Chamava-se Jesus e amou sem fingimento. A sua grande paixão era introduzir os seres humanos na Família de Deus.
Tratava Deus por Papá e ensinava as pessoas a fazer o mesmo dizendo: Pai-Nosso que estais no Céu.
Era corajoso e leal. Punha-se sempre do lado dos pobres e dos que não sabiam defender-se.
Deixava mais felizes os que tinham a sorte de comunicar com ele em profundidade. Nunca ninguém ficou mais pobre pelo facto de o ter encontrado.
Defendia a partilha como o caminho seguro para os bens chegarem para todos. Sentia-se bem entre os que tinham um coração capaz de ajudar as pessoas.
Apreciava a companhia dos pobres, pois estes têm uma grande capacidade de partilhar. Apesar de ser contra o pecado jamais defendeu a morte dos pecadores.
Foi por esta a razão que ele tomou partido pela mulher adúltera, apesar de ser contra o adultério.
A vitória de Cristo sobre a morte aconteceu pela acção do Espírito Santo em simultâneo com o próprio acontecimento da morte.
A primeira Carta de São Pedro diz que Jesus não podia permanecer sob o domínio da morte, pois nele estava o Espírito Santo, a dinâmica da ressurreição.
Jesus é a própria ressurreição como diz o Evangelho de São João:
“Jesus disse a marta: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido viverá” (Jo 11, 25).
Como o grupo apostólico só fez a experiência do ressuscitado ao terceiro dia, o autor da carta de Pedro diz que Jesus nesse intervalo não esteve sob o domínio da morte.
Nesse tempo intermédio entre a ressurreição e as aparições, Jesus esteve profundamente dinâmico.
Foi à morada dos mortos, acrescenta a Primeira Carta de São Pedro, levar o Evangelho e ressuscitar os que estavam sob o domínio da morte (1 Pd 3, 18-19).
Graças à união orgânica que existe entre nós e Jesus, o Espírito Santo tem condições para realizar a nossa ressurreição.
Jesus, no evangelho de São João, diz que a força ressuscitadora de Cristo na Humanidade acontece graças ao facto de existir uma união orgânica entre Jesus e a Humanidade.
Esta união, diz Jesus no evangelho de São João, é idêntica à união orgânica e vital que existe entre Cristo e Deus Pai:
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, também quem me come viverá por mim” (Jo 6, 56-57).
Devemos entender a ressurreição de Jesus como um acontecimento progressivo a acontecer em simultâneo com o acto de morrer:
À medida que, no alto da cruz, Jesus ia morrendo, a ressurreição ia acontecendo, pela acção recriadora do Espírito Santo.
Por outras palavras, à medida que ia morrendo aquilo que no homem é mortal, o imortal ia sendo assumido e glorificado.
Isto quer dizer que no momento em que morreu o último elemento do que no homem é mortal, o imortal ou espiritual de Jesus Cristo ficou plenamente ressuscitado e glorificado em Deus.
Deus libertou Jesus da morte, não permitindo que ele estivesse um só momento sujeito à morte.
Quando Jesus acabou de morrer estava totalmente ressuscitado.
Enquanto a morte ia aniquilando o que no homem é destrutível pela morte, o Espírito Santo ia recriando e incorporando na comunhão divina o que tinha densidade para ser assumido e glorificado na Família da Santíssima Trindade.
Portanto, não existe qualquer distância temporal entre a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.
Na verdade, à medida que Jesus ia morrendo, o Espírito Santo ia realizando a vitória sobre a morte.
Eis as palavras da Carta aos Hebreus:“Nos dias da sua vida terrena, Jesus apresentou orações e súplicas, com clamor e lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, e foi atendido por causa da sua piedade” (Heb 5, 7).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
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