domingo, 30 de novembro de 2008
A FIDELIDADE DO DEUS DA ALIANÇA-I
I-A ALIANÇA E O PECADO DE ADÃO
Ao criar o Homem à sua imagem e semelhança, Deus planeou estabelecer com ele uma comunicação permanente em forma de aliança.
Foi por esta razão que Deus, começou logo por fazer uma aliança com Adão, tornando-o chefe e cabeça da criação (Gn 1, 28-30; 2, 15-20).
Mas Adão, diz o Livro do Génesis, dominado pelo orgulho, pretendeu ser igual a Deus, rompendo, deste modo, com a aliança que o Senhor acabara de fazer com ele (Gn 3, 1-13).
Mas Adão não é apenas um sujeito isolado. A Humanidade não é um conjunto de ilhas, mas um corpo formando uma união orgânica e dinâmica cuja cabeça era o mesmo Adão.
Com Este seu procedimento, Adão rompeu a comunhão com Deus. Isto quer dizer que o pecado de Adão não é um acto com consequências meramente individuais.
Na perspectiva bíblica, o pecado de Adão é uma dinâmica negativa que afecta a Humanidade enquanto corpo, introduzindo ritmos negativos nas relações e interacções entre as pessoas.
Opondo-se à vontade de Deus, Adão introduziu a Humanidade no caminho do malogro e do fracasso.
Na verdade, a vontade de Deus coincide sempre com o que é melhor para a pessoa humana.
Por outras palavras, a vontade de Deus em relação a nós não é nunca arbitrária.
Isto quer dizer que não devemos ter medo de buscar sempre a vontade de Deus, pois este é o modo de escolhermos sempre o que é melhor para nós.
Eis a razão pela qual é muito perigoso brincar com Deus, não porque Deus se vingue, mas porque brincar com Deus significa brincar com o nosso bem.
Podemos dizer que as pessoas que brincam com Deus já entraram no caminho do malogro e do fracasso, pois estão a brincar com o seu próprio bem.
A FIDELIDADE DO DEUS DA ALIANÇA-II
II-O NOSSO DEUS É FIEL E VERDADEIRO
Como a nossa compreensão da verdade e do bem é limitada, podemos enganar-nos muito facilmente no que se refere ao nosso bem.
Neste ponto é muito importante fazermos como Jesus que buscava sempre a sempre a vontade de Deus.
Quanto mais a Humanidade se afasta da vontade de Deus, mais se afunda no abismo do malogro e do fracasso.
É este o sentido do dilúvio: a Humanidade começou a afogar-se, isto é, a afundar-se cada vez mais no fosso do seu fracasso.
Não foi Deus que afogou a Humanidade, pois Deus é amor e o amor nunca se vinga (cf. 1 Jo 4, 7-8; 4, 16).
Em vez de afogar a Humanidade, Deus veio, pelo contrário, em seu socorro, tomando a iniciativa de fazer uma nova aliança com Noé, como diz o Livro do Génesis:
“Contigo vou estabelecer a minha aliança. Entrarás na Arca com a tua mulher, os teus filhos e as mulheres dos teus filhos” (Gn 6, 18).
O Livro do Génesis diz que o arco-íris é o sinal escolhido por Deus para significar uma outra aliança que reinicia a marcha não só da Humanidade mas também de toda a Criação.
“Deus disse: este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vós com todos os seres vivos que estão convosco.
Colocarei o meu arco nas nuvens. Ele será um sinal da minha aliança com toda a terra” (Gn 9, 12-13).
Mas os descendentes de Noé, tal como acontecera com os descendentes de Adão, de novo se opõem à vontade de Deus entrando mais uma vez no caminho do fracasso.
O coração dos seres humanos é fraco e inconstante. Por isso a Humanidade tende sempre a repetir a velha história de querer ser igual a Deus.
O relato da Torre de Babel é mais uma confirmação desta tendência do Homem que quer ser divino por suas próprias forças (Gn 11, 1-8).
É verdade que o nosso coração está talhado para atingir a sua plenitude na divinização, mas isso é um dom de Deus, não uma conquista do Homem.
A fé cristã diz-nos que a divinização do Homem faz parte do projecto. Mas esta meta é um dom de Deus e não uma conquista do omem.Homem.Homem.
Na verdade, foi em Jesus Cristo ressuscitado que Deus realizou o plano da nossa divinização, difundindo para nós a meta da nossa divinização.
A fidelidade plena de Jesus à missão que Deus lhe confiou ultrapassou a velha tentação humana de repetir sempre as mesmas infidelidades.
Como a nossa compreensão da verdade e do bem é limitada, podemos enganar-nos muito facilmente no que se refere ao nosso bem.
Neste ponto é muito importante fazermos como Jesus que buscava sempre a sempre a vontade de Deus.
Quanto mais a Humanidade se afasta da vontade de Deus, mais se afunda no abismo do malogro e do fracasso.
É este o sentido do dilúvio: a Humanidade começou a afogar-se, isto é, a afundar-se cada vez mais no fosso do seu fracasso.
Não foi Deus que afogou a Humanidade, pois Deus é amor e o amor nunca se vinga (cf. 1 Jo 4, 7-8; 4, 16).
Em vez de afogar a Humanidade, Deus veio, pelo contrário, em seu socorro, tomando a iniciativa de fazer uma nova aliança com Noé, como diz o Livro do Génesis:
“Contigo vou estabelecer a minha aliança. Entrarás na Arca com a tua mulher, os teus filhos e as mulheres dos teus filhos” (Gn 6, 18).
O Livro do Génesis diz que o arco-íris é o sinal escolhido por Deus para significar uma outra aliança que reinicia a marcha não só da Humanidade mas também de toda a Criação.
“Deus disse: este é o sinal da aliança que coloco entre mim e vós com todos os seres vivos que estão convosco.
Colocarei o meu arco nas nuvens. Ele será um sinal da minha aliança com toda a terra” (Gn 9, 12-13).
Mas os descendentes de Noé, tal como acontecera com os descendentes de Adão, de novo se opõem à vontade de Deus entrando mais uma vez no caminho do fracasso.
O coração dos seres humanos é fraco e inconstante. Por isso a Humanidade tende sempre a repetir a velha história de querer ser igual a Deus.
O relato da Torre de Babel é mais uma confirmação desta tendência do Homem que quer ser divino por suas próprias forças (Gn 11, 1-8).
É verdade que o nosso coração está talhado para atingir a sua plenitude na divinização, mas isso é um dom de Deus, não uma conquista do Homem.
A fé cristã diz-nos que a divinização do Homem faz parte do projecto. Mas esta meta é um dom de Deus e não uma conquista do omem.Homem.Homem.
Na verdade, foi em Jesus Cristo ressuscitado que Deus realizou o plano da nossa divinização, difundindo para nós a meta da nossa divinização.
A fidelidade plena de Jesus à missão que Deus lhe confiou ultrapassou a velha tentação humana de repetir sempre as mesmas infidelidades.
Calmeiro Matias
A FIDELIDADE DO DEUS DA ALIANÇA-III
III-A ALIANÇA E AS PROMESSAS DE DEUS
Comparando Jesus com Adão, a Carta aos Filipenses faz a comparação entre Adão e Cristo, dizendo que ambos foram criados à imagem de Deus.
Mas enquanto Adão pretendeu ser igual a Deus, Jesus, pelo contrário, assumiu humildemente a sua condição de servo de Deus:
“Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Jesus. Ele que é de condição divina, não reivindicou ser igual a Deus.
Pelo contrário, humilhou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo. Tornando-se igual aos homens, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Flp 2, 6-8).
Graças ao seu filho, Deus vai abençoar para sempre a realeza ligada à casa de David, diz o Salmo 89:
“Fiz uma aliança com o meu eleito, jurei a David, meu servo: estabelecerei a tua descendência para sempre e o teu trono há-de manter-se eternamente” (Sal 89, 4-5).
A importância desta profecia revela-se no facto de ser com estas palavras que o anjo da anunciação se dirige a Maria:
“Ele será grande e será chamado Filho de Deus, pois Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David.
Reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 2, 32-33).
O Salmo 89 confirma esta esperança quando diz: “David me invocará, dizendo: “Tu és meu pai, és o meu Deus e o rochedo da salvação”.
Eu farei dele o primogénito, o maior entre os reis da terra. Hei-de assegurar-lhe para sempre o meu favor, e a minha aliança com ele há-de manter-se firme.
Estabelecerei para sempre a sua descendência e o seu trono terá a duração dos céus” (Sal 89, 27-30).
Depois acrescenta: “Uma vez Jurei pela minha santidade, dizendo: De modo algum enganarei David! A sua descendência permanecerá para sempre e o seu trono será como o sol, na minha presença.
O seu reinado estará firme para sempre como a lua, testemunho fiel no firmamento” (Sal 89, 36-38).
Jesus conhecia perfeitamente todas estas passagens das Escrituras. O seu coração estava moldado pelo caudal de esperança que atravessava a história do Povo Bíblico.
Mas Jesus também conhecia as infidelidades deste povo e as denúncias dos profetas em relação a estas mesmas infidelidades, com, por exemplo, estas palavras do profeta Isaías:
O profeta Isaías denuncia as infidelidades do povo, com palavras muito duras: “Esta terra está profanada sob os pés dos seus moradores.
Transgrediram as leis, violaram os mandamentos e romperam a minha aliança eterna” (Is 24, 5).
Mas Jesus conhecia muito bem o coração misericordioso de Deus.
Ele é um Deus fiel e verdadeiro. Apesar das infidelidades do povo, Deus não deixará de realizar o seu projecto de amor:
“Mesmo que os montes se retirem e as colinas vacilem, diz o profeta Isaías, o meu amor nunca se afastará de ti.
Comparando Jesus com Adão, a Carta aos Filipenses faz a comparação entre Adão e Cristo, dizendo que ambos foram criados à imagem de Deus.
Mas enquanto Adão pretendeu ser igual a Deus, Jesus, pelo contrário, assumiu humildemente a sua condição de servo de Deus:
“Tende entre vós os mesmos sentimentos que havia em Jesus. Ele que é de condição divina, não reivindicou ser igual a Deus.
Pelo contrário, humilhou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo. Tornando-se igual aos homens, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Flp 2, 6-8).
Graças ao seu filho, Deus vai abençoar para sempre a realeza ligada à casa de David, diz o Salmo 89:
“Fiz uma aliança com o meu eleito, jurei a David, meu servo: estabelecerei a tua descendência para sempre e o teu trono há-de manter-se eternamente” (Sal 89, 4-5).
A importância desta profecia revela-se no facto de ser com estas palavras que o anjo da anunciação se dirige a Maria:
“Ele será grande e será chamado Filho de Deus, pois Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David.
Reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 2, 32-33).
O Salmo 89 confirma esta esperança quando diz: “David me invocará, dizendo: “Tu és meu pai, és o meu Deus e o rochedo da salvação”.
Eu farei dele o primogénito, o maior entre os reis da terra. Hei-de assegurar-lhe para sempre o meu favor, e a minha aliança com ele há-de manter-se firme.
Estabelecerei para sempre a sua descendência e o seu trono terá a duração dos céus” (Sal 89, 27-30).
Depois acrescenta: “Uma vez Jurei pela minha santidade, dizendo: De modo algum enganarei David! A sua descendência permanecerá para sempre e o seu trono será como o sol, na minha presença.
O seu reinado estará firme para sempre como a lua, testemunho fiel no firmamento” (Sal 89, 36-38).
Jesus conhecia perfeitamente todas estas passagens das Escrituras. O seu coração estava moldado pelo caudal de esperança que atravessava a história do Povo Bíblico.
Mas Jesus também conhecia as infidelidades deste povo e as denúncias dos profetas em relação a estas mesmas infidelidades, com, por exemplo, estas palavras do profeta Isaías:
O profeta Isaías denuncia as infidelidades do povo, com palavras muito duras: “Esta terra está profanada sob os pés dos seus moradores.
Transgrediram as leis, violaram os mandamentos e romperam a minha aliança eterna” (Is 24, 5).
Mas Jesus conhecia muito bem o coração misericordioso de Deus.
Ele é um Deus fiel e verdadeiro. Apesar das infidelidades do povo, Deus não deixará de realizar o seu projecto de amor:
“Mesmo que os montes se retirem e as colinas vacilem, diz o profeta Isaías, o meu amor nunca se afastará de ti.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias
A FIDELIDADE DO DEUS DA ALIANÇA-IV
IV-UNIVERSALIDADE DO PLANO DE DEUS
A minha aliança de paz não vacilará, diz o Senhor que se compadece de ti” (Is 54, 10). Deus pede apenas que aceitem o dom da sua de salvação:
“Dai-me ouvidos. Vinde a mim. Escutai-me e vivereis. Farei convosco uma aliança definitiva. Serei fiel à minha amizade com David” (Is 55, 3).
Quando chegar o tempo da Nova Aliança, mesmo as vidas daquelas pessoas que pareciam estéreis se tornarão fecundas:
“Isto diz o Senhor aos eunucos que observam os meus sábados, que escolhem o que me agrada e ficam firmes na minha aliança:
Dar-lhes-ei no meu templo e dentro das minhas muralhas, um monumento e um nome mais valioso que os filhos e as filhas” (Is 56, 4-5).
Não é por acaso que os Actos dos Apóstolos dizem que o primeiro pagão a ser baptizado foi o eunuco da rainha Candace da Etiópia:
“Ora, um etíope, eunuco e alto funcionário da rainha Candace, da Etiópia e superintendente de todos os seus tesouros e que tinha ido em peregrinação a Jerusalém, regressava, sentado no seu carro a ler o profeta Isaías.
O Espírito Santo disse a Filipe: “Vai e acompanha aquele carro”. Aproximando-se, Filipe, ouviu o etíope a ler o profeta Isaías e perguntou-lhe:
“Compreendes bem o que estás a ler?” Respondeu ele: “Como poderei compreender sem alguém que me oriente?”
Depois convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele (…). Então Filipe, partindo da passagem de Isaías que o etíope estava a ler anunciou-lhe a Boa Nova de Jesus Cristo.
Um pouco mais à frente encontraram uma nascente de água e o eunuco disse: “Há ali água, que me impede de ser baptizado?” Filipe respondeu:
“Se acreditas de todo o coração isso é possível”. O eunuco respondeu: “Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”. E mandou parar o carro. Ambos desceram à água, Filipe e o eunuco, e Filipe baptizou-o.
Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco não o viu mais., seguindo o seu caminho cheio de alegria” (Act 8, 27-39),
Com este relato tão bonito, São Lucas quis-nos dizer que, com a ressurreição de Jesus chegaram os tempos da Nova Aliança e que o Espírito Santo, fonte de fecundidade, está a difundir-se pela terra inteira.
O profeta Isaías disse que nos tempos da Nova Aliança os estrangeiros também terão morada em Jerusalém.
Os povos estrangeiros virão à cidade de Deus e, cheios de alegria, entrarão na casa de oração, isto é, no templo de Deus e os seus sacrifícios serão agradáveis a Deus (cf. Is 56, 6-7).
A Nova Aliança será vivida em comunhão com a Palavra de Deus, a qual brotará com abundância da boca das pessoas:
“Esta é a minha aliança com eles, diz o Senhor: o meu Espírito estará sobre ti, e as palavras que coloquei em ti jamais se afastarão da tua boca e da boca dos teus filhos, desde agora e para sempre” (Is 60, 19-22).
Quando o Senhor estabelecer a Nova Aliança, Jerusalém será totalmente renovada. Já não será iluminada pelo sol durante o dia nem pela lua durante a noite, pois Deus será a sua luz eterna” (Is 60, 19-22).
A Nova Aliança já não será estabelecida sobre as tábuas da Lei, as quais desapareceram quando os caldeus invadiram Jerusalém.
O profeta Jeremias, contemporâneo deste facto, diz claramente que a nova aliança não assenta num coração de pedra mas num coração de carne.
A minha aliança de paz não vacilará, diz o Senhor que se compadece de ti” (Is 54, 10). Deus pede apenas que aceitem o dom da sua de salvação:
“Dai-me ouvidos. Vinde a mim. Escutai-me e vivereis. Farei convosco uma aliança definitiva. Serei fiel à minha amizade com David” (Is 55, 3).
Quando chegar o tempo da Nova Aliança, mesmo as vidas daquelas pessoas que pareciam estéreis se tornarão fecundas:
“Isto diz o Senhor aos eunucos que observam os meus sábados, que escolhem o que me agrada e ficam firmes na minha aliança:
Dar-lhes-ei no meu templo e dentro das minhas muralhas, um monumento e um nome mais valioso que os filhos e as filhas” (Is 56, 4-5).
Não é por acaso que os Actos dos Apóstolos dizem que o primeiro pagão a ser baptizado foi o eunuco da rainha Candace da Etiópia:
“Ora, um etíope, eunuco e alto funcionário da rainha Candace, da Etiópia e superintendente de todos os seus tesouros e que tinha ido em peregrinação a Jerusalém, regressava, sentado no seu carro a ler o profeta Isaías.
O Espírito Santo disse a Filipe: “Vai e acompanha aquele carro”. Aproximando-se, Filipe, ouviu o etíope a ler o profeta Isaías e perguntou-lhe:
“Compreendes bem o que estás a ler?” Respondeu ele: “Como poderei compreender sem alguém que me oriente?”
Depois convidou Filipe a subir e a sentar-se junto dele (…). Então Filipe, partindo da passagem de Isaías que o etíope estava a ler anunciou-lhe a Boa Nova de Jesus Cristo.
Um pouco mais à frente encontraram uma nascente de água e o eunuco disse: “Há ali água, que me impede de ser baptizado?” Filipe respondeu:
“Se acreditas de todo o coração isso é possível”. O eunuco respondeu: “Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”. E mandou parar o carro. Ambos desceram à água, Filipe e o eunuco, e Filipe baptizou-o.
Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe e o eunuco não o viu mais., seguindo o seu caminho cheio de alegria” (Act 8, 27-39),
Com este relato tão bonito, São Lucas quis-nos dizer que, com a ressurreição de Jesus chegaram os tempos da Nova Aliança e que o Espírito Santo, fonte de fecundidade, está a difundir-se pela terra inteira.
O profeta Isaías disse que nos tempos da Nova Aliança os estrangeiros também terão morada em Jerusalém.
Os povos estrangeiros virão à cidade de Deus e, cheios de alegria, entrarão na casa de oração, isto é, no templo de Deus e os seus sacrifícios serão agradáveis a Deus (cf. Is 56, 6-7).
A Nova Aliança será vivida em comunhão com a Palavra de Deus, a qual brotará com abundância da boca das pessoas:
“Esta é a minha aliança com eles, diz o Senhor: o meu Espírito estará sobre ti, e as palavras que coloquei em ti jamais se afastarão da tua boca e da boca dos teus filhos, desde agora e para sempre” (Is 60, 19-22).
Quando o Senhor estabelecer a Nova Aliança, Jerusalém será totalmente renovada. Já não será iluminada pelo sol durante o dia nem pela lua durante a noite, pois Deus será a sua luz eterna” (Is 60, 19-22).
A Nova Aliança já não será estabelecida sobre as tábuas da Lei, as quais desapareceram quando os caldeus invadiram Jerusalém.
O profeta Jeremias, contemporâneo deste facto, diz claramente que a nova aliança não assenta num coração de pedra mas num coração de carne.
Calmeiro Matias
A FIDELIDADE DO DEUS DA ALIANÇA-V
V-NOVA ALIANÇA E PLENITUDE HUMANA
A Arca da Aliança guardava o coração de pedra, isto é, as pedras da Lei. Mas a Nova Aliança vai assentar num coração novo, não de pedra mas de carne.
“Quando crescerdes e vos multiplicardes no país, oráculo do Senhor, já ninguém mais falará na Arca da Aliança do Senhor.
Ninguém mais se lembrará dela, nem sentirão a sua falta, nem voltarão a fazer outra” (Jer 3, 16).
Deus tem em mente a realização de uma Nova Aliança:
“Dias virão em que farei uma Nova Aliança com Israel e Judá. Não será como a aliança que fiz com seus pais quando os tomei pela mão e os tirei da terra do Egipto. Eles quebraram essa aliança, apesar de eu ser o seu Deus.
A Nova Aliança será assinada pelo Espírito Santo no coração das pessoas e não num coração de pedra, continua o profeta Jeremias, referindo-se às pedras da Lei:
“A aliança que vou fazer com Israel, oráculo do Senhor, será assim: colocarei as minhas leis no seu peito, gravá-las-ei no seu coração.
Eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus” (Jer 31, 31-33). Depois acrescenta: “Farei com eles uma aliança eterna. Nunca deixarei de lhes fazer bem. Colocarei no seu coração o meu temor, a fim de que não se afastem de mim” (Jer 32, 40).
Graças à fidelidade de Jesus de Nazaré, Deus e a Humanidade têm condições para assinar uma Aliança Nova e Eterna.
Jesus estava consciente de ser o medianeiro da Nova Aliança. Ele afirmou-o claramente no momento da instituição da Eucaristia:
“Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26, 28).
São Paulo insiste em que a Nova Aliança não assenta na letra da Lei de Moisés, mas no grande dom do Espírito Santo:
“Foi Deus que nos tornou capazes de sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito, pois a letra mata e o Espírito é que dá vida” (2 Cor 3, 6).
Referindo-se à superioridade da Nova Aliança, a Carta aos Hebreus diz que Jesus se tornou a garantia de uma Aliança melhor (Heb 7, 22).
A Nova Aliança, diz a Segunda Carta aos Coríntios, dá origem a uma Nova Criação constituída por homens novos reconciliados com Deus:
“Se alguém está em Cristo é uma Nova Criação. Passou o que era velho. Eis que tudo se fez novo.
Tudo isto vem de Deus que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação” (2 Cor 5, 17-18).
Graças à Nova Aliança a Humanidade deu um salto de qualidade, passando a pertencer à Família de Deus.
São Paulo diz que graças ao dom do Espírito que nos vem de Cristo ressuscitado nós somos filhos e herdeiros de Deus Pai.
Do mesmo modo somos irmãos e co-herdeiros do Filho de Deus (Rm 8,14-16).
A Arca da Aliança guardava o coração de pedra, isto é, as pedras da Lei. Mas a Nova Aliança vai assentar num coração novo, não de pedra mas de carne.
“Quando crescerdes e vos multiplicardes no país, oráculo do Senhor, já ninguém mais falará na Arca da Aliança do Senhor.
Ninguém mais se lembrará dela, nem sentirão a sua falta, nem voltarão a fazer outra” (Jer 3, 16).
Deus tem em mente a realização de uma Nova Aliança:
“Dias virão em que farei uma Nova Aliança com Israel e Judá. Não será como a aliança que fiz com seus pais quando os tomei pela mão e os tirei da terra do Egipto. Eles quebraram essa aliança, apesar de eu ser o seu Deus.
A Nova Aliança será assinada pelo Espírito Santo no coração das pessoas e não num coração de pedra, continua o profeta Jeremias, referindo-se às pedras da Lei:
“A aliança que vou fazer com Israel, oráculo do Senhor, será assim: colocarei as minhas leis no seu peito, gravá-las-ei no seu coração.
Eles serão o meu povo e eu serei o seu Deus” (Jer 31, 31-33). Depois acrescenta: “Farei com eles uma aliança eterna. Nunca deixarei de lhes fazer bem. Colocarei no seu coração o meu temor, a fim de que não se afastem de mim” (Jer 32, 40).
Graças à fidelidade de Jesus de Nazaré, Deus e a Humanidade têm condições para assinar uma Aliança Nova e Eterna.
Jesus estava consciente de ser o medianeiro da Nova Aliança. Ele afirmou-o claramente no momento da instituição da Eucaristia:
“Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança que é derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26, 28).
São Paulo insiste em que a Nova Aliança não assenta na letra da Lei de Moisés, mas no grande dom do Espírito Santo:
“Foi Deus que nos tornou capazes de sermos ministros de uma Nova Aliança, não da letra, mas do Espírito, pois a letra mata e o Espírito é que dá vida” (2 Cor 3, 6).
Referindo-se à superioridade da Nova Aliança, a Carta aos Hebreus diz que Jesus se tornou a garantia de uma Aliança melhor (Heb 7, 22).
A Nova Aliança, diz a Segunda Carta aos Coríntios, dá origem a uma Nova Criação constituída por homens novos reconciliados com Deus:
“Se alguém está em Cristo é uma Nova Criação. Passou o que era velho. Eis que tudo se fez novo.
Tudo isto vem de Deus que nos reconciliou consigo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação” (2 Cor 5, 17-18).
Graças à Nova Aliança a Humanidade deu um salto de qualidade, passando a pertencer à Família de Deus.
São Paulo diz que graças ao dom do Espírito que nos vem de Cristo ressuscitado nós somos filhos e herdeiros de Deus Pai.
Do mesmo modo somos irmãos e co-herdeiros do Filho de Deus (Rm 8,14-16).
Calmeiro Matias
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
JESUS CRISTO E O MANDAMENTO DO AMOR-I
I-SÓ O AMOR BASTA
O amor é a veste nupcial e a única indispensável para participar no Banquete do Reino de Deus.
Jesus tinha consciência de que só o amor basta. Foi por esta razão que pôs de lado a multiplicidade dos preceitos normas e ritos do judaísmo, substituindo-os pelo amor.
Os evangelhos dão-nos conta da multiplicidade tensões e conflitos dos judeus com Jesus, exactamente porque Jesus não cumpria as leis e normas do judaísmo.
O evangelho de São Mateus diz que uma vez Jesus ousou dizer aos fariseus que ele cumpre a Lei judaica até à última vírgula.
