O Espírito Santo iniciou, pois, a ressurreição universal da Humanidade, a partir do próprio momento da morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Isto era possível acontecer, pois Jesus é um homem perfeito e, por isso, faz uma união orgânica connosco.
Jesus comparou a união que nos une a ele com a união que existe entre Deus Pai e o Filho de Deus. Eis as palavras de Jesus a este respeito:
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, também quem me come viverá por mim” (Jo 6, 56-57).
Como sabemos, a força que venceu a morte em Jesus é o Espírito Santo.
Na verdade, o Espírito Santo é a pessoa divina que, no momento da morte, glorifica a introduz o ser humano na comunhão da Família Divina.
À medida em que, no alto da cruz, Jesus ia morrendo, a ressurreição ia acontecendo, pela força do Espírito Santo.
Por outras palavras, à medida em que aquilo que no homem é mortal ia morrendo em Jesus, aquilo que no homem é imortal ia sendo glorificado e incorporado na comunhão da Santíssima Trindade.
Este processo de morte e ressurreição acontece em simultâneo, no alto da cruz.
Isto quer dizer que devemos considerar a morte, a ressurreição e a ascensão de Jesus como aspectos do mesmo processo que é a vitória sobre a morte e a entrada de Jesus na comunhão da Santíssima Trindade.
Podemos dizer que, no momento em que morreu o último elemento mortal de Jesus, a sua dimensão imortal ficou plenamente glorificada e assumida em Deus.
Como diz a Carta aos Hebreus, Deus libertou Jesus da morte não permitindo que ele estivesse um só instante sob o seu domínio (Heb 5, 7).
Enquanto a morte ia aniquilando o que no homem é destrutível pela morte, o Espírito Santo ia incorporando na comunhão divina o que tinha densidade para ser glorificado e incorporado na Comunhão Divina.
Isto significa que não existe qualquer distância temporal entre a morte e a ressurreição de Jesus Cristo e que a vitória de Cristo sobre a morte aconteceu no próprio acto de morrer.
Outro aspecto importante desta Boa Nova é que, com a ressurreição de Jesus, teve início a ressurreição da Humanidade.
A multidão dos seres humanos que tinham vivido antes de Cristo entraram com ele na plenitude da vida eterna, como o próprio Jesus garantiu ao Bom Ladrão:
“Em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43).
O evangelho de São Mateus diz que no momento da morte de Jesus, os túmulos começam a abrir-se e os justos a ressuscitar (Mt 27, 52-53).
Isto quer dizer que, com a morte e ressurreição de Jesus Cristo, tem início a plenitude dos tempos.
O Espírito Santo, com o seu jeito maternal de amar introduz a Humanidade na Comunhão da Santíssima Trindade.
Somo incorporados como Família: filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação a Deus Filho.
Calmeiro Matias
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