quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

DAR-SE É POSSUIR-SE-II

II-OS TALENTOS COMO POSSIBILIDADES DE REALIZAÇÃO

Nascemos com um leque de possibilidades que podemos realizar ou não. Entre as possibilidades com as quais as pessoas nascem há uma muito especial: poder ser dom para os outros.

Esta possibilidade é um dom muito especial para nos podermos realizar e ser felizes.

Na verdade, a pessoa humana só pode atingir a maturidade do amor dando-se aos outros. De facto, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão com as outras pessoas.

Mas não nos devemos esquecer de que as possibilidades que temos de ser dom para os outros podem realizar-se ou não.

Mas podemos perguntar-nos agora: Em que medida somos possibilitados para sermos dom para os outros?

Estamos a tocar o coração do mistério da reciprocidade amorosa: Somos capacitados para ser dom para os outros, na medida em que os outros foram dom para nós.

É a lei do amor: “ Ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado e o mal amado ama mal, mesmo dando o melhor de si”.

Um exemplo pode ajudar-nos a compreender melhor este mistério do amor: Uma pessoa amada em densidade cinco está capacitada para amar em densidade cinco, como diz o evangelho de São Mateus (Mt 25, 20-21).

O ser humano faz-se bom, fazendo o bem, isto é, agindo de acordo com as interpelações do amor.
Começamos por ser o que os outros fizeram de nós. Mas isso não é o mais importante.

O decisivo, de facto, é o que nós construímos com os possíveis ou talentos que recebemos dos outros.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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