I-OS PROFETAS E O MESSIAS ESPERADO
A primeira profecia messiânica foi pronunciada pelo profeta Natã cerca de mil anos antes de Cristo.
O rei David acabava de conquistar a cidade de Jerusalém e estava a planear construir aí um templo para Deus.
O profeta Natã dirige-se ao rei David dizendo-lhe que não é essa a vontade Deus. Quando ele morrer, acrescenta o profeta, Deus vai suscitar-lhe um filho, o qual irá construir um templo para Deus.
Deus será um pai para o filho do rei. É por esta razão que acasa real de David será sólida e permanecerá para sempre (2 Sam 7, 12-16).
Esta profecia marcou toda a tradição messiânica de Israel, ao ponto de o evangelho de São Lucas a colocar na boca do anjo que anuncia a Maria o nascimento de Jesus:
“Ele será grande e chamar-se-á filho do Altíssimo. Vai herdar o trono de seu pai David. Reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 1, 32-33).
O rei David pensou que a profecia se referia ao seu filho Salomão. Eis a razão pela qual ele começou a preparar o seu filho para esta tarefa grandiosa.
Logo que subiu ao trono, Salomão construiu o templo de Jerusalém, convencido de estar a realizar a profecia de Natã.
No dia da inauguração do templo, o rei Salomão declara que, ao construir o templo, estava a realizar a vontade de Deus, tal como ela foi anunciada a David seu Pai:
“Depois, Salomão colocou-se diante do altar do Senhor, perante toda a assembleia de Israel.
Depois levantou as mãos para o céu e disse: “Senhor, Deus de Israel, não há Deus semelhante a ti, nem no mais alto dos Céus, nem cá em baixo na Terra.
Tu guardas a tua misericordiosa Aliança para com os teus servos que caminham na tua presença de todo o coração.
Tu cumpriste sempre as tuas promessas para com o teu servo David, meu pai. Tudo o que a tua boca anunciou, a tua mão o realizou, como hoje podemos ver.
Agora, Senhor, Deus de Israel, realiza a promessa que fizeste ao teu servo David, meu Pai, quando lhe disseste:
“Nunca mais deixará de sentar-se, diante de mim, no trono de Israel, alguém da tua estirpe, desde que os teus filhos tenham o cuidado de ter uma conduta correcta, caminhando na minha presença, como tu fizeste (…).
Que o teu olhar esteja atento dia e noite sobre este lugar do qual disseste: “Aqui estará o meu nome. Ouve, pois, a oração que, neste lugar, te faz o teu servo” (1 Rs 8, 22-29).
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
CRISTO COMO CORAÇÃO DAS ESCRITURAS-II
II-OS FILHOS DE DAVID COMO FILHOS DE DEUS
Devido à profecia de Natã, os reis descendentes de David, recebiam o título de filhos de Deus.
Isto quer dizer que os reis davídicos, ao subirem ao trono, como que eram adoptados por Deus como seus filhos.
Eis o que diz o salmo dois: “Fui eu quem te consagrou como rei sobre o meu monte santo de Sião!
Vou anunciar o decreto do Senhor que me disse: “Tu és meu filho, hoje mesmo te gerei” (Sal 2, 6-7).
Fazendo referência à profecia de Natã, o Salmo 89 diz: “Fiz uma Aliança com o meu eleito, jurei a David, meu servo:
Estabelecerei a tua descendência para sempre e o teu trono há-de manter-se eternamente” (Sal 89, 4-5).
E mais à frente o mesmo salmo acrescenta: “Encontrei David, meu servo, e ungi-o com o óleo santo.
A minha mão estará sempre com ele e o meu braço há-de torná-lo forte (…). Ele me invocará, dizendo: Tu és meu Pai, és o meu Deus e o rochedo da minha salvação!
Eu farei dele o meu primogénito, o maior entre os reis da terra (…). Estabelecerei para sempre a sua descendência e o seu trono terá a duração dos Céus” (Sal 89, 21-30).
Devido à profecia de Natã, os reis descendentes de David, recebiam o título de filhos de Deus.
Isto quer dizer que os reis davídicos, ao subirem ao trono, como que eram adoptados por Deus como seus filhos.
Eis o que diz o salmo dois: “Fui eu quem te consagrou como rei sobre o meu monte santo de Sião!
Vou anunciar o decreto do Senhor que me disse: “Tu és meu filho, hoje mesmo te gerei” (Sal 2, 6-7).
Fazendo referência à profecia de Natã, o Salmo 89 diz: “Fiz uma Aliança com o meu eleito, jurei a David, meu servo:
Estabelecerei a tua descendência para sempre e o teu trono há-de manter-se eternamente” (Sal 89, 4-5).
E mais à frente o mesmo salmo acrescenta: “Encontrei David, meu servo, e ungi-o com o óleo santo.
A minha mão estará sempre com ele e o meu braço há-de torná-lo forte (…). Ele me invocará, dizendo: Tu és meu Pai, és o meu Deus e o rochedo da minha salvação!
Eu farei dele o meu primogénito, o maior entre os reis da terra (…). Estabelecerei para sempre a sua descendência e o seu trono terá a duração dos Céus” (Sal 89, 21-30).
CRISTO COMO CORAÇÃO DAS ESCRITURAS-III
III-JESUS É O FILHO DE DAVID ANUNCIADO
Perante textos como estes não é difícil ver onde São Lucas foi buscar o seu texto da anunciação, pondo na boca do anjo uma mensagem que é, de facto, uma síntese a esperança messiânica do Antigo Testamento:
“Disse-lhe o anjo: “Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
Ele será grande e vai chamar-se filho do Altíssimo, pois o Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 1, 30-33).
Os profetas vão ampliar e fortalecer a esperança messiânica, ao ponto de os tempos messiânicos surgirem como a plenitude dos tempos.
O profeta Isaías exulta perante os tempos gloriosos que virão quando Deus suscitar o filho prometido a David.
Ele vê o Messias como o sinal visível da bondade e da presença de Deus no meio do povo:
“Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado. Sobre os seus ombros recairá o ceptro do poder real.
Será chamado Conselheiro Maravilhoso, Deus Altíssimo, Pai eterno, Príncipe da paz” (Is 9, 6).
Face à incredulidade do rei Acaz, o profeta Isaías enfrenta-o e diz-lhe que Deus lhe vai dar um sinal.
A jovem rainha estava grávida e Isaías diz ao rei que essa gravidez é um sinal de que Deus vai realizar o que lhe prometeu.
A gravidez da jovem rainha é o sinal que a promessa de Deus se vai realizar, mas não na pessoa do rei Acaz, pois ele portou-se como um incrédulo.
A gravidez da jovem rainha é o sinal de que a porta dofuturo está aberta. Há, pois, condiçõespara Deus realizar o que anunciou ao profeta David!
Perante textos como estes não é difícil ver onde São Lucas foi buscar o seu texto da anunciação, pondo na boca do anjo uma mensagem que é, de facto, uma síntese a esperança messiânica do Antigo Testamento:
“Disse-lhe o anjo: “Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus.
Ele será grande e vai chamar-se filho do Altíssimo, pois o Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 1, 30-33).
Os profetas vão ampliar e fortalecer a esperança messiânica, ao ponto de os tempos messiânicos surgirem como a plenitude dos tempos.
O profeta Isaías exulta perante os tempos gloriosos que virão quando Deus suscitar o filho prometido a David.
Ele vê o Messias como o sinal visível da bondade e da presença de Deus no meio do povo:
“Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado. Sobre os seus ombros recairá o ceptro do poder real.
Será chamado Conselheiro Maravilhoso, Deus Altíssimo, Pai eterno, Príncipe da paz” (Is 9, 6).
Face à incredulidade do rei Acaz, o profeta Isaías enfrenta-o e diz-lhe que Deus lhe vai dar um sinal.
A jovem rainha estava grávida e Isaías diz ao rei que essa gravidez é um sinal de que Deus vai realizar o que lhe prometeu.
A gravidez da jovem rainha é o sinal que a promessa de Deus se vai realizar, mas não na pessoa do rei Acaz, pois ele portou-se como um incrédulo.
A gravidez da jovem rainha é o sinal de que a porta dofuturo está aberta. Há, pois, condiçõespara Deus realizar o que anunciou ao profeta David!
CRISTO COMO CORAÇÃO DAS ESCRITURAS-IV
IV-JESUS É O MESSIAS, O DEUS CONNOSCO
O rei Messias será o Emanuel, isto é, o Deus connosco (Is 7, 14). Moisés foi enviado por Deus, a fim de conduzir o povo pelo deserto e, deste modo, poder atingir a terra prometida.
Do mesmo modo Deus vai enviar um líder que, no deserto, vai preparar e conduzir o povo ao Messias prometido:
“Uma voz clama no deserto: “Preparai os caminhos do Senhor. No deserto endireitai os caminhos para o Senhor nosso Deus” (Is 40, 3).
Estamos perante um texto escrito no tempo do exílio de Babilónia. A intenção do autor era elevar o ânimo do povo escravizado pelos Caldeus.
O profeta tenta dizer aos exilados de Babilónia que, tal como Deus conduziu os escravos do Egipto pelo deserto até atingirem a plena liberdade na terra prometida, assim vai acontecer agora.
Mas os escritores do Novo Testamento, preocupados com a realização das Escrituras em Cristo, aplicam este texto a João Baptista.
Segundo Lucas, João Baptista realiza o papel do líder que, no deserto, prepara o povo para acolher o Messias anunciado pelos profetas:
“João começou a percorrer toda a região do Jordão, pregando um baptismo de penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías:
Uma voz clama no deserto: “preparai os caminhos do Senhor, e endireitai as suas veredas.
Toda a ravina será preenchida, todo o monte e colina serão abatidos.
Os caminhos tortuosos ficarão direitos e os escabrosos tornar-se-ão planos. E toda a criatura verá a salvação de Deus” (Lc 3,3-5).
O rei Messias será o Emanuel, isto é, o Deus connosco (Is 7, 14). Moisés foi enviado por Deus, a fim de conduzir o povo pelo deserto e, deste modo, poder atingir a terra prometida.
Do mesmo modo Deus vai enviar um líder que, no deserto, vai preparar e conduzir o povo ao Messias prometido:
“Uma voz clama no deserto: “Preparai os caminhos do Senhor. No deserto endireitai os caminhos para o Senhor nosso Deus” (Is 40, 3).
Estamos perante um texto escrito no tempo do exílio de Babilónia. A intenção do autor era elevar o ânimo do povo escravizado pelos Caldeus.
O profeta tenta dizer aos exilados de Babilónia que, tal como Deus conduziu os escravos do Egipto pelo deserto até atingirem a plena liberdade na terra prometida, assim vai acontecer agora.
Mas os escritores do Novo Testamento, preocupados com a realização das Escrituras em Cristo, aplicam este texto a João Baptista.
Segundo Lucas, João Baptista realiza o papel do líder que, no deserto, prepara o povo para acolher o Messias anunciado pelos profetas:
“João começou a percorrer toda a região do Jordão, pregando um baptismo de penitência para a remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías:
Uma voz clama no deserto: “preparai os caminhos do Senhor, e endireitai as suas veredas.
Toda a ravina será preenchida, todo o monte e colina serão abatidos.
Os caminhos tortuosos ficarão direitos e os escabrosos tornar-se-ão planos. E toda a criatura verá a salvação de Deus” (Lc 3,3-5).
Calmeiro Matias
CRISTO COMO CORAÇÃO DAS ESCRITURAS-V
V-O MESSIAS E A FORÇA DO ESPÍRITO
Isaías compara o Messias a um renovo, isto é, a um rebento saído de uma planta chamada Jessé, isto é, o Pai de David.
Sobre ele repousará o Espírito de Deus que o capacitará para criar uma Nova Humanidade:
“Brotará um rebento do tronco de Jessé, e um renovo brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor: Espírito de sabedoria, Espírito de entendimento, Espírito de Conselho, Espírito de Fortaleza, Espírito de Ciência e de Temor do Senhor.
