Após uns momentos de silêncio, o Pai, o Filho e o Espírito Santo olharam-se mutuamente e sorriram, pois estavam a pensar a mesma coisa.
Então Deus Pai disse: vamos moldar uma obra-prima que sirva de cúpula ao projecto grandioso da nossa Criação.
Vamos suscitar seres que se tornem pessoas livres, conscientes, responsáveis e capazes de amar e comungar como nós.
Nessa altura já havia sobre a terra muitos guinchos e grunhidos. Também já havia muitos cacarejos e urros.
Mas não havia ninguém que fosse capaz de amar e fazer uma aliança com Deus.
Foi então que as pessoas divinas disseram: “Façamos o Homem à nossa imagem e semelhança. Façamo-lo varão e mulher” (Gn 1, 26-27).
Ao criar os seres humanos como homens e mulheres, Deus estava a preparar a Humanidade para ser uma multidão de pessoas capazes de viverem em comunhão de amor fecundo.
A Divindade é pessoas em relações de amor. Eis a razão pela qual Deus pensou na Humanidade, a qual seria, como a Divindade, uma comunhão de pessoas chamadas a realizarem-se em relações de amor.
Em seguida, Deus olhou para as coisas que tinha criado e viu que tudo era muito bom.
No final do sexto dia, diz a bíblia, Deus colocou o Homem no Paraíso, a fim deste poder realizar-se em relações de amor e, deste modo, ser feliz.
Como Adão era imagem de Deus, o Senhor colocou-o à frente da Criação como seu chefe.
Mas o Homem tornou-se infiel. Mas Deus pensou que Jesus Cristo corrigiria esta distorção de Adão:
Em vez de a Encarnação ser apenas para divinizar o Homem, seria igualmente um acto redentor, corrigindo as distorções realizadas pelo pecado humano.
E Jesus Cristo torna-se a Cabeça da Nova Criação reconciliada com Deus que decidiu não levar mais em conta os pecados dos homens (2 Cor 5, 17-19).
E Jesus Cristo torna-se, deste modo, a Fonte da Vida Eterna para nós.
Ele revela-se como a Árvore da Vida que estava no centro do Paraíso, isto é, o contexto familiar de Deus com o Homem.
Quem comer o fruto desta Árvore viverá para sempre, diz Jesus no evangelho de São João.
Deste modo, Jesus Cristo se torna o Novo Adão. A morte veio por Adão, diz São Paulo, mas Jesus converte-se na fonte da Vida Eterna (Rm 5, 17-19).
A água que brota desta fonte, diz o evangelho de São João, é o Espírito Santo, a Água Viva que, no nosso interior, faz jorrar em nós um manancial de Vida Eterna (Jo 4, 14; Jo 7, 37-39).
E a Criação, apesar do fracasso do pecado de Adão, torna-se um sucesso em Jesus Cristo, o qual se tornou a cabeça da Nova Criação (2 Cor 5, 17).
Deste modo, Deus demonstrou que nos ama de modo incondicional, enviando-nos Jesus Cristo como salvador.
Através de Jesus ressuscitado, Deus deu-nos a vitória sobre a morte gerada pelo primeiro Adão.
A força que nos dá a vida eterna é o Espírito Santo, o Sangue da Nova Aliança que circula nas veias do nosso coração e nos introduz na Família de Deus (Rm 8, 14-17).
Por ser uma obra de amor, a criação está chamada à comunhão com o Deus amor.
Calmeiro Matias
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