I-JESUS CRISTO É A ÁRVORE DA VIDA
“O Senhor Deus disse: “Eis que o Homem se tornou como um de nós quanto ao conhecimento do bem e do mal.
Agora é preciso que ele não estenda a mão para se apoderar também do fruto da Árvore da Vida e, comendo dele, viva para sempre.
Então, o Senhor Deus expulsou Adão do Jardim do Éden (…). Depois de o ter expulsado colocou a oriente do jardim uns Querubins com uma espada flamejante, a fim de guardarem o caminho da Árvore da Vida” (Gn 3, 22-24).
De acordo com a linguagem simbólica do livro do Génesis, havia no centro do Paraíso duas árvores importantes: a árvore do conhecimento do bem e do mal e a Árvore da Vida.
O conhecimento do bem e do mal é, naturalmente, a ciência humana com as suas ambiguidades quando não é iluminada pela sabedoria do Espírito de Deus.
Desvinculada da Sabedoria de Deus, a ciência humana facilmente conduz para os caminhos da morte.
Ao comerem o fruto desta árvore, Adão e Eva descobrem que estão nus, isto é, apercebem-se de que estão enredados na incapacidade de sucesso.
Por seu lado, a Árvore da Vida faz germinar a Vida Eterna no coração dos que comem os seus frutos.
O fruto da Árvore da Vida é o Espírito Santo. As pessoas que comem o fruto da Árvore da Vida descobrem que estão revestidos com a veste da Salvação, diz o Livro do Apocalipse:
“E vi descer do Céu, a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, preparada, qual noiva vestida e adornada para o seu esposo” (Apc 21, 2).
O profeta Isaías vê o Messias como um rebento cheio de vida a emergir. Este rebento tem a plenitude do Espírito Santo, isto é, tem a plenitude da Vida em comunhão com Deus:
“Brotará um rebento do tronco de Jessé, e um renovo brotará das suas raízes. Sobre Ele repousará o Espírito do Senhor:
Espírito de Sabedoria e Entendimento.
Espírito de Conselho e Fortaleza.
Espírito de Ciência e Temor de Deus” (Is 11, 1-2).
O Livro do Génesis diz que Deus criou o Homem à sua imagem e semelhança (Gn 1,26-27).
A História humana terá sucesso na medida em que os seres humanos permitam que o Espírito Santo faça história com eles.
Por outras palavras, na medida em que o Espírito Santo seja um protagonista da História humana a sabedoria de Deus tornará óptimo o fruto da ciência humana, realizando maravilhas.
Como o ser humano só podia ser livre decidindo e optando, no Paraíso tinha de haver as duas árvores, a fim de o Homem optar.
Foi por esta razão que Deus colocou ao lado da Árvore da Vida a Árvore do conhecimento do bem e do mal.
Adão cedeu à tentação de se colocar em lugar de Deus. A tentação é sempre uma insinuação subtil, convidando o Homem a agir em sentido oposto à Sabedoria que o Espírito Santo lhe propõe.
E o Paraíso foi fechado. A Humanidade foi introduzida por Adão no caminho do Malogro e do fracasso.
Para ultrapassar esta rotura do Homem em relação ao plano de Deus, o próprio Deus sonhou o plano da Encarnação, fazendo que o divino se enxerte no humano, afim de este ser divinizado mediante a incorporação na Família de Deus.
Através de muitas intervenções amorosas, Deus começa a fazer planos para restaurar o Paraíso, fazendo que a Humanidade tenha acesso ao fruto da Árvore da Vida.
Como Jesus disse ao Bom Ladrão na Sexta-feira Santa, o Paraíso ficou ao alcance da Humanidade.
Eis as palavras que Jesus dirige ao Bom Ladrão, no momento de morrer e ressuscitar sobre a cruz:
“Em verdade te digo: hoje mesmo estarás comigo no Paraíso” (Lc 23, 43). A grandeza de Jesus Cristo não se esgota na sua dimensão humana. Por outras palavras, em Cristo encontram-se unidos de modo orgânico o melhor de Deus e o melhor do Homem.
Isto quer dizer que a raiz mais profunda do mistério de Cristo é o próprio mistério da Santíssima Trindade (cf. Jo 1, 12-14).
Em Jesus ressuscitado a Humanidade passou a fazer parte da Árvore da Vida. Todos nós, diz Jesus no evangelho de São João, somos ramos de uma videira cuja cepa é ele próprio (Jo 15, 1-7).
A nossa vida será fecunda na medida em que permaneçamos como ramos unidos à cepa (Jo 15, 4-5).
Ao ressuscitar, Jesus abriu-nos as portas do Paraíso e nós ficamos com acesso directo ao fruto da Árvore da Vida.
Na verdade, o Espírito Santo é a seiva vivificante que vem da cepa para nós que somos os ramos.
Calmeiro Matias
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