A revelação é uma luz que nos faz compreender a realidade de Deus, do Homem e do universo.
No evangelho de São João, é frequente encontrarmos expressões que identificam Jesus com a Luz e a Verdade:
“Eu sou a luz do mundo, quem me segue não anda nas trevas, mas terá a luz da Vida” (Jo 8, 12).
Depois acrescenta: “Enquanto estou no mundo, eu sou a Luz do mundo” (Jo 9, 5).
Com estes termos São João quer dizer que Jesus é o portador máximo da revelação de Deus. Do mesmo modo, quando Jesus é visto como medianeiro da salvação, São João chama a Jesus o caminho que nos conduz a Deus:
“Jesus respondeu a Tomé:”Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6).
Com este mesmo sentido, o evangelho de São João diz que o Espírito Santo é o Espírito da verdade:
“Quando ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa” (Jo 16,13).
O evangelho de São Lucas diz que Simeão, ao tomar o Menino Jesus ao colo, diz que ele é a luz para iluminar o mundo:
“Luz para iluminar as nações e glória do teu povo, Israel” (Lc 2, 32). Estas expressões querem dizer que Jesus, no seu modo de agir e falar exprimem de modo perfeito a realidade de Deus.
O evangelho de São João diz que Jesus tinha consciência clara de ser a expressão perfeita do amor do Pai por nós.
Esta identificação é de tal modo perfeita que os discípulos, ao verem o modo de Jesus actuar, podiam compreender perfeitamente o rosto e o jeito de Deus Pai para connosco:
De tal modo Jesus se identificava com a vontade do seu Pai do Céu que um dia afirmou: “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14,9).
Os evangelhos dizem que Jesus elegeu como razão principal para o que dizia e fazia a vontade de Deus Pai:
“O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra (Jo 4, 34). Jesus fez da vontade de Deus Pai a razão primeira da sua vida.
É este o sentido das seguintes frases de Jesus: “Eu não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo5, 30).
“O Pai não me deixa sozinho, pois eu faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8, 29). Segundo o evangelho de São Mateus, Jesus, ao convidar as pessoas a acolher o Reino de Deus, identifica a conversão com adesão e fidelidade à vontade do Pai:
“Nem todo aquele que diz “Senhor, Senhor” entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus” (Mt 7, 21).
Jesus tinha consciência de que a sua missão era construir a Família de Deus, a qual não assenta nos laços do sangue mas nos laços do Espírito Santo.
Os evangelhos dizem que Jesus considerava as pessoas que faziam a vontade de Deus como membros da Família de Deus:
“Aquele que fizer a vontade do meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mt 12, 50; Mc 3,35; Lc 8, 21).
Calmeiro Matias
Sem comentários:
Enviar um comentário