segunda-feira, 22 de junho de 2009

A EPOPEIA DAS ALIANÇAS DE DEUS-III


III-DEUS FEZ UMA ALIANÇA COM DAVID

Com a instituição da monarquia, surge a aliança com a casa de David. A promessa messiânica fica ligada à aliança de Deus com David:

“A minha casa está firme junto de Deus, disse David, pois a sua aliança para comigo é para sempre. Esta aliança está assente em alicerces sólidos” (2 Sam 23, 5).

A aliança a que se refere o texto anterior é a profecia que Deus dirigiu a David através do profeta Natã.

Segundo as palavras de Natã, Deus ia suscitar um filho a David o qual seria o alicerce de uma monarquia que duraria para sempre:

“Quando chegares ao fim de teus dias e te fores juntar aos teus antepassados, eu suscitarei, depois de ti, um filho teu.

Eu serei para ele um pai, disse Deus, e ele será para mim um filho. Se cometer algum erro corrigi-lo-ei com vara de homens, mas não lhe retirarei a minha graça como fiz a Saul, a quem expulsei da minha presença.

A tua casa e o teu reino serão firmes para sempre” (2 Sam 7, 12-16). Devido à profecia os filhos de David, a partir do dia em que sobem ao trono passam a chamar-se filhos de Deus:

“Vou anunciar o decreto do Senhor. Ele disse-me: Tu és meu filho, hoje mesmo te gerei” (Sal 2, 7).

Esta profecia está associada à construção de um templo para Deus: “David disse ao profeta Natã:

‘Como podes observar, eu estou a morar numa casa de cedro, ao passo que a Arca da Aliança de Deus está debaixo de uma tenda” (1 Cron 17, 1).

O plano de David, portanto, era construir um templo para introduzir lá a Arca da Aliança.
Mas o profeta Natã fez saber ao rei que os planos de Deus são outros:

Deus não escolheu David mas um filho seu para construir o templo que deus quer. Graças a este filho prometido, Deus vai abençoar para sempre a casa de David.

Eis o que diz o Salmo 89: “Fiz uma aliança com o meu eleito, jurei a David, meu servo:

Estabelecerei a tua descendência para sempre e o teu trono há-de manter-se eternamente” (Sal 89, 4-5).

E depois acrescenta: “Encontrei a David, meu servo, e ungi-o com óleo santo. A minha mão estará sempre com ele e o meu braço há-de torná-lo forte” (Sal 89, 21-22).

“Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, és o meu Deus e o rochedo da minha salvação.
Eu farei dele o primogénito, o maior entre os reis da terra.

Hei-de assegurar-lhe para sempre o meu favor e a minha aliança com ele há-de manter-se firme.

Estabelecerei para sempre a sua descendência e o seu trono terá a duração dos céus” (Sal 89, 27-30).

E ainda: “Jurei uma vez pela minha santidade. De modo algum enganarei David! A sua descendência permanecerá para sempre e o seu trono será como o sol, na minha presença, estará firme para sempre como a lua, testemunho fiel no firmamento” (Sal 89, 36-38).

Em virtude das infidelidades de Israel à aliança, os profetas têm uma consciência clara da tragédia que espera o povo devido às suas infidelidades. Eis as palavras do profeta Isaías:

“Esta terra está profanada sob os pés dos seus moradores. Transgrediram as leis, violaram os
mandamentos e romperam a minha aliança” (Is 24, 5).

Mas Isaías continua a confiar na misericórdia de Deus. Apesar das infidelidades do povo, Deus continuará a ser fiel ao seu amor:

“Mesmo que os montes se retirem e as colinas vacilem, o meu amor nunca se afastará de ti.
A minha aliança de paz não vacilará, diz o Senhor que se compadece de ti” (Is 54, 10).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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