Sem oração podemos ter conhecimentos teóricos dos conteúdos da Fé, mas nunca podemos ter uma experiência viva de Deus.
Uma oração bem fundamentada tem de ter como alicerce o amor. Eis o que diz a primeira Carta de São João: “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus.
Aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não chega a conhecer Deus, pois Deus é amor” (1 Jo4, 7-8).
O amor a Deus e aos irmãos é, na verdade, o alicerce sólido para que a nossa oração seja um diálogo amoroso com Deus.
O ponto de encontro deste diálogo amoroso é sempre o nosso coração. Não é legítimo separar a nossa oração da nossa vida real.
A primeira carta de São João insiste nesta verdade. Eis o que ela diz numa outra passagem:
“A Deus nunca ninguém o viu. Se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor, em nós, chegou à perfeição.
Nós damo-nos conta que permanecemos em Deus e ele em nós, porque nos faz participar do Espírito Santo (…).
Nós amamos porque ele nos amou primeiro. Se alguém disser que ama a Deus mas odiar o seu irmão, esse é um mentiroso.
De facto, aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê.
Nós recebemos de Cristo este mandamento: quem ama a Deus ame também o seu irmão” (Jo 4, 12-21).
Quanto mais fizermos de Deus uma questão primeira e tomarmos Deus a sério, mais a nossa oração será uma força transformadora e recriadora em nós e no mundo.
A humildade é uma atitude fundamental para que a nossa oração possa sintonizar com o coração de Deus.
A humildade é a capacidade de se compreender e saber situar correctamente perante os outros.
A humildade tem a ver com a verdade, o grande dom do Espírito Santo como diz Jesus:
“Quando vier o Espírito da Verdade, ele guiar-vos-á para a verdade completa” (Jo 16,13). Isto quer dizer que orar no Espírito Santo é entrar no caminho que nos conduz à verdade.
A verdade é a compreensão e enunciação correcta e adequada da realidade de Deus, do Homem, da História e do universo.
Calmeiro Matias
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