II-ENCARNAÇÃO E SALVAÇÃO HUMANA
É também pelo Espírito Santo que Jesus de Nazaré, o Filho de Maria e o Filho Eterno de Deus, sem se confundirem, fazem um e o mesmo Cristo.
Por outras palavras, o Espírito Santo é o vínculo maternal que une e dinamiza a interioridade humana de Jesus com a interioridade divina do Filho Eterno de Deus.
Por ser homem connosco Jesus está organicamente unido a todos os seres humanos a partir do coração de cada ser humano.
Isto quer dizer que a Humanidade, organicamente unida a Jesus, forma o Cristo total.
A Humanidade, portanto, forma um todo orgânico com Jesus ressuscitado.
O evangelho de São João diz que nós somos os ramos da videira cuja cepa á Jesus Cristo (Jo 15, 1-8).
Apesar de ser um homem como nós, Jesus Cristo também pertence à esfera de Deus
Na verdade, a sua interioridade espiritual humana interage directamente com a interioridade divina do Filho de Deus, graças ao Espírito Santo, que é o animador desta reciprocidade amorosa humano-divina.
Por estar organicamente unido a nós, Cristo comunica-nos o Espírito Santo de modo intrínseco, isto é, como sangue do Senhor Ressuscitado, graças à interacção orgânica e dinâmica que nos une.
Associando a ressurreição de Jesus à comunicação do Espírito Santo, o evangelho de São João diz que a carne que Cristo nos dá na Eucaristia é uma realidade espiritual, não biológica (Jo 6, 62-63).
Por outras palavras a carne e o sangue que Jesus nos dá a comer é a comunicação do Espírito Santo que nos vivifica e diviniza.
Eis as palavras do evangelho de São João: “E se virdes o Filho do Homem ressuscitar e voltar para onde estava antes. A carne não serve para nada. As palavras que vos disse são Espírito e Vida” (Jo 6, 62- 63).
Isto quer dizer que a Eucaristia é um sacramento que proclama, visibiliza e corporiza a acção salvadora de Jesus ressuscitado a actuar em nós pelo Espírito Santo.
É esta a dinâmica do Novo Adão o qual é a cabeça da Nova Criação, como diz São Paulo (2 Cor 5, 17-19).
Com Cristo ressuscitado, a Humanidade atingiu a plenitude dos tempos, isto é, o limiar da ressurreição e integração na comunhão da Família divina.
Se Cristo não fosse homem, nós não éramos divinos, pois somos divinizados pelo facto de formarmos uma união orgânica e dinâmica com ele.
Por outras palavras, ao comunicar-nos o dom do Espírito Santo, Jesus Cristo torna-se a fonte da vida eterna para nós.
Podemos dizer que Jesus Cristo, ao ressuscitar, colocou a Vida Eterna ao nosso alcance!
Querendo afirmar que Deus não criou a Humanidade para a morte, o Livro do Génesis diz que no centro do Paraíso estava a Árvore da Vida cujo fruto dava a Vida Eterna aos que o comessem (Gn 3, 23).
Isto quer dizer que a Vida Eterna não é inerente à condição natural do ser humano, mas sim uma graça que nos vem da Árvore da Vida.
Depois o Génesis acrescenta que, devido ao seu pecado, Adão ficou impedido de comer o fruto da Árvore da Vida (Gn 3, 24).
Ao ressuscitar, Jesus Cristo abre de novo as portas do Paraíso.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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