IV-MAS DEUS DEU-LHE A VITÓRIA
Fizeram-no desaparecer da companhia dos que o amavam. Mas Deus tomou partido por ele, ressuscitando-o.
De facto, Deus não permite que as pessoas que gastam a vida pelas causas do amor, acabem no vazio do cemitério.
O amor não pode terminar na morte, pois Deus é amor. Teve a sorte dos profetas, isto é, foi morto pelos inimigos da verdade e do bem.
Apesar de morrer rodeado de inimigos o seu coração estava tranquilo, pois tinha a certeza de que Deus ia restaurar a sua vida.
Eis a razão pela qual ele passou a vida a fazer bem a toda a gente e a pregar que a meta da nossa vida é a comunhão universal da Família de Deus.
Ele tinha a certeza de que nenhum homem pode destruir o projecto de amor que Deus sonhou para a Humanidade.
Foi para conduzir a Humanidade para esta meta feliz que ele viveu e morreu.
No início da sua missão, o Espírito Santo consagrou-o, a fim de ele ter a força necessária para ser fiel até ao fim.
Eis a razão pela qual ele se sentia segura e tinha força para enfrentar as forças negativas que tentam desumanizar as pessoas e as sociedades.
Tinha a missão de inverter a dinâmica destrutiva do pecado de Adão.
Com a sua infidelidade ao plano de Deus, Adão colocou a Humanidade no caminho do fracasso.
Jesus de Nazaré, com a sua fidelidade incondicional à vontade de Deus, colocou-nos no caminho que leva a fraternidade universal e à nossa incorporação na festa da Família Divina.
Ele é o Novo Adão, pois coube-lhe a missão de libertar o Homem das distorções operadas pelo Antigo Adão.
Eis as palavras de São Paulo a este respeito: “Assim como pela falta de um só veio a condenação e a morte, assim também, pela vida justa de um só veio para todos a Graça que dá a vida” (Rm 5, 18).
Levou o amor até à sua densidade máxima, dando a sua vida por todos nós, a fim de fazer de nós irmãos seus e filhos do seu Pai do Céu.
O seu nome era Jesus de Nazaré. Ensinava as pessoas a amarem-se umas às outras, a fim de se realizarem e serem felizes.
Ensinou aos seus discípulos que a profundidade máxima do amor se atinge quando uma pessoa dá a vida por alguém.
Eis as palavras que ele usou para fazer do amor o seu único mandamento:
“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (15, 12-13).
Ao morrer por nós, partilhou totalmente o seu ser, ao ponto de a sua vida se tornar um património comungável por todos os seres humanos.
Por outras palavras, como se deu totalmente, a sua vida deixou de ser apenas sua.
Eis a razão pela qual, ao ressuscitar, difundiu por todos o Espírito Santo, essa Água Viva que gera vida eterna no nosso íntimo.
Após a sua ressurreição ficámos organicamente unidos a ele.
Por isso ele nos transmite a semente da vida Nova, isto é, o Espírito Santo (1 Jo 3, 9)
Ele é, diz o evangelho de São João, a cepa da videira cujos ramos somos nós (Jo 15, 1-8)
Uma vez ressuscitado tornou-se o coração da Comunhão Universal que une de modo definitivo o Homem com Deus.
Os seus inimigos, pensaram destruir a sua morada e, deste modo, bani-lo do nosso meio.
Na verdade, forçaram a as portas da sua habitação terrena matando-o.
Mas Deus restaurou-o, fazendo dele a coluna que sustenta o edifício da Nova Humanidade.
Após a sua ressurreição ficou mais unido a nós do que antes, pois o ponto de encontro e comunhão com ele passou a ser o nosso coração.
Como um pão que se reparte para alimentar a vida dos outros, assim foi a sua vida.
Por isso nos deixou a Eucaristia, onde se dá a todos na linguagem do pão partilhado.
Como tomava Deus e o Homem a sério, reuniu as condições perfeitas para ser o nosso Salvador e o condutor da caminhada que conduz ao nascimento do Homem Novo.
Ele é, como diz São Paulo, a cabeça da Nova Criação reconciliada com Deus (2 Cor 5, 17-19).
Unidos a toda a Humanidade nós queremos proclamar o grande dom da salvação e a nossa entrada na Família de Deus graças à doação de Jesus Cristo!
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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