II-FACILITANDO A EMERGÊNCIA HOMEM NOVO
Apesar de a sua presença no nosso coração ser criadora e activa, o Espírito Santo não nos substitui.
Eis a razão pela qual estar atentos para tomar as atitudes certas para a nossa realização. Eis algumas dessas atitudes:
Para facilitarmos o nascimento do Homem Novo procuremos aceitar as pessoas pelo que elas são e não por fazerem o que eu gostaria que elas fizessem.
O Homem Novo evita girar de modo obsessivo à volta das coisas que o magoaram.
Para facilitarmos o nascimento do Homem Novo é importante não alimentar no nosso coração ressentimentos ou planos de vingança.
À medida em que nasce em nós o Homem Novo passamos a ser capazes de olhar as qualidades dos outros e valorizar o bem que eles fazem.
O Homem Novo alegra-se com o bem feito pelos outros.
Na verdade, o bem feito pelos outros não deixa de ser bem pelo simples facto de não ter sido feito por nós.
O Homem Novo abre o coração à presença e à acção do Espírito Santo em si, por isso age cada vez mais em harmonia com os critérios de Deus.
O Homem Novo sabe que ninguém é bom em tudo e, portanto, acolhe e valoriza as capacidades e talentos das outras pessoas.
O coração do Homem Novo é semelhante ao de Jesus, por isso é capaz de gestos de doação amorosa.
Eis a razão pela gosta de ajudar as pessoas de modo gratuito, evitando amarrá-las ou manipulá-las a troco de coisas ou favores.
O homem velho, pelo contrário, dá coisas para amarrar as pessoas, impedindo-as, assim, deste modo, de serem pessoas livres e, portanto, realizadas e felizes.
Como não é uma pessoa realizada, o homem velho tem sempre a tendência de bloquear o crescimento das outras pessoas.
A pessoa humana cresce na medida em que emerge de modo livre e, portanto, como alguém que se vai moldando como ser único, original e irrepetível.
Ao contrário do homem velho, o Homem Novo alegra-se de ver o outro crescer como pessoa amadurecida e feliz.
O Homem Novo não está sempre a exigir disponibilidade dos demais, mas procura estar disponível quando sente que os outros precisam de si.
O Homem Novo procura reconciliar-se com as pessoas, pois sabe que a reconciliação com o irmão é o caminho seguro para a comunhão com Deus.
O Homem Novo não está sempre a deitar para cima dos outros as culpas das próprias insatisfações e fracassos.
Sabendo que o ser humano é uma pessoa em construção, o Homem Novo procura ser fiel aos seus talentos, consciente de que estes são a matéria-prima de que dispomos para nos realizarmos.
O Homem Novo sabe cultivar a humildade. Ser humilde é ser verdadeiro.
A humildade é a capacidade de nos relacionarmos numa linha de verdade e sabermos situar-nos de modo correcto no convívio social.
A humildade não consiste em a pessoa se anular ou dizer que não presta para nada.
A pessoa humana é um ser criado à imagem de Deus, que é uma comunhão de três pessoas.
Por ser humilde, o Homem Novo sabe que para se realizar precisa dos outros.
A humildade não significa que a pessoa se deva anular, mas sim que aceita a sua condição de ser que precisa dos outros para se realizar e ser feliz.
O Homem Novo sabe que a pessoa que se fecha aos outros não se pode realizar nem possuir plenamente.
Também sabe que o ser humano não é capaz de se amar e valorizar antes de alguém o ter amado e valorizado, pois somos seres a emergir em interacção com os outros e talhados para a reciprocidade amorosa.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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