Não julgará pelas aparências nem proferirá sentenças somente pelo que ouviu dizer. Pelo contrário, julgará os pobres com justiça e os humildes da terra com equidade (…).
Então o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito.
O novilho e o leão comerão juntos, e um menino os conduzirá (…).
A criancinha brincará na toca da víbora e o menino acabado de desmamar meterá a mão na toca da serpente.
Não haverá dano nem destruição em todo o meu santo monte. A terra estará cheia do cheia do conhecimento do Senhor” (Is 11, 1-9).
É difícil dizer de maneira mais bonita o sonho da Nova Humanidade! O profeta Jeremias dirá que a Humanidade restaurada pela acção salvadora do Messias é obra do Espírito Santo, o qual será o selo de uma Nova Aliança indestrutível:
“Dias virão em que firmarei uma Nova Aliança com a Casa de Israel e a casa de Judá, oráculo do Senhor.
Não será como a aliança que estabeleci com seus pais, quando os tomei pela mão para os fazer sair da terra do Egipto, aliança que eles não cumpriram, apesar de eu ser o seu Deus, oráculo do Senhor.
Esta será a aliança que eu estabelecerei, depois desses dias, com a casa de Israel, oráculo do Senhor:
Imprimirei as minhas leis no seu íntimo e gravá-las-ei no seu coração. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo (…).
Todos me conhecerão desde o maior ao mais pequeno, pois a todos perdoarei os seus pecados e não mais me lembrarei das suas iniquidades, oráculo do Senhor” (Jer 31, 31-34).
Isaías compara o Messias a um renovo, isto é, a um rebento saído de uma planta chamada Jessé, isto é, o Pai de David.
Sobre ele repousará o Espírito de Deus que o capacitará para criar uma Nova Humanidade:
“Brotará um rebento do tronco de Jessé, e um renovo brotará das suas raízes.
Sobre ele repousará o Espírito do Senhor: Espírito de sabedoria, Espírito de entendimento, Espírito de Conselho, Espírito de Fortaleza, Espírito de Ciência e de Temor do Senhor.
Não julgará pelas aparências nem proferirá sentenças somente pelo que ouviu dizer. Pelo contrário, julgará os pobres com justiça e os humildes da terra com equidade (…).
Então o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo deitar-se-á ao lado do cabrito.
O novilho e o leão comerão juntos, e um menino os conduzirá (…).
A criancinha brincará na toca da víbora e o menino acabado de desmamar meterá a mão na toca da serpente.
Não haverá dano nem destruição em todo o meu santo monte. A terra estará cheia do cheia do conhecimento do Senhor” (Is 11, 1-9).
É difícil dizer de maneira mais bonita o sonho da Nova Humanidade! O profeta Jeremias dirá que a Humanidade restaurada pela acção salvadora do Messias é obra do Espírito Santo, o qual será o selo de uma Nova Aliança indestrutível:
“Dias virão em que firmarei uma Nova Aliança com a Casa de Israel e a casa de Judá, oráculo do Senhor.
Não será como a aliança que estabeleci com seus pais, quando os tomei pela mão para os fazer sair da terra do Egipto, aliança que eles não cumpriram, apesar de eu ser o seu Deus, oráculo do Senhor.
Esta será a aliança que eu estabelecerei, depois desses dias, com a casa de Israel, oráculo do Senhor:
Imprimirei as minhas leis no seu íntimo e gravá-las-ei no seu coração. Serei o seu Deus e eles serão o meu povo (…).
Todos me conhecerão desde o maior ao mais pequeno, pois a todos perdoarei os seus pecados e não mais me lembrarei das suas iniquidades, oráculo do Senhor” (Jer 31, 31-34).
Calmeiro Matias
CRISTO COMO CORAÇÃO DAS ESCRITURAS-VI
VI-JESUS REALIZA AS ANTIGAS PROFECIAS
O Novo Testamento reconhece que Jesus Cristo é o Messias anunciado pelos profetas. São Lucas diz que Jesus, após a sua ressurreição, abriu os olhos dos discípulos, a fim de eles compreenderem que as antigas profecias se realizaram nele.
Eis as palavras de Jesus: “Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar no que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória? Começando por Moisés e seguindo por todos os profetas explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que se referia a ele” (Lc 24, 25-27).
São Mateus, ao longo do seu evangelho demonstra a preocupação de demonstrar que as antigas profecias messiânicas estão de acordo com a história de Jesus Cristo.
Logo no início do seu evangelho, ele declara que Jesus é o filho anunciado a David: “Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão” (Mt 1, 1).
Do mesmo modo, São Lucas sublinha que a primeira profecia messiânica se realizou em Jesus de Nazaré:
“Ele será grande e chamar-se-á filho do altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David.
Reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 1, 32-33). O profeta Miqueias profetizou que o nascimento do Messias se daria em Belém (Miq 5, 2).
Nos seus evangelhos da infância, São Mateus e São Lucas, dizem que o nascimento de Jesus se deu em Belém (Lc 2, 1-3; Mt 2, 1).
O profeta Malaquias diz que antes do dia do Senhor, Deus vai enviar o profeta Elias (Mal 4,5).
São Mateus diz que João Baptista é o profeta Elias que devia vir antes do dia do Senhor (Mt 11, 13-14).
Num dia de Sábado, diz o evangelho de São Lucas, Jesus foi à sinagoga de Nazaré e leu o texto do profeta Isaías que fala da consagração do Messias (cf. Is 61, 1-3).
Depois, Jesus, acrescenta São Lucas, dá testemunho de que essa profecia se referia à sua pessoa e que acabava de se realizar nesse momento (Lc 4, 16-21).
Do mesmo modo, o profeta Zacarias fala da entrada triunfal do Messias em Jerusalém, montando um jumento (Zac 9, 9).
O evangelho de São Mateus diz que Jesus realiza esta profecia entrando em Jerusalém montado sobre um jumento (Mt 21, 7-10).
No livro do Deuteronómio, Moisés fala de um profeta que virá e que será um líder em tudo semelhante a Moisés.
O povo deve seguir esse profeta, diz o livro do Deuteronómio (Dt 18, 15). As multidões, ao verem as maravilhas realizadas por Jesus, chamam-lhe o profeta da Galileia” (Mt 21, 7-10).
O profeta Isaías lamentava-se dizendo que a mensagem de Deus não era ouvida nem aceite pelo povo (Is 53, 1).
O evangelho de João diz que apesar de Jesus ter realizado tantos sinais indicadores de que Deus estava nele os chefes dos judeus não acreditaram nele (Jo 12, 37).
Do mesmo modo, a paixão e morte de Jesus é interpretada à luz dos sofrimentos do justo sofredor do profeta Isaías e do Salmo vinte e um que fala dos sofrimentos do Servo de Deus.
O Servo de Deus, apesar de inocente, é humilhado, maltratado e é morto de modo violento.
No entanto, a sua morte terá um efeito libertador para os pecadores (Is 52, 13- 53, 12).
O salmo 21 diz que o Justo sofredor será esmagado. Os seus pés e as suas mãos serão trespassados (Sal 22, 16).
Os evangelistas vêem na crucifixão de Jesus a realização desta profecia (Lc 24, 39; cf. Mt 26, 67).
Perante o abandono e o sofrimento, o justo sofredor sente-se abandonado por Deus e clama:
“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Sal 21, 1) São Mateus põe estas palavras do salmo na boca de Jesus no momento de morrer:
“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mt 27, 46). De tal modo os evangelistas têm a preocupação de fazer coincidir a história de Jesus com as Escrituras que, por vezes, chegam a forçar os seus relatos ou, então, a forçar os factos históricos.
Este modo de proceder tem como pano de fundo a preocupação dos evangelistas em demonstrar que Jesus é o Messias anunciado pelos profetas.
O Novo Testamento reconhece que Jesus Cristo é o Messias anunciado pelos profetas. São Lucas diz que Jesus, após a sua ressurreição, abriu os olhos dos discípulos, a fim de eles compreenderem que as antigas profecias se realizaram nele.
Eis as palavras de Jesus: “Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar no que os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória? Começando por Moisés e seguindo por todos os profetas explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que se referia a ele” (Lc 24, 25-27).
São Mateus, ao longo do seu evangelho demonstra a preocupação de demonstrar que as antigas profecias messiânicas estão de acordo com a história de Jesus Cristo.
Logo no início do seu evangelho, ele declara que Jesus é o filho anunciado a David: “Genealogia de Jesus Cristo, filho de David, filho de Abraão” (Mt 1, 1).
Do mesmo modo, São Lucas sublinha que a primeira profecia messiânica se realizou em Jesus de Nazaré:
“Ele será grande e chamar-se-á filho do altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David.
Reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 1, 32-33). O profeta Miqueias profetizou que o nascimento do Messias se daria em Belém (Miq 5, 2).
Nos seus evangelhos da infância, São Mateus e São Lucas, dizem que o nascimento de Jesus se deu em Belém (Lc 2, 1-3; Mt 2, 1).
O profeta Malaquias diz que antes do dia do Senhor, Deus vai enviar o profeta Elias (Mal 4,5).
São Mateus diz que João Baptista é o profeta Elias que devia vir antes do dia do Senhor (Mt 11, 13-14).
Num dia de Sábado, diz o evangelho de São Lucas, Jesus foi à sinagoga de Nazaré e leu o texto do profeta Isaías que fala da consagração do Messias (cf. Is 61, 1-3).
Depois, Jesus, acrescenta São Lucas, dá testemunho de que essa profecia se referia à sua pessoa e que acabava de se realizar nesse momento (Lc 4, 16-21).
Do mesmo modo, o profeta Zacarias fala da entrada triunfal do Messias em Jerusalém, montando um jumento (Zac 9, 9).
O evangelho de São Mateus diz que Jesus realiza esta profecia entrando em Jerusalém montado sobre um jumento (Mt 21, 7-10).
No livro do Deuteronómio, Moisés fala de um profeta que virá e que será um líder em tudo semelhante a Moisés.
O povo deve seguir esse profeta, diz o livro do Deuteronómio (Dt 18, 15). As multidões, ao verem as maravilhas realizadas por Jesus, chamam-lhe o profeta da Galileia” (Mt 21, 7-10).
O profeta Isaías lamentava-se dizendo que a mensagem de Deus não era ouvida nem aceite pelo povo (Is 53, 1).
O evangelho de João diz que apesar de Jesus ter realizado tantos sinais indicadores de que Deus estava nele os chefes dos judeus não acreditaram nele (Jo 12, 37).
Do mesmo modo, a paixão e morte de Jesus é interpretada à luz dos sofrimentos do justo sofredor do profeta Isaías e do Salmo vinte e um que fala dos sofrimentos do Servo de Deus.
O Servo de Deus, apesar de inocente, é humilhado, maltratado e é morto de modo violento.
No entanto, a sua morte terá um efeito libertador para os pecadores (Is 52, 13- 53, 12).
O salmo 21 diz que o Justo sofredor será esmagado. Os seus pés e as suas mãos serão trespassados (Sal 22, 16).
Os evangelistas vêem na crucifixão de Jesus a realização desta profecia (Lc 24, 39; cf. Mt 26, 67).
Perante o abandono e o sofrimento, o justo sofredor sente-se abandonado por Deus e clama:
“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Sal 21, 1) São Mateus põe estas palavras do salmo na boca de Jesus no momento de morrer:
“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mt 27, 46). De tal modo os evangelistas têm a preocupação de fazer coincidir a história de Jesus com as Escrituras que, por vezes, chegam a forçar os seus relatos ou, então, a forçar os factos históricos.
Este modo de proceder tem como pano de fundo a preocupação dos evangelistas em demonstrar que Jesus é o Messias anunciado pelos profetas.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
A RESSURREIÇÃO DA CARNE NA VISÃO BÍBLICA-I
I-A HUMANIDADE É UM CORPO CUJA CABEÇA É CRISTO
Para o pensamento bíblico, a Humanidade forma um todo orgânico e dinâmico. Para indicar o sentido desta união que nos liga de modo orgânico a Cristo, São Paulo diz que Cristo nós fazemos um só Corpo.
