Que sábias são as pessoas que sabem aproveitar o tempo, gastando a vida mortal para construir a vida imortal.
Na verdade, a razão da nossa vida na história não é apenas prolongar a vida mortal, mas construir a vida eterna.
A fé diz-nos que a morte é condição para atingirmos a nossa glorificação com Cristo Ressuscitado.
Graças à Encarnação do filho de Deus, a salvação ficou ao nosso alcance!
Mediante o parto derradeiro da morte, nascemos de modo pleno e definitivo para Deus que é a nossa plenitude.
Ao anular o nosso ser exterior, a morte possibilita a libertação definitiva do nosso ser interior, a fim de entrarmos de modo definitivo na intimidade de Deus.
Por outras palavras, a morte destrói o nosso ser exterior, mas não mata o nosso ser pessoal-espiritual cuja meta é a comunhão com a Santíssima Trindade.
Cristo ressuscitado tornou-se para nós a Árvore da Vida, oferecendo-nos o fruto que nos proporciona a vida eterna, isto é, o Espírito Santo.
Com seu jeito maternal de amar, O Espírito Santo configura-nos interiormente com Cristo e introduz-nos na plenitude de Deus (Rm 8, 14-17; Ga 4, 4-7).
Recorrendo à imagem do Paraíso primordial, diríamos que, graças a Cristo ressuscitado, voltamos a ter acesso ao fruto da vida eterna do qual Adão nos tinha privado (cf. Gn 3, 22-24).
São Paulo diz que Cristo Ressuscitado é o Novo Adão (Rm 5, 17-19). Ele é a cabeça da Humanidade restaurada e o medianeiro da nossa reconciliação com Deus (2 Cor 5, 17-19).
Os textos da liturgia da Páscoa dizem que Cristo, ao morrer, destruiu a nossa morte e, ao ressuscitar, restaurou a nossa vida.
Calmeiro Matias
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