renovo todas as coisas” (Apc 21, 1-5 a).


Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias




sexta-feira, 10 de julho de 2009

A IMAGEM DE DEUS É O HOMEM EM COMUNICAÇÃO-I

I-HOMEM E MULHER, DEUS OS CRIOU

Apenas em contexto de relações o Homem realiza a sua condição de imagem de Deus.

A Humanidade, tal como a Divindade, formam um todo orgânico constituído por pessoas.

A unidade humana não significa unicidade pessoal. Somos uma multidão de pessoas formando uma só Humanidade.

Do mesmo modo, a unidade divina, não significa unicidade pessoal, pois apesar de ser único, o nosso Deus não é apenas uma pessoa.

Considerado como comunhão de pessoas, o Homem é uma imagem perfeita de Deus. Isto quer dizer que a imagem de Deus não é este ou aquele ser humano isolado.

A pessoa que, por opção, vai recusando progressivamente as propostas do Amor, entra na lógica da perdição.

Se continuar essa opção de modo incondicional e persistente, o seu fim é o estado de inferno. Neste caso torna-se um esboço inacabado e profundamente mutilado enquanto imagem de Deus.

Deus é comunhão plena. O estado de inferno é a solidão total. Isto quer dizer que o estado de inferno é a negação máxima de Deus.

O casal humano, por ser uma reciprocidade de amor criador e fecundo, é uma imagem privilegiada de Deus (Gn 1, 27).

Na verdade, a união matrimonial, e o conjunto familiar daí proveniente, são uma expressão privilegiada da realidade de Deus.

A bíblia proíbe ao homem esculpir imagens de Deus, pois o Homem só pode conceber Deus à sua imagem e semelhança.

Mas Deus não é imagem do Homem. Este é que é imagem de Deus. Isto quer dizer que só Deus pode esculpir imagens do próprio Deus.

Como o Homem é um ser em construção, a imagem de Deus é uma realidade a realizar-se de modo gradual e progressivo.

O Homem a construir-se como imagem de Deus é um processo histórico. Somos, realmente, seres históricos. Para nos dizermos temos de contar uma história.

Quando contamos a nossa história a alguém estamos a desenhar para os outros um esboço da imagem de Deus.

Não somos capazes de moldar de modo perfeito a imagem de Deus sozinhos. De facto, a pessoa só se possui plenamente mediante a relação com os outros.

A Humanidade como imagem de Deus ainda não está acabada. No entanto, com Jesus Cristo, a imagem de Deus em construção entrou na fase dos acabamentos.

O ser humano só em relação com os outros e moldado pela acção do Espírito Santo pode esculpir correctamente a imagem de Deus.

Não se trata de uma realidade individual mas comunitária.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

A IMAGEM DE DEUS É O HOMEM EM COMUNICAÇÃO-II

II-COM CRISTO, A IMAGEM DE DEUS É DIVINIZADA

Pelo facto de o Homem ser a imagem de Deus em construção, podemos afirmar o seguinte:

Quanto mais aprofundamos a realidade do Homem mais se nos desvenda o rosto de Deus,
O Espírito Santo vai restaurando em nós o Homem criado à imagem de Deus, na justiça e na santidade verdadeiras (Ef 4, 23-28).

Isto quer dizer que a plenitude da Humanidade não está em si, mas na comunhão coma divindade.

Mesmo após o nosso pecado, Deus vem cheio de ternura ao cimo da colina na esperança de ver o filho pródigo regressar (Lc 15, 11-32).

Com Cristo ressuscitado, a Humanidade recebe o grande dom do Espírito Santo, a fim se tornar uma nova criação reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-9).

No princípio, Deus Pai sonhou a Humanidade à sua imagem e semelhança (Gn 1, 26-27). Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus levou concretizou este sonho, divinizando o Homem mediante o mistério da Encarnação.

A pessoa que se fecha ao amor impede a emergência da humanidade na sua pessoa, impedindo a emergência de uma novidade na Humanidade.

Isto empobrece a Comunhão Humana Universal e, portanto, na comunhão humano-divina do Reino de Deus.


Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias







terça-feira, 7 de julho de 2009

ALEGORIA SOBRE A VIDA COM MAIÚSCULA-I

I-DA VIDA NASCENTE À VIDA COM MAIÚSCULA

Quando o Céu ainda não era azul e a Terra não era verde, a natureza começou a preparar o berço para a vida.

A Terra estava em formação, cheia de vulcões em actividade e, por isso, o solo estava quente e as temperaturas ambientais eram elevadas.

Devido à actividade dos vulcões a condensação daí resultante, surgem os primeiros lagos sobre a Terra.

A água destes lagos era quente e estava constantemente a ser bombardeada por radiações e fortes descargas eléctricas.

Foi num quadro primordial deste tipo que a vida apareceu nesta Terra bonita, generosa e fecunda que apareceu ávida.

Com o aparecimento das plantas e a actividade da função clorofilina, o Céu começa a tornar-se azul e a Terra verde.

Os primeiros seres vivos eram minúsculos, mas Deus, ao criar esta vida incipiente já estava a pensar na vida com maiúscula.

A vida com maiúscula surgiu com o salto evolutivo da hominização. Quando o barro primordial do qual saiu Adão ficou amassado, Deus deu-lhe um beijo, comunicando-lhe o hálito da vida.

Nesse momento, o barro torna-se barro com coração capaz de amar e comungar com Deus e os irmãos.

Barro com coração é a pessoa possuidora de uma interioridade espiritual livre, consciente, responsável e capaz de amar.

Barro com coração é o marido que se esforça para que não falte o essencial lá em casa. Barro com coração é a esposa que se afadiga para optimizar as capacidades do marido, dando ternura e todo o apoio de que ele tenha necessidade.

Barro com coração é a mãe que, após um dia de trabalho, ainda arranja tempo para preparar uns miminhos para os filhos.

Barro com coração é o jovem que é capaz de correr riscos para defender os valores que reconhece como essenciais, mesmo que à sua volta esses valores sejam desprezados.

Barro com coração é a jovem que procura agir de acordo com o que lhe parece certo e justo.

Barro com coração é o adolescente capaz de ser diferente, mesmo que isso, por vezes, o torne menos popular.

Barro com coração é a pessoa humana que procura tratar os outros como deseja ser tratada por eles.

Barro com coração é a pessoa que decide falar com alguém que lhe parece estar muito necessitado de desabafar.

Barro com coração é o jovem consciente que se mantém firme nas suas opiniões e não anda simplesmente ao sabor das opiniões dos outros.

Na linguagem alegórica da bíblia, o barro a amassar-se, significa a marcha da evolução a caminhar para a meta da vida com maiúscula.

Por surgir como pessoa humana, Adão já podia comungar com Deus e com a mulher que Deus lhe deu como companheira.

Mas Deus não criou o Homem primordial acabado. O Homem perfeito nunca existiu antes de Cristo.

Ainda hoje o Homem continua a ser uma Humanidade inacabada. Por ser inacabado, o Homem é frágil e, por vezes, infiel ao plano de Deus.

Adão foi infiel e em vez de comungar com o autor da Criação virou-lhe as costas. Com este procedimento, Adão entrou no caminho do fracasso, opondo-se ao plano de Deus.

Eis o que diz o Livro do Génesis: “O Senhor Deus disse: “eis que o Homem, quanto ao conhecimento do bem e do mal, se tornou como um de nós.

Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da Árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre.

Então, o Senhor Deus expulsou Adão do Jardim do Paraíso. Depois de o ter expulsado, Deus colocou a oriente do jardim uns Querubins com uma espada flamejante, a fim de guardarem o caminho da Árvore da Vida” (Gn 3, 22-24).

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

ALEGORIA SOBRE A VIDA COM MAIÚSCULA-II

II-AS DUAS ÁRVORES DO PARAÍSO

O Livro do Génesis diz que havia no centro do Paraíso duas árvores fundamentais: a árvore do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida.