Jesus Cristo é a cabeça desse corpo do qual nós somos os membros (1 Cor 10,17; 12, 27). São Paulo acrescenta a seguir que o princípio vital que alimenta e fortalece este corpo é o Espírito Santo. Eis o que ele diz na Primeira Carta aos Coríntios:
“Fomos baptizados num mesmo Espírito, a fim de formarmos um só Corpo” (1 Cor 12, 13).
O evangelho de São João vai nesta mesma linha dizendo que Cristo é a cepa da videira da qual nós somos os ramos (Jo 15, 1-8).
Como ramos da videira, nós só podemos viver e dar fruto na medida em que estivermos unidos à cepa (Jo 15, 4-5).
O mesmo se passa com a visão bíblica do pecado de Adão: Adão e a Humanidade fazem uma união orgânica. Adão era a Cabeça deste Corpo que é a Humanidade.
A cabeça ao romper com Deus, conduz todos os membros do corpo para o caminho do malogro e da fracassa (Gn 3, 17-24).
As consequências não se fizeram esperar, pois os filhos de Adão, em vez de caminharem na via da fraternidade, entram no caminho do fratricídio: Caim mata Abel (Gn 4, 8-13).
Infelizmente, mesmo nos nossos dias ainda são muitos os seres humanos que caminham nesta via do fratricídio.
Para o pensamento bíblico, a Humanidade forma um todo orgânico e dinâmico. Para indicar o sentido desta união que nos liga de modo orgânico a Cristo, São Paulo diz que Cristo nós fazemos um só Corpo.
Jesus Cristo é a cabeça desse corpo do qual nós somos os membros (1 Cor 10,17; 12, 27). São Paulo acrescenta a seguir que o princípio vital que alimenta e fortalece este corpo é o Espírito Santo. Eis o que ele diz na Primeira Carta aos Coríntios:
“Fomos baptizados num mesmo Espírito, a fim de formarmos um só Corpo” (1 Cor 12, 13).
O evangelho de São João vai nesta mesma linha dizendo que Cristo é a cepa da videira da qual nós somos os ramos (Jo 15, 1-8).
Como ramos da videira, nós só podemos viver e dar fruto na medida em que estivermos unidos à cepa (Jo 15, 4-5).
O mesmo se passa com a visão bíblica do pecado de Adão: Adão e a Humanidade fazem uma união orgânica. Adão era a Cabeça deste Corpo que é a Humanidade.
A cabeça ao romper com Deus, conduz todos os membros do corpo para o caminho do malogro e da fracassa (Gn 3, 17-24).
As consequências não se fizeram esperar, pois os filhos de Adão, em vez de caminharem na via da fraternidade, entram no caminho do fratricídio: Caim mata Abel (Gn 4, 8-13).
Infelizmente, mesmo nos nossos dias ainda são muitos os seres humanos que caminham nesta via do fratricídio.
A RESSURREIÇÃO DA CARNE NA VISÃO BÍBLICA-II
II-A HUMANIDADE FORMA UMA UNIÃO ORGÂNICA
Segundo o pensamento bíblico, o homem carne (basar) é o ser humano estruturado para a união orgânica e interactiva.
O homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, formando com ela uma só carne, diz o livro do Génesis (Gn 2, 22-24).
Podemos dizer que o Homem carne é o ser humano com interioridade talhado para o encontro e a comunhão com os outros seres humanos.
Isto é tão fundamental para o pensamento bíblico que o ser humano, separado desta união orgânica e interactiva está em estado de morte.
Segundo a maneira de ver da bíblia, o acontecimento da morte biológica não destrói totalmente a pessoa humana.
O homem exterior, com o acontecimento da morte torna-se pó (Gn 3, 19). Mas o homem interior subsiste no Shéol, isto é, na morada dos mortos, mas está em estado de morte, pois não podem comunicar com os outros seres humanos.
Isto quer dizer que a ressurreição, tal como a salvação, não é um acontecimento para indivíduos isolados.
É precisamente esta argumentação de São Paulo uma pouco mais à frente: “Na verdade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram, pois assim como por um homem veio a morte, por um só homem veio a ressurreição dos mortos.
E assim como todos morrem em Adão, assim todos ressuscitam em Cristo” (1 Cor 15, 20-23).
Depois conclui:
“Eis o que dizem as Escrituras: “O primeiro homem, Adão, foi feito um ser vivente e o último Adão, um espírito vivificante.
Mas o primeiro Adão não foi o espiritual, mas o terreno. O espiritual vem depois. O primeiro homem tirado do barro é terreno. O segundo vem do Céu.
Tal como era o terreno, assim são os terrenos. Tal como é o celeste, assim são também os celestes” (1 Cor 15, 45-48).
Na verdade, começamos por ser um dado puramente biológico, isto é, um ovo. A partir deste ovo inicia-se um processo de estruturação orgânica que atinge a complexidade própria do ser humano.
Ao atingir a complexidade própria de homem, a vida dá um salto de qualidade para o limiar da vida pessoal-espiritual.
É a este nível que a Humanidade forma um todo orgânico e dinâmico cuja cabeça é Jesus Cristo.
Segundo o pensamento bíblico, o homem carne (basar) é o ser humano estruturado para a união orgânica e interactiva.
O homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, formando com ela uma só carne, diz o livro do Génesis (Gn 2, 22-24).
Podemos dizer que o Homem carne é o ser humano com interioridade talhado para o encontro e a comunhão com os outros seres humanos.
Isto é tão fundamental para o pensamento bíblico que o ser humano, separado desta união orgânica e interactiva está em estado de morte.
Segundo a maneira de ver da bíblia, o acontecimento da morte biológica não destrói totalmente a pessoa humana.
O homem exterior, com o acontecimento da morte torna-se pó (Gn 3, 19). Mas o homem interior subsiste no Shéol, isto é, na morada dos mortos, mas está em estado de morte, pois não podem comunicar com os outros seres humanos.
Isto quer dizer que a ressurreição, tal como a salvação, não é um acontecimento para indivíduos isolados.
É precisamente esta argumentação de São Paulo uma pouco mais à frente: “Na verdade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram, pois assim como por um homem veio a morte, por um só homem veio a ressurreição dos mortos.
E assim como todos morrem em Adão, assim todos ressuscitam em Cristo” (1 Cor 15, 20-23).
Depois conclui:
“Eis o que dizem as Escrituras: “O primeiro homem, Adão, foi feito um ser vivente e o último Adão, um espírito vivificante.
Mas o primeiro Adão não foi o espiritual, mas o terreno. O espiritual vem depois. O primeiro homem tirado do barro é terreno. O segundo vem do Céu.
Tal como era o terreno, assim são os terrenos. Tal como é o celeste, assim são também os celestes” (1 Cor 15, 45-48).
Na verdade, começamos por ser um dado puramente biológico, isto é, um ovo. A partir deste ovo inicia-se um processo de estruturação orgânica que atinge a complexidade própria do ser humano.
Ao atingir a complexidade própria de homem, a vida dá um salto de qualidade para o limiar da vida pessoal-espiritual.
É a este nível que a Humanidade forma um todo orgânico e dinâmico cuja cabeça é Jesus Cristo.
Calmeiro Matias
A RESSURREIÇÃO DA CARNE NA VISÃO BÍBLICA-III
III-ESPÍRITO SANTO E RESSURREIÇÃO
Ao criar o Homem do barro, Deus insuflou-lhe o hálito da vida, isto é, o Espírito Santo, e o Homem tornou-se um ser de diálogo e comunicação (Gn 2, 7).
Segundo o pensamento bíblico, a morte acontece quando Deus decide retirar de um ser humano concreto o seu hálito da vida.
Nesse momento, a pessoa humana entra em estado de morte, isto é, fica incapaz de comunicar.
A ressurreição da carne podia acontecer se Deus voltasse a insuflar o Espírito Santo no coração dos seres que permanecem no shéol, isto é, na morada dos mortos.
Jesus Cristo, como tinha a plenitude do Espírito, não ficou em estado de morte. É verdade que foi à morada dos mortos, mas para comunicar a dinâmica do Espírito a todos os que o tinham precedido na História. Eis as palavras da Primeira Carta de São Pedro:
“Também Cristo padeceu por causa dos nossos pecados, de uma vez para sempre.
Morto na carne, ele foi vivificado no Espírito. E foi assim que ele foi à morada dos mortos pregar aos espíritos cativos da morte.
Muitos deles eram os incrédulos do tempo de Noé. Deus aguardava-os enquanto Noé construía a Arca, mas só um pequeno grupo, oito apenas, entraram na Arca e se salvaram (1 Ped 3, 18-19).
Ao criar o Homem do barro, Deus insuflou-lhe o hálito da vida, isto é, o Espírito Santo, e o Homem tornou-se um ser de diálogo e comunicação (Gn 2, 7).
Segundo o pensamento bíblico, a morte acontece quando Deus decide retirar de um ser humano concreto o seu hálito da vida.
Nesse momento, a pessoa humana entra em estado de morte, isto é, fica incapaz de comunicar.
A ressurreição da carne podia acontecer se Deus voltasse a insuflar o Espírito Santo no coração dos seres que permanecem no shéol, isto é, na morada dos mortos.
Jesus Cristo, como tinha a plenitude do Espírito, não ficou em estado de morte. É verdade que foi à morada dos mortos, mas para comunicar a dinâmica do Espírito a todos os que o tinham precedido na História. Eis as palavras da Primeira Carta de São Pedro:
“Também Cristo padeceu por causa dos nossos pecados, de uma vez para sempre.
Morto na carne, ele foi vivificado no Espírito. E foi assim que ele foi à morada dos mortos pregar aos espíritos cativos da morte.
Muitos deles eram os incrédulos do tempo de Noé. Deus aguardava-os enquanto Noé construía a Arca, mas só um pequeno grupo, oito apenas, entraram na Arca e se salvaram (1 Ped 3, 18-19).
A RESSURREIÇÃO DA CARNE NA VISÃO BÍBLICA-IV
IV-UNIDOS À RESSURREIÇÃO DE CRISTO
Eis o que diz o evangelho de São Mateus: “E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou.
Então o véu do templo rasgou-se em dois de alto a baixo.
A terra tremeu e as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos que tinham morrido, ressuscitaram.
Saindo dos túmulos, entraram na cidade santa e apareceram a muitos após a ressurreição de Jesus.
Para o pensamento bíblico, portanto, a ressurreição da carne não significa restauração biológica, sim comunicação orgânica do Espírito Santo.
Ao ressuscitar, Jesus difundiu para a humanidade a Águas Viva, isto é, o Espírito Santo que faz emergir em nós regatos devida Eterna (Jo 7, 37-39).
Os que bebem desta Água Viva, disse Jesus à Samaritana, nunca mais terão sede (Jo 4, 14).
O evangelho de São João diz que no momento da morte e ressurreição de Jesus um dos soldados abriu o coração de Jesus do qual saiu sangue e Água, os dois grandes símbolos do Espírito Santo (Jo 19, 33-35).
A carta aos Romanos diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
O Coração é a morado do Espírito Santo, diz a Primeira Carta aos Coríntios (1 Cor 3, 16). Com a simbologia da Água e do sangue a sair do coração de Jesus, São João quer dizer que nesse momento chegou a Hora de Jesus, isto é, o início da ressurreição universal.
É esta a linguagem profunda do mistério da Eucaristia, sobretudo a comunhão da carne e do sangue de Cristo.
Comer a carne de Cristo não é um acto antropofágico, isto é, não se trata de comer carne humana.
Do mesmo modo, ao beber o sangue de Cristo. Os cristãos não estão a realizar um acto próprio de vampiros.
Trata-se da comunicação do Espírito Santo que inicia e fortalece em nós o processo da ressurreição.
Eis o que o evangelho de São João diz a este propósito: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica morar em mim e eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, também quem come a minha carne e bebe o meu sangue viverá por mim” (Jo 6, 56-57),
Eis o que diz o evangelho de São Mateus: “E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou.
Então o véu do templo rasgou-se em dois de alto a baixo.
A terra tremeu e as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos corpos de santos que tinham morrido, ressuscitaram.
Saindo dos túmulos, entraram na cidade santa e apareceram a muitos após a ressurreição de Jesus.
Para o pensamento bíblico, portanto, a ressurreição da carne não significa restauração biológica, sim comunicação orgânica do Espírito Santo.
Ao ressuscitar, Jesus difundiu para a humanidade a Águas Viva, isto é, o Espírito Santo que faz emergir em nós regatos devida Eterna (Jo 7, 37-39).
Os que bebem desta Água Viva, disse Jesus à Samaritana, nunca mais terão sede (Jo 4, 14).
O evangelho de São João diz que no momento da morte e ressurreição de Jesus um dos soldados abriu o coração de Jesus do qual saiu sangue e Água, os dois grandes símbolos do Espírito Santo (Jo 19, 33-35).
A carta aos Romanos diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
O Coração é a morado do Espírito Santo, diz a Primeira Carta aos Coríntios (1 Cor 3, 16). Com a simbologia da Água e do sangue a sair do coração de Jesus, São João quer dizer que nesse momento chegou a Hora de Jesus, isto é, o início da ressurreição universal.
É esta a linguagem profunda do mistério da Eucaristia, sobretudo a comunhão da carne e do sangue de Cristo.
Comer a carne de Cristo não é um acto antropofágico, isto é, não se trata de comer carne humana.
Do mesmo modo, ao beber o sangue de Cristo. Os cristãos não estão a realizar um acto próprio de vampiros.
Trata-se da comunicação do Espírito Santo que inicia e fortalece em nós o processo da ressurreição.
Eis o que o evangelho de São João diz a este propósito: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica morar em mim e eu nele.
Assim como o Pai que me enviou vive e eu vivo pelo Pai, também quem come a minha carne e bebe o meu sangue viverá por mim” (Jo 6, 56-57),
Calmeiro Matias
A RESSURREIÇÃO DA CARNE NA VISÃO BÍBLICA-V
V-A RESSURREIÇÃO DA CARNE
No evangelho de São João, Jesus diz que a carne que ele nos dá a comer é a carne de um ressuscitado e não uma realidade de ordem biológica (Jo 6, 62-63).
Na realidade, o homem carne, na cultura bíblica, é mais um conceito genealógico e espiritual do que biológico, embora o pensamento bíblico não fizesse esta dissociação.
Firme era certeza de que o homem carne, após a morte, continua a subsistir, apesar de estar em estado de morte. De facto, o ser humano só vive na medida em que convive.
Com a morte, diz o Livro do Génesis, o corpo do ser humano volta ao pó do qual fora tirado:
“Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra da qual foste tirado, pois tu és pó e ao pó voltarás” (Gn 3, 19).
Reduzido a si, o ser humano não encontra a sua plenitude, pois a pessoa só se encontra e possui através das relações de fraternidade e comunhão.
Privada do diálogo e do face a face amoroso, a pessoa está em estado de morte. Aplicado aos seres humanos, o termo carne é a pessoa como interioridade que se estrutura em comunicação com os outros e só encontra plenamente em relações com os demais.
Por outro lado, a plenitude das relações com Deus e os outros não pode acontecer sem a acção do Espírito Santo.
A difusão do Espírito por toda a carne, significa precisamente a ressurreição universal da Humanidade em Cristo.
Foi assim que os actos dos apóstolos entenderam as palavras do profeta Joel: “Mas tudo isto é a realização do que disse o profeta Joel:
“Nos Últimos dias, diz o Senhor, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne. Os vossos filhos e as vossas filhas hão-de profetizar. Os vossos jovens terão visões e os vossos anciãos terão sonhos (Act 2, 16-17).
De facto, o homem carne é a pessoa estruturada em relações e talhada para a comunhão. Unir-se a Cristo ressuscitado, diz São Paulo, é fazer com ele um só Espírito:
“Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só Espírito” (1Cor 6, 17).Ressuscitamos em Cristo na medida em que formamos com ele uma só carne, isto é, uma comunhão orgânica e interactiva.
Fomos baptizados no mesmo Espírito, diz São Paulo, a fim de formarmos um só corpo com Cristo (1Cor 12, 13).
É este o sentido da comunhão na Eucaristia, diz a Primeira Carta aos Coríntios: “Comemos do mesmo pão porque formamos um só corpo (1Cor 10, 17).
No evangelho de São João, Jesus diz que a carne que ele nos dá a comer é a carne de um ressuscitado e não uma realidade de ordem biológica (Jo 6, 62-63).
Na realidade, o homem carne, na cultura bíblica, é mais um conceito genealógico e espiritual do que biológico, embora o pensamento bíblico não fizesse esta dissociação.
Firme era certeza de que o homem carne, após a morte, continua a subsistir, apesar de estar em estado de morte. De facto, o ser humano só vive na medida em que convive.
Com a morte, diz o Livro do Génesis, o corpo do ser humano volta ao pó do qual fora tirado:
“Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra da qual foste tirado, pois tu és pó e ao pó voltarás” (Gn 3, 19).
Reduzido a si, o ser humano não encontra a sua plenitude, pois a pessoa só se encontra e possui através das relações de fraternidade e comunhão.
Privada do diálogo e do face a face amoroso, a pessoa está em estado de morte. Aplicado aos seres humanos, o termo carne é a pessoa como interioridade que se estrutura em comunicação com os outros e só encontra plenamente em relações com os demais.
Por outro lado, a plenitude das relações com Deus e os outros não pode acontecer sem a acção do Espírito Santo.
A difusão do Espírito por toda a carne, significa precisamente a ressurreição universal da Humanidade em Cristo.
Foi assim que os actos dos apóstolos entenderam as palavras do profeta Joel: “Mas tudo isto é a realização do que disse o profeta Joel:
“Nos Últimos dias, diz o Senhor, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne. Os vossos filhos e as vossas filhas hão-de profetizar. Os vossos jovens terão visões e os vossos anciãos terão sonhos (Act 2, 16-17).
De facto, o homem carne é a pessoa estruturada em relações e talhada para a comunhão. Unir-se a Cristo ressuscitado, diz São Paulo, é fazer com ele um só Espírito:
“Aquele que se une ao Senhor constitui com Ele um só Espírito” (1Cor 6, 17).Ressuscitamos em Cristo na medida em que formamos com ele uma só carne, isto é, uma comunhão orgânica e interactiva.
Fomos baptizados no mesmo Espírito, diz São Paulo, a fim de formarmos um só corpo com Cristo (1Cor 12, 13).
É este o sentido da comunhão na Eucaristia, diz a Primeira Carta aos Coríntios: “Comemos do mesmo pão porque formamos um só corpo (1Cor 10, 17).
A RESSURREIÇÃO DA CARNE NA VISÃO BÍBLICA-VI
VI-ADÃO E JESUS CRISTO
São Paulo diz que todos fomos prejudicados por fazermos uma só união orgânica com Adão. Por ele nos veio a morte (Rm 5, 12).
Do mesmo modo todos fomos beneficiados sendo vencedores da morte com Cristo, o Novo Adão (Rm 5, 17).
O matrimónio é sacramento desta união de Cristo com a Humanidade. Eis o que diz a Carta aos Efésios:
“Os maridos devem amar as mulheres como os seus próprios corpos. Aquele que ama a sua mulher ama-se a si mesmo. De facto, ninguém jamais aborreceu a sua própria carne.
O homem deixará pai e mãe, ligar-se-á à sua mulher e passarão a ser uma só carne” (Ef 5, 28-31).
É nesta perspectiva que a bíblia vê a ressurreição da Carne. Trata-se, na verdade, de uma visão rica e profunda, além de realista.
Os seres humanos começam por ser aquilo que os outros fizeram deles.Ninguém escolhe a sua raça, língua ou cultura.
Ao habitar-se, isto é, ao tornar-se consciente, o ser humano já está habitado pelos outros.
Dos outros recebemos os talentos, isto é, a matéria-prima para nos realizarmos.
Mas só nos podemos realizar em relações com os outros. O Novo Testamento não entende a ressurreição da carne como uma restauração biológica, mas como a incorporação na comunhão orgânica com Cristo, o Novo Adão.
Isto quer dizer que a incorporação e glorificação dos seres humanos na Comunhão do Reino de Deus dá-se de modo orgânico.
É esta a visão de São Paulo quando afirma: “O marido é a cabeça da mulher como Cristo é a cabeça da Igreja, Seu corpo, e da qual é o Salvador” (Ef 5, 23).
Na Carta aos Filipenses, São Paulo fala das razões que tinha para se gloriar na carne. Ao dizer isto, o Apóstolo não estava a pensar nas suas impressões digitais ou no seu ADN.
Eis as suas palavras: “Também eu poderia confiar na carne. Se os outros o fazem, quanto mais eu poderia fazê-lo: Fui circuncidado ao oitavo dia.
Sou da raça de Israel e da tribo de Benjamim. Na verdade, sou hebreu, filho de hebreus. Quanto à Lei, fui fariseu. No que se refere ao zelo, persegui a Igreja de Deus. No que se refere à justiça da Lei vivi de modo irrepreensível” (Flp 3, 4-6).
Um dia, diz o evangelho de São Mateus, Jesus chamou Satanás a São Pedro, pois este só entendia as coisas segundo os critérios da carne, isto é, do judaísmo e não segundo os critérios de Deus (Mt 16, 23).
Também aqui Jesus não se estava a referir à biologia mas à visão estreita do judaísmo. Pelo contrário, ao abençoar a fé de São Pedro, Jesus diz-lhe que não foi a carne nem o sangue quem lhe revelou a verdade de Cristo e do Evangelho, mas sim o Pai que está nos céus (Mt 16, 16-17).
É nesta perspectiva que os Apóstolos afirmavam a sua fé na “Ressurreição da Carne”.
São Paulo diz que todos fomos prejudicados por fazermos uma só união orgânica com Adão. Por ele nos veio a morte (Rm 5, 12).
Do mesmo modo todos fomos beneficiados sendo vencedores da morte com Cristo, o Novo Adão (Rm 5, 17).
O matrimónio é sacramento desta união de Cristo com a Humanidade. Eis o que diz a Carta aos Efésios:
“Os maridos devem amar as mulheres como os seus próprios corpos. Aquele que ama a sua mulher ama-se a si mesmo. De facto, ninguém jamais aborreceu a sua própria carne.
O homem deixará pai e mãe, ligar-se-á à sua mulher e passarão a ser uma só carne” (Ef 5, 28-31).
É nesta perspectiva que a bíblia vê a ressurreição da Carne. Trata-se, na verdade, de uma visão rica e profunda, além de realista.
Os seres humanos começam por ser aquilo que os outros fizeram deles.Ninguém escolhe a sua raça, língua ou cultura.
Ao habitar-se, isto é, ao tornar-se consciente, o ser humano já está habitado pelos outros.
Dos outros recebemos os talentos, isto é, a matéria-prima para nos realizarmos.
Mas só nos podemos realizar em relações com os outros. O Novo Testamento não entende a ressurreição da carne como uma restauração biológica, mas como a incorporação na comunhão orgânica com Cristo, o Novo Adão.
Isto quer dizer que a incorporação e glorificação dos seres humanos na Comunhão do Reino de Deus dá-se de modo orgânico.
É esta a visão de São Paulo quando afirma: “O marido é a cabeça da mulher como Cristo é a cabeça da Igreja, Seu corpo, e da qual é o Salvador” (Ef 5, 23).
Na Carta aos Filipenses, São Paulo fala das razões que tinha para se gloriar na carne. Ao dizer isto, o Apóstolo não estava a pensar nas suas impressões digitais ou no seu ADN.
