terça-feira, 7 de julho de 2009

ALEGORIA SOBRE A VIDA COM MAIÚSCULA-II

II-AS DUAS ÁRVORES DO PARAÍSO

O Livro do Génesis diz que havia no centro do Paraíso duas árvores fundamentais: a árvore do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida.

A árvore do conhecimento do bem e do mal é a ciência humana. A árvore da vida é a Sabedoria que brota do Espírito Santo e da Palavra de Deus.

A sabedoria é a capacidade de saborear a realidade, isto é, Deus, o Homem, a História e o Cosmos com os critérios de Deus.

Privada da sabedoria, a ciência humana é ambígua e capaz de realizações que resultam em grandes tragédias para a Humanidade.

Se for condimentada com a sabedoria, a ciência torna-se um bem fundamental para o sucesso e a felicidade do Homem.

Os que comem o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, recusando-se a robustecer a mente e o coração com a sabedoria do Espírito Santo, descobrem que estão nus.

Estar nu, na simbologia destes relatos da criação significa estar impotente e incapaz de se realizar e atingir a meta da felicidade.

Quando Deus infundiu o sopro da vida, isto é, o Espírito Santo no barro primordial estava a dar ao Homem condições fundamentais para se realizar e ser feliz.

Com efeito, as pessoas que se fecham à Palavra de Deus, recusando-se a ouvir a voz do Espírito na sua consciência estão a fechar o caminho da sua realização e felicidade.

Estas pessoas estão a bloquear o caminho da sua humanização, optando pelo caminho do capricho e da arbitrariedade que culmina no malogro final.

O caminho da humanização, pelo contrário, culmina na divinização e incorporação da pessoa na Família de Deus.

Da árvore da vida brota o Espírito Santo, o fruto que, à maneira de uma água viva faz brotar uma fonte de Vida Eterna no nosso coração.

No coração dos que comem o fruto da árvore da vida começa a nascer a vida nova dos filhos de Deus.

Eis o que diz o livro do Apocalipse: “E vi descer do Céu, a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, preparada como uma noiva vestida e adornada para o seu esposo” (Apc 21, 2).

O profeta Isaías diz que o Messias surge como um rebento de uma árvore cuidada por Deus, a qual terá como fruto os dons do Espírito Santo:

“Brotará um rebento do tronco de Jessé, e um renovo brotará das suas raízes. Sobre Ele repousará o Espírito de Deus:

Espírito de Sabedoria e Entendimento, Espírito de Conselho e Fortaleza. Espírito de Ciência e amor a Deus” (Is 11, 1-2).

Assim como o fruto da Árvore da Vida é o Espírito Santo, o fruto mais rico da dos que comem deste fruto é Vida com Maiúscula que é a comunhão com Deus.

No Paraíso tinha de haver estas duas árvores, a fim de o homem poder escolher e se tornar livre.
Qualquer destas árvores estava perfeitamente ao alcance do Homem.

As duas árvores simbolizam a capacidade humana de tomar iniciáticas e o dom do Espírito Santo que optimiza as nossas capacidades para darmos frutos de vida eterna.

Adão confiou apenas nas suas capacidades rejeitando o Espírito que estava nele. São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado no nosso coração (Rm 5,5).

Como consequência deste pecado, o Paraíso foi fechado para o Homem. Mas Deus não permitiu que o seu plano de amor para o Homem fosse destruído.

Foi então que nos enviou Cristo, o Novo Adão, o qual pôs ao nosso alcance o Paraíso e o fruto da árvore da vida.

No momento da sua morte e ressurreição, Jesus Cristo abriu de novo o Paraíso à Humanidade.
Eis o que Jesus diz ao Bom Ladrão no momento de morrer:

“Em verdade te digo: hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43). Cristo é o Novo Adão e é também a Árvore da Vida cujo fruto, nos comunica a Vida com Maiúscula, a fim de tomarmos parte na Família de Deus (Rm 8, 14-17).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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