
Podemos dizer que a Encarnação é o enxerto do divino no humano, a fim de optimizar a natureza humana, capacitando-a para dar frutos de vida eterna.
Isto significa que a Humanidade ficou enxertada na Árvore da Vida cujo tronco é Jesus Cristo e cuja raiz é a comunhão da Santíssima Trindade.
Esta união orgânica que nos liga a Cristo é, na verdade, uma Nova Criação, diz São Paulo: “Se alguém está em Cristo, é uma nova criação. O que era velho passou. Eis que tudo se fez novo!
Tudo isto vem de Deus que, em Cristo, nos reconciliou consigo, e nos confiou o ministério da reconciliação.
De facto, foi Deus quem reconciliou o mundo consigo, em Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação” (2 Cor 5, 17-19).
Neste mistério da união orgânica do Homem com Cristo, o Espírito Santo é o sangue de Cristo a circular nas artérias do nosso ser espiritual alimentando a vida divina em nós.
É o Espírito Santo que nos revela e faz compreender o plano de Deus para nós: “Com efeito, quem, entre os homens, conhece o que vai no coração da pessoa, a não ser o próprio espírito do homem.
Assim, também, ninguém conhece o plano de Deus, a não ser o Espírito de Deus que nos faz compreender o dom que Deus amorosamente nos concedeu” (1 Cor 2, 11-12).
O evangelho de São João vai nesta mesma linha quando fala da vinda do Espírito Santo após a ressurreição de Cristo:
“Mas quando vier o Espírito de Verdade, Ele vos guiará para a verdade total. Ele não fala de si mesmo, pois apenas diz o que ouve e dir-vos-á o que está para vir” (Jo 16, 13).
É o Espírito que, no nosso interior, nos revela a nossa condição de filhos de Deus Pai e irmãos do filho de Deus (Rm 8, 14-17).
É pelo Espírito Santo que se vai robustecendo o homem espiritual que levamos em gestação dentro de nós.
O evangelho de São João diz que temos de nascer de novo pelo Espírito Santo, pois o que nasce da carne é carne e o que nasce do Espírito é espírito (Jo 3, 6).
Trata-se, portanto, de uma realidade a emergir no interior do homem. Por outras palavras, o nosso ser interior é espiritual e forma-se dentro do nosso ser exterior como o pintainho se forma dentro do ovo.
O homem interior vai-se robustecendo, graças a acção do Espírito Santo, diz a segunda carta aos Coríntios:
“Por isso não desfalecemos. Mesmo que em nós o homem exterior vá caminhando para a ruína, o homem interior renova-se dia após dia” (2 Cor 4, 16).
É esta a dinâmica da vida nova em Cristo que cresce e se fortalece de modo gradual e progressivo graças à acção do Espírito Santo.
Esta vida a crescer dá excelentes frutos, diz a Carta aos Gálatas: “Mas os frutos do Espírito Santo são amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, gentileza e auto controle” (Gal 5, 22-23).
Como diz o evangelho de São João, estes frutos resultam do facto de sermos ramos unidos à cepa que é Jesus Cristo:
“Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Os ramos não podem dar fruto só por si, mas serão fecundos na medida em que estiverem unidos à videira.
Do mesmo modo vós só podeis dar fruto se estiverdes unidos a mim” (Jo 15, 4-5). E é assim que nós temos acesso à Árvore da Vida e somos beneficiados pelo fruto da Vida Eterna.
Vale a pena acolher a Sabedoria que nos vem do ensinamento da Carta aos Efésios quando diz:
“Não vos embriagueis com vinho, pois isso conduz à luxúria.
Pelo contrário, deixai que o Espírito Santo encha os vossos corações” (Ef 5, 18).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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