A árvore do conhecimento do bem e do mal é a ciência humana. A árvore da vida é a Sabedoria que brota do Espírito Santo e da Palavra de Deus.

A sabedoria é a capacidade de saborear a realidade, isto é, Deus, o Homem, a História e o Cosmos com os critérios de Deus.

Privada da sabedoria, a ciência humana é ambígua e capaz de realizações que resultam em grandes tragédias para a Humanidade.

Se for condimentada com a sabedoria, a ciência torna-se um bem fundamental para o sucesso e a felicidade do Homem.

Os que comem o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, recusando-se a robustecer a mente e o coração com a sabedoria do Espírito Santo, descobrem que estão nus.

Estar nu, na simbologia destes relatos da criação significa estar impotente e incapaz de se realizar e atingir a meta da felicidade.

Quando Deus infundiu o sopro da vida, isto é, o Espírito Santo no barro primordial estava a dar ao Homem condições fundamentais para se realizar e ser feliz.

Com efeito, as pessoas que se fecham à Palavra de Deus, recusando-se a ouvir a voz do Espírito na sua consciência estão a fechar o caminho da sua realização e felicidade.

Estas pessoas estão a bloquear o caminho da sua humanização, optando pelo caminho do capricho e da arbitrariedade que culmina no malogro final.

O caminho da humanização, pelo contrário, culmina na divinização e incorporação da pessoa na Família de Deus.

Da árvore da vida brota o Espírito Santo, o fruto que, à maneira de uma água viva faz brotar uma fonte de Vida Eterna no nosso coração.

No coração dos que comem o fruto da árvore da vida começa a nascer a vida nova dos filhos de Deus.

Eis o que diz o livro do Apocalipse: “E vi descer do Céu, a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, preparada como uma noiva vestida e adornada para o seu esposo” (Apc 21, 2).

O profeta Isaías diz que o Messias surge como um rebento de uma árvore cuidada por Deus, a qual terá como fruto os dons do Espírito Santo:

“Brotará um rebento do tronco de Jessé, e um renovo brotará das suas raízes. Sobre Ele repousará o Espírito de Deus:

Espírito de Sabedoria e Entendimento, Espírito de Conselho e Fortaleza. Espírito de Ciência e amor a Deus” (Is 11, 1-2).

Assim como o fruto da Árvore da Vida é o Espírito Santo, o fruto mais rico da dos que comem deste fruto é Vida com Maiúscula que é a comunhão com Deus.

No Paraíso tinha de haver estas duas árvores, a fim de o homem poder escolher e se tornar livre.
Qualquer destas árvores estava perfeitamente ao alcance do Homem.

As duas árvores simbolizam a capacidade humana de tomar iniciáticas e o dom do Espírito Santo que optimiza as nossas capacidades para darmos frutos de vida eterna.

Adão confiou apenas nas suas capacidades rejeitando o Espírito que estava nele. São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado no nosso coração (Rm 5,5).

Como consequência deste pecado, o Paraíso foi fechado para o Homem. Mas Deus não permitiu que o seu plano de amor para o Homem fosse destruído.

Foi então que nos enviou Cristo, o Novo Adão, o qual pôs ao nosso alcance o Paraíso e o fruto da árvore da vida.

No momento da sua morte e ressurreição, Jesus Cristo abriu de novo o Paraíso à Humanidade.
Eis o que Jesus diz ao Bom Ladrão no momento de morrer:

“Em verdade te digo: hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43). Cristo é o Novo Adão e é também a Árvore da Vida cujo fruto, nos comunica a Vida com Maiúscula, a fim de tomarmos parte na Família de Deus (Rm 8, 14-17).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

sexta-feira, 3 de julho de 2009

CANTANDO A EPOPEIA DA HUMANIDADE

Humanidade,

És um entretecido orgânico e dinâmico de muitas pessoas em construção. Ainda és um projecto inacabado, apesar de muitos milhões de pessoas já estarem nas coordenadas da plenitude.

Emerges de modo único, original e irrepetível no concreto de cada pessoa e fazes parte da cúpula personalizada do Universo.

