quarta-feira, 14 de novembro de 2007

SOMOS SERES FAMINTOS DE SENTIDOS-I


I-O PROCESSO DA HUMANIZAÇÃO

O animal gosta de brincar, mas não é capaz de celebrar, nem precisa de sentidos para viver.
Pelo facto de estar em realização histórica, a pessoa humana precisa de sentidos para viver e se construir.

Quando lhe faltam sentidos para viver, o ser humano entra em crise e pode mesmo pensar no suicídio.

Por estar a estruturar-se como ser histórico, a pessoa tem a capacidade de associar o passado com o presente e este com planos e sonhos de futuro.

Isto acontece assim porque a pessoa se sente a caminho de uma meta que se confirma em cada sucesso que vai concretizando ao longo da sua caminhada.

Por não ser uma pessoa em construção, o animal não tem esta consciência existencial, nem sente um apelo a actuar de acordo com os valores que são os apelos.

Na verdade, os valores são apelos dirigidos à pessoa para dar sentido à sua realização, construindo-se como ser consciente, livre e responsável.

Como ser em realização, a pessoa edifica-se de modo gradual, fazendo emergir a novidade dos seus possíveis de humanização.

Sempre que fazemos emergir o novo e o diferente, transcendemo-nos e tornamo-nos imagem de Deus.

Deste modo, sem deixarmos de ser os mesmos, vamos sendo de maneira sempre nova e diferente.

A pessoa humana tem fome de transcendência, pois sente-se interpelada a caminhar em direcção à sua plena realização.

Eis a razão pela qual o homem não pode deixar de se pôr o sentido da vida.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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