quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O BARRO ORGÂNICO DO QUAL EMERGIMOS

Podemos afirmar com o Livro do Génesis que a origem do Homem radica num barro fecundo no qual Deus insuflou o hálito da vida espiritual.

Na verdade, o nosso corpo liga-nos à terra, a fonte da qual obtemos os elementos necessários para satisfazer as nossas necessidades básicas:

Fome, sede, necessidade de sono, de vigília, de repouso, de movimento, de vigília, de higiene e tantas outras.

É da terra que obtemos os elementos essenciais para podermos viver. Isto quer dizer que o nosso corpo emergiu através de uma marcha evolutiva a partir do animal.

O nosso corpo é a matriz do nosso ser, embora o ser da pessoa humana não se esgote no seu corpo.
É verdade que a nossa dimensão espiritual transcende o nosso corpo, mas esta emergiu a partir dele.

Podemos dizer com toda a verdade que o mistério da pessoa humana tem origem na pequenez do ovo humano.

É também através do seu corpo que os seres humanos comunicam uns com os outros e interagem com a terra que trabalhamos, a fim de obtermos os seus frutos.

Muitos dos nossos comportamentos estão condicionados pelas necessidades do nosso corpo tais como comer, vestir, movimento, repouso, conforto e outras.

O corpo humano é também um receptor e emissor de ternura. Com efeito, precisamos de receber ternura para crescer como pessoas felizes e equilibradas.

As crianças que recebem ternura e carícias ficam mais capazes de se desenvolverem e realizarem como pessoas felizes e socialmente bem integradas.

As crianças que recebem pouca ternura ficam muito mais atrofiadas e pobres na sua vida psíquica e mental.

Existe uma grande variedade de comportamentos no dia-a-dia da nossa vida que resultam do facto de termos ou não recebido a ternura adequada quando éramos crianças.

As pessoas afectivamente carentes têm muitas vezes comportamentos incorrectos no modo de satisfazer tanto as suas necessidades corporais como no modo de satifazer as suas emoções e afectos.

É enorme a variedade dos comportamentos onde se podem manifestar estes comportamentos:
Relações agressivas, necessidade de compensações agressivas comendo demasiado, abusar das guloseimas procura excessiva de prazeres, intolerância ou exigência excessiva em relação aos outros.

Muitos destes comportamentos resultam do facto de o ser humano, em criança, não ter recebido a ternura e o carinho de que tinha necessidade.

Está comprovado que as crianças privadas de ternura e carícias ficam mais frágeis e com piores sucessos, tanto a nível intelectual como a nível social.

A nossa vida psíquica forma um todo interactivo com as experiências da nossa história e a nossa vida corporal.

Na verdade, os nossos sentimentos, afectos, emoções, desejos, aspirações e a maneira como reagimos aos acontecimentos do dia-a-dia são um espelho que revela se a pessoa foi bem ou mal amada em criança.

Na verdade, todas as experiências com significado emocional ficaram registadas no nosso cérebro, facilitando ou dificultando a nossa realização pessoal.

O contexto afectivo e cultural em que nascemos e crescemos tem um peso enorme no modo como nos realizamos.

As possibilidades de realização que a pessoa recebe pela herança genética, são optimizadas ou bloqueadas pelo contexto afectivo no qual nascemos e crescemos.
A nossa inteligência e a nossa vontade não são faculdades isoladas do conjunto das nossas experiências afectivas.
Somos um todo unido de modo orgânico: o núcleo máximo das energias espirituais, o núcleo intermédio das energis psíquicas e o nívedl periférico das energias biológicas.

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias



Sem comentários: