sábado, 4 de outubro de 2008

A SABEDORIA QUE EMANA DA CRUZ DE CRISTO-II

II-A CRUZ E A DIFUSÃO DO ESPÍRITO SANTO

Foi a partir da cruz que comunicou a difusão do Espírito Santo. De facto, no momento em que o soldado espeta a lança no coração de Jesus sai sangue e Água (Jo 19, 34).

A água é a Água Viva como Jesus tinha ensinado aos Apóstolos, a qual provoca uma nascente de Vida Eterna no coração da pessoa humana (Jo 7, 37-39).

As pessoas que beberem desta Água, disse Jesus à Samaritana, nunca mais terá sede (Jo 4, 14).
O sangue é o sangue da Nova e Eterna Aliança, isto é, o Espírito Santo enquanto princípio que nos comunica a Vida de Jesus ressuscitado.

Foi isto que Jesus disse aos judeus quando lhes explicou que a carne e sangue que nos alimenta são a dinâmica amorosa do Espírito Santo e não uma realidade de ordem biológica (Jo 6, 63)

O Espírito Santo é o sangue de Cristo ressuscitado, o qual é uma realidade de oram espiritual (Jo 6, 62).

Os que são vivificados por este sangue recebem a vida eterna e ressuscitam com Jesus Cristo, como ele mesmo disse (Jo 6, 54-55).

Foi a partir da cruz que o Espírito Santo rompe com as fronteiras estreitas da fé judaica.
Na verdade, no momento em que Jesus morre e ressuscita no alto da cruz, o primeiro a reconhecê-lo como Filho de Deus foi o centurião romano, um pagão e não um judeu.

Mas a cruz de Jesus Cristo não nos fala de um Deus Pai cruel, capaz de exigir a morte violenta do seu próprio Filho Unigénito.

Um Deus vingativo, incapaz de perdoar sem exigir tormentos e maus tratos. As pessoas que desfiguraram assim o rosto de Deus Pai não se davam conta que Deus é uma Família Trinitária cuja dinâmica é o amor e a reciprocidade.

O que Deus Pai sente em relação a nós também o sente o seu Filho Unigénito, bem como o Espírito Santo.

Jesus curava os doentes e perdoava os pecados, afirmando que era esta a vontade de Deus Pai.
Justificava o seu procedimento, dizendo que estava a proceder de Acordo com a missão que o Pai lhe tinha confiado:

“O meu alimento, dizia ele, é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (Jo 4, 34).

Noutra passagem ainda mais explícita, afirmou: “Eu não desci do Céu para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou.

E a vontade daquele que me enviou é esta: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas o ressuscite no último dia” (Jo 6, 38-39).

Se é este o jeito de Deus amar e perdoar, como é que ele podia ter exigido a morte cruel de Jesus Cristo?

Deus não ama o pecado, e a morte de Jesus foi um pecado, pois ele era o mais inocente dos homens.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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