Eis as suas palavras: “Também eu poderia confiar na carne. Se os outros o fazem, quanto mais eu poderia fazê-lo: Fui circuncidado ao oitavo dia.
Sou da raça de Israel e da tribo de Benjamim. Na verdade, sou hebreu, filho de hebreus. Quanto à Lei, fui fariseu. No que se refere ao zelo, persegui a Igreja de Deus. No que se refere à justiça da Lei vivi de modo irrepreensível” (Flp 3, 4-6).
Um dia, diz o evangelho de São Mateus, Jesus chamou Satanás a São Pedro, pois este só entendia as coisas segundo os critérios da carne, isto é, do judaísmo e não segundo os critérios de Deus (Mt 16, 23).
Também aqui Jesus não se estava a referir à biologia mas à visão estreita do judaísmo. Pelo contrário, ao abençoar a fé de São Pedro, Jesus diz-lhe que não foi a carne nem o sangue quem lhe revelou a verdade de Cristo e do Evangelho, mas sim o Pai que está nos céus (Mt 16, 16-17).
É nesta perspectiva que os Apóstolos afirmavam a sua fé na “Ressurreição da Carne”.
A RESSURREIÇÃO DA CARNE NA VISÃO BÍBLICA-VII
VII-DENSIDADE ESPIRITUAL DA RESSURREIÇÃO
Na Primeira Carta aos Coríntios, São Paulo afirma a dimensão espiritual da ressurreição de maneira muito bonita.
Os coríntios, como eram pagãos, estavam a deturpar a verdade da ressurreição da carne, pois imaginavam-na em termos de reanimação de cadáveres.
Então São Paulo corrige essa visão grosseira, dizendo-lhes que se trata de uma realidade espiritual:
“Semeia-se na corrupção e ressuscita-se na incorrupção. Semeia-se na ignomínia e ressuscita-se na glória. Semeia-se na fraqueza e ressuscita-se na força.
Semeia-se corpo natural e ressuscita-se corpo espiritual. O que digo, irmãos, é que a carne e o sangue (a biologia) não podem tomar parte no Reino de Deus, nem a corrupção pode herdar a incorrupção” (1Cor 15, 42-50).
Nesta mesma linha vai a afirmação de São João ao afirmar que comer a carne de Cristo ressuscitado é ser animado pelo Espírito Santo que ele nos comunica (Jo 6, 62-63).
A alegoria da videira exprime muito bem esta nossa união orgânica a Cristo: os que comem a carne e sangue de Jesus são os ramos alimentados pela seiva que vem da cepa e os torna fecundos (Jo 15, 4-5).
A nossa união orgânica a Cristo ressuscitado culmina na comunhão familiar com as pessoas da Santíssima Trindade, diz Jesus:
“Que todos sejam apenas um como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti. Que também eles sejam um em nós” (Jo17, 21).
Vendo as coisas à luz do pensamento bíblico, é mais bonito e pleno falar da ressurreição da carne do que da ressurreição dos corpos.
Para evitar confusões junto dos pagãos helenistas, São Paulo começou a utilizar o termo ressurreição dos corpos.
Mas depois teve de explicar que se trata, não do corpo biológico, mas de um corpo espiritual:
“Semeado corpo terreno, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo terreno também há corpo espiritual” (cf. 1 Cor 15, 44).
A Boa Nova da ressurreição da carne leva consigo o pressuposto de que nós ressuscitamos porque fazemos um todo orgânico com Cristo ressuscitado.
Eis o que São Paulo diz na Primeira Carta aos Coríntios: “Se pregamos que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de entre vós dizem que não há ressurreição dos mortos?
Se não há ressurreição para os mortos, então também Cristo não ressuscitou. Ora, se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vã e também é vã a vossa fé.
Sendo assim, nós somos falsas testemunhas de Deus, pois dizemos que ele ressuscitou a Cristo, quando na verdade não o ressuscitou, se os mortos não ressuscitam” (1 Cor 15, 12-16).
Como teólogo judeu, São Paulo está a argumentar tendo presente o pensamento bíblico:
Cristo é a Cabeça da Nova Humanidade, como Adão era a cabeça da decaída pelo pecado.
Não é possível a cabeça ressuscitar e o corpo ficar sem participar na mesma ressurreição.
Na Primeira Carta aos Coríntios, São Paulo afirma a dimensão espiritual da ressurreição de maneira muito bonita.
Os coríntios, como eram pagãos, estavam a deturpar a verdade da ressurreição da carne, pois imaginavam-na em termos de reanimação de cadáveres.
Então São Paulo corrige essa visão grosseira, dizendo-lhes que se trata de uma realidade espiritual:
“Semeia-se na corrupção e ressuscita-se na incorrupção. Semeia-se na ignomínia e ressuscita-se na glória. Semeia-se na fraqueza e ressuscita-se na força.
Semeia-se corpo natural e ressuscita-se corpo espiritual. O que digo, irmãos, é que a carne e o sangue (a biologia) não podem tomar parte no Reino de Deus, nem a corrupção pode herdar a incorrupção” (1Cor 15, 42-50).
Nesta mesma linha vai a afirmação de São João ao afirmar que comer a carne de Cristo ressuscitado é ser animado pelo Espírito Santo que ele nos comunica (Jo 6, 62-63).
A alegoria da videira exprime muito bem esta nossa união orgânica a Cristo: os que comem a carne e sangue de Jesus são os ramos alimentados pela seiva que vem da cepa e os torna fecundos (Jo 15, 4-5).
A nossa união orgânica a Cristo ressuscitado culmina na comunhão familiar com as pessoas da Santíssima Trindade, diz Jesus:
“Que todos sejam apenas um como Tu, Pai, estás em Mim e Eu em Ti. Que também eles sejam um em nós” (Jo17, 21).
Vendo as coisas à luz do pensamento bíblico, é mais bonito e pleno falar da ressurreição da carne do que da ressurreição dos corpos.
Para evitar confusões junto dos pagãos helenistas, São Paulo começou a utilizar o termo ressurreição dos corpos.
Mas depois teve de explicar que se trata, não do corpo biológico, mas de um corpo espiritual:
“Semeado corpo terreno, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo terreno também há corpo espiritual” (cf. 1 Cor 15, 44).
A Boa Nova da ressurreição da carne leva consigo o pressuposto de que nós ressuscitamos porque fazemos um todo orgânico com Cristo ressuscitado.
Eis o que São Paulo diz na Primeira Carta aos Coríntios: “Se pregamos que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de entre vós dizem que não há ressurreição dos mortos?
Se não há ressurreição para os mortos, então também Cristo não ressuscitou. Ora, se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vã e também é vã a vossa fé.
Sendo assim, nós somos falsas testemunhas de Deus, pois dizemos que ele ressuscitou a Cristo, quando na verdade não o ressuscitou, se os mortos não ressuscitam” (1 Cor 15, 12-16).
Como teólogo judeu, São Paulo está a argumentar tendo presente o pensamento bíblico:
Cristo é a Cabeça da Nova Humanidade, como Adão era a cabeça da decaída pelo pecado.
Não é possível a cabeça ressuscitar e o corpo ficar sem participar na mesma ressurreição.
Calmeiro Matias
domingo, 19 de outubro de 2008
O SÉTIMO DIA COMO PLENIUTUDE DO AMOR-I
I-A PASSAGEM DO SEXTO PARA O SÉTIMO DIA
“No princípio, quando Deus criou os céus e a terra, tudo estava informe e vazio. As trevas cobriam o abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas.
Então, Deus disse: “Faça-se luz.” E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. Deus chamou dia à luz e às trevas, noite.
Assim surgiu a tarde e, em seguida, a manhã: foi o primeiro dia (…). Depois, Deus disse:
“Façamos o ser humano à nossa imagem, à nossa semelhança, para que domine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre todos os répteis que rastejam sobre a terra.”
Deus criou o ser humano à sua imagem, criou-o à imagem de Deus; ele os criou homem e mulher.
Abençoando-os Deus disse-lhes: “Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra (…).
Assim, surgiu a tarde e, em seguida a manhã: foi o sexto dia. Foram assim terminados os céus e a terra e todo o seu conjunto.
Concluída, no sétimo dia, toda a obra que havia feito, Deus repousou, no sétimo dia, de todo o trabalho que tinha realizado” (Gn 1, 1-2, 2).
O primeiro dia, na tradição bíblica, é o domingo, e o sétimo é o sábado. O texto sacerdotal põe Deus a descansar ao sétimo dia, a fim de fazer de Deus cumpridor do calendário litúrgico dos judeus.
Na verdade, o sétimo dia, para os judeus, é o dia do repouso e do culto. O autor do relato quis fazer de Deus um modelo para os judeus guardarem o Sábado (Gn 2,2).
Calmeiro Matias
O SÉTIMO DIA COMO PLENIUTUDE DO AMOR-II
II-O DIA DO DESCANSO TORNA-SE O PRIMEIRO DIA
O Novo testamento tem como pano de fundo a experiência da ressurreição de Cristo. Agora, para os cristãos, o dia do repouso converte-se o primeiro dia, isto é, o dia de uma nova dinâmica criadora.
O Descanso de Deus, portanto, significa que o Deus criador iniciou uma Nova Criação. Eis as palavras de São Paulo: “Se alguém está em Cristo é um Nova Criação.
Passou o que era velho. Tudo isto vem de Deus que nos reconciliou consigo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 17-19).
O sétimo dia, portanto, é o dia da incorporação do Homem na comunhão universal da Família de Deus.
O sétimo dia é o todo o tempo da plenitude dos tempos, isto é, o processo da divinização Homem.
Podemos dizer que o sétimo dia teve início com a ressurreição de Jesus Cristo.
O sétimo dia começou sobre a cruz, no momento da morte e ressurreição de Jesus. Naquele momento, diz São Lucas, Jesus garantiu ao Bom Ladrão que este é o dia em que ele vai abrir o Paraíso fechado pelo pecado de Adão (Lc 23, 43).
No alto da cruz irrompeu a aurora do dia do repouso!
O Novo testamento tem como pano de fundo a experiência da ressurreição de Cristo. Agora, para os cristãos, o dia do repouso converte-se o primeiro dia, isto é, o dia de uma nova dinâmica criadora.
O Descanso de Deus, portanto, significa que o Deus criador iniciou uma Nova Criação. Eis as palavras de São Paulo: “Se alguém está em Cristo é um Nova Criação.
Passou o que era velho. Tudo isto vem de Deus que nos reconciliou consigo, não levando mais em conta os pecados dos homens” (2 Cor 5, 17-19).
O sétimo dia, portanto, é o dia da incorporação do Homem na comunhão universal da Família de Deus.
O sétimo dia é o todo o tempo da plenitude dos tempos, isto é, o processo da divinização Homem.
Podemos dizer que o sétimo dia teve início com a ressurreição de Jesus Cristo.
O sétimo dia começou sobre a cruz, no momento da morte e ressurreição de Jesus. Naquele momento, diz São Lucas, Jesus garantiu ao Bom Ladrão que este é o dia em que ele vai abrir o Paraíso fechado pelo pecado de Adão (Lc 23, 43).
No alto da cruz irrompeu a aurora do dia do repouso!
Calmeiro Matias
O SÉTIMO DIA COMO PLENIUTUDE DO AMOR-III
III-O NASCIMENTO DO HOMEM NOVO
No momento da morte e ressurreição de Cristo a Humanidade deu um salto de qualidade:
O Homem, de não divino, passou a Humanidade assumida e incorporada com Cristo na comunhão familiar da Santíssima Trindade:
Nesse momento, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo (Mt 27, 51). Isto quer dizer que a Humanidade tem acesso directo a Deus.
Na verdade, o véu do templo era um cortinado que separava o Santo dos Santos, isto é, o lugar sagrado da presença de Deus, da parte do santuário onde permaneciam os fiéis.
Só o sumo-sacerdote entrava no Santos dos Santos, passando para lá do véu do templo, a fim de comunicar com Deus.
O sétimo dia está inaugurado. Agora todos têm acesso a Deus como membros da sua família:
Filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação Filho de Deus (Rm 8, 14-17).
Foi, pois, no alto da cruz que teve início a divinização do homem. Este acontecimento, diz São Paulo, representa a plenitude dos tempos, isto é, a fase dos acabamentos em que o ser humano pode começar a chamar a Deus: “Abba ó papá” (Gal 4, 4-7).
Neste momento, diz São Mateus, os túmulos começam abrir-se e os justos a ressuscitar com Cristo (Mt 27, 52).
Isto quer dizer que foi no alto da cruz que teve início a ressurreição da Humanidade. Nesse momento Cristo revela-se como o Novo Adão, isto é, a cabeça da Nova Humanidade.
Nesta alvorada do sétimo dia dá-se a difusão do Espírito Santo, a Água viva que Jesus prometera.
No momento da morte e ressurreição de Cristo a Humanidade deu um salto de qualidade:
O Homem, de não divino, passou a Humanidade assumida e incorporada com Cristo na comunhão familiar da Santíssima Trindade:
Nesse momento, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo (Mt 27, 51). Isto quer dizer que a Humanidade tem acesso directo a Deus.
Na verdade, o véu do templo era um cortinado que separava o Santo dos Santos, isto é, o lugar sagrado da presença de Deus, da parte do santuário onde permaneciam os fiéis.
Só o sumo-sacerdote entrava no Santos dos Santos, passando para lá do véu do templo, a fim de comunicar com Deus.
O sétimo dia está inaugurado. Agora todos têm acesso a Deus como membros da sua família:
Filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação Filho de Deus (Rm 8, 14-17).
Foi, pois, no alto da cruz que teve início a divinização do homem. Este acontecimento, diz São Paulo, representa a plenitude dos tempos, isto é, a fase dos acabamentos em que o ser humano pode começar a chamar a Deus: “Abba ó papá” (Gal 4, 4-7).
Neste momento, diz São Mateus, os túmulos começam abrir-se e os justos a ressuscitar com Cristo (Mt 27, 52).
Isto quer dizer que foi no alto da cruz que teve início a ressurreição da Humanidade. Nesse momento Cristo revela-se como o Novo Adão, isto é, a cabeça da Nova Humanidade.
Nesta alvorada do sétimo dia dá-se a difusão do Espírito Santo, a Água viva que Jesus prometera.
O SÉTIMO DIA COMO PLENIUTUDE DO AMOR-IV
IV-O REPOUSO E A ÁGUA VIVA
Esta Água viva faz emergir uma nascente de Vida Eterna no coração dos fiéis. O evangelho de São João diz isto aconteceu quando o soldado perfurou o coração de Jesus com uma lança.
Do coração trespassado de Jesus sai Sangue e Água (Jo 19, 34). Com este pormenor, São João quer exprimir a comunicação do Espírito Santo.
Esta é a Água da qual Jesus tinha falado. Esta é a Água que faz emergir no nosso íntimo uma nascente de Vida Eterna (Jo 7, 37-39).
As pessoas que beberem desta Água, disse Jesus à Samaritana, nunca mais terão sede (Jo 4, 14).
Por seu lado o sangue é o Sangue da Nova e Eterna Aliança, isto é, o Espírito Santo enquanto princípio que nos comunica a Vida de Jesus ressuscitado.
É esta dinâmica da Nova Criação a acontecer como génese histórica do Sétimo Dia, ao qual São Paulo deu o nome de plenitude dos tempos (Gal 4,4).
O sexto dia, isto é, a criação do Homem, atinge o sétimo, isto é a plenitude da vida humana divinizada e incorporada, na própria Família de Deus:
“Veio para o que era seu, e os seus (judeus), não o receberam. Mas a todos os que o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram dos laços do sangue, nem dos impulsos da carne, nem da vontade do Homem, mas sim de Deus.
E o Verbo encarnou e habitou entre nós” (Jo 1, 11-14). O descanso de Deus não significa que Deus deixou de ser criador. Deus é amor e o amor é sempre criador.
Deus é criador por ser amor e ser livre. A liberdade é a capacidade de a pessoa se relacionar amorosamente com os outros e de interagir de modo criador em relação às coisas e aos acontecimentos.
As pessoas divinas amam infinitamente e, por isso são infinitamente criadoras, tanto em relação às coisas como aos acontecimentos.
Esta Água viva faz emergir uma nascente de Vida Eterna no coração dos fiéis. O evangelho de São João diz isto aconteceu quando o soldado perfurou o coração de Jesus com uma lança.
Do coração trespassado de Jesus sai Sangue e Água (Jo 19, 34). Com este pormenor, São João quer exprimir a comunicação do Espírito Santo.
Esta é a Água da qual Jesus tinha falado. Esta é a Água que faz emergir no nosso íntimo uma nascente de Vida Eterna (Jo 7, 37-39).
As pessoas que beberem desta Água, disse Jesus à Samaritana, nunca mais terão sede (Jo 4, 14).
Por seu lado o sangue é o Sangue da Nova e Eterna Aliança, isto é, o Espírito Santo enquanto princípio que nos comunica a Vida de Jesus ressuscitado.
É esta dinâmica da Nova Criação a acontecer como génese histórica do Sétimo Dia, ao qual São Paulo deu o nome de plenitude dos tempos (Gal 4,4).
O sexto dia, isto é, a criação do Homem, atinge o sétimo, isto é a plenitude da vida humana divinizada e incorporada, na própria Família de Deus:
“Veio para o que era seu, e os seus (judeus), não o receberam. Mas a todos os que o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram dos laços do sangue, nem dos impulsos da carne, nem da vontade do Homem, mas sim de Deus.
E o Verbo encarnou e habitou entre nós” (Jo 1, 11-14). O descanso de Deus não significa que Deus deixou de ser criador. Deus é amor e o amor é sempre criador.
Deus é criador por ser amor e ser livre. A liberdade é a capacidade de a pessoa se relacionar amorosamente com os outros e de interagir de modo criador em relação às coisas e aos acontecimentos.
As pessoas divinas amam infinitamente e, por isso são infinitamente criadoras, tanto em relação às coisas como aos acontecimentos.
Calmeiro Matias
O SÉTIMO DIA COMO PLENIUTUDE DO AMOR-V
V-O DIA DA NOVA CRIAÇÃO
Deste modo, o sétimo dia deu lugar ao dia da Nova Criação cujo dinamismo é a reciprocidade da comunhão amorosa.
A experiência pascal dos discípulos significa a tomada de consciência, na história, do salto de qualidade dado pela Humanidade graças à morte e ressurreição de Cristo.
Como processo histórico, o sétimo dia é o tempo da incorporação gradual e progressiva do Homem na Comunhão Familiar de Deus.
O grande protagonista desta incorporação na comunhão orgânica da Santíssima é o Espírito Santo (Rm 8, 14-17; Gal 4, 4-7).
Ele é, como diz São Paulo, o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5). É no interior dos nossos corações que a Água Viva faz emergir uma nascente de Vida Eterna (Jo 7,37-39).
O Sétimo dia é o tempo do descanso de Deus e da plenitude do Homem em Deus: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo (…).
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas vidas” (Mt 11, 28-29).
A Carta aos Hebreus diz que a promessa de tomarmos parte no repouso de Deus ainda continua de pé (…).
Nós que abraçamos a fé entraremos no repouso, conforme foi dito, por Deus que é fiel e vrdadeiro:
“Assim jurei na minha ira, não entrarão no meu repouso (…). Empenhai-vos, portanto, e esforçai-vos, a fim de entrardes nesse repouso” (Heb 4, 1- 11).
A plenitude dos tempos, portanto, representa um novo primeiro dia: “Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da lei, a fim de resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei e, deste modo, recebermos a adopção de filhos.
E porque somos filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, o qual clama em nós “Abba”, ó Pai.
Deste modo já não és escravo, mas filho. Se és filho és também herdeiro, por graça de Deus” (Gal 4, 4-7).
Eis uma síntese fabulosa da dinâmica histórica da divinização até à plenitude do Reino de Deus.
Deste modo, o sétimo dia deu lugar ao dia da Nova Criação cujo dinamismo é a reciprocidade da comunhão amorosa.
A experiência pascal dos discípulos significa a tomada de consciência, na história, do salto de qualidade dado pela Humanidade graças à morte e ressurreição de Cristo.
Como processo histórico, o sétimo dia é o tempo da incorporação gradual e progressiva do Homem na Comunhão Familiar de Deus.
O grande protagonista desta incorporação na comunhão orgânica da Santíssima é o Espírito Santo (Rm 8, 14-17; Gal 4, 4-7).
Ele é, como diz São Paulo, o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5). É no interior dos nossos corações que a Água Viva faz emergir uma nascente de Vida Eterna (Jo 7,37-39).
O Sétimo dia é o tempo do descanso de Deus e da plenitude do Homem em Deus: “Vinde a mim todos os que estais cansados sob o peso do vosso fardo (…).
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas vidas” (Mt 11, 28-29).
A Carta aos Hebreus diz que a promessa de tomarmos parte no repouso de Deus ainda continua de pé (…).
Nós que abraçamos a fé entraremos no repouso, conforme foi dito, por Deus que é fiel e vrdadeiro:
“Assim jurei na minha ira, não entrarão no meu repouso (…). Empenhai-vos, portanto, e esforçai-vos, a fim de entrardes nesse repouso” (Heb 4, 1- 11).
A plenitude dos tempos, portanto, representa um novo primeiro dia: “Mas quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sob o domínio da lei, a fim de resgatar os que se encontravam sob o domínio da Lei e, deste modo, recebermos a adopção de filhos.
E porque somos filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, o qual clama em nós “Abba”, ó Pai.
Deste modo já não és escravo, mas filho. Se és filho és também herdeiro, por graça de Deus” (Gal 4, 4-7).
Eis uma síntese fabulosa da dinâmica histórica da divinização até à plenitude do Reino de Deus.
O SÉTIMO DIA COMO PLENIUTUDE DO AMOR-VI
VI-O SÉTIMO DIA E A PLENITUDE DO AMOR
O fim da primeira criação, portanto, significa o começo da Nova, a qual implica o perdão do pecado e a reconciliação com Deus (2 Cor 5, 17-19).
O profeta Ezequiel profetizou com uma grande profundidade a emergência do sétimo dia como obra do Espírito Santo:
“Então derramarei sobre vós uma água pura e sereis purificados de todas as manchas e de todos os pecados.
Dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo. Arrancarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne.
Dentro de vós porei o meu Espírito, fazendo com que sigais as minhas leis e pratiqueis os meus preceitos.
Habitareis na terra que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus” (Ez 36, 26-28).
Em Jesus Cristo, a Divindade enxertou-se na Humanidade, a fim de esta ser divinizada. Como vimos mais acima, o início da marcha divinizante da Humanidade acontece com a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Jesus Cristo surge assim como a cúpula do sexto dia e o início do sétimo. A sua ressurreição inaugura o repouso do Sétimo Dia. Ele é o Alfa e o ómega, diz o livro do Apocalipse:
“É verdade, eu sou o Alfa e o Ómega, o Princípio e o Fim. Ao que tiver sede vou dar-lhe a beber gratuitamente da nascente da Água da Vida” (Apc 21, 6).
A Carta aos Filipenses tem um hino muito bonito onde Cristo aparece como a plenitude da Criação iniciada no primeiro dia:
“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criatura. Foi nele que todas as coisas foram criadas, tanto as do Céu como as da Terra, as visíveis e as invisíveis (…).
Todas foram criadas por ele e para ele (…). Ele é o princípio, o primogénito de entre os mortos, a fim de ter em tudo a primazia.
Aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude, reconciliando nele e para ele todas as coisas” (Col 1, 15-20).
Para o Novo Testamento, a ressurreição de Cristo significa a plenitude da Humanidade em construção e o início da Humanidade glorificada.
O fim da primeira criação, portanto, significa o começo da Nova, a qual implica o perdão do pecado e a reconciliação com Deus (2 Cor 5, 17-19).
O profeta Ezequiel profetizou com uma grande profundidade a emergência do sétimo dia como obra do Espírito Santo:
“Então derramarei sobre vós uma água pura e sereis purificados de todas as manchas e de todos os pecados.
Dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo. Arrancarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne.
Dentro de vós porei o meu Espírito, fazendo com que sigais as minhas leis e pratiqueis os meus preceitos.
Habitareis na terra que dei a vossos pais. Sereis o meu povo e eu serei o vosso Deus” (Ez 36, 26-28).
Em Jesus Cristo, a Divindade enxertou-se na Humanidade, a fim de esta ser divinizada. Como vimos mais acima, o início da marcha divinizante da Humanidade acontece com a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Jesus Cristo surge assim como a cúpula do sexto dia e o início do sétimo. A sua ressurreição inaugura o repouso do Sétimo Dia. Ele é o Alfa e o ómega, diz o livro do Apocalipse:
“É verdade, eu sou o Alfa e o Ómega, o Princípio e o Fim. Ao que tiver sede vou dar-lhe a beber gratuitamente da nascente da Água da Vida” (Apc 21, 6).
A Carta aos Filipenses tem um hino muito bonito onde Cristo aparece como a plenitude da Criação iniciada no primeiro dia:
“Ele é a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criatura. Foi nele que todas as coisas foram criadas, tanto as do Céu como as da Terra, as visíveis e as invisíveis (…).
Todas foram criadas por ele e para ele (…). Ele é o princípio, o primogénito de entre os mortos, a fim de ter em tudo a primazia.
Aprouve a Deus fazer habitar nele toda a plenitude, reconciliando nele e para ele todas as coisas” (Col 1, 15-20).
Para o Novo Testamento, a ressurreição de Cristo significa a plenitude da Humanidade em construção e o início da Humanidade glorificada.
Calmeiro Matias
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
O NOSSO DEUS É RICO EM MISERICÓRDIA-I
I-ATITUDES DE JESUS E A MISERICÓRDIA DE DEUS
O Novo Testamento vê em Jesus Cristo a imagem perfeita da misericórdia de Deus. São Lucas diz que Maria, logo após a anunciação do anjo, proclama com júbilo e gratidão a Boa Notícia da misericórdia de Deus:
“A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem” (Lc 1, 50).
A base da misericórdia de Deus radica no próprio facto de Deus nos amar de modo incondicional.
Jesus anunciou de modo explícito a misericórdia de Deus através de diversas parábolas sobre o perdão e a misericórdia de Deus.
Como Pai bondoso, Deus acolhe de braços abertos os pobres e os marginais. Jesus anunciou o amor incondicional de Deus através de atitudes como, por exemplo no seu encontro com a Samaritana.
Jesus acolheu-a, apesar da sua condição de pecadora, e fez dela uma apóstola que anuncia Jesus como o Messias esperado (Jo 4, 1-42).
Nesta mesma linha está o encontro de Jesus com Zaqueu, ousando ir comer e pernoitar em casa de um marginal (Lc 19, 1-8).
Jesus aproveita para dizer que a sua missão é levar o salvar os pecadores, pois essa é a vontade de Deus:
“Jesus disse aos discípulos: “Hoje veio a salvação a esta casa, pois este é também um filho de Abraão.
Na verdade, o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido” (Lc 19, 9-10). Jesus não distinguia muito bem pecado do pecador.
Ele entendia muito bem que a sua missão não era destruir o pecador, mas sim o pecado, a fim de libertar o pecador daquilo que o oprime.
Esta opção de Jesus aparece de modo muito claro no relato da mulher adúltera (Jo 8, 1-11).
Jesus toma a defesa da adúltera, impedindo que a matassem.
Por outras palavras, apesar de ser contra o pecado do adultério, Jesus toma a defesa de uma adúltera:
“Mulher ninguém te condenou? A mulher respondeu: ninguém Senhor”. Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condeno. Vai e de agora em diante não voltes a pecar” (Jo 8, 11).
O Novo Testamento vê em Jesus Cristo a imagem perfeita da misericórdia de Deus. São Lucas diz que Maria, logo após a anunciação do anjo, proclama com júbilo e gratidão a Boa Notícia da misericórdia de Deus:
“A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem” (Lc 1, 50).
A base da misericórdia de Deus radica no próprio facto de Deus nos amar de modo incondicional.
Jesus anunciou de modo explícito a misericórdia de Deus através de diversas parábolas sobre o perdão e a misericórdia de Deus.
Como Pai bondoso, Deus acolhe de braços abertos os pobres e os marginais. Jesus anunciou o amor incondicional de Deus através de atitudes como, por exemplo no seu encontro com a Samaritana.
Jesus acolheu-a, apesar da sua condição de pecadora, e fez dela uma apóstola que anuncia Jesus como o Messias esperado (Jo 4, 1-42).
Nesta mesma linha está o encontro de Jesus com Zaqueu, ousando ir comer e pernoitar em casa de um marginal (Lc 19, 1-8).
Jesus aproveita para dizer que a sua missão é levar o salvar os pecadores, pois essa é a vontade de Deus:
“Jesus disse aos discípulos: “Hoje veio a salvação a esta casa, pois este é também um filho de Abraão.
Na verdade, o Filho do Homem veio salvar o que estava perdido” (Lc 19, 9-10). Jesus não distinguia muito bem pecado do pecador.
Ele entendia muito bem que a sua missão não era destruir o pecador, mas sim o pecado, a fim de libertar o pecador daquilo que o oprime.
Esta opção de Jesus aparece de modo muito claro no relato da mulher adúltera (Jo 8, 1-11).
Jesus toma a defesa da adúltera, impedindo que a matassem.
Por outras palavras, apesar de ser contra o pecado do adultério, Jesus toma a defesa de uma adúltera:
“Mulher ninguém te condenou? A mulher respondeu: ninguém Senhor”. Disse-lhe Jesus: “Também eu não te condeno. Vai e de agora em diante não voltes a pecar” (Jo 8, 11).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
O NOSSO DEUS É RICO EM MISERICÓRDIA-II
II-O DEUS MISERICORDIOSO EM PARÁBOLAS
A parábola do Filho Pródigo é um ensinamento belíssimo sobre o coração misericordioso de Deus:
Todas as tardes o pai subia à colina para ver se o filho pecador estava de regresso a casa.
Depois de muitos dias de idas inúteis eis que o filho regressa. O pai sem pensar em mais nada corre a abraçar o seu filho, recebendo-o em clima de festa.
O Reino de Deus está sempre associado à festa, à alegria e à comunhão (Lc 15, 11-32). Quando Adão se afastou de Deus, sentiu-se nu, isto é, de seguir o caminho da sua plenitude (Gn 3, 7-8).
Agora o Filho Pródigo, longe do Pai, sente que a sua vida está a afundar-se num fracasso sem saída:
“Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
E caindo em si, disse: “Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância e eu aqui a morrer de fome.
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: “Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus jornaleiros. E levantando-se foi ter com o pai.
Quando ainda estava longe, o pai viu-o e encheu-se de compaixão. Correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos” (Lc 15, 16-21).
Os ensinamentos de Jesus revelam-nos o rosto de um Deus misericordioso. É um Deus que nos convida a levantarmo-nos e retomar o caminho do regresso à casa do Pai.
Cair é próprio do ser humano. Levantar-se é uma decisão que só pode ser levada a cabo por gente que acolhe a forçado Espírito Santo que nos faz nascer de novo (Jo 3, 6).
A parábola do Filho Pródigo é um ensinamento belíssimo sobre o coração misericordioso de Deus:
Todas as tardes o pai subia à colina para ver se o filho pecador estava de regresso a casa.
Depois de muitos dias de idas inúteis eis que o filho regressa. O pai sem pensar em mais nada corre a abraçar o seu filho, recebendo-o em clima de festa.
O Reino de Deus está sempre associado à festa, à alegria e à comunhão (Lc 15, 11-32). Quando Adão se afastou de Deus, sentiu-se nu, isto é, de seguir o caminho da sua plenitude (Gn 3, 7-8).
Agora o Filho Pródigo, longe do Pai, sente que a sua vida está a afundar-se num fracasso sem saída:
“Bem desejava ele encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
E caindo em si, disse: “Quantos jornaleiros de meu pai têm pão em abundância e eu aqui a morrer de fome.
Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e vou dizer-lhe: “Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
Já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como um dos teus jornaleiros. E levantando-se foi ter com o pai.
Quando ainda estava longe, o pai viu-o e encheu-se de compaixão. Correu a lançar-se-lhe ao pescoço e cobriu-o de beijos” (Lc 15, 16-21).
Os ensinamentos de Jesus revelam-nos o rosto de um Deus misericordioso. É um Deus que nos convida a levantarmo-nos e retomar o caminho do regresso à casa do Pai.
Cair é próprio do ser humano. Levantar-se é uma decisão que só pode ser levada a cabo por gente que acolhe a forçado Espírito Santo que nos faz nascer de novo (Jo 3, 6).
Calmeiro Matias
O NOSSO DEUS É RICO EM MISERICÓRDIA-III
III-OS MARGINAIS E A MISERICÓRDIA DE DEUS
Os encontros de Jesus com os pecadores, tal como os evangelhos os descrevem, são um convite à esperança e à confiança em Deus.
São uma parábola viva a ensinar-nos que não fomos feitos para ficar caídos. Olhando para os encontros de Jesus com os pecadores, todos nós somos convidados a reconciliar-nos com a nossa história pessoal, aceitando como é.
Ao mesmo tempo, esses ecos da misericórdia de Deus convidam-nos a deixarmo-nos conduzir pela força do Espírito Santo que nos conduz ao Pai que nos acolhe como filhos.
Os relatos dos encontros de Jesus com os pecadores são convites a acolher a misericórdia de Deus que nos quer introduzir na grande festa do Reino de Deus.
Por outras palavras, não fomos feitos para ficarmos caídos no chão. Ao criar-nos, Deus talhou-nos à sua semelhança, a fim de sermos incorporados na Família Divina.
Na verdade, Deus não nos criou para o vazio da morte ou a opressão do pecado. A misericórdia de Deus liberta-nos do pecado e veste-nos do fato da festa, isto é, restaura a nossa dignidade de membros da Família e não de escravos.
Eis as palavras de Jesus a este respeito: “Quem comete o pecado fica escravo do pecado” (Jo 8, 34).
São Paulo entendeu muito bem este ensinamento de Jesus quando escreveu: “A Lei do Espírito da Vida em Cristo libertou-nos da lei do pecado e da morte (Rm 8, 2).
Podemos dizer que é este o plano do Deus misericordioso para todos os seres humanos.
Os encontros de Jesus com os pecadores, tal como os evangelhos os descrevem, são um convite à esperança e à confiança em Deus.
São uma parábola viva a ensinar-nos que não fomos feitos para ficar caídos. Olhando para os encontros de Jesus com os pecadores, todos nós somos convidados a reconciliar-nos com a nossa história pessoal, aceitando como é.
Ao mesmo tempo, esses ecos da misericórdia de Deus convidam-nos a deixarmo-nos conduzir pela força do Espírito Santo que nos conduz ao Pai que nos acolhe como filhos.
Os relatos dos encontros de Jesus com os pecadores são convites a acolher a misericórdia de Deus que nos quer introduzir na grande festa do Reino de Deus.
Por outras palavras, não fomos feitos para ficarmos caídos no chão. Ao criar-nos, Deus talhou-nos à sua semelhança, a fim de sermos incorporados na Família Divina.
Na verdade, Deus não nos criou para o vazio da morte ou a opressão do pecado. A misericórdia de Deus liberta-nos do pecado e veste-nos do fato da festa, isto é, restaura a nossa dignidade de membros da Família e não de escravos.
Eis as palavras de Jesus a este respeito: “Quem comete o pecado fica escravo do pecado” (Jo 8, 34).