Fazes parte do melhor que a Criação produziu: vida espiritual estruturada de modo livre, consciente, responsável e capaz de comunhão amorosa.

Emerges de modo único, original e irrepetível no concreto de cada pessoa. Humanidade,
Não és divina por natureza, mas és proporcional à própria Divindade.

Na verdade, tu és uma união orgânica de pessoas e a Divindade também. Por te concretizares em pessoas capazes de amor e comunhão, a tua vida tem sabor a eternidade, pois o amor é imortal.

Humanidade,

Por te estares a constituir como união orgânica de pessoas, já pode acontecer comunhão entre ti e a Divindade.

Estás a emergir no concreto de cada pessoa em turno histórico de construção.À medida que emerges, converges também para a Comunhão Universal.

Com efeito, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão amorosa.

Estás a acontecer de novo nos milhões de seres humanos a emergir na História. Mas os muitos milhões que nos precederam na História também fazem parte da mesma Humanidade.

Hoje estamos nós de turno. Os muitos milhões que nos precederam já atingiram a plenitude da Vida e do Amor.

Todos estes já dançam o ritmo do amor, mas cada qual com o jeito que treinou aqui na terra.

Depois de atingirem a densidade da plenitude, as pessoas nas quais te concretizas mantêm a sua identidade histórica, isto é, o jeito de amar que foram moldando enquanto viveram na História.

Com o acontecimento de Jesus Cristo, chegou para ti a plenitude dos tempos, isto é, a fase dos acabamentos.

Deste modo se iniciou a dinâmica da divinização do Homem. Antes de Jesus Cristo estavas no tempo da gestação. Com o mistério da ressurreição o Homem Novo começa a nascer através de um parto gradual e progressivo.

Com o mistério da Encarnação, o divino enxertou-se no humano, a fim de este ser divinizado, mediante a sua incorporação na Família de Deus.

O teu ser interior, por ser constituído por pessoas em comunhão, tem densidade espiritual. És semelhante a Deus na tua configuração.

Por ser um homem plenamente realizado, Jesus também te pertence, pois é o coração da união orgânica que é a expressão máxima do teu ser.



Podemos dizer que em Cristo se encontra o melhor da Divindade com o melhor da Humanidade.

Por estares chamada a realizar-te, precisas de sentidos para viver e agir. Na verdade, és capaz de saborear o sentido do Universo, da História e do teu próprio projecto em construção.

E para optimizar a tua capacidade de saborear a realidade, Deus concedeu-te o dom da revelação.

Humanidade,

A tua História está marcada pelo Amor que te criou: Ao nascer da aurora, Deus amassou o barro de que és feita.

Ao chegar o meio-dia, foi-te concedido o dom da Salvação em Cristo. Agora podes celebrar e agradecer a dinâmica da Salvação a acontecer no teu coração, graças à presença amorosa do Espírito Santo.

Ao criar-te, Deus amou-te apaixonadamente. O seu jeito de nos amar até à morte é a expressão máxima do amor incondicional de Deus.

Deus Pai sonhou-nos à sua imagem e semelhança. O Filho de Deus, pelo mistério da Encarnação, concretizou este sonho de amor.

Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo introduz-nos na comunhão amorosa da Santíssima Trindade.

Na verdade, ele é o amor de Deus derramado nos nossos corações como diz São Paulo (Rm 5,5).

Graças ao dom da revelação podemos compreender, celebrar e agradecer o projecto de amor no qual estamos inseridos.

Deste modo, os anseios mais profundos do nosso coração encontraram resposta para a fome de sentidos que nos invadiam.

Na verdade, a fome de plenitude que gritava dentro de nós já pode ser saciada. Afinal, o chamamento interior que nos convida a crescer, tem toda a razão de existir.

Humanidade,

És a menina dos olhos deste Deus que não te criou para o vazio da morte. Deus está a criar-te todos os dias no concreto de cada pessoa.

Deus não te criou acabada, a fim de te poderes criar através das decisões, opções e escolhas das pessoas nas quais está a emergir.

Humanidade,

É grandioso o projecto de amor do qual fazes parte!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias