V-AS RIQUEZAS NO PLANO DE DEUS
A partilha introduz o ser humano na dinâmica da salvação, como diz o evangelho de São Mateus:
“Vinde benditos de Deus, pois tive fome e sede, estava nu, preso e doente e vós atendestes-me” (Mt 25, 34-45).
São Lucas diz que não há verdadeira conversão dos ricos a Deus se não houver uma mudança de atitude face às riquezas.
São Lucas, diz isto de modo muito claro no relato da conversão de Zaqueu:
“Senhor, eis que dou metade dos meus bens aos pobres e, se defraudei alguém, restituo-lhe o quádruplo” (Lc 19, 8).
Os Actos dos Apóstolos descrevem de modo um tanto ideal o que pode acontecer numa comunidade que se põe a partilhar:
“Não havia entre eles qualquer indigente, pois os que possuíam terras ou casas vendiam-nas e colocavam o dinheiro aos pés dos apóstolos, a fim de se distribuir a cada um conforme as suas necessidades (Act 4, 32-35).
O pecado dos ricos que se recusam a partilhar radica no facto de que, com o seu procedimento, estão a impedir a humanização dos pobres.
É importante termos consciência de que as pessoas não valem pelo que têm mas pelo que são (Lc 12, 15).
O Evangelho não nos fornece receitas sobre a partilha, pois esta nasce do amor e, como sabemos, o amor não se impõe por decreto.
Por outras palavras, o Evangelho apresenta critérios, mas não dá receitas, pois não há receitas para o amor.
Na verdade, o amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
Jesus não se cansava de insistir que as riquezas são perigosa quando começam a bloquear a comunhão com Deus e os irmãos (Lc 12, 16-21).
As riquezas facilmente endurecem o coração, levando as pessoas que as têm a cair na indiferença, ignorando o sofrimento dos que estão em penúria.
Na parábola do rico avarento e do pobre Lázaro, São Lucas acentua que a avareza é um caminho que conduz ao malogro e ao fracasso existencial, o qual pode ter consequências definitivas (Lc 16, 19-31).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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