O Livro do Génesis diz que Adão, com o seu pecado, colocou a Humanidade em processo de fracasso (Gn 3, 17-19).
Deus tinha sonhado uma convivência com o Homem em clima de aliança, a qual viria a culminar na Encarnação, condição para o Homem ser incorporado na Família de Deus.
Na verdade, a Encarnação acontece como enxerto do divino no humano, condição para este ser divinizado.
Devido à distorção introduzida por Adão nas relações com Deus, a Aliança fora interrompida e o projecto de Deus tinha de ser recriado.
De facto, o projecto de Deus levava consigo a possibilidade de ser recriado através de uma Nova Criação.
O mistério da Encarnação sonhado por Deus, houvesse ou não pecado, tornou-se um processo de redenção.
Através desta redenção, o Filho de Deus assumiu a condição do justo sofredor, realizando deste modo a reconciliação da Humanidade com Deus.
Esta reconciliação em Cristo, diz São Paulo, faz da Humanidade uma Nova Criação (2 Cor 5, 17-19).
Já o profeta Jeremias tinha anunciado que Deus ia realizar uma Nova e Eterna Aliança mediante a criação de um coração novo para o Homem:
“Dias virão em que firmarei uma Nova Aliança com a Casa de Israel – oráculo do Senhor. Não será como a aliança que estabeleci com seus pais, quando os tomei pela mão, a fim de os fazer sair da terra do Egipto.
Eles não cumpriram a aliança que fiz com eles, apesar de eu ser o seu Deus e libertador, oráculo do Senhor.
Esta é a aliança que eu vou estabelecer com eles quando chegarem esses dias, oráculo do Senhor:
Imprimirei a minha lei no seu íntimo e escrevê-la-ei no seu coração.
Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo” (Jer 31, 31-33).
Calmeiro Matias
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