sábado, 4 de outubro de 2008

A SABEDORIA QUE EMANA DA CRUZ DE CRISTO-IV

IV-O AMOR TUDO DESCULPA

A bíblia diz que Deus é amor (1 Jo 4, 7; 16). Isto quer dizer que as pessoas divinas nada podem contra ao mor, de contrário, Deus estava a negar-se a si mesmo.

A nossa fé diz-nos que Deus é amor incondicional, isto é, perdoa sempre sem necessidade de qualquer reparação ou desagravo.

Falar da justiça de Deus não significa falar de um acto forense, isto é, um julgamento de tribunal.
Se Deus é amor, a sua justiça não pode ser outra senão a justiça do amor e o amor nunca se vinga, diz São Paulo:

“O amor tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais passará” (1 Cor 13, 7-8).

Se Deus é amor, então temos de reconhecer que Deus é assim, quer se trate do pai, do filho ou do Espírito Santo.

Esta é a luz que nos vem da Sabedoria da cruz de Jesus Cristo, a qual nos fala da plena fidelidade de Jesus à missão que Deus lhe confiou.

A sabedoria da cruz de Cristo convida-nos a sermos fieis como Jesus foi. Na verdade, da nossa fidelidade à vontade de Deus pode depender a felicidade de muitos irmãos nossos.

A morte violenta de Jesus foi o resultado abominável da ingratidão humana. Mas a sabedoria que emerge da cruz confirma-nos de que Deus toma partido pelos que gastam a vida pelas causas do amor.

O amor de Jesus Cristo por nós é o reflexo do amor que Deus Pai nos tem. São Paulo entendeu muito bem a união que existe entre o amor de Deus Pai e o amor de Cristo. Eis as suas palavras:

“Se alguém está em Cristo é uma Nova Criação. O que era antigo passou. Eis que tudo se fez novo.

Tudo isto vem de Deus que em Jesus Cristo nos reconciliou com Deus, não levando mais em conta o pecado dos homens” (2 Cor 5, 17-19).

A Primeira Carta a Timóteo diz que Jesus Cristo é o único medianeiro entre Deus e o Homem (1 Tim 2, 15).

A Carta aos Colossenses descreve o projecto salvador que Deus sonhou para nós e realizou em Jesus Cristo:

“Jesus Cristo é a imagem perfeita do Deus invisível, o primogénito de toda a Criação. Foi de acordo com ele que as coisas do Céu e da Terra foram criadas, tanto as visíveis como as invisíveis.

Tanto as do Céu como as da Terra (…). Tudo foi criado nele e por ele. Ele é anterior a todas as coisas e todas subsistem por ele.

Ele é a cabeça da Igreja e o princípio, o primogénito de entre os mortos, a fim de ter a primazia em todas as coisas.

Aprouve a Deus que habitasse nele toda a plenitude, a fim reconciliar consigo todas as coisas em Cristo e por Cristo” (Col 1, 15-20).

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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