São Paulo entendeu muito bem este ensinamento de Jesus quando escreveu: “A Lei do Espírito da Vida em Cristo libertou-nos da lei do pecado e da morte (Rm 8, 2).
Podemos dizer que é este o plano do Deus misericordioso para todos os seres humanos.
Calmeiro Matias
O NOSSO DEUS É RICO EM MISERICÓRDIA-IV
IV-CRISTO COMO MEDIANEIRO DA MISERICÓRDIA
A misericórdia de Deus revelou-se em Jesus Cristo. É este o pano de fundo de todo o Novo Testamento.
Ao visitar a sua prima Santa Isabel, Maria, reconhece que, em Jesus Cristo, Deus revelou de modo definitivo a sua misericórdia:
“A sua misericórdia perdura de geração em geração sobre aqueles que o temem” (Lc 1, 50).
Do mesmo modo Zacarias, o pai de João Baptista, diz que Deus, ao suscitar o Messias, Deus concretizou o seu plano de amor e misericórdia em favor do povo de Deus:
“Socorreu a Israel se servo, recordando-se da sua misericórdia” (Lc 1, 54). O resto fiel de Israel entre os quais estava o velho Simeão, Zacarias, e os justos que acolheram o Messias enviado por Deus rejubilam.
A síntese deste júbilo está no Canto do Benedictus que São Lucas põe na boca de Zacarias. Em Jesus de Nazaré Deus realizou as promessas que fizera ao povo de Israel:
“Bendito o Senhor Deus de Israel que visitou e redimiu o seu povo, dando-nos um Salvador poderoso na casa de David, seu servo.
Realizou assim o que prometera pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos:
Que nos libertaria dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam.
Para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a sua sagrada aliança e o juramento que fizera a Abraão nosso Pai, segundo o qual haveria de nos conceder a graça:
Que um dia havíamos de o servir sem temor na sua presença, todos os dias da nossa vida.
E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás à sua frente a preparar os seus caminhos, a fim de dar a conhecer ao seu povo a salvação pela remissão dos seus pecados.
Graças ao coração misericordioso do nosso Deus” (Lc 1, 68-78).
A misericórdia de Deus revelou-se em Jesus Cristo. É este o pano de fundo de todo o Novo Testamento.
Ao visitar a sua prima Santa Isabel, Maria, reconhece que, em Jesus Cristo, Deus revelou de modo definitivo a sua misericórdia:
“A sua misericórdia perdura de geração em geração sobre aqueles que o temem” (Lc 1, 50).
Do mesmo modo Zacarias, o pai de João Baptista, diz que Deus, ao suscitar o Messias, Deus concretizou o seu plano de amor e misericórdia em favor do povo de Deus:
“Socorreu a Israel se servo, recordando-se da sua misericórdia” (Lc 1, 54). O resto fiel de Israel entre os quais estava o velho Simeão, Zacarias, e os justos que acolheram o Messias enviado por Deus rejubilam.
A síntese deste júbilo está no Canto do Benedictus que São Lucas põe na boca de Zacarias. Em Jesus de Nazaré Deus realizou as promessas que fizera ao povo de Israel:
“Bendito o Senhor Deus de Israel que visitou e redimiu o seu povo, dando-nos um Salvador poderoso na casa de David, seu servo.
Realizou assim o que prometera pela boca dos seus santos, os profetas dos tempos antigos:
Que nos libertaria dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam.
Para mostrar a sua misericórdia a favor dos nossos pais, recordando a sua sagrada aliança e o juramento que fizera a Abraão nosso Pai, segundo o qual haveria de nos conceder a graça:
Que um dia havíamos de o servir sem temor na sua presença, todos os dias da nossa vida.
E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, pois irás à sua frente a preparar os seus caminhos, a fim de dar a conhecer ao seu povo a salvação pela remissão dos seus pecados.
Graças ao coração misericordioso do nosso Deus” (Lc 1, 68-78).
Calmeiro Matias
O NOSSO DEUS É RICO EM MISERICÓRDIA-V
V-SER MISERIDORDIOSOS COMO O PAI DO CÉU
Jesus pede aos discípulos para imitarem o amor misericordioso de Deus, a fim de se tornarem seus filhos:
“Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36). Para São Paulo, Deus Pai mostrou o Reu rosto misericordioso ao enviar-nos Jesus Cristo:
“Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de toda a misericórdia e Deus de toda a consolação” (2 Cor 1, 3).
A Carta a Tito diz que, em Jesus Cristo, Deus mostrou plenamente o seu amor para connosco, pois estamos salvos pela gratuidade do seu amor:
“Quando a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, se manifestaram ficámos a compreender que ele nos salvou.
Esta salvação não aconteceu pelos actos justos que tivéssemos praticado, mas porque, pela sua misericórdia, fomos lavados.
Graças ao poder regenerador e renovador do Espírito Santo que ele derramou em abundância sobre nós, por meio de Jesus Cristo” (Tt 3, 4-6).
Dirigindo-se aos pagãos, a primeira carta de Pedro diz-lhes que eles não faziam parte do povo de Deus, mas agora sim, pois em Cristo, obtiveram, a misericórdia da salvação:
“Vós outrora não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; não tínheis alcançado misericórdia, mas agora já a alcançastes” (1 Pd 2, 10).
Nas Bem-aventuranças aparece a obtenção da misericórdia de Deus associada à misericórdia para com os irmãos:
“Felizes os misericordiosos, pois estes alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7). Amar os irmãos é tornar-se testemunha da misericórdia de Deus para as pessoas.
No evangelho de Lucas, Jesus pede aos discípulos para serem misericordiosos, como o Pai do Céu é misericordioso (Lc 6, 36).
Na verdade, Jesus Cristo é o grande medianeiro do coração misericordioso Deus. Foi nele que fomos reconciliados com Deus que, agora, não leva mais em conta os pecados dos homens (2 Cor 5, 17-19).
Jesus Cristo tornou-se o fundamento da Nova Humanidade, pois alterou qualitativamente a condição humana: De seres não divinos, as pessoas humanas foram divinizadas através da sua incorporação na Família de Deus.
Jesus pede aos discípulos para imitarem o amor misericordioso de Deus, a fim de se tornarem seus filhos:
“Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36). Para São Paulo, Deus Pai mostrou o Reu rosto misericordioso ao enviar-nos Jesus Cristo:
“Bendito seja Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de toda a misericórdia e Deus de toda a consolação” (2 Cor 1, 3).
A Carta a Tito diz que, em Jesus Cristo, Deus mostrou plenamente o seu amor para connosco, pois estamos salvos pela gratuidade do seu amor:
“Quando a bondade e o amor de Deus, nosso Salvador, se manifestaram ficámos a compreender que ele nos salvou.
Esta salvação não aconteceu pelos actos justos que tivéssemos praticado, mas porque, pela sua misericórdia, fomos lavados.
Graças ao poder regenerador e renovador do Espírito Santo que ele derramou em abundância sobre nós, por meio de Jesus Cristo” (Tt 3, 4-6).
Dirigindo-se aos pagãos, a primeira carta de Pedro diz-lhes que eles não faziam parte do povo de Deus, mas agora sim, pois em Cristo, obtiveram, a misericórdia da salvação:
“Vós outrora não éreis povo, mas agora sois povo de Deus; não tínheis alcançado misericórdia, mas agora já a alcançastes” (1 Pd 2, 10).
Nas Bem-aventuranças aparece a obtenção da misericórdia de Deus associada à misericórdia para com os irmãos:
“Felizes os misericordiosos, pois estes alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7). Amar os irmãos é tornar-se testemunha da misericórdia de Deus para as pessoas.
No evangelho de Lucas, Jesus pede aos discípulos para serem misericordiosos, como o Pai do Céu é misericordioso (Lc 6, 36).
Na verdade, Jesus Cristo é o grande medianeiro do coração misericordioso Deus. Foi nele que fomos reconciliados com Deus que, agora, não leva mais em conta os pecados dos homens (2 Cor 5, 17-19).
Jesus Cristo tornou-se o fundamento da Nova Humanidade, pois alterou qualitativamente a condição humana: De seres não divinos, as pessoas humanas foram divinizadas através da sua incorporação na Família de Deus.
Em Comunhão Convos
Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias
terça-feira, 14 de outubro de 2008
O ESPÍRITO DE DEUS HABITA EN NÓS-I
I-O ESPÍRITO CRIADOR
O Espírito Santo é uma pessoa divina. Os cristãos chamam-lhe a terceira pessoa da Santíssima Trindade.
Uma pessoa humana é uma concretização da natureza humana, como uma pessoa divina é uma concretização da natureza divina.
O Espírito Santo é o coração da vida familiar da Santíssima Trindade. Ele é a ternura maternal de Deus.
Com o seu jeito maternal de amar, ele anima a interacção amorosa que existe entre Deus Pai e o Filho Eterno de Deus.
Em relação às pessoas humanas, o Espírito Santo actua do mesmo modo. São Paulo diz que ele é o amor de Deus derramado nos nossos corações, diz São Paulo (Rm 5,5).
Por outras palavras, o jeito pessoal de Espírito Santo agir é animar as relações de amor entre as pessoas.
Ele é o vínculo maternal da comunhão orgânica de une Deus Pai com o Filho Eterno de Deus. É também o Espírito Santo que anima a interacção orgânica que une o Filho Eterno de Deus com Jesus de Nazaré.
É por esta razão que a nossa fé diz que o Filho Eterno de Deus Encarnou pelo Espírito de Deus.
É ainda o Espírito Santo que põe as pessoas humanas em comunhão com Deus Pai, o qual nos
acolhe como filhos e com o Filho Eterno de Deus que nos acolhe como irmãos.
Eis o que São Paulo diz a este respeito: “Todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos de Deus.
Vós não recebestes um espírito de escravidão que vos encha de temor. Pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção graças ao qual clamamos: Abba, ó Pai!
É o Espírito Santo que, no nosso íntimo, dá testemunho de que somos realmente filhos adoptivos de Deus.
Ora, se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: Herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, pressupondo que sofremos com ele, a fim de sermos glorificados com ele” (Rm 8, 14- 17).
O Espírito Santo é uma pessoa divina. Os cristãos chamam-lhe a terceira pessoa da Santíssima Trindade.
Uma pessoa humana é uma concretização da natureza humana, como uma pessoa divina é uma concretização da natureza divina.
O Espírito Santo é o coração da vida familiar da Santíssima Trindade. Ele é a ternura maternal de Deus.
Com o seu jeito maternal de amar, ele anima a interacção amorosa que existe entre Deus Pai e o Filho Eterno de Deus.
Em relação às pessoas humanas, o Espírito Santo actua do mesmo modo. São Paulo diz que ele é o amor de Deus derramado nos nossos corações, diz São Paulo (Rm 5,5).
Por outras palavras, o jeito pessoal de Espírito Santo agir é animar as relações de amor entre as pessoas.
Ele é o vínculo maternal da comunhão orgânica de une Deus Pai com o Filho Eterno de Deus. É também o Espírito Santo que anima a interacção orgânica que une o Filho Eterno de Deus com Jesus de Nazaré.
É por esta razão que a nossa fé diz que o Filho Eterno de Deus Encarnou pelo Espírito de Deus.
É ainda o Espírito Santo que põe as pessoas humanas em comunhão com Deus Pai, o qual nos
acolhe como filhos e com o Filho Eterno de Deus que nos acolhe como irmãos.
Eis o que São Paulo diz a este respeito: “Todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos de Deus.
Vós não recebestes um espírito de escravidão que vos encha de temor. Pelo contrário, recebestes um Espírito de adopção graças ao qual clamamos: Abba, ó Pai!
É o Espírito Santo que, no nosso íntimo, dá testemunho de que somos realmente filhos adoptivos de Deus.
Ora, se somos filhos de Deus, somos também herdeiros: Herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo, pressupondo que sofremos com ele, a fim de sermos glorificados com ele” (Rm 8, 14- 17).
Calmeiro Matias
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