sábado, 1 de novembro de 2008

MARIA E A VOZ PROFÉTICA DO MAGNIFICAT-VI

VI-A FORÇA INTERVENIENTE DO MAGNIFICAT

O Cântico do Magnificat não é um texto adocicado ou neutro no que se refere à denúncia do mal.
Podemos dizer que o Magnificat enfrenta e denuncia as injustiças com a mesma frontalidade com que Jesus as defrontava.

Maria aparece no Magnificat como uma excelente discípula de Jesus. Isto torna-se mais claro se tivermos presente que São Lucas escreveu este cântico após a experiência da ressurreição de Jesus.

No cântico do Magnificat, Maria denuncia as injustiças dizendo que uma sociedade onde um grupo de gente privilegiada explora uma multidão de gente privada de poder, de riqueza e direitos humanos não corresponde à vontade de Deus.

Depois acrescenta que esta ordem será alterada, pois a misericórdia de Deus vai manifestar-se em favor dos mais pobres:

“A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.

Derrubou os poderosos dos seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias” (Lc 1, 50-53).

Para São Lucas, Maria, Zacarias e Simeão são vozes que sintetizam a fé e a expectativa do resto fiel de Israel.

Foi se tratar dos justos fiéis à vontade de Deus, o Espírito Santo revelou-lhes que Jesus veio inaugurar o Reino de Deus.

O realce especial dedicado a Maria tem a ver com a sua ligação especial ao Messias e ao seu plano salvador.

O que Jesus é como Messias é obra do Espírito Santo, não de Maria. Mas Maria é a grande mediação do Espírito Santo, a fim de acontecer o projecto salvador de Deus.

O Magnificat de Maria, o Benedictus de Zacarias, e o cântico de Simeão são textos cristológicos que proclamam Jesus como o Messias anunciado pelos profetas. Ao mesmo tempo proclamam a fidelidade de Deus que cumpriu as suas promessas

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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