III-CRISTO É O PONTO DE ENCONTRO DO HOMEM COM DEUS
No coração da revelação está, pois, o mistério da Encarnação e o sentido que ele tem para a salvação da Humanidade.
Pela revelação nós compreendemos que o divino se enxertou no humano para que este seja divinizado.
Se assim não fosse, a Encarnação seria apenas uma visita que Deus nos fez através da segunda pessoa da Santíssima Trindade.
À luz da fé, a nossa meta para a qual caminhamos é incorporação na Família Divina como filhos em relação a Deus Pai e como irmãos em relação a Deus Filho.
O sentido máximo da vida humana é, naturalmente, Jesus de Nazaré, um homem em tudo igual a nós excepto no pecado.
Se é homem perfeito quer dizer que faz um todo orgânico connosco.
Um homem só é perfeito na medida em que está interligado com toda a Humanidade.
Se além de ser um homem perfeito, Jesus é ainda o ponto de união do humano com o divino, então a Humanidade está organicamente unida à Divindade.
A plenitude do humano, portanto, é a divinização mediante a assunção e incorporação orgânica na comunhão familiar da Santíssima Trindade.
É este o sentido profundo que a revelação confere à vida humana.
No entanto, não devemos pensar que Deus nos substitui, fazendo aquilo que nos compete a nós fazer.
Na verdade, Deus apenas diviniza aquilo que o homem humaniza.
A humanização é uma tarefa que compete a cada ser humano e que ninguém pode realizar por nós.
É verdade que começámos por ser aquilo que os outros fizeram de nós.
Dos outros recebemos as possibilidades de humanização ou os talentos.
Mas o mais importante não são os talentos que recebemos, mas a maneira como os fazemos render.
A lei da humanização é: Emergência pessoal mediante relações de amor e convergência para a Comunhão Universal.
A pessoa é, portanto, um ser em construção. Quanto mais emerge em densidade espiritual e capacidade de interagir amorosamente com os outros, mais converge para o todo orgânico que é a Humanidade.
Esta constitui-se como um entretecido orgânico universal onde a riqueza de cada pessoa circula pela totalidade humana.
Entramos de modo activo na Comunhão Universal na medida em que emergimos mediante atitudes, escolhas e opções de amor.
Quem não teve oportunidade de fazer tais opções faz parte desta orgânica mas de modo passivo, isto é, atingindo a sua plenitude humano-divina recebendo mais que dando.
Jesus ensinou aos seus discípulos que é melhor dar que receber (Act 20, 35)
Estas pessoas encontram-se plenamente realizadas na plenitude da comunhão humano-divina, mas recebendo mais do que dando.
A grande tarefa da pessoa, portanto, é a sua humanização, respondendo fielmente aos apelos do Amor.
O poder de Deus é, afinal, o poder do Amor. Se Deus é Amor, então os atributos divinos são apenas os atributos do Amor.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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