I-JESUS E A VITÓRIA SOBRE A MORTE
Referindo-se à oração de Jesus no jardim das Oliveiras, a Carta aos Hebreus diz que ele orou, pedindo àquele que o podia libertar da morte que o livrasse.
Como era fiel e leal, acrescenta a carta, Deus atendeu-o devido à sua piedade (Heb 5, 7).
Para ser uma verdadeira libertação da morte, a ressurreição de Jesus tem de ser vista como uma dinâmica a acontecer em simultâneo com o próprio acto de morrer.
Por outras palavras, se Jesus foi liberto da morte, isto quer dizer que não esteve um só momento sob o seu domínio.
Vista sob o prisma da vitória sobre a morte, a ressurreição de Jesus foi uma glorificação e incorporação.
Podemos dizer que a ressurreição de Jesus, tal como a nossa, é uma recriação operada pelo Espírito Santo em simultâneo com o processo da morte.
No evangelho de São João, Jesus diz que ele mesmo é a ressurreição e a vida. Eis as palavras do evangelho:
“Jesus disse a Marta: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá” (Jo 11, 25).
Segundo o Novo Testamento, o Senhor ressuscitado só começou a manifestar-se aos discípulos ao terceiro dia após a morte.
Esta afirmação deve ser considerada como histórica, pois todas as fontes, e são muitas, coincidem neste ponto.
Mas o facto de Jesus só aparecer aos discípulos ao terceiro dia, não quer dizer que o Senhor esteve sob o domínio da morte no intervalo que foi da sua morte até às aparições aos Apóstolos.
Pelo contrário, segundo o Novo Testamento, Jesus inicia o processo da ressurreição universal no próprio momento de morrer e ressuscitar sobre a cruz (Mt 27, 51-54; Lc 23, 43).
A Primeira Carta de São Pedro diz que Jesus, no intervalo que vai da sua morte até às aparições, esteve muito activo, a fim de introduzir a multidão dos que tinham vivido antes dele na comunhão da Família Divina.
A Primeira Carta de São Pedro diz que Jesus foi à morada dos mortos, a fim de ressuscitar todos os que estavam sob o domínio da morte (1 Pd 3, 18-19).
Calmeiro Matias
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