quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A LETRA QUE MATA E O ESPÍRITO QUE DÁ VIDA-VI


VI-ANTIOQUIA E A EVANGELIZAÇÃO DOS PAGÃOS

O sucesso de Paulo e dos diáconos na difusão do Evangelho entre os pagãos foi enorme, chegando até Antioquia.

A notícia chega à comunidade de Jerusalém cuja mentalidade era contrária ao anúncio do Evangelho aos pagãos.

Foi então que decidem enviar Barnabé a Antioquia (Act 11, 22). A questão fica solucionada apenas no capítulo quinze dos Actos dos Apóstolos quando Paulo e Barnabé decidem vir a Jerusalém.

A razão que motivou a ida de São Paulo a Jerusalém era realmente séria: Paulo denuncia o facto de alguns enviados de Jerusalém irem atrás dele e dos outros apóstolos, a fim de espiarem o trabalho deles.

Estes cristãos não passam de uns falsos irmãos, como ele lhes chama (Gal 2, 4). Na realidade não se tratava de um acto de boa fé, mas antes um acto de espionagem.

Estes”falsos irmãos” iam atrás de Paulo dizendo que os pagãos não podiam ser plenamente cristãos se não praticassem antes as normas prescritas pela Lei de Moisés (Act 15, 1).

Foi então que Paulo e Barnabé decidem ir a Jerusalém para pôr fim a esta situação (Act 15, 2).
Os Apóstolos e os presbíteros da comunidade examinaram a questão (Act 15, 6).

Em Jerusalém, São Paulo é confirmado. São Lucas põe na boca de São Pedro um discurso de São Pedro nitidamente decalcado no pensamento de São Paulo.

Nesse discurso, São Pedro afirma o seguinte: Deus não faz acepção de pessoas (Act 15, 8-10).
Na verdade, a Lei é um jugo insuportável que não deve ser imposto aos pagãos (Act 15, 10).

O Homem é salvo pela graça, não pelas obras da Lei (Act 15, 11). É evidente que esta é a linguagem de São Paulo, não a de São Pedro.

Isto torna-se ainda mais claro quando aparece o próprio São Pedro a declarar que Deus o escolheu para evangelizar os pagãos (Act 15, 1).

São Lucas tenta confirmar São Paulo pondo as suas palavras na boca de São Pedro. A descrição de São Paulo sobre a sua ida com Barnabé a Jerusalém é diferente do relato dos Actos dos Apóstolos.

Passados catorze anos de missão, diz ele, fui a Jerusalém, a fim de não estar a correr em vão (Gal 2, 1-2).

Isto porque os falsos irmãos, vindos de Jerusalém, iam atrás dele contrariando a sua obra evangelizadora (Gal 2, 4).

Foi então que Pedro, Tiago e João, considerados como as colunas da Igreja, deram as mãos a Paulo em sinal de comunhão.

Nesse momento reconhecem, diz São Paulo, que São Pedro foi escolhido para os judeus e ele para os pagãos (Gal 2, 9-10).

Depois disto, São Paulo fala da decisão de São Pedro no sentido de partir para Antioquia, a fim de confirmar a obra de Paulo (Gal 2, 11a).

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

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