segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A EPOPEIA DO HOMEM EM CONSTRUÇÃO-II

II-DA ORIGEM À PLENITUDE

Os evangelhos dizem que o Reino de Deus é um banquete, por vezes comparado ao grande banquete da Família de Deus.

Nesta Festa todos dançam o ritmo do amor, mas cada qual com o jeito que tiver treinado na História.

Por outras palavras, é na História que estamos a edificar a nossa identidade espiritual, isto é, o jeito com o qual estaremos presentes na festa da Família de Deus.

O evangelho de São João diz que o Filho de Deus, ao encarnar, nos deu o poder de nos tornarmos nos filhos de Deus:

“Mas a quantos o receberam, aos que nele crêem deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.

Estes não nasceram dos laços do sangue, nem dos impulsos da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.

O Verbo encarnou e veio habitar no nosso meio. E nós vimos a sua glória, essa glória que ele possui como filho unigénito do Pai cheio de graça e de verdade” (Jo 1, 12-14).

Podemos dizer que a Encarnação é a cúpula da criação do Homem. Ao nascer da aurora, Deus foi amassando o barro primordial do qual nasceu Adão (cf. Gn 2, 7).

Ao chegar o meio-dia, Deus concedeu-nos o dom da salvação em Cristo.Depois do meio-dia Deus convida-nos a aceitar o dom da salvação vivendo como membros da Família de Deus.

E foi assim que em Jesus Cristo, a Humanidade passou a ser uma Nova Criação reconciliada com Deus, como diz São Paulo:

“Se alguém está em Cristo é uma Nova Criação. Passou o que era velho e eis que tudo se fez novo.

Tudo isto vem de Deus que, em Cristo, nos reconciliou consigo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 17-19).

Os anseios mais profundos do coração humano encontram a sua realização no acontecimento de Jesus Cristo.

O Espírito Santo não cessa de nos convidar a crescer na nossa humanização, a qual constitui a matéria-prima da nossa incorporação na Família de Deus.

Por outras palavras, Deus criou-nos para que nos criemos, a fim de emergirmos como pessoas livres, conscientes e responsáveis.

Quanto mais a pessoa emerge, maior é a sua capacidade de interagir amorosamente com Deus e os irmãos.

É este o caminho que conduz à Família Universal de Deus onde os laços do sangue, da raça, da língua, da nacionalidade, do espaço e do tempo são superados.

Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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