Jesus queria dizer-lhes que o amor realiza todas as aspirações das normas e leis do judaísmo (Mt 5, 17).
Naquilo que possa haver de válido na multiplicidade de leis e normas da Lei judaica apontam para o amor a Deus e aos irmãos.
Como Jesus foi total e incondicionalmente fiel ao amor a Deus e aos irmãos podia dizer com verdade que ele cumpriu a Lei e os profetas de modo perfeito.
Jesus sabia que o amor cumpre toda a lei e os profetas, pois Deus é amor, e só pode comungar com Deus vive de acordo com o amor, como diz a Primeira Carta de São João (1 Jo 4, 16).
Foi por esta razão que Jesus fez do amor a síntese de todos os preceitos, leis e mandamentos.
Eis as palavras de Jesus: “É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13).
São Paulo diz na Carta aos Gálatas que toda a Lei se reduz a isto:
“Amarás ao teu próximo como a como a ti mesmo (Ga 5, 14).
JESUS CRISTO E O MANDAMENTO DO AMOR-II
II-SÃO PAULO E A FORÇA SALVADORA DO AMOR
O Apóstolo compôs um hino sobre o amor que é uma obra-prima. Eis algumas das afirmações deste hino:
“Ainda que fale as línguas dos anjos e dos homens, se não tiver amor não passo de um bronze que soa e faz barulho.
Mesmo que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência. Ainda que tenha uma fé grande ao ponto de deslocar montanhas se não tiver amor, nada sou.
Mesmo que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, Se não tiver amor, de nada me aproveita.
O amor é paciente e prestável. O amor não é invejoso, nem arrogante ou orgulhoso. O amor nada faz de inconveniente nem gira sempre à volta do seu interesse.
Também não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
O amor desculpa tudo, e acredita sempre. O amor espera tudo e tudo suporta. O amor jamais passará” (1 Cor 13, 1-8).
A proposta que Jesus faz aos cristãos é a de estarem atentos aos apelos do Espírito Santo, a fim de que o seu amor atinja a densidade de amor caridade, isto é, o amor ao jeito de Deus.
O Apóstolo compôs um hino sobre o amor que é uma obra-prima. Eis algumas das afirmações deste hino:
“Ainda que fale as línguas dos anjos e dos homens, se não tiver amor não passo de um bronze que soa e faz barulho.
Mesmo que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência. Ainda que tenha uma fé grande ao ponto de deslocar montanhas se não tiver amor, nada sou.
Mesmo que eu distribua todos os meus bens e entregue o meu corpo para ser queimado, Se não tiver amor, de nada me aproveita.
O amor é paciente e prestável. O amor não é invejoso, nem arrogante ou orgulhoso. O amor nada faz de inconveniente nem gira sempre à volta do seu interesse.
Também não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade.
O amor desculpa tudo, e acredita sempre. O amor espera tudo e tudo suporta. O amor jamais passará” (1 Cor 13, 1-8).
A proposta que Jesus faz aos cristãos é a de estarem atentos aos apelos do Espírito Santo, a fim de que o seu amor atinja a densidade de amor caridade, isto é, o amor ao jeito de Deus.
Calmeiro Matias
JESUS CRISTO E O MANDAMENTO DO AMOR-III
III-O AMOR AO JEITO DE DEUS
Eis a proposta que Jesus fez aos seus discípulos, a fim de atingirem a densidade do amor caridade, isto é, amor ao jeito de Deus:
“Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”.Eu, porém, digo-vos: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”.
Fazendo assim tornar-vos-eis filhos do vosso pai que está nos Céus, o qual faz com que o sol se levante todos os dias sobre bons e maus e faz cair a chuva sobre justos e pecadores (…).
Portanto, sede perfeitos como o vosso Pai do Céu é perfeito” (Mt 5, 43-48). De tal modo a densidade do amor de Jesus se aproximou do jeito de amar de Deus Pai que um dia pode afirmar:
“Há tanto tempo que estou convosco e ainda não me conheceis, Filipe? Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9).
Uma outra vez Jesus afirmou a total sintonia com o Pai que um dia o seu jeito de ser e amar com o jeito de ser e amar de Deus, que Jesus afirmou: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30).
Como vemos, amar com amor caridade, isto é, ao jeito de Deus, configura-nos com Deus ao ponto de nos tornarmos suas imagens perfeitas.
Apesar de ter sido bem alicerçado na teologia judaