segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

EVANGELIZAR É CONTAR UMA HISTÓRIA DE AMOR-III

III-CRISTO É O PONTO DE ENCONTRO DO HOMEM COM DEUS

No coração da revelação está, pois, o mistério da Encarnação e o sentido que ele tem para a salvação da Humanidade.

Pela revelação nós compreendemos que o divino se enxertou no humano para que este seja divinizado.

Se assim não fosse, a Encarnação seria apenas uma visita que Deus nos fez através da segunda pessoa da Santíssima Trindade.

À luz da fé, a nossa meta para a qual caminhamos é incorporação na Família Divina como filhos em relação a Deus Pai e como irmãos em relação a Deus Filho.

O sentido máximo da vida humana é, naturalmente, Jesus de Nazaré, um homem em tudo igual a nós excepto no pecado.

Se é homem perfeito quer dizer que faz um todo orgânico connosco.

Um homem só é perfeito na medida em que está interligado com toda a Humanidade.

Se além de ser um homem perfeito, Jesus é ainda o ponto de união do humano com o divino, então a Humanidade está organicamente unida à Divindade.

A plenitude do humano, portanto, é a divinização mediante a assunção e incorporação orgânica na comunhão familiar da Santíssima Trindade.

É este o sentido profundo que a revelação confere à vida humana.

No entanto, não devemos pensar que Deus nos substitui, fazendo aquilo que nos compete a nós fazer.

Na verdade, Deus apenas diviniza aquilo que o homem humaniza.

A humanização é uma tarefa que compete a cada ser humano e que ninguém pode realizar por nós.

É verdade que começámos por ser aquilo que os outros fizeram de nós.

Dos outros recebemos as possibilidades de humanização ou os talentos.

Mas o mais importante não são os talentos que recebemos, mas a maneira como os fazemos render.

A lei da humanização é: Emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a Comunhão Universal.

A pessoa é, portanto, um ser em construção. Quanto mais emerge em densidade espiritual e capacidade de interagir amorosamente com os outros, mais converge para o todo orgânico que é a Humanidade.

Esta constitui-se como um entretecido orgânico universal onde a riqueza de cada pessoa circula pela totalidade humana.

Entramos de modo activo na Comunhão Universal na medida em que emergimos mediante atitudes, escolhas e opções de amor.

Quem não teve oportunidade de fazer tais opções faz parte desta orgânica mas de modo passivo, isto é, atingindo a sua plenitude humano-divina recebendo mais que dando.

Jesus ensinou aos seus discípulos que é melhor dar que receber (Act 20, 35)

Estas pessoas encontram-se plenamente realizadas na plenitude da comunhão humano-divina, mas recebendo mais do que dando.

A grande tarefa da pessoa, portanto, é a sua humanização, respondendo fielmente aos apelos do Amor.

O poder de Deus é, afinal, o poder do Amor. Se Deus é Amor, então os atributos divinos são apenas os atributos do Amor.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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