A matriz a partir da qual emerge a realidade pessoal e espiritual é a natureza humana na sua vertente biológica e psíquica, de modo particular o cérebro.
É verdade que a nossa interioridade pessoal espiritual não se confunde com o nosso cérebro. Mas o cérebro é a matriz da nossa vida psíquica como também da nossa interioridade pessoal e espiritual.
Como princípio de acção estruturante a natureza humana culmina na capacidade de amar. O amor, portanto, pertence à cúpula da acção criadora da natureza humana.
Isto quer dizer que as recusas de amor implicam um dizer não às possibilidades mais nobres da natureza Humana.
Isto ajuda-nos a entender melhor o que significa dizer que a natureza divina é amor, isto é, pessoas em relações de comunhão amorosa.
Do mesmo modo, também a natureza humana é algo a emergir e a estruturar-se para a meta da comunhão amorosa.
Somos verdadeiramente imagem e semelhança de Deus. Os filósofos pagãos da antiguidade grega e mais tarde os filósofos cristãos medievais, pensavam erradamente que a natureza divina era uma essência estática.
Ao contrário do que pensavam estes filósofos, Deus é uma emergência permanente de três pessoas de perfeição infinita, em total convergência de comunhão amorosa.
Podemos dizer que a natureza divina é imutável no sentido de não poder deixar de ser uma novidade a emergir de modo sempre novo.
Deus é novidade permanente no modo de se exprimir como ternura paternal na Primeira pessoa, a Segunda como ternura filial e a terceira como ternura maternal divina.
Estamos muito longe de Aristóteles que definia Deus como o primeiro motor imóvel.
Esta afirmação é totalmente contrária à noção bíblica de Deus.
Segundo a bíblia, Deus está constantemente a fazer história com o seu povo errante e nómada.
O Deus da bíblia acompanha o povo e muda de sentimentos de acordo com a diversidade das situações.
Calmeiro Matias
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