O evangelho de São João vai nesta mesma linha ao afirmar que a nossa união com Cristo se pode comparar à união que existe entre a cepa da videira e os seus ramos.
Os ramos vivem e dão fruto na medida em que estão unidos à videira: “Permanecei em mim que eu permaneço em vós.
Tal como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, mas só permanecendo na videira, assim também acontecerá convosco, se não permanecerdes em mim.
Eu sou a videira e vós os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15, 4-5).
Depois acrescenta que somos todos membros do corpo de Cristo, embora tenhamos funções diferentes, tal como acontece com os membros do corpo (1 Cor 12, 27).
Isto quer dizer que em Jesus Cristo se realizam de modo perfeito a natureza divina e a humana.
Como sabemos, a natureza divina concretiza-se em pessoas e a natureza humana também.
É verdade que as pessoas humanas não são iguais às divinas, mas são proporcionais. É neste facto que assenta a possibilidade da Encarnação.
Pela Encarnação, o Filho Eterno de Deus não se tornou uma grandeza biológica. Se assim fosse, o Filho de Deus também podia encarnar num animal qualquer.
Neste caso, mais que de encarnação, teríamos de falar de possessão. Também não é preciso imaginar que pela Encarnação, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, se meteu dentro do homem Jesus, substituindo, a pessoa humana de Jesus de Nazaré.
Se assim fosse, teríamos de dizer que Jesus não era um homem perfeito, pois faltava-lhe o núcleo mais nobre do homem, isto é, o facto de ser pessoa.
Calmeiro Matias
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