I- RECRIADOS EM CRISTO
“Se alguém está em Cristo é uma nova criação” (2 Cor 5, 17). Com a ressurreição de Jesus Cristo, a Humanidade deu um salto de qualidade, pois entrou na plenitude dos tempos.
Por outras palavras, com a ressurreição de Cristo começou a fase da divinização, mediante a introdução das pessoas humanas na comunhão do Família divina.
Apesar de não ter anulado o plano de Deus, o pecado criou muitos bloqueios e resistências.
Eis a razão pela qual a Encarnação teve de acontecer como redenção, isto é, recriação ou restauração do projecto humano.
Eis o que São Paulo: “Deus reconciliou consigo a Humanidade em Cristo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 18-19).
A fidelidade incondicional de Cristo venceu a infidelidade dos homens e pondo-nos em interacção orgânica com Deus mediante o dom do Espírito Santo (Rm 8, 14-17).
A Segunda Carta aos Coríntios diz que apesar de o homem exterior envelhecer e se degradar de modo progressivo, o homem interior vai-se robustecendo pela acção do Espírito Santo (2 Cor 4, 16).
Graças a Cristo ressuscitado, o nosso ser espiritual vai sendo glorificado e assumido na Família Divina com Jesus Cristo.
Este ser espiritual emerge no interior do nosso ser biológico como o pintainho emerge no interior do ovo. Com efeito, somos seres em processo de espiritualização.
Vista à luz da fé, a morte é um acontecimento semelhante ao rebentamento da casca do ovo, possibilitando o nascimento do pintainho.
Por ser pessoal e espiritual, o nosso interior vai emergindo como ser livre, consciente, responsável e capaz de amar.
As pessoas humanas não são iguais às pessoas divinas, mas são-lhe proporcionais. É por esta razão que já pode acontecer comunhão familiar entre a Humanidade e a Divindade.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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