I-NASCER PARA A VIDA ETERNA
Não fomos criados para a morte, mas a morte faz parte da condição humana. O evangelho de São João diz que temos de nascer de novo, a fim de vivermos para sempre com Cristo:
“Jesus respondeu a Nicodemos: “Em Verdade em verdade te digo: “quem não nascer da Água e do Espírito não pode ver o Reino de Deus.
Aquilo que nasce da carne é carne e o que nasce do Espírito é Espírito. Não te admires por eu te haver dito, vós tendes de nascer do Alto” (Jo 3, 5-7).
Nascer do Alto é nascer do Espírito Santo. Nascer da Água é nascer da Água Viva, isto é, do Espírito Santo que é a força ressuscitadora de Cristo ressuscitado (Jo 7, 37-39).
No momento da sua morte e ressurreição, Jesus difundiu o Espírito Santo em forma de Água e Sangue.
Isto aconteceu no momento em que o soldado abriu o coração de Jesus com uma lança: “Mas ao chegarem a Jesus, vendo que ele já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
Porém um dos soldados abriu-lhe o peito com uma lança e logo brotou sangue e Água” (Jo 19, 33-34).
Neste momento aconteceu a Hora de Jesus, isto é, a sua morte e ressurreição. Esta foi a hora do dom universal da força ressuscitadora do Espírito Santo.
Quando dizemos que o Espírito Santo é um dom, não queremos dizer que é uma coisa que alguém possa dar a seu bel-prazer.
De facto, dizer que o Espírito Santo é um dom significa que ele não actua em nome próprio, mas em nome de Deus:
Actua em nome de Deus Pai que nos acolhe como seus filhos. Actua em nome do Filho de Deus que nos acolhe como irmãos, partilhando connosco a sua herança:
“Ora se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: Herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8, 17). Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
A MORTE E O SENTIDO DA VIDA-II
II-A MORTE E O SENTIDO DA VIDA
O homem espiritual tem de nascer pelo Espírito Santo, tal como o homem biológico nasce da carne (Jo 3, 6).
Isto quer dizer que, de facto, nascemos para voltar a nascer. Nesta perspectiva, a morte surge como a derradeira possibilidade de voltar a nascer pelo Espírito Santo.
A consciência da nossa morte ilumina o sentido mais profundo que a vida tem. Por outras palavras, os sentidos da vida e da morte caminham a passo igual.
É por esta razão que, normalmente, o horizonte mais amplo do sentido da vida acontece na fase final da existência da pessoa.
Podemos dizer que as causas que valem para viver são as mesmas que valem para morrer: o amor.
Na verdade, quem morre por amor nasce para a vida plena, como Jesus ensinou: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.
Ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13). Felizes os que fazem do amor a razão primeira da sua vida.
Para estas pessoas, a morte acaba por parecer a possibilidade derradeira para renascer para a Vida Eterna.
Felizes as pessoas que sabem ir morrendo para dar vida, pois podem estar seguras de que participarão de modo pleno na ressurreição com Cristo.
O homem espiritual tem de nascer pelo Espírito Santo, tal como o homem biológico nasce da carne (Jo 3, 6).
Isto quer dizer que, de facto, nascemos para voltar a nascer. Nesta perspectiva, a morte surge como a derradeira possibilidade de voltar a nascer pelo Espírito Santo.
A consciência da nossa morte ilumina o sentido mais profundo que a vida tem. Por outras palavras, os sentidos da vida e da morte caminham a passo igual.
É por esta razão que, normalmente, o horizonte mais amplo do sentido da vida acontece na fase final da existência da pessoa.
Podemos dizer que as causas que valem para viver são as mesmas que valem para morrer: o amor.
Na verdade, quem morre por amor nasce para a vida plena, como Jesus ensinou: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.
Ninguém tem mais amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13). Felizes os que fazem do amor a razão primeira da sua vida.
Para estas pessoas, a morte acaba por parecer a possibilidade derradeira para renascer para a Vida Eterna.
Felizes as pessoas que sabem ir morrendo para dar vida, pois podem estar seguras de que participarão de modo pleno na ressurreição com Cristo.
Calmeiro Matias
A MORTE E O SENTIDO DA VIDA-III
III- SABER MORRER AO HOMEM VELHO
A pessoa que se gastou ao serviço do amor deixa de ser só dela, pois a sua vida torna-se uma vida partilhada e assumida na Comunhão do Reino de Deus.
As pessoas que gastaram a vida dando-se aos outros, encontram-se e possuem-se plenamente na Comunhão Universal.
Dar a vida por amor é a maneira mais perfeita de rebentar os muros da finitude humana e entrar nas coordenadas da universalidade e da equidistância.
A lei da Comunhão Universal é interacção plena e perfeita reciprocidade amorosa entre as pessoas.
Por outras palavras, na festa do Reino de Deus cada pessoa é mediação de plenitude e felicidade para os outros.
Na Festa do encontro e da partilha do Reino já não existe solidão, nem dor, nem luto ou carência.
Podemos dizer que não há ressurreição sem morte. O Homem Novo não pode nascer sem que o homem velho, isto é, o homem egoísta vá morrendo.
A Vida Nova, por ser pessoal, tem densidade espiritual e, portanto, imortal. Mas esta Vida Nova não emerge sem que a velha se vá gastando por amor.
Felizes os que sabem ir morrendo, dando vida aos outros, pois estão a renascer para a plenitude da comunhão.
A pessoa só se encontra e possui na comunhão amorosa. Reduzida a si a pessoa está em estado de malogro e perdição.
Com efeito, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão com os outros. Eis a razão pela qual, a pessoa, ao tomar consciência da proximidade da sua morte, sente um apelo mais forte no sentido do amor, do desprendimento e de se dar mais plenamente.
A pessoa que se gastou ao serviço do amor deixa de ser só dela, pois a sua vida torna-se uma vida partilhada e assumida na Comunhão do Reino de Deus.
As pessoas que gastaram a vida dando-se aos outros, encontram-se e possuem-se plenamente na Comunhão Universal.
Dar a vida por amor é a maneira mais perfeita de rebentar os muros da finitude humana e entrar nas coordenadas da universalidade e da equidistância.
A lei da Comunhão Universal é interacção plena e perfeita reciprocidade amorosa entre as pessoas.
Por outras palavras, na festa do Reino de Deus cada pessoa é mediação de plenitude e felicidade para os outros.
Na Festa do encontro e da partilha do Reino já não existe solidão, nem dor, nem luto ou carência.
Podemos dizer que não há ressurreição sem morte. O Homem Novo não pode nascer sem que o homem velho, isto é, o homem egoísta vá morrendo.
A Vida Nova, por ser pessoal, tem densidade espiritual e, portanto, imortal. Mas esta Vida Nova não emerge sem que a velha se vá gastando por amor.
Felizes os que sabem ir morrendo, dando vida aos outros, pois estão a renascer para a plenitude da comunhão.
A pessoa só se encontra e possui na comunhão amorosa. Reduzida a si a pessoa está em estado de malogro e perdição.
Com efeito, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão com os outros. Eis a razão pela qual, a pessoa, ao tomar consciência da proximidade da sua morte, sente um apelo mais forte no sentido do amor, do desprendimento e de se dar mais plenamente.
Calmeiro Matias
A MORTE E O SENTIDO DA VIDA-IV
IV-APENAS O SER HUMANO SABE QUE VAI MORRER
A certeza de que havemos de morrer é um convite a descobrir as razões mais válidas para viver.
Além disso, o sentido da nossa vida cresce na medida em que tomamos consciência de que é na história que estruturamos o jeito de amar que teremos para sempre.
Na verdade, levamos no nosso íntimo um ser espiritual em construção, o qual emerge no nosso íntimo como o pintainho dentro do ovo.
A morte é como que o último dos partos que vão possibilitando o nascimento do Homem Novo.
Pegando no exemplo do pintainho a germinar dentro do ovo, nós verificamos que, pelo acontecimento da morte, a casca do ovo rebenta.
À luz da nossa fé o acontecimento da morte é a condição necessária para o pintainho entrar na Festa da Vida Plena.
Isto quer dizer que ávida plena só pode acontecer numa comunhão sem limites. Por outras palavras, mediante o parto derradeiro da morte, nascemos para Deus e somos transfigurados.
Ao anular o nosso ser exterior, a morte possibilita a libertação definitiva do nosso ser interior, o qual é pessoal e, portanto, espiritual.
Na verdade, a morte não mata a pessoa, mas destrói o nosso ser exterior. No momento da nossa morte, Jesus ressuscitado surge para nós como garantia de Vida Eterna.
Ele é a Árvore da Vida cujo fruto nos dá a vida eterna. O Paraíso, fechado por causa do pecado de Adão, foi reaberto para a Humanidade em Jesus Nazaré (Lc 23, 43).
Com o acontecimento da ressurreição de Cristo, a nossa vida fica iluminada no seu sentido mais profundo:
De Adão, o homem tirado da terra, veio o nosso ser exterior, isto é, biológico, psíquico e mortal.
De Cristo Ressuscitado, o Novo Adão, veio a Vida Eterna.
Isto acontece assim porque Jesus Cristo, ao ressuscitar, nos comunica a semente da Vida Divina, isto é, o Espírito Santo que nos introduz na Família de Deus (Gal 4, 4-7).
Por outras palavras, ao ressuscitar, Jesus comunica-nos o Espírito Santo, a Água Viva que, no nosso íntimo, faz jorrar a nascente da Vida Eterna.
Graças a Cristo ressuscitado a Humanidade foi assumida e organicamente incorporada na Família da Santíssima Trindade.
Fazendo alusão à oração de Jesus no jardim das Oliveiras, a Carta aos Hebreus diz que Cristo fez orações àquele que o podia libertar da morte e foi atendido, devido à sua piedade (Heb 5, 7).
Esta libertação da morte, para ser de facto uma libertação da morte deve ser entendida como algo que aconteceu em simultâneo com o próprio acto de morrer.
Por outras palavras, Jesus não esteve um só momento sob o domínio da morte. Na verdade, a vitória de Cristo sobre a morte aconteceu pela acção do Espírito Santo em simultâneo com o próprio acto de morrer.
A certeza de que havemos de morrer é um convite a descobrir as razões mais válidas para viver.
Além disso, o sentido da nossa vida cresce na medida em que tomamos consciência de que é na história que estruturamos o jeito de amar que teremos para sempre.
Na verdade, levamos no nosso íntimo um ser espiritual em construção, o qual emerge no nosso íntimo como o pintainho dentro do ovo.
A morte é como que o último dos partos que vão possibilitando o nascimento do Homem Novo.
Pegando no exemplo do pintainho a germinar dentro do ovo, nós verificamos que, pelo acontecimento da morte, a casca do ovo rebenta.
À luz da nossa fé o acontecimento da morte é a condição necessária para o pintainho entrar na Festa da Vida Plena.
Isto quer dizer que ávida plena só pode acontecer numa comunhão sem limites. Por outras palavras, mediante o parto derradeiro da morte, nascemos para Deus e somos transfigurados.
Ao anular o nosso ser exterior, a morte possibilita a libertação definitiva do nosso ser interior, o qual é pessoal e, portanto, espiritual.
Na verdade, a morte não mata a pessoa, mas destrói o nosso ser exterior. No momento da nossa morte, Jesus ressuscitado surge para nós como garantia de Vida Eterna.
Ele é a Árvore da Vida cujo fruto nos dá a vida eterna. O Paraíso, fechado por causa do pecado de Adão, foi reaberto para a Humanidade em Jesus Nazaré (Lc 23, 43).
Com o acontecimento da ressurreição de Cristo, a nossa vida fica iluminada no seu sentido mais profundo:
De Adão, o homem tirado da terra, veio o nosso ser exterior, isto é, biológico, psíquico e mortal.
De Cristo Ressuscitado, o Novo Adão, veio a Vida Eterna.
Isto acontece assim porque Jesus Cristo, ao ressuscitar, nos comunica a semente da Vida Divina, isto é, o Espírito Santo que nos introduz na Família de Deus (Gal 4, 4-7).
Por outras palavras, ao ressuscitar, Jesus comunica-nos o Espírito Santo, a Água Viva que, no nosso íntimo, faz jorrar a nascente da Vida Eterna.
Graças a Cristo ressuscitado a Humanidade foi assumida e organicamente incorporada na Família da Santíssima Trindade.
Fazendo alusão à oração de Jesus no jardim das Oliveiras, a Carta aos Hebreus diz que Cristo fez orações àquele que o podia libertar da morte e foi atendido, devido à sua piedade (Heb 5, 7).
Esta libertação da morte, para ser de facto uma libertação da morte deve ser entendida como algo que aconteceu em simultâneo com o próprio acto de morrer.
Por outras palavras, Jesus não esteve um só momento sob o domínio da morte. Na verdade, a vitória de Cristo sobre a morte aconteceu pela acção do Espírito Santo em simultâneo com o próprio acto de morrer.
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
CAMINHANDO PARA O FACE A FACE COM DEUS-I
I-A CAMINHO DO ENCONTRO COM DEUS
Deus não é uma realidade histórica, mas faz história com o Homem. A meta desta caminhada é o face-a-face com Deus na festa do Reino de Deus.
Pelo facto de serem pessoas, os seres humanos têm uma dimensão espiritual. Isto quer dizer que a Humanidade é proporcional à Divindade.
Na verdade, Deus é pessoas e o Homem também. É aqui que radica o facto de poder acontecer comunhão entre a Humanidade e a Divindade.
Deus sonhou o Homem à sua imagem, a fim deste poder tomar parte na festa da comunhão familiar de Deus.
O Novo Testamento usa expressões muito sugestivas para falar desta dádiva de Deus: “Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, a fim de o teu Filho poder manifestar a tua glória.
Pai Santo, tu deste ao teu Filho poder sobre toda a Humanidade, a fim de ele dar a vida eterna àqueles que lhe entregaste.
A Vida Eterna radica no conhecimento de Deus, diz Jesus Cristo no evangelho de São João:
“Pai Santo, a Vida Eterna consiste em conhecer-te como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste” (Jo 17, 3).
O livro do Apocalipse descreve esta comunhão familiar de Deus com a Humanidade dizendo o seguinte:
“Vi então um Novo Céu e uma Nova Terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
E vi descer do céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para o seu esposo.
E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: “Esta é a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com os seres humanos e estes serão o seu povo.
Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos olhos dos seres humanos.
Não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor, pois as primeiras coisas passaram”.
O que estava sentado no trono disse: “Eu renovo todas as coisas!”
E acrescentou: “Escreve, porque estas palavras são dignas de fé, pois são verdadeiras”. Eu sou o Alfa e o Ómega, o Princípio e o Fim! Ao que tiver sede eu lhe darei a beber gratuitamente da nascente da Água da Vida.
O que vencer receberá estas coisas como herança. Eu serei o seu Deus e ele será o meu filho!” (Apc 21, 1-7).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
Deus não é uma realidade histórica, mas faz história com o Homem. A meta desta caminhada é o face-a-face com Deus na festa do Reino de Deus.
Pelo facto de serem pessoas, os seres humanos têm uma dimensão espiritual. Isto quer dizer que a Humanidade é proporcional à Divindade.
Na verdade, Deus é pessoas e o Homem também. É aqui que radica o facto de poder acontecer comunhão entre a Humanidade e a Divindade.
Deus sonhou o Homem à sua imagem, a fim deste poder tomar parte na festa da comunhão familiar de Deus.
O Novo Testamento usa expressões muito sugestivas para falar desta dádiva de Deus: “Pai, chegou a hora! Manifesta a glória do teu Filho, a fim de o teu Filho poder manifestar a tua glória.
Pai Santo, tu deste ao teu Filho poder sobre toda a Humanidade, a fim de ele dar a vida eterna àqueles que lhe entregaste.
A Vida Eterna radica no conhecimento de Deus, diz Jesus Cristo no evangelho de São João:
“Pai Santo, a Vida Eterna consiste em conhecer-te como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo a quem enviaste” (Jo 17, 3).
O livro do Apocalipse descreve esta comunhão familiar de Deus com a Humanidade dizendo o seguinte:
“Vi então um Novo Céu e uma Nova Terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham desaparecido e o mar já não existia.
E vi descer do céu, de junto de Deus, a cidade santa, a nova Jerusalém, já preparada, qual noiva adornada para o seu esposo.
E ouvi uma voz potente que vinha do trono e dizia: “Esta é a morada de Deus entre os homens. Ele habitará com os seres humanos e estes serão o seu povo.
Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará todas as lágrimas dos olhos dos seres humanos.
Não haverá mais morte, nem luto, nem pranto, nem dor, pois as primeiras coisas passaram”.
O que estava sentado no trono disse: “Eu renovo todas as coisas!”
E acrescentou: “Escreve, porque estas palavras são dignas de fé, pois são verdadeiras”. Eu sou o Alfa e o Ómega, o Princípio e o Fim! Ao que tiver sede eu lhe darei a beber gratuitamente da nascente da Água da Vida.
O que vencer receberá estas coisas como herança. Eu serei o seu Deus e ele será o meu filho!” (Apc 21, 1-7).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
CAMINHANDO PARA O FACE A FACE COM DEUS-II
II-OPTIMIZADOS NA COMUNHÃO COM DEUS
A Vida Eterna é uma realidade relacional. Não é algo que alguém possa possuir de modo isolado.
Por isso é que o Espírito Santo, princípio animador de relações e vínculo de comunhão orgânica, é o elo da comunhão que constitui a vida eterna.
A vida eterna emerge no coração de cada pessoa à medida que esta se vai realizando na vida presente.
De facto, Deus assume e diviniza a pessoa humana na medida em que esta se humaniza, emergindo como interioridade espiritual capaz de interacção amorosa.
O evangelho de João diz que a Encarnação é o princípio da vida eterna: “Mas aos que o receberam, aos que crêem nele, o Verbo deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram dos laços do sangue, nem de um impulso da carne nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, essa glória que ele possui como Filho unigénito do Pai, cheio de Graça e Verdade” (Jo 1, 12-14).
A vida eterna implica, portanto, a incorporação na Família de Deus que tem como resultado a divinização da pessoa humana.
Por outras palavras, a matéria-prima a ser divinizada é o resultado da humanização de cada pessoa.
A lei da humanização é um processo histórico que assenta sobre dois pólos: o pessoal e o social.
A nível pessoal a humanização acontece como emergência espiritual mediante relações de amor.
Na plenitude do Reino de Deus, esta emergência liberta-se, finalmente, das diferenças rácicas, linguísticas, culturais e converge para a edificação da fraternidade universal.
A vida eterna é um dom que inclui a divinização, isto é, uma interacção familiar das pessoas divinas com as pessoas humanas.
Quanto mais uma pessoa se torna livre, consciente, responsável e capaz de comunhão amorosa, mais interage com as pessoas humanas e as divinas.
Isto significa, portanto, que a vida eterna é algo que já está em marcha na História. Viver a Vida Eterna, diz a Primeira Carta de São João, é criar laços de amor com os irmãos, o único caminho para atingir a comunhão com Deus:
“Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte.
Todo o que tem ódio ao seu irmão é um homicida e vós bem sabeis que nenhum homicida tem dentro de si a vida eterna” (1 Jo 3, 14-15).
Depois acrescenta que a vida eterna é realmente um dom que Deus nos concede e não algo que nós possamos ter isoladamente.
Ninguém pode possuir a vida eterna sem o dom que nos vem de Deus através de Jesus ressuscitado, isto é, o Espírito Santo, a Água viva que faz jorrar uma fonte de Vida Eterna no nosso coração (Jo 4, 14; 7, 37-39).
“Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está no seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida, quem não tem o filho não tem a vida” (1 Jo 5, 11-12).
A Vida Eterna é uma realidade relacional. Não é algo que alguém possa possuir de modo isolado.
Por isso é que o Espírito Santo, princípio animador de relações e vínculo de comunhão orgânica, é o elo da comunhão que constitui a vida eterna.
A vida eterna emerge no coração de cada pessoa à medida que esta se vai realizando na vida presente.
De facto, Deus assume e diviniza a pessoa humana na medida em que esta se humaniza, emergindo como interioridade espiritual capaz de interacção amorosa.
O evangelho de João diz que a Encarnação é o princípio da vida eterna: “Mas aos que o receberam, aos que crêem nele, o Verbo deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram dos laços do sangue, nem de um impulso da carne nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
E o Verbo fez-se carne e habitou entre nós. Nós vimos a sua glória, essa glória que ele possui como Filho unigénito do Pai, cheio de Graça e Verdade” (Jo 1, 12-14).
A vida eterna implica, portanto, a incorporação na Família de Deus que tem como resultado a divinização da pessoa humana.
Por outras palavras, a matéria-prima a ser divinizada é o resultado da humanização de cada pessoa.
A lei da humanização é um processo histórico que assenta sobre dois pólos: o pessoal e o social.
A nível pessoal a humanização acontece como emergência espiritual mediante relações de amor.
Na plenitude do Reino de Deus, esta emergência liberta-se, finalmente, das diferenças rácicas, linguísticas, culturais e converge para a edificação da fraternidade universal.
A vida eterna é um dom que inclui a divinização, isto é, uma interacção familiar das pessoas divinas com as pessoas humanas.
Quanto mais uma pessoa se torna livre, consciente, responsável e capaz de comunhão amorosa, mais interage com as pessoas humanas e as divinas.
Isto significa, portanto, que a vida eterna é algo que já está em marcha na História. Viver a Vida Eterna, diz a Primeira Carta de São João, é criar laços de amor com os irmãos, o único caminho para atingir a comunhão com Deus:
“Nós sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte.
Todo o que tem ódio ao seu irmão é um homicida e vós bem sabeis que nenhum homicida tem dentro de si a vida eterna” (1 Jo 3, 14-15).
Depois acrescenta que a vida eterna é realmente um dom que Deus nos concede e não algo que nós possamos ter isoladamente.
Ninguém pode possuir a vida eterna sem o dom que nos vem de Deus através de Jesus ressuscitado, isto é, o Espírito Santo, a Água viva que faz jorrar uma fonte de Vida Eterna no nosso coração (Jo 4, 14; 7, 37-39).
“Deus deu-nos a vida eterna, e esta vida está no seu Filho. Quem tem o Filho tem a vida, quem não tem o filho não tem a vida” (1 Jo 5, 11-12).
Calmeiro Matias
CAMINHANDO PARA O FACE A FACE COM DEUS-III
III-CONHECER DEUS PELA VIA DO AMOR
Por ser relacional, a vida eterna define-se pela qualidade das nossas relações de comunhão amorosa.
Não é uma coisa que seja possuída por todos da mesma maneira. A nossa plenitude no Reino depende da nossa realização na história.
No Reino de Deus dançaremos o ritmo do amor com o jeito que tivermos treinado agora na História.
Isto quer dizer que a vida eterna, tal como a morte eterna, dependem das opções da pessoa em relação ao amor.
Graças ao mistério da Encarnação, a pessoa vai sendo divinizada na medida em que se humaniza.
No face-a-face com Deus, a pessoa humana conhece Deus com os olhos do coração, não com os olhos da cara.
Podemos dizer que a qualidade do conhecimento de Deus depende da qualidade do nosso coração.
Eis como o evangelho de São Lucas descreve este conhecimento do Filho pelo impulso amoroso do Espírito Santo:
“Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse:
“Bendigo-te ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelastes aos pequeninos.
Sim, Pai, porque foi esta a tua vontade e o teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai.
Do mesmo modo ninguém conhece quem é o Pai senão Filho e aquele a quem o Filho achar por bem revelar” (Lc 10, 21-22).
A Primeira Carta de São João diz que só podemos conhecer Deus através do amor: “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus.
Todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. O que não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus á amor” (1 Jo 4, 7).
Isto quer dizer que as pessoas a quem a Palavra não chegou têm a possibilidade de conhecer Deus através do amor.
É evidente que não se trata de um conhecimento conceptual, mas sim de um conhecimento existencial.
Por outras palavras, para os que não ouviram falar de Cristo, o conhecimento de Deus assenta no seu amor aos irmãos uma vez que não receberam a Palavra de Deus.
Eis as palavras da Primeira Carta de São João: “A Deus nunca ninguém o viu. Mas se nos amarmos uns aos outros, Deus está connosco e o seu amor chega à perfeição em nós” (1 Jo 4, 12).
E mais à frente, esta carta explica a razão deste conhecimento de Deus: “Deus é amor. Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4, 16).
Por ser Amor, Deus torna-se presente no coração do amor humano.Agora podemos compreender melhor a passagem do evangelho de São João onde Jesus diz a Tomé:
“Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6).
Depois responde a Filipe dizendo-lhe: “Há tanto tempo que estou convosco e não me ficastes a conhecer, Filipe?
Quem me vê, vê o Pai. Como é que ainda me dizes mostra-nos o Pai” (Jo 14, 8-9). O conhecimento de Deus, portanto, não é uma mera teoria.
Por ser relacional, a vida eterna define-se pela qualidade das nossas relações de comunhão amorosa.
Não é uma coisa que seja possuída por todos da mesma maneira. A nossa plenitude no Reino depende da nossa realização na história.
No Reino de Deus dançaremos o ritmo do amor com o jeito que tivermos treinado agora na História.
Isto quer dizer que a vida eterna, tal como a morte eterna, dependem das opções da pessoa em relação ao amor.
Graças ao mistério da Encarnação, a pessoa vai sendo divinizada na medida em que se humaniza.
No face-a-face com Deus, a pessoa humana conhece Deus com os olhos do coração, não com os olhos da cara.
Podemos dizer que a qualidade do conhecimento de Deus depende da qualidade do nosso coração.
Eis como o evangelho de São Lucas descreve este conhecimento do Filho pelo impulso amoroso do Espírito Santo:
“Nesse mesmo instante, Jesus estremeceu de alegria sob a acção do Espírito Santo e disse:
“Bendigo-te ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondestes estas coisas aos sábios e aos inteligentes e as revelastes aos pequeninos.
Sim, Pai, porque foi esta a tua vontade e o teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai.
Do mesmo modo ninguém conhece quem é o Pai senão Filho e aquele a quem o Filho achar por bem revelar” (Lc 10, 21-22).
A Primeira Carta de São João diz que só podemos conhecer Deus através do amor: “Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus.
Todo aquele que ama nasceu de Deus e chega ao conhecimento de Deus. O que não ama não chegou a conhecer Deus, pois Deus á amor” (1 Jo 4, 7).
Isto quer dizer que as pessoas a quem a Palavra não chegou têm a possibilidade de conhecer Deus através do amor.
É evidente que não se trata de um conhecimento conceptual, mas sim de um conhecimento existencial.
Por outras palavras, para os que não ouviram falar de Cristo, o conhecimento de Deus assenta no seu amor aos irmãos uma vez que não receberam a Palavra de Deus.
Eis as palavras da Primeira Carta de São João: “A Deus nunca ninguém o viu. Mas se nos amarmos uns aos outros, Deus está connosco e o seu amor chega à perfeição em nós” (1 Jo 4, 12).
E mais à frente, esta carta explica a razão deste conhecimento de Deus: “Deus é amor. Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele” (1 Jo 4, 16).
Por ser Amor, Deus torna-se presente no coração do amor humano.Agora podemos compreender melhor a passagem do evangelho de São João onde Jesus diz a Tomé:
“Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6).
Depois responde a Filipe dizendo-lhe: “Há tanto tempo que estou convosco e não me ficastes a conhecer, Filipe?
Quem me vê, vê o Pai. Como é que ainda me dizes mostra-nos o Pai” (Jo 14, 8-9). O conhecimento de Deus, portanto, não é uma mera teoria.
Calmeiro Matias
CAMINHANDO PARA O FACE A FACE COM DEUS-IV
IV-A SALVAÇÃO DOS NÃO CRISTÃOS
O Espírito Santo é o guia deste conhecimento, não por nos comunicar muitos conceitos, mas por nos conduzir para um jeito de amar semelhante ao de Cristo:
“Fui-vos dizendo estas coisas enquanto estava convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, recordando-vos tudo o que eu vos disse” (Jo 14, 25-26).
O Espírito Santo tem a tarefa de completar a missão de Jesus, conduzindo os discípulos para a Verdade plena, isto é, para um jeito de viver idêntico ao de Cristo:
“Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender por agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a verdade completa” (Jo 16, 12-13).
Os não cristãos quando amam os irmãos estão a ser fieis aos apelos do Espírito Santo na sua consciência.
Felizmente há muitas pessoas que gastam a sua vida a fazer bem aos outros, apesar de não conhecerem o mistério de Jesus Cristo.
O evangelho de São Mateus diz que, no dia do juízo, Jesus reconhece o amor aos irmãos como sendo amor a si mesmo:
“Então os justos vão responder a Jesus: “Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber?
Quando te vimos peregrino e te recolhemos ou nu e te vestimos? Quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?
Então o rei responder-lhes-á: “Com toda a verdade vos digo: sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 37-40).
No interior do amor humano acontece sempre a acção do Espírito Santo que optimiza esse amor e assumindo-o na comunhão do amor humano-divina do Reino de Deus.
Vimos que o alicerce da Vida Eterna é o conhecimento de Deus. Além disso, vimos que o conhecimento é uma experiência interactiva que leva a pessoa a agir face ao amor.
Sendo assim, temos de concluir que a vida eterna é algo que já está a emergir no nosso coração, pois trata-se de um dom realizado em Cristo e que está a acontecer todos os dias no nosso íntimo pela acção do Espírito Santo.
O Espírito Santo é o guia deste conhecimento, não por nos comunicar muitos conceitos, mas por nos conduzir para um jeito de amar semelhante ao de Cristo:
“Fui-vos dizendo estas coisas enquanto estava convosco. Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, recordando-vos tudo o que eu vos disse” (Jo 14, 25-26).
O Espírito Santo tem a tarefa de completar a missão de Jesus, conduzindo os discípulos para a Verdade plena, isto é, para um jeito de viver idêntico ao de Cristo:
“Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender por agora. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a verdade completa” (Jo 16, 12-13).
Os não cristãos quando amam os irmãos estão a ser fieis aos apelos do Espírito Santo na sua consciência.
Felizmente há muitas pessoas que gastam a sua vida a fazer bem aos outros, apesar de não conhecerem o mistério de Jesus Cristo.
O evangelho de São Mateus diz que, no dia do juízo, Jesus reconhece o amor aos irmãos como sendo amor a si mesmo:
“Então os justos vão responder a Jesus: “Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e te demos de beber?
Quando te vimos peregrino e te recolhemos ou nu e te vestimos? Quando te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-te?
Então o rei responder-lhes-á: “Com toda a verdade vos digo: sempre que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 37-40).
No interior do amor humano acontece sempre a acção do Espírito Santo que optimiza esse amor e assumindo-o na comunhão do amor humano-divina do Reino de Deus.
Vimos que o alicerce da Vida Eterna é o conhecimento de Deus. Além disso, vimos que o conhecimento é uma experiência interactiva que leva a pessoa a agir face ao amor.
Sendo assim, temos de concluir que a vida eterna é algo que já está a emergir no nosso coração, pois trata-se de um dom realizado em Cristo e que está a acontecer todos os dias no nosso íntimo pela acção do Espírito Santo.
Calmeiro Matias
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
A LETRA QUE MATA E O ESPÍRITO QUE DÁ VIDA-I
I-SÃO LUCAS E O BAPTISMO DOS PAGÃOS
São Paulo foi a figura do Novo Testamento que mais sentiu a tensão entre a Novidade do Espírito e o peso asfixiante da letra, isto é, o judaísmo legalista.
Ele mesmo descreveu esta tensão como a luta entre a Vida do Espírito e as forças de morte ligadas à letra que tenta impedir o nascimento do Homem Novo.
Eis o que ele diz a este respeito: “É Deus quem nos torna aptos para sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito.
Na verdade, a letra mata, mas o Espírito dá vida” (2 Cor 3, 6). No Livro dos Actos dos Apóstolos São Lucas quis descrever a difusão da Igreja nascente e o papel de São Paulo como colaborador do Espírito Santo nesta difusão.
A maior dificuldade à difusão da Igreja nascente foi a resistência dos cristãos da comunidade de Jerusalém.
Estes opunham-se a que os pagãos entrassem directamente nas comunidades cristãs sem antes passarem pelo rito da circuncisão.
São Lucas era pagão e, como tal, não podia ser indiferente a este problema. Encontrou em São Paulo o seu grande apoio, pois o Apóstolo defendia a entrada directa dos pagãos na Igreja, mediante a celebração do baptismo.
São Lucas diz que o plano de Deus para integrar os pagãos na Igreja é um plano eterno. Apoiado por São Paulo, São Lucas defende a opinião de que os pagãos devem entrar na Igreja pelo baptismo sem serem submetidos aos ritos asfixiantes inúteis do judaísmo.
São Paulo foi a figura do Novo Testamento que mais sentiu a tensão entre a Novidade do Espírito e o peso asfixiante da letra, isto é, o judaísmo legalista.
Ele mesmo descreveu esta tensão como a luta entre a Vida do Espírito e as forças de morte ligadas à letra que tenta impedir o nascimento do Homem Novo.
Eis o que ele diz a este respeito: “É Deus quem nos torna aptos para sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito.
Na verdade, a letra mata, mas o Espírito dá vida” (2 Cor 3, 6). No Livro dos Actos dos Apóstolos São Lucas quis descrever a difusão da Igreja nascente e o papel de São Paulo como colaborador do Espírito Santo nesta difusão.
A maior dificuldade à difusão da Igreja nascente foi a resistência dos cristãos da comunidade de Jerusalém.
Estes opunham-se a que os pagãos entrassem directamente nas comunidades cristãs sem antes passarem pelo rito da circuncisão.
São Lucas era pagão e, como tal, não podia ser indiferente a este problema. Encontrou em São Paulo o seu grande apoio, pois o Apóstolo defendia a entrada directa dos pagãos na Igreja, mediante a celebração do baptismo.
São Lucas diz que o plano de Deus para integrar os pagãos na Igreja é um plano eterno. Apoiado por São Paulo, São Lucas defende a opinião de que os pagãos devem entrar na Igreja pelo baptismo sem serem submetidos aos ritos asfixiantes inúteis do judaísmo.
Calmeiro Matias
A LETRA QUE MATA E O ESPÍRITO QUE DÁ VIDA-II
II-A IGREJA COMO NOVO POVO DE DEUS
Os destinatários de São Lucas são os pagãos que se preparam para o baptismo ou, então, os que acabavam de entrar na Igreja.
É por esta razão que ele actua com tanto cuidado, procurando dar a impressão de que a Igreja, como obra de Deus, é uma realidade harmoniosa e planeada por Deus desde toda a eternidade.
São Lucas apresenta a Igreja como o Novo Povo de Deus, o qual se situa na continuidade do povo bíblico.
Eis a razão pela qual o evangelista faz de Jerusalém o centro a partir do qual o Espírito Santo actua.
Por outras palavras, a fim de colocar a Igreja na coisas de modo a que as grandes intervenções do Espírito estejam ligadas a Jerusalém:
“No decurso de uma refeição que Jesus partilhava com eles, o Senhor ressuscitado ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o prometido do Pai.
Na verdade, vós ouvistes-me afirmar que João baptizava com água, mas vós sereis baptizados no Espírito Santo” (Act 1, 4-5).
De facto, São Lucas preocupa-se por fazer coincidir a comunicação do Espírito e a difusão da Igreja a partir de Jerusalém:
“Vós ides receber a força do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Judeia, na Samaria e até aos confins do mundo” (Act 1, 8).
Como vemos, o evangelista elabora os seus relatos de modo a fazer de Jerusalém o ponto de partida da evangelização do mundo.
Os outros evangelistas não vêem as coisas deste modo. No evangelho de São Mateus Jesus ressuscitado faz o envio a partir de da Galileia:
O anjo apareceu às mulheres junto ao sepulcro e anuncia-lhes a ressurreição de Jesus. Um poucomais à frente é o próprio Jesus que lhes aparece e pede-lhes para comunicarem aos apóstolos que se dirijam para a Galileia, pois lá o Senhor lhes aparecerá:
“Jesus disse às mulheres: “Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão” (Mt 28, 10).
Os discípulos vão ao sítio que Jesus tinha indicado às mulheres e aí Jesus os envia para a grande tarefa da evangelização do mundo:
“Os onze discípulos partiram para a Galileia para o monte que Jesus lhes tinha indicado.
Quando o viram, adoraram-no. Alguns, no entanto, ainda duvidavam.
Aproximando-se deles Jesus disse-lhes: “foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, e fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Ensinai-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. Podeis estar certos de que eu estarei convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28, 18-20).
Os destinatários de São Lucas são os pagãos que se preparam para o baptismo ou, então, os que acabavam de entrar na Igreja.
É por esta razão que ele actua com tanto cuidado, procurando dar a impressão de que a Igreja, como obra de Deus, é uma realidade harmoniosa e planeada por Deus desde toda a eternidade.
São Lucas apresenta a Igreja como o Novo Povo de Deus, o qual se situa na continuidade do povo bíblico.
Eis a razão pela qual o evangelista faz de Jerusalém o centro a partir do qual o Espírito Santo actua.
Por outras palavras, a fim de colocar a Igreja na coisas de modo a que as grandes intervenções do Espírito estejam ligadas a Jerusalém:
“No decurso de uma refeição que Jesus partilhava com eles, o Senhor ressuscitado ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o prometido do Pai.
Na verdade, vós ouvistes-me afirmar que João baptizava com água, mas vós sereis baptizados no Espírito Santo” (Act 1, 4-5).
De facto, São Lucas preocupa-se por fazer coincidir a comunicação do Espírito e a difusão da Igreja a partir de Jerusalém:
“Vós ides receber a força do Espírito Santo que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, na Judeia, na Samaria e até aos confins do mundo” (Act 1, 8).
Como vemos, o evangelista elabora os seus relatos de modo a fazer de Jerusalém o ponto de partida da evangelização do mundo.
Os outros evangelistas não vêem as coisas deste modo. No evangelho de São Mateus Jesus ressuscitado faz o envio a partir de da Galileia:
O anjo apareceu às mulheres junto ao sepulcro e anuncia-lhes a ressurreição de Jesus. Um poucomais à frente é o próprio Jesus que lhes aparece e pede-lhes para comunicarem aos apóstolos que se dirijam para a Galileia, pois lá o Senhor lhes aparecerá:
“Jesus disse às mulheres: “Não temais. Ide anunciar aos meus irmãos que partam para a Galileia. Lá me verão” (Mt 28, 10).
Os discípulos vão ao sítio que Jesus tinha indicado às mulheres e aí Jesus os envia para a grande tarefa da evangelização do mundo:
“Os onze discípulos partiram para a Galileia para o monte que Jesus lhes tinha indicado.
Quando o viram, adoraram-no. Alguns, no entanto, ainda duvidavam.
Aproximando-se deles Jesus disse-lhes: “foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra. Ide, pois, e fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Ensinai-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. Podeis estar certos de que eu estarei convosco até ao fim dos tempos” (Mt 28, 18-20).
Calmeiro Matias
A LETRA QUE MATA E O ESPÍRITO QUE DÁ VIDA-III
III-NOVOS APÓSTOLOS PARA OS PAGÃOS
Para São Lucas, o Pentecostes acontece em Jerusalém. Aí, o Espírito Santo fortalece os discípulos e envia-os para a grande tarefa da missão.
No capítulo sexto dos Actos, São Lucas fala de um conflito que surge no interior da comunidade de Jerusalém e que ele apresenta como coisa secundária, a fim de não chocar os pagãos.
Segundo ele, tratou-se de um conflito devido ao desentendimento entre os cristãos de origem grega e os cristãos de origem hebraica.
Os cristãos de origem judaica cuidavam das suas viúvas e descuidam as viúvas dos gregos (Act 6, 1).
Com a sua preocupação de apresentar a Igreja como uma realidade harmoniosa, São Lucas disfarça a questão central do conflito existente na comunidade de Jerusalém.
Na realidade o conflito era grave, pois envolvia uma questão central: a incorporação dos pagãos na Igreja.
Para não chocar os pagãos, São Lucas diz que se trata apenas de um mal-estar nascido do facto de os cristãos judeus desprezarem as viúvas de origem pagã.
Para fazer frente a este conflito, os Doze tomam a iniciativa de eleger os diáconos (Act 6, 2). O problema era, na verdade, muito mais grave: os cristãos da comunidade de Jerusalém opunham-se à entrada dos pagãos na Igreja.
Os nomes dos diáconos são todos de origem grega, isto é, pagã. A eleição dos diáconos foi na realidade a eleição de apóstolos para evangelizar os pagãos.
A prova de que os diáconos não se destinavam a distribuir pães às viúvas pagãs é que nenhum deles permaneceu na comunidade de Jerusalém.
Os primeiros cristãos a serem perseguidos foram os diáconos. O primeiro mártir cristão foi Estêvão, um dos sete diáconos (Act 7, 54-60).
O primeiro pagão a ser baptizado foi convertido pelo diácono Filipe (Act 8, 35-40). Com a eleição dos enviados para os pagãos, está reconhecido o direito de os pagãos entrarem na Igreja em pé de igualdade com os judeus.
Para confirmarmos a importância que São Lucas atribui a este facto, basta ver a importância que ele dá ao relato do martírio de Estêvão.
São Lucas descreve o martírio do Apóstolo São Tiago, o irmão de São João, reduzindo o relato a um simples versículo (Act 12, 2).
O martírio do Diácono Estêvão, pelo contrário, ocupa sessenta e sete versículos (Act 7, 1-60).
São Lucas distingue os helenistas (cristãos judeus de cultura grega) dos gregos (cristãos de origem pagã).
A perseguição dos judeus aos diáconos deve-se ao facto de estes serem muito mais abertos do que os onze.
Para São Lucas, o Pentecostes acontece em Jerusalém. Aí, o Espírito Santo fortalece os discípulos e envia-os para a grande tarefa da missão.
No capítulo sexto dos Actos, São Lucas fala de um conflito que surge no interior da comunidade de Jerusalém e que ele apresenta como coisa secundária, a fim de não chocar os pagãos.
Segundo ele, tratou-se de um conflito devido ao desentendimento entre os cristãos de origem grega e os cristãos de origem hebraica.
Os cristãos de origem judaica cuidavam das suas viúvas e descuidam as viúvas dos gregos (Act 6, 1).
Com a sua preocupação de apresentar a Igreja como uma realidade harmoniosa, São Lucas disfarça a questão central do conflito existente na comunidade de Jerusalém.
Na realidade o conflito era grave, pois envolvia uma questão central: a incorporação dos pagãos na Igreja.
Para não chocar os pagãos, São Lucas diz que se trata apenas de um mal-estar nascido do facto de os cristãos judeus desprezarem as viúvas de origem pagã.
Para fazer frente a este conflito, os Doze tomam a iniciativa de eleger os diáconos (Act 6, 2). O problema era, na verdade, muito mais grave: os cristãos da comunidade de Jerusalém opunham-se à entrada dos pagãos na Igreja.
Os nomes dos diáconos são todos de origem grega, isto é, pagã. A eleição dos diáconos foi na realidade a eleição de apóstolos para evangelizar os pagãos.
A prova de que os diáconos não se destinavam a distribuir pães às viúvas pagãs é que nenhum deles permaneceu na comunidade de Jerusalém.
Os primeiros cristãos a serem perseguidos foram os diáconos. O primeiro mártir cristão foi Estêvão, um dos sete diáconos (Act 7, 54-60).
O primeiro pagão a ser baptizado foi convertido pelo diácono Filipe (Act 8, 35-40). Com a eleição dos enviados para os pagãos, está reconhecido o direito de os pagãos entrarem na Igreja em pé de igualdade com os judeus.
Para confirmarmos a importância que São Lucas atribui a este facto, basta ver a importância que ele dá ao relato do martírio de Estêvão.
São Lucas descreve o martírio do Apóstolo São Tiago, o irmão de São João, reduzindo o relato a um simples versículo (Act 12, 2).
O martírio do Diácono Estêvão, pelo contrário, ocupa sessenta e sete versículos (Act 7, 1-60).
São Lucas distingue os helenistas (cristãos judeus de cultura grega) dos gregos (cristãos de origem pagã).
A perseguição dos judeus aos diáconos deve-se ao facto de estes serem muito mais abertos do que os onze.
Calmeiro Matias
A LETRA QUE MATA E O ESPÍRITO QUE DÁ VIDA-IV
IV-DISPERSÃO E EVANGELIZAÇÃO DOS PAGÃOS
Podemos dizer que a perseguição dos diáconos acabou por ser um grande bem para a causa do Evangelho.
Ao dispersarem-se, os diáconos começaram a anunciar o Evangelho aos pagãos das zonas por onde passavam.
E foi assim que o diácono Filipe, conduzido pelo Espírito Santo, sai de Jerusalém para iniciar a evangelização da Samaria.
A iniciativa deste trabalho evangelizador não partiu da comunidade de Jerusalém (Act 8, 29).
Daqui, a importância de a sua obra ser confirmada. Foi então que Pedro e João decidiram subir até à Samaria para confirmar o trabalho de Filipe:
“Quando os Apóstolos tiveram conhecimento de que a Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.
Estes foram até lá e oraram pelos Samaritanos para que estes recebessem o Espírito Santo que ainda não descera sobre nenhum deles.
Tinham apenas recebido o baptismo em nome do Senhor Jesus. Pedro e João iam impondo as mãos sobre os samaritanos, os quais iam recebendo o Espírito Santo” (Act 8, 14-17).
Não devemos ficar com a ideia de que o Espírito Santo é uma coisa que se transmite de maneira mágica:
No relato da pregação de Pedro em casa de Cornélio acontece o contrário. Os pagãos recebem o Espírito Santo ao ouvirem a Palavra, ainda antes de serem baptizados.
Como vemos, o baptismo no Espírito, no caso dos adultos, acontece antes da celebração litúrgica do baptismo e sem qualquer imposição das mãos (Act 10, 44-45).
Segundo o relato da Evangelização da Samaria, os Samaritanos já tinham acolhido a Palavra de Deus através da acção evangelizadora de Filipe (Act 8, 14b).
Podemos dizer que a perseguição dos diáconos acabou por ser um grande bem para a causa do Evangelho.
Ao dispersarem-se, os diáconos começaram a anunciar o Evangelho aos pagãos das zonas por onde passavam.
E foi assim que o diácono Filipe, conduzido pelo Espírito Santo, sai de Jerusalém para iniciar a evangelização da Samaria.
A iniciativa deste trabalho evangelizador não partiu da comunidade de Jerusalém (Act 8, 29).
Daqui, a importância de a sua obra ser confirmada. Foi então que Pedro e João decidiram subir até à Samaria para confirmar o trabalho de Filipe:
“Quando os Apóstolos tiveram conhecimento de que a Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.
Estes foram até lá e oraram pelos Samaritanos para que estes recebessem o Espírito Santo que ainda não descera sobre nenhum deles.
Tinham apenas recebido o baptismo em nome do Senhor Jesus. Pedro e João iam impondo as mãos sobre os samaritanos, os quais iam recebendo o Espírito Santo” (Act 8, 14-17).
Não devemos ficar com a ideia de que o Espírito Santo é uma coisa que se transmite de maneira mágica:
No relato da pregação de Pedro em casa de Cornélio acontece o contrário. Os pagãos recebem o Espírito Santo ao ouvirem a Palavra, ainda antes de serem baptizados.
Como vemos, o baptismo no Espírito, no caso dos adultos, acontece antes da celebração litúrgica do baptismo e sem qualquer imposição das mãos (Act 10, 44-45).
Segundo o relato da Evangelização da Samaria, os Samaritanos já tinham acolhido a Palavra de Deus através da acção evangelizadora de Filipe (Act 8, 14b).
Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias
A LETRA QUE MATA E O ESPÍRITO QUE DÁ VIDA-V
V-SÃO PAULO E A EVANGELIZAÇÃO DOS PAGÃOS
O relato da evangelização da família de Cornélio dá-nos a impressão de que Pedro foi o grande evangelizador dos pagãos.
De facto não foi assim. São Lucas, com este texto, pretende dizer apenas que está legitimada a pregação dos pagãos, pois Pedro já o fez por mandato do Espírito Santo (Act 10, 9-20).
Com este relato, São Lucas quer significar que a evangelização dos pagãos é algo realizado e confirmado pela comunidade de Jerusalém.
São Lucas não está preocupado com o rigor dos factos históricos. O que de verdade lhe interessa teológica segundo a qual a evangelização dos pagãos é uma acção fundamental para o nascimento de Igreja e a difusão do Evangelho.
São Lucas tenta harmonizar as coisas dizendo que tanto a Igreja de origem judaica, como a Igreja de origem pagã são obra do Espírito Santo.
Como vimos, o primeiro pagão a ser incorporado na Igreja foi evangelizado pelo diácono Filipe, sob a condução do Espírito Santo.
Trata-se do baptismo de um eunuco, o qual era um alto funcionário da rainha Candace (Act 8, 26-40).
Segundo a lei mosaica, um eunuco não podia fazer parte do povo de Deus (Dt 23, 2; Esd 56, 3-7; Neem 13, 1-3).
Ao elaborar este relato, São Lucas afirma claramente que o novo Povo de Deus não assenta nas prescrições do judaísmo.
São Lucas tenta harmonizar constantemente a acção evangelizadora dos cristãos da Palestina representados por São Pedro e os cristãos de origem helenista representados por São Paulo.
São Pedro pretende conduzir os pagãos para as práticas judaicas e São Paulo, muito mais culto e aberto opõe-se a tal pretensão.
Os pagãos, defende São Paulo, devem ser tratados exactamente como os judeus no que se refere à sua incorporação na Igreja.
No fundo, os Actos dos Apóstolos são uma demonstração de que a missão de São Paulo é um milagre do Espírito Santo.
Não é por acaso que o Livro dos Actos dos Apóstolos relata três vezes a conversão de São Paulo (Act 9, 1-19a; 22, 1-21; 26, 9-20).
São Lucas dedica cinquenta e um versículos a este grande acontecimento. Isto diz bem a importância que ele atribui à conversão de São Paulo.
Para acentuar, não a maldade de São Paulo, mas a força transformadora do Espírito Santo, São Lucas começa por apresentar São Paulo como o grande perseguidor da fé.
Quando ainda era adolescente, o ainda chamado Saulo, colabora no martírio de Estêvão: “Saulo aprovava também essa morte” (Act 8, 1).
Depois entra nas casas dos cristãos para os maltratar e levar para a prisão (Act 8, 3). Com estes reparos São Lucas tenta acentuar a força miraculosa do Espírito Santo no acontecimento da conversão de Paulo.
Agora, uma vez convertido, deve ser confirmado, a fim de ser aceite e reconhecido como o grande escolhido de Deus para a obra do Evangelho.
Para isso, Paulo deve entrar na cidade e dirigir-se à comunidade onde lhe será dito o que deve fazer (Act 9, 6).
Os relatos de São Lucas contrastam com os relatos das cartas de São Paulo. Segundo o que ele relata na Carta aos Gálatas, a sua prática missionária não procedem de qualquer homem, mas sim de uma inspiração do Espírito Santo (Gal 1, 11-12).
São Paulo está de acordo com São Lucas quando fala do seu zelo pelo judaísmo, a ponto de ser perseguidor da Igreja de Deus (Gal 1, 13).
Mas Deus, na sua infinita bondade, chamou-o para anunciar o Evangelho entre os gentios. Quando sentiu o chamamento de Deus, não consultou qualquer homem.
Também não foi a Jerusalém para consultar os que tinham sido Apóstolos antes dele.
Pelo contrário retirou-se para a Arábia, a fim de fazer uma longa meditação.
Depois voltou a Damasco, a cidade onde aconteceu a sua conversão (Gal 1, 16-17). Passados três anos de missão decidiu ir a Jerusalém, a fim de visitar São Pedro, acabando por ficar quinze dias com ele (Gal 1, 18).
Não viu mais nenhum Apóstolo, a não ser Tiago, o irmão de Jesus (Gal 1, 19). Tiago não fazia parte dos Doze, mas São Paulo chama-o Apóstolo.
Na realidade, os diáconos eram Apóstolos, isto é, missionários itinerantes entre os pagãos. São Lucas legitima a obra de São Paulo dizendo que São Pedro foi o primeiro a pregar e fazer conversões entre os pagãos (Act 10, 1-18).
Só depois Paulo e os diáconos passaram a pregar o Evangelho aos pagãos (Act 11, 20). Uma vez legitimada a sua missão, surge uma enorme multidão de pagãos convertidos (Act 11, 22).
O relato da evangelização da família de Cornélio dá-nos a impressão de que Pedro foi o grande evangelizador dos pagãos.
De facto não foi assim. São Lucas, com este texto, pretende dizer apenas que está legitimada a pregação dos pagãos, pois Pedro já o fez por mandato do Espírito Santo (Act 10, 9-20).
Com este relato, São Lucas quer significar que a evangelização dos pagãos é algo realizado e confirmado pela comunidade de Jerusalém.
São Lucas não está preocupado com o rigor dos factos históricos. O que de verdade lhe interessa teológica segundo a qual a evangelização dos pagãos é uma acção fundamental para o nascimento de Igreja e a difusão do Evangelho.
São Lucas tenta harmonizar as coisas dizendo que tanto a Igreja de origem judaica, como a Igreja de origem pagã são obra do Espírito Santo.
Como vimos, o primeiro pagão a ser incorporado na Igreja foi evangelizado pelo diácono Filipe, sob a condução do Espírito Santo.
Trata-se do baptismo de um eunuco, o qual era um alto funcionário da rainha Candace (Act 8, 26-40).
Segundo a lei mosaica, um eunuco não podia fazer parte do povo de Deus (Dt 23, 2; Esd 56, 3-7; Neem 13, 1-3).
Ao elaborar este relato, São Lucas afirma claramente que o novo Povo de Deus não assenta nas prescrições do judaísmo.
São Lucas tenta harmonizar constantemente a acção evangelizadora dos cristãos da Palestina representados por São Pedro e os cristãos de origem helenista representados por São Paulo.
São Pedro pretende conduzir os pagãos para as práticas judaicas e São Paulo, muito mais culto e aberto opõe-se a tal pretensão.
Os pagãos, defende São Paulo, devem ser tratados exactamente como os judeus no que se refere à sua incorporação na Igreja.
No fundo, os Actos dos Apóstolos são uma demonstração de que a missão de São Paulo é um milagre do Espírito Santo.
Não é por acaso que o Livro dos Actos dos Apóstolos relata três vezes a conversão de São Paulo (Act 9, 1-19a; 22, 1-21; 26, 9-20).
São Lucas dedica cinquenta e um versículos a este grande acontecimento. Isto diz bem a importância que ele atribui à conversão de São Paulo.
Para acentuar, não a maldade de São Paulo, mas a força transformadora do Espírito Santo, São Lucas começa por apresentar São Paulo como o grande perseguidor da fé.
Quando ainda era adolescente, o ainda chamado Saulo, colabora no martírio de Estêvão: “Saulo aprovava também essa morte” (Act 8, 1).
Depois entra nas casas dos cristãos para os maltratar e levar para a prisão (Act 8, 3). Com estes reparos São Lucas tenta acentuar a força miraculosa do Espírito Santo no acontecimento da conversão de Paulo.
Agora, uma vez convertido, deve ser confirmado, a fim de ser aceite e reconhecido como o grande escolhido de Deus para a obra do Evangelho.
Para isso, Paulo deve entrar na cidade e dirigir-se à comunidade onde lhe será dito o que deve fazer (Act 9, 6).
Os relatos de São Lucas contrastam com os relatos das cartas de São Paulo. Segundo o que ele relata na Carta aos Gálatas, a sua prática missionária não procedem de qualquer homem, mas sim de uma inspiração do Espírito Santo (Gal 1, 11-12).
São Paulo está de acordo com São Lucas quando fala do seu zelo pelo judaísmo, a ponto de ser perseguidor da Igreja de Deus (Gal 1, 13).
Mas Deus, na sua infinita bondade, chamou-o para anunciar o Evangelho entre os gentios. Quando sentiu o chamamento de Deus, não consultou qualquer homem.
Também não foi a Jerusalém para consultar os que tinham sido Apóstolos antes dele.
Pelo contrário retirou-se para a Arábia, a fim de fazer uma longa meditação.
Depois voltou a Damasco, a cidade onde aconteceu a sua conversão (Gal 1, 16-17). Passados três anos de missão decidiu ir a Jerusalém, a fim de visitar São Pedro, acabando por ficar quinze dias com ele (Gal 1, 18).
Não viu mais nenhum Apóstolo, a não ser Tiago, o irmão de Jesus (Gal 1, 19). Tiago não fazia parte dos Doze, mas São Paulo chama-o Apóstolo.
Na realidade, os diáconos eram Apóstolos, isto é, missionários itinerantes entre os pagãos. São Lucas legitima a obra de São Paulo dizendo que São Pedro foi o primeiro a pregar e fazer conversões entre os pagãos (Act 10, 1-18).
Só depois Paulo e os diáconos passaram a pregar o Evangelho aos pagãos (Act 11, 20). Uma vez legitimada a sua missão, surge uma enorme multidão de pagãos convertidos (Act 11, 22).
Calmeiro Matias
A LETRA QUE MATA E O ESPÍRITO QUE DÁ VIDA-VI
VI-ANTIOQUIA E A EVANGELIZAÇÃO DOS PAGÃOS
O sucesso de Paulo e dos diáconos na difusão do Evangelho entre os pagãos foi enorme, chegando até Antioquia.
A notícia chega à comunidade de Jerusalém cuja mentalidade era contrária ao anúncio do Evangelho aos pagãos.
Foi então que decidem enviar Barnabé a Antioquia (Act 11, 22). A questão fica solucionada apenas no capítulo quinze dos Actos dos Apóstolos quando Paulo e Barnabé decidem vir a Jerusalém.
A razão que motivou a ida de São Paulo a Jerusalém era realmente séria: Paulo denuncia o facto de alguns enviados de Jerusalém irem atrás dele e dos outros apóstolos, a fim de espiarem o trabalho deles.
Estes cristãos não passam de uns falsos irmãos, como ele lhes chama (Gal 2, 4). Na realidade não se tratava de um acto de boa fé, mas antes um acto de espionagem.
Estes”falsos irmãos” iam atrás de Paulo dizendo que os pagãos não podiam ser plenamente cristãos se não praticassem antes as normas prescritas pela Lei de Moisés (Act 15, 1).
Foi então que Paulo e Barnabé decidem ir a Jerusalém para pôr fim a esta situação (Act 15, 2).
Os Apóstolos e os presbíteros da comunidade examinaram a questão (Act 15, 6).
Em Jerusalém, São Paulo é confirmado. São Lucas põe na boca de São Pedro um discurso de São Pedro nitidamente decalcado no pensamento de São Paulo.
Nesse discurso, São Pedro afirma o seguinte: Deus não faz acepção de pessoas (Act 15, 8-10).
Na verdade, a Lei é um jugo insuportável que não deve ser imposto aos pagãos (Act 15, 10).
O Homem é salvo pela graça, não pelas obras da Lei (Act 15, 11). É evidente que esta é a linguagem de São Paulo, não a de São Pedro.
Isto torna-se ainda mais claro quando aparece o próprio São Pedro a declarar que Deus o escolheu para evangelizar os pagãos (Act 15, 1).
São Lucas tenta confirmar São Paulo pondo as suas palavras na boca de São Pedro. A descrição de São Paulo sobre a sua ida com Barnabé a Jerusalém é diferente do relato dos Actos dos Apóstolos.
Passados catorze anos de missão, diz ele, fui a Jerusalém, a fim de não estar a correr em vão (Gal 2, 1-2).
Isto porque os falsos irmãos, vindos de Jerusalém, iam atrás dele contrariando a sua obra evangelizadora (Gal 2, 4).
Foi então que Pedro, Tiago e João, considerados como as colunas da Igreja, deram as mãos a Paulo em sinal de comunhão.
Nesse momento reconhecem, diz São Paulo, que São Pedro foi escolhido para os judeus e ele para os pagãos (Gal 2, 9-10).
Depois disto, São Paulo fala da decisão de São Pedro no sentido de partir para Antioquia, a fim de confirmar a obra de Paulo (Gal 2, 11a).
Calmeiro Matias
A LETRA QUE MATA E O ESPÍRITO QUE DÁ VIDA-VII
VII-TENSÃO ENTRE SÃO PAULO E SÃO PEDRO
É nesta altura que acontece um incidente que revela bem a fragilidade da personalidade de São Pedro:
Logo chegou começou por comer e celebrar a Eucaristia com os cristãos de origem pagã. Mas, quando apareceram alguns defensores da visão rígida de Jerusalém, São Pedro começou a afastar-se da mesa e da Eucaristia dos pagãos cristãos.
O grupo conservador de Jerusalém estava ligado a Tiago, o irmão do Senhor, o qual era o chefe da comunidade de Jerusalém.
A situação complicou-se quando Barnabé se juntou a São Pedro, entrando neste jogo duplo (Gal 2, 12-13).
É então que são Paulo enfrenta os enviados de Tiago com dureza (Gal 2, 14). Referindo-se a este acontecimento, São Lucas relata-o de modo diferente, a fim de não chocar os cristãos de origem pagã.
Diz apenas que Paulo e Barnabé programaram uma viagem pelas cidades onde existiam comunidades.
Barnabé queria levar consigo João Marcos, a fim de colaborar com eles na obra do Evangelho.
São Paulo opôs-se, pois não achava João Marcos capaz de realizar esta missão.
Após uma discussão acesa, São Paulo e Barnabé separaram-se. Barnabé foi para Chipre e São Paulo, acompanhado de Silas, foi visitar outras comunidades às quais estava ligado (Act 15, 35-41).
São Lucas omite totalmente o incidente de São Paulo com São Pedro. Do mesmo modo, omite as razões profundas da separação Barnabé.
Nos últimos treze capítulos dos Actos, São Pedro e Barnabé desaparecem. Daqui em diante, o tema é a coragem missionária de missão de São Paulo e a força do Espírito Santo a actuar nele.
É a comunidade de Antioquia, não a de Jerusalém, que impõe as mãos a Paulo e o envia para a missão entre os pagãos (Act 13, 2-3).
É nesta altura que acontece um incidente que revela bem a fragilidade da personalidade de São Pedro:
Logo chegou começou por comer e celebrar a Eucaristia com os cristãos de origem pagã. Mas, quando apareceram alguns defensores da visão rígida de Jerusalém, São Pedro começou a afastar-se da mesa e da Eucaristia dos pagãos cristãos.
O grupo conservador de Jerusalém estava ligado a Tiago, o irmão do Senhor, o qual era o chefe da comunidade de Jerusalém.
A situação complicou-se quando Barnabé se juntou a São Pedro, entrando neste jogo duplo (Gal 2, 12-13).
É então que são Paulo enfrenta os enviados de Tiago com dureza (Gal 2, 14). Referindo-se a este acontecimento, São Lucas relata-o de modo diferente, a fim de não chocar os cristãos de origem pagã.
Diz apenas que Paulo e Barnabé programaram uma viagem pelas cidades onde existiam comunidades.
Barnabé queria levar consigo João Marcos, a fim de colaborar com eles na obra do Evangelho.
São Paulo opôs-se, pois não achava João Marcos capaz de realizar esta missão.
Após uma discussão acesa, São Paulo e Barnabé separaram-se. Barnabé foi para Chipre e São Paulo, acompanhado de Silas, foi visitar outras comunidades às quais estava ligado (Act 15, 35-41).
São Lucas omite totalmente o incidente de São Paulo com São Pedro. Do mesmo modo, omite as razões profundas da separação Barnabé.
Nos últimos treze capítulos dos Actos, São Pedro e Barnabé desaparecem. Daqui em diante, o tema é a coragem missionária de missão de São Paulo e a força do Espírito Santo a actuar nele.
É a comunidade de Antioquia, não a de Jerusalém, que impõe as mãos a Paulo e o envia para a missão entre os pagãos (Act 13, 2-3).
Calmeiro Matias
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
NOVO TESTAMENTO E RESSURREIÇÃO DE JESUS-I
I-O SENHOR RESSUSCITOU VERDADEIRAMENTE
Sem as aparições de Jesus ressuscitado não havia Igreja nem tínhamos o Novo Testamento.
Poroutras palavras, a Igreja e o Novo Testamento são as grandes testemunhas da ressurreição de Jesus.
Podemos dizer que a experiência pascal dos Apóstolos é o pano de fundo e o princípio animador de todo o Novo Testamento.
Na verdade, a ressurreição de Cristo é o grande tema da pregação dos Apóstolos. É o coração da Boa Nova da Salvação.
Vamos debruçar-nos sobre algumas afirmações dos Apóstolos que são verdadeiros testemunhos da ressurreição:
Na quinta-feira à noite, estes homens negaram Jesus e fogem, abandonando-o. Dois dias depois, ei-los a gritar nas ruas, dizendo que Jesus é o Messias prometido por Deus e anunciado pelos profetas.
Só pode ter acontecido uma destas duas coisas: Ou endoideceram devido ao desgosto de terem traído Jesus, ou aconteceu um milagre.
Doidos não estavam, pois argumentavam com as Escrituras ao ponto de confundirem os doutores da Lei e os especialistas bíblicos.
Então, só podia ter acontecido um impacto milagroso tão forte que os modificou radicalmente. E o milagre foi, como ele mesmo diziam, terem visto o Senhor Ressuscitado.
“Mas Deus ressuscitou-o, libertando-o dos grilhões da morte, pois era impossível que Ele ficasse sob o domínio da morte” (Act 2, 24).
Isto que dizer que o Senhor da vida não podia ficar sob o domínio da morte.
Sem as aparições de Jesus ressuscitado não havia Igreja nem tínhamos o Novo Testamento.
Poroutras palavras, a Igreja e o Novo Testamento são as grandes testemunhas da ressurreição de Jesus.
Podemos dizer que a experiência pascal dos Apóstolos é o pano de fundo e o princípio animador de todo o Novo Testamento.
Na verdade, a ressurreição de Cristo é o grande tema da pregação dos Apóstolos. É o coração da Boa Nova da Salvação.
Vamos debruçar-nos sobre algumas afirmações dos Apóstolos que são verdadeiros testemunhos da ressurreição:
Na quinta-feira à noite, estes homens negaram Jesus e fogem, abandonando-o. Dois dias depois, ei-los a gritar nas ruas, dizendo que Jesus é o Messias prometido por Deus e anunciado pelos profetas.
Só pode ter acontecido uma destas duas coisas: Ou endoideceram devido ao desgosto de terem traído Jesus, ou aconteceu um milagre.
Doidos não estavam, pois argumentavam com as Escrituras ao ponto de confundirem os doutores da Lei e os especialistas bíblicos.
Então, só podia ter acontecido um impacto milagroso tão forte que os modificou radicalmente. E o milagre foi, como ele mesmo diziam, terem visto o Senhor Ressuscitado.
“Mas Deus ressuscitou-o, libertando-o dos grilhões da morte, pois era impossível que Ele ficasse sob o domínio da morte” (Act 2, 24).
Isto que dizer que o Senhor da vida não podia ficar sob o domínio da morte.
Calmeiro Matias
NOVO TESTAMENTO E RESSURREIÇÃO DE JESUS-II
II-RESSURREIÇÃO E ENTRONIZAÇÃO NO CÉU
No momento de morrer e ressuscitar, Jesus foi à morada dos mortos, não como morto, mas como Senhor da vida, a fim de ressuscitar todos os que o precederam na História:
“Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disto nós somos testemunhas. Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vedes e ouvis” (Act 2, 32-33).
As aparições do Senhor Ressuscitado são experiências feitas no Espírito Santo. A Experiência pascal dos Apóstolos acontece mediante o Espírito Santo, diz São Paulo (1 Cor 15, 3).
Segundo o evangelho de São João, a experiência Pascal coincide com a comunicação do Espírito Santo (Jo 20, 21-23).
No Livro dos Actos do Apóstolos São Pedro diz aos judeus que o Jesus morto por eles é o Messias de Deus:
“Saiba toda a casa de Israel com toda a certeza que Deus estabeleceu como Senhor a esse Jesus por vós crucificado”.
A ideia subjacente a este texto é de que Jesus já está no Céu sentado à direita de Deus, isto é, entronizado como rei messiânico (Act 2, 36; cf. Sal 110, 1).
Da ideia de Cristo entronizado no Céu, nasceu a ideia da segunda vinda de Cristo, a fim de restaurar o reino messiânico na Terra:
“Arrependei-vos, portanto, a fim de os vossos pecados serem apagados. Deste modo Deus vos concederá os tempos de perdão, quando enviar aquele que vos foi destinado, o Messias Jesus.
Ele deve permanecer no Céu até ao momento da restauração de todas as coisas, tal como Deus falou outrora pela boca dos profetas” (Act 3,19-21).
Foi assim que começou a proclamação da segunda vinda de Cristo.
No momento de morrer e ressuscitar, Jesus foi à morada dos mortos, não como morto, mas como Senhor da vida, a fim de ressuscitar todos os que o precederam na História:
“Foi este Jesus que Deus ressuscitou e disto nós somos testemunhas. Tendo sido elevado pelo poder de Deus, recebeu do Pai o Espírito Santo prometido e derramou o que vedes e ouvis” (Act 2, 32-33).
As aparições do Senhor Ressuscitado são experiências feitas no Espírito Santo. A Experiência pascal dos Apóstolos acontece mediante o Espírito Santo, diz São Paulo (1 Cor 15, 3).
Segundo o evangelho de São João, a experiência Pascal coincide com a comunicação do Espírito Santo (Jo 20, 21-23).
No Livro dos Actos do Apóstolos São Pedro diz aos judeus que o Jesus morto por eles é o Messias de Deus:
“Saiba toda a casa de Israel com toda a certeza que Deus estabeleceu como Senhor a esse Jesus por vós crucificado”.
A ideia subjacente a este texto é de que Jesus já está no Céu sentado à direita de Deus, isto é, entronizado como rei messiânico (Act 2, 36; cf. Sal 110, 1).
Da ideia de Cristo entronizado no Céu, nasceu a ideia da segunda vinda de Cristo, a fim de restaurar o reino messiânico na Terra:
“Arrependei-vos, portanto, a fim de os vossos pecados serem apagados. Deste modo Deus vos concederá os tempos de perdão, quando enviar aquele que vos foi destinado, o Messias Jesus.
Ele deve permanecer no Céu até ao momento da restauração de todas as coisas, tal como Deus falou outrora pela boca dos profetas” (Act 3,19-21).
Foi assim que começou a proclamação da segunda vinda de Cristo.
NOVO TESTAMENTO E RESSURREIÇÃO DE JESUS-III
III-JESUS VAI VOLTAR COMO REI MESSIÂNICO
Segundo a lógica dos Apóstolos era evidente que Jesus, uma vez sentado no seu trono no Céu, deve voltar para restaurar o reino anunciado pelos profetas.
Quando voltar virá, não já como servo sofredor e humilde, mas como Filho de Deus investido nas suas funções de juiz.
São Paulo diz que Jesus é o filho de David, constituído filho de Deus, isto é, rei entronizado. Foi ungido pelo Espírito Santo como Messias rei no momento da sua ressurreição (Rm 1, 3-5).
No dia estabelecido por Deus, ele vai vir como rei sentado sobre o seu trono. Aparecerá sobre as nuvens do céu como juiz que vem realizar o dia da ira e da condenação dos que o rejeitaram (cf. Lc 21, 20-30).
O Evangelho de São Lucas é duro para os que rejeitaram Jesus. Eis as palavras que ele põe na boca de Jesus ressuscitado no dia da sua segunda vinda:
“Quanto a esses meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os cá e degolai-os na minha presença” (Lc 19, 27).
Neste tempo intermédio, isto é, no tempo que precede a segunda vinda do Messias Rei, Jesus actua na História através do Espírito Santo.
Eis as palavras d São Pedro: “Ficai sabendo isto, vós e todo o povo de Israel: “É em nome de Jesus de Nazaré, crucificado por vós mas que Deus ressuscitou dos mortos, que este homem se apresenta curado diante de vós.
Jesus Cristo é a pedra que vós, os construtores, rejeitastes. No entanto, ele tornou-se a pedra angular.
Não há salvação em ninguém mais, pois não há debaixo do Céu qualquer outro nome que nos possa salvar” (Act 4, 10-12).
Nesta mesma linha de pensamento, a Segunda Carta a Timóteo diz que Jesus Cristo é o único medianeiro entre Deus e os homens (2 Tim 2,5).
Segundo a lógica dos Apóstolos era evidente que Jesus, uma vez sentado no seu trono no Céu, deve voltar para restaurar o reino anunciado pelos profetas.
Quando voltar virá, não já como servo sofredor e humilde, mas como Filho de Deus investido nas suas funções de juiz.
São Paulo diz que Jesus é o filho de David, constituído filho de Deus, isto é, rei entronizado. Foi ungido pelo Espírito Santo como Messias rei no momento da sua ressurreição (Rm 1, 3-5).
No dia estabelecido por Deus, ele vai vir como rei sentado sobre o seu trono. Aparecerá sobre as nuvens do céu como juiz que vem realizar o dia da ira e da condenação dos que o rejeitaram (cf. Lc 21, 20-30).
O Evangelho de São Lucas é duro para os que rejeitaram Jesus. Eis as palavras que ele põe na boca de Jesus ressuscitado no dia da sua segunda vinda:
“Quanto a esses meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os cá e degolai-os na minha presença” (Lc 19, 27).
Neste tempo intermédio, isto é, no tempo que precede a segunda vinda do Messias Rei, Jesus actua na História através do Espírito Santo.
Eis as palavras d São Pedro: “Ficai sabendo isto, vós e todo o povo de Israel: “É em nome de Jesus de Nazaré, crucificado por vós mas que Deus ressuscitou dos mortos, que este homem se apresenta curado diante de vós.
Jesus Cristo é a pedra que vós, os construtores, rejeitastes. No entanto, ele tornou-se a pedra angular.
Não há salvação em ninguém mais, pois não há debaixo do Céu qualquer outro nome que nos possa salvar” (Act 4, 10-12).
Nesta mesma linha de pensamento, a Segunda Carta a Timóteo diz que Jesus Cristo é o único medianeiro entre Deus e os homens (2 Tim 2,5).
Calmeiro Matias
NOVO TESTAMENTO E RESSURREIÇÃO DE JESUS-IV
IV-JESUS RESSUSCITADO É O REI MESSIÂNICO
A Carta aos Hebreus diz que Jesus, no Céu, actua como sumo-sacerdote que oferece o único culto agradável a Deus pela salvação da Humanidade (Heb 10, 5-17).
Jesus ressuscitado é, na verdade o Messias constituído por Deus como Salvador: “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o de um madeiro.
Foi a Ele que Deus elevou com a sua direita como Chefe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem” (Act 5, 30-32).
Constituído rei e Senhor pela sua ressurreição, Jesus está sentado à direita de Deus. Ele é a cabeça da Humanidade restaurada e reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).
Os Apóstolos não se cansam de afirmar a sua condição de testemunhas. Eles não anunciam uma teoria, mas sim a experiência de terem comunicado com o Senhor ressuscitado:
“E nós somos testemunhas do que ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. Mataram-no, suspendendo-o de um madeiro.
Mas Deus ressuscitou-o ao terceiro dia e permitiu-lhe manifestar-se, não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus.
Ele manifestou-se a todos nós que comemos e bebemos com ele depois da sua ressurreição dos mortos.
Enquanto se manifestava mandou-nos pregar ao povo e confirmar que ele foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos” (Act 10, 39-42).
No Novo Testamento a segunda vinda de Cristo é sempre associada ao juízo, o qual implica a condenação dos seus inimigos e a libertação dos que lhe foram fiéis.
A Carta aos Hebreus diz que Jesus, no Céu, actua como sumo-sacerdote que oferece o único culto agradável a Deus pela salvação da Humanidade (Heb 10, 5-17).
Jesus ressuscitado é, na verdade o Messias constituído por Deus como Salvador: “O Deus de nossos pais ressuscitou Jesus, a quem matastes, suspendendo-o de um madeiro.
Foi a Ele que Deus elevou com a sua direita como Chefe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados.
E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem” (Act 5, 30-32).
Constituído rei e Senhor pela sua ressurreição, Jesus está sentado à direita de Deus. Ele é a cabeça da Humanidade restaurada e reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).
Os Apóstolos não se cansam de afirmar a sua condição de testemunhas. Eles não anunciam uma teoria, mas sim a experiência de terem comunicado com o Senhor ressuscitado:
“E nós somos testemunhas do que ele fez no país dos judeus e em Jerusalém. Mataram-no, suspendendo-o de um madeiro.
Mas Deus ressuscitou-o ao terceiro dia e permitiu-lhe manifestar-se, não a todo o povo, mas às testemunhas anteriormente designadas por Deus.
Ele manifestou-se a todos nós que comemos e bebemos com ele depois da sua ressurreição dos mortos.
Enquanto se manifestava mandou-nos pregar ao povo e confirmar que ele foi constituído por Deus juiz dos vivos e dos mortos” (Act 10, 39-42).
No Novo Testamento a segunda vinda de Cristo é sempre associada ao juízo, o qual implica a condenação dos seus inimigos e a libertação dos que lhe foram fiéis.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
sábado, 14 de fevereiro de 2009
O AMOR DE DEUS É DIFUSIVO E INCONDICIONAL-I
I-UM DEUS PARA TODOS
Ninguém esgota Deus. Nenhuma pessoa tem Deus só para si. Jesus velou-nos o rosto de Deus Pai dizendo que o seu amor é difusivo.
Por outras palavras, o amor de Deus não se esgota pelo facto de se dar de modo pleno a uma pessoa.
É como o amor de uma mãe com vários filhos. O seu amor é difusivo e por isso não se esgota pelo facto de amar de modo pleno um dos seus filhos.
Na verdade, a Santíssima Trindade é comunhão amorosa a comunicar-se a todas as pessoas e de modo adequado a cada pessoa.
A Família Divina difunde o seu amor pelos muitos biliões de pessoas humanas que nos precederam ao longo dos milénios e pelas que vivem hoje nesta terra bonita.
A pessoa divina que tem a missão de difundir o amor de Deus por todos e cada um dos seres humanos é o Espírito Santo.
São Paulo entendeu muito bem esta verdade e por isso, na Carta aos Romanos, ele afirma: “O Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações” (Rm 5,5).
Com seu jeito maternal de amar ele anima as relações de Deus Pai com seu Filho. Do mesmo modo, o Espírito Santo optimiza as relações entre as pessoas humanas e destas com as pessoas divinas.
Ninguém fica sem Deus pelo facto de ele se dar muito a uma pessoa. Cheio de ternura maternal, o Espírito Santo conduz-nos a Deus Pai que nos acolhe como filhos e ao Filho de Deus que nos acolhe como irmãos (cf. Rm 8, 14-17).
Ninguém esgota Deus. Nenhuma pessoa tem Deus só para si. Jesus velou-nos o rosto de Deus Pai dizendo que o seu amor é difusivo.
Por outras palavras, o amor de Deus não se esgota pelo facto de se dar de modo pleno a uma pessoa.
É como o amor de uma mãe com vários filhos. O seu amor é difusivo e por isso não se esgota pelo facto de amar de modo pleno um dos seus filhos.
Na verdade, a Santíssima Trindade é comunhão amorosa a comunicar-se a todas as pessoas e de modo adequado a cada pessoa.
A Família Divina difunde o seu amor pelos muitos biliões de pessoas humanas que nos precederam ao longo dos milénios e pelas que vivem hoje nesta terra bonita.
A pessoa divina que tem a missão de difundir o amor de Deus por todos e cada um dos seres humanos é o Espírito Santo.
São Paulo entendeu muito bem esta verdade e por isso, na Carta aos Romanos, ele afirma: “O Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações” (Rm 5,5).
Com seu jeito maternal de amar ele anima as relações de Deus Pai com seu Filho. Do mesmo modo, o Espírito Santo optimiza as relações entre as pessoas humanas e destas com as pessoas divinas.
Ninguém fica sem Deus pelo facto de ele se dar muito a uma pessoa. Cheio de ternura maternal, o Espírito Santo conduz-nos a Deus Pai que nos acolhe como filhos e ao Filho de Deus que nos acolhe como irmãos (cf. Rm 8, 14-17).
Calmeiro Matias
O AMOR DE DEUS É DIFUSIVO E INCONDICIONAL-II
II-DEUS ATINGE-NOS A PARTIR DE DENTRO
Quanto mais o amor circula e se difunde mais gera laços de união e comunhão orgânica. O amor nunca se esgota, pois é um dinamismo que se auto gera.
O sol da praia é para todos. Não é pelo facto de o Pedro se estar a bronzear que a Margarida fica privada do sol.
Mas o sol ilumina-nos e aquece-nos a partir de fora. O Espírito Santo, pelo contrário, anima-nos e conduz-nos a partir de dentro.
Na verdade, Deus é a interioridade máxima de todas as coisas. A Divindade nunca se nos comunica a partir de fora. Chega sempre a partir de dentro e comunica-se-nos pela ternura maternal do Espírito Santo.
Devido à interacção humano-divina que ele alimenta em nós, o Espírito Santo faz que Deus seja um Deus connosco.
A bíblia diz que o coração é o ponto mais nobre do nosso ser espiritual. É o ponto de emergência onde se forma o nosso jeito de ser e amar. É o centro a partir do qual são elaboradas as nossas decisões, escolhas e opções.
O coração é o núcleo da nossa vida ética. É no coração que elegemos o outro como próximo ou decidimos fazer-lhe mal.
A pureza ou impureza da pessoa humana decide-se no coração. Eis as palavras de Jesus aos discípulos: “Ouvi e procurai entender isto:
“Nada do que, de fora, entra no homem o pode tornar impuro, pois não penetra no coração, mas sim no ventre, e depois é expelido em lugar próprio.
Depois acrescentou: “O que sai do coração é que o torna impuro, pois é do interior do coração dos homens que saem as maldades” (Mc 7, 18-21).
Mas o nosso coração é também o ponto de encontro com Deus. É aí que Deus habita e nos ajuda a ser cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo.
Quanto mais o amor circula e se difunde mais gera laços de união e comunhão orgânica. O amor nunca se esgota, pois é um dinamismo que se auto gera.
O sol da praia é para todos. Não é pelo facto de o Pedro se estar a bronzear que a Margarida fica privada do sol.
Mas o sol ilumina-nos e aquece-nos a partir de fora. O Espírito Santo, pelo contrário, anima-nos e conduz-nos a partir de dentro.
Na verdade, Deus é a interioridade máxima de todas as coisas. A Divindade nunca se nos comunica a partir de fora. Chega sempre a partir de dentro e comunica-se-nos pela ternura maternal do Espírito Santo.
Devido à interacção humano-divina que ele alimenta em nós, o Espírito Santo faz que Deus seja um Deus connosco.
A bíblia diz que o coração é o ponto mais nobre do nosso ser espiritual. É o ponto de emergência onde se forma o nosso jeito de ser e amar. É o centro a partir do qual são elaboradas as nossas decisões, escolhas e opções.
O coração é o núcleo da nossa vida ética. É no coração que elegemos o outro como próximo ou decidimos fazer-lhe mal.
A pureza ou impureza da pessoa humana decide-se no coração. Eis as palavras de Jesus aos discípulos: “Ouvi e procurai entender isto:
“Nada do que, de fora, entra no homem o pode tornar impuro, pois não penetra no coração, mas sim no ventre, e depois é expelido em lugar próprio.
Depois acrescentou: “O que sai do coração é que o torna impuro, pois é do interior do coração dos homens que saem as maldades” (Mc 7, 18-21).
Mas o nosso coração é também o ponto de encontro com Deus. É aí que Deus habita e nos ajuda a ser cada vez mais semelhantes a Jesus Cristo.
O AMOR DE DEUS É DIFUSIVO E INCONDICIONAL-III
III-O ESPÍRITO ESTÁ EM NÓS COMO FONTE DE VIDA
Precisamos do ar para respirar e viver. Por isso o ar está em todos os lugares da Terra. Do mesmo modo precisamos do Espírito Santo para emergir e nos estruturarmos como pessoas livres.
É por esta razão que o Espírito Santo está em todos nós, pois precisamos dele para nascermos para a vida espiritual e sermos dinamizados para o ritmo do amor.
São Paulo diz que vivemos em Deus como vivemos dentro do ar que respiramos. Por outras palavras, Deus nunca está longe de nós, pois está no íntimo do nosso coração.
Eis o que São Paulo diz na Primeira Carta aos Coríntios: “Não sabeis que sois templo de Deus de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?” (1 Cor 3, 16).
É pelo Espírito Santo que Deus se torna presente em nós, amando-nos como Pai na primeira pessoa da Trindade Divina, e como irmãos na Segunda.
Deus não ama o pecado, mas ama os pecadores. De facto, Jesus Cristo veio para destruir o pecado, a fim de dar aos pecadores a possibilidade de serem pessoas livres e felizes.
Na verdade, Jesus nunca confundiu a destruição do pecado com a morte dos pecadores. Jesus amava os pecadores e convivia com eles, a fim de os ajudar a destruir neles a força que aniquila o homem e se chama pecado.
A pessoa humana pode romper com Deus auto excluindo-se da comunhão da Família de Divina.
Neste caso, o Espírito Santo continua à porta do coração do pecador desejando fazer o melhor por ele.
Precisamos do ar para respirar e viver. Por isso o ar está em todos os lugares da Terra. Do mesmo modo precisamos do Espírito Santo para emergir e nos estruturarmos como pessoas livres.
É por esta razão que o Espírito Santo está em todos nós, pois precisamos dele para nascermos para a vida espiritual e sermos dinamizados para o ritmo do amor.
São Paulo diz que vivemos em Deus como vivemos dentro do ar que respiramos. Por outras palavras, Deus nunca está longe de nós, pois está no íntimo do nosso coração.
Eis o que São Paulo diz na Primeira Carta aos Coríntios: “Não sabeis que sois templo de Deus de Deus e que o Espírito Santo habita em vós?” (1 Cor 3, 16).
É pelo Espírito Santo que Deus se torna presente em nós, amando-nos como Pai na primeira pessoa da Trindade Divina, e como irmãos na Segunda.
Deus não ama o pecado, mas ama os pecadores. De facto, Jesus Cristo veio para destruir o pecado, a fim de dar aos pecadores a possibilidade de serem pessoas livres e felizes.
Na verdade, Jesus nunca confundiu a destruição do pecado com a morte dos pecadores. Jesus amava os pecadores e convivia com eles, a fim de os ajudar a destruir neles a força que aniquila o homem e se chama pecado.
A pessoa humana pode romper com Deus auto excluindo-se da comunhão da Família de Divina.
Neste caso, o Espírito Santo continua à porta do coração do pecador desejando fazer o melhor por ele.
O AMOR DE DEUS É DIFUSIVO E INCONDICIONAL-IV
IV-NÃO PODEMOS IMPEDIR QUE DEUS NOS AME
Com o seu pecado, homem é capaz de romper a comunhão com Deus. Mas o nosso pecado não é capaz de impedir que Deus o ame de modo incondicional e infinito.
Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo vai suscitando mediações para ajudar os pecadores a descobrir o sentido do amor de Deus para com eles.
Mas Deus nunca manipula nem se impõe ao homem. É assim a fragilidade do amor. Na verdade, não somos capazes de obrigar os outros a gostar de nós, nem somos capazes de lhes impor o nosso amor.
A nossa fé afirma que só existe um Deus que é único e é o Deus de todos. Revelou-se através dos profetas e de Jesus Cristo, afirmando sempre ser o Deus que nos ama de modo incondicional.
Podemos dizer que o amor de Deus está ao alcance de todos nós. Podemos aceitá-lo ou não, pois o amor não se impõe, mas Deus não recusa o seu amor a ninguém.
Rejeitar o amor que Deus nos oferece de modo gratuito, é recusar o dom da salvação. Não é preciso ser muito importante ou ter muito dinheiro para acolher o dom de Deus.
Mas Deus está especialmente no coração daqueles que dão a mão aos que não sabem defender-se neste mundo cheio de mentira, violência e exploração dos mais fracos.
Com o seu pecado, homem é capaz de romper a comunhão com Deus. Mas o nosso pecado não é capaz de impedir que Deus o ame de modo incondicional e infinito.
Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo vai suscitando mediações para ajudar os pecadores a descobrir o sentido do amor de Deus para com eles.
Mas Deus nunca manipula nem se impõe ao homem. É assim a fragilidade do amor. Na verdade, não somos capazes de obrigar os outros a gostar de nós, nem somos capazes de lhes impor o nosso amor.
A nossa fé afirma que só existe um Deus que é único e é o Deus de todos. Revelou-se através dos profetas e de Jesus Cristo, afirmando sempre ser o Deus que nos ama de modo incondicional.
Podemos dizer que o amor de Deus está ao alcance de todos nós. Podemos aceitá-lo ou não, pois o amor não se impõe, mas Deus não recusa o seu amor a ninguém.
Rejeitar o amor que Deus nos oferece de modo gratuito, é recusar o dom da salvação. Não é preciso ser muito importante ou ter muito dinheiro para acolher o dom de Deus.
Mas Deus está especialmente no coração daqueles que dão a mão aos que não sabem defender-se neste mundo cheio de mentira, violência e exploração dos mais fracos.
Calmeiro Matias
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
DAR-SE É POSSUIR-SE-I
I-CHAMADOS A SER DOM
Nascemos talhados para amar e ser dom. De facto, ninguém se pode realizar sozinho. É verdade que ninguém nos pode substituir na tarefa da nossa realização pessoal.
Os outros são mediações para Deus nos colocar na existência. Isto quer dizer que as pessoas são dons de Deus umas para as outras.
Mas como Deus não manipula os seres humanos, as pessoas são para nós dons em possibilidade e vice-versa.
Isto quer dizer que podemos concretizar ou não as possibilidades que temos para ajudar os outros a ser.
Deus chama-nos e convida-nos a ser dom para os outros, mas nunca se nos impõe. Na verdade, Deus é amor e o amor propõe-se, mas nunca se impõe.
Deus concede-nos os seus dons sempre em forma de possibilidades. Esta é a única maneira de o ser humano poder aceitar ou não os dons de Deus.
Se a pessoa não tivesse a possibilidade de aceitar ou não os dons de Deus, estes não seriam dons, mas imposições.
Uma vez que os dons de Deus nos são oferecidos em forma de possibilidades ou talentos, a maneira de os aceitarmos é fazê-los render.
No fim da vida não seremos julgados pelo número de talentos que tivemos, mas sim pela facto de os termos feito render ou não, como Jesus ensina na parábola dos talentos (cf. Mt 25, 14-30).
Por outras palavras, Deus Propõe-nos os seus dons, nunca no-los impõe. Só procedendo assim, Deus cria as condições para os seres humanos se poderem realizar como pessoas livres, conscientes e responsáveis.
Calmeiro Matias
DAR-SE É POSSUIR-SE-II
II-OS TALENTOS COMO POSSIBILIDADES DE REALIZAÇÃO
Nascemos com um leque de possibilidades que podemos realizar ou não. Entre as possibilidades com as quais as pessoas nascem há uma muito especial: poder ser dom para os outros.
Esta possibilidade é um dom muito especial para nos podermos realizar e ser felizes.
Na verdade, a pessoa humana só pode atingir a maturidade do amor dando-se aos outros. De facto, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão com as outras pessoas.
Mas não nos devemos esquecer de que as possibilidades que temos de ser dom para os outros podem realizar-se ou não.
Mas podemos perguntar-nos agora: Em que medida somos possibilitados para sermos dom para os outros?
Estamos a tocar o coração do mistério da reciprocidade amorosa: Somos capacitados para ser dom para os outros, na medida em que os outros foram dom para nós.
É a lei do amor: “ Ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado e o mal amado ama mal, mesmo dando o melhor de si”.
Um exemplo pode ajudar-nos a compreender melhor este mistério do amor: Uma pessoa amada em densidade cinco está capacitada para amar em densidade cinco, como diz o evangelho de São Mateus (Mt 25, 20-21).
O ser humano faz-se bom, fazendo o bem, isto é, agindo de acordo com as interpelações do amor.
Começamos por ser o que os outros fizeram de nós. Mas isso não é o mais importante.
O decisivo, de facto, é o que nós construímos com os possíveis ou talentos que recebemos dos outros.
Nascemos com um leque de possibilidades que podemos realizar ou não. Entre as possibilidades com as quais as pessoas nascem há uma muito especial: poder ser dom para os outros.
Esta possibilidade é um dom muito especial para nos podermos realizar e ser felizes.
Na verdade, a pessoa humana só pode atingir a maturidade do amor dando-se aos outros. De facto, a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão com as outras pessoas.
Mas não nos devemos esquecer de que as possibilidades que temos de ser dom para os outros podem realizar-se ou não.
Mas podemos perguntar-nos agora: Em que medida somos possibilitados para sermos dom para os outros?
Estamos a tocar o coração do mistério da reciprocidade amorosa: Somos capacitados para ser dom para os outros, na medida em que os outros foram dom para nós.
É a lei do amor: “ Ninguém é capaz de amar antes de ter sido amado e o mal amado ama mal, mesmo dando o melhor de si”.
Um exemplo pode ajudar-nos a compreender melhor este mistério do amor: Uma pessoa amada em densidade cinco está capacitada para amar em densidade cinco, como diz o evangelho de São Mateus (Mt 25, 20-21).
O ser humano faz-se bom, fazendo o bem, isto é, agindo de acordo com as interpelações do amor.
Começamos por ser o que os outros fizeram de nós. Mas isso não é o mais importante.
O decisivo, de facto, é o que nós construímos com os possíveis ou talentos que recebemos dos outros.
Calmeiro Matias
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