No coração do nosso amor acontece sempre a interacção do Espírito Santo a optimizá-lo e a unir-nos de modo orgânico com Cristo.
Eis as palavras de Jesus no evangelho de São Mateus: “Em verdade vos digo: sempre que fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes” (Mt 25, 40).
Podemos dizer que o conhecimento de Deus é uma vivência que passa pelo jeito de agir face ao amor.
Isto significa que a Vida Eterna é algo que já está a emergir no nosso coração, graças ao modo como nos deixamos conduzir pelos apelos do amor.
Jesus disse à Samaritana que o dom da Salvação acontece no interior da pessoa, graças ao dinamismo da Água Viva, isto é, o Espírito Santo que está no nosso interior:
“Se conhecesses o dom que Deus tem para dar e quem é aquele que te está a pedir água, tu é que lhe pedirias e ele dar-te-ia uma Água Viva” (Jo 4, 10).
O profeta Jeremias denuncia a infidelidade do povo que ousa voltar as costas ao Deus que é a fonte da Água Viva.
São Paulo também utiliza a simbologia da Água para falar do Espírito Santo: “Todos nós fomos baptizados num só Espírito, a fim de formarmos um só corpo, tanto judeus como gregos, escravos ou livres.
Todos bebemos de um mesmo Espírito” (1 Cor 12, 13). Falando com a Samaritana, Jesus diz-lhe que á Água Viva não é como a água do poço de Jacob, símbolo da Antiga aliança.
A água desse poço, não mata a sede de modo definitivo: “Todo aquele que bebe desta água voltará a ter sede.
Mas aquele que beber da Água que eu lhe der, nunca mais terá sede, pois esta Água converter-se-à nele em Fonte de Vida Eterna” (Jo 4, 13-14).
O profeta Ezequiel diz que o Messias vem conduzir as pessoas para a autenticidade de vida, graças à acção do Espírito Santo:
“Arrancarei do vosso peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne. Porei o meu Espírito no vosso íntimo, fazendo que sejais fiéis às minhas leis e preceitos” (Ez 36, 26-27).
Na Carta aos Efésios, São Paulo convida os cristãos a não se embriagarem com vinho, mas a encher-se do Espírito Santo (Ef 5, 18).
O profeta Isaías, diz que o Espírito Santo é uma água que mata a sede e faz desabrochar a vida em abundância:
“Vou derramar água sobre o que tem sede e fazer correr rios sobre a terra árida. Vou derramar o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção sobre os teus descendentes.
Estes crescerão como plantas junto das fontes e como salgueiros junto das águas correntes” (Is 44, 3-4).
São Paulo reconhece que Jesus ressuscitado iniciou os tempos da abundância do Espírito Santo.
Na Carta aos Romanos ele diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
O Livro dos Actos dos Apóstolos vê no acontecimento do Pentecostes os tempos da plenitude do Espírito, tal como os profetas tinham anunciado.
Face ao entusiasmo e alegria dos apóstolos, os judeus acusavam-nos de estar embriagados.
Os Apóstolos respondem dizendo que a sua exultação é a realização do oráculo do profeta Joel:
“Não, estes homens não estão embriagados como imaginais, pois apenas vamos na terceira hora do dia.
Mas tudo isto é a realização do que disse o profeta Joel” (Act 2, 15-16). Na verdade, o profeta Joel tinha anunciado que a chegada do Messias daria início aos tempos da abundância do Espírito Santo.
Eis as palavras de Joel: “Depois disto, derramarei o meu Espírito sobre toda a Humanidade.
Os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão e os vossos anciãos terão visões. Também derramarei o meu Espírito sobre os vossos servos e servas naqueles dias” (Jl 3, 1-2).
A Vida Eterna emerge no nosso interior pela acção do Espírito Santo, diz São Paulo na Carta aos Gálatas:
“Quem semear na carne, da carne colherá a corrupção. Mas quem semear no Espírito do Espírito Santo colherá a Vida Eterna” (Ga 6, 9).
O profeta Isaías disse que o Espírito Santo é fonte da Salvação no nosso íntimo: “Cheios de alegria tirareis água das fontes da Salvação” (Is 12, 3).
Graças ao facto de Deus estar a fazer história com o Homem, a Vida eterna está a emergir no nosso coração.
Calmeiro Matias
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