III-O HOMEM E O SENTIDO DA VIDA
Os animais ficaram dominados pela ditadura dos instintos que lhes fornece as respostas para os diversos estímulos.
A pessoa humana, pelo contrário, precisa de criar sentidos, a fim de encontrar as respostas adequadas para responder aos apelos e estímulos da vida.
Com efeito, sem sentidos para viver, a pessoa entra em crise e pode chegar ao suicídio.
Por ser uma pessoa em construção, o ser humano tem necessidade de fazer projectos lógicos que apontem para a sua realização e felicidade.
Como sabemos, o animal gosta de brincar, sobretudo enquanto é jovem, mas não é capaz de celebrar a vida nem sonhar um projecto de realização e felicidade.
Na verdade, o animal nunca se faz perguntas face às diversas situações da vida.
A pessoa humana, pelo contrário, sente uma fome enorme de descobrir e criar sentidos para viver.
A pessoa humana é o único ser que tem consciência da própria morte e, apesar disto, não entra não entra em greve perante a vida.
Na verdade, o animal, como não tem consciência da própria morte, não se sente estimulado a criar sentidos para a vida.
Com efeito, o sentido da vida e o sentido da morte caminham a passo igual.
A pessoa humana é capaz de chegar à conclusão de que o amor é a grande razão que vale para viver e também para morrer.
De facto, ninguém diz que uma pessoa que morre para salvar a vida de outra praticou um suicídio.
Pelo contrário, sentimos que essa pessoa levou o amor até à sua densidade máxima.
É aqui que radica a base da liberdade, à qual o animal não tem acesso.
A liberdade é a capacidade de a pessoa se relacionar em dinâmica de amor com os outros e interagir criativamente com os acontecimentos e as coisas.
É importante não confundir liberdade com livre arbítrio, pois este é apenas a capacidade psíquica de optar pelo bem ou pelo mal.
O livre arbítrio não é a liberdade, mas a possibilidade de se tornar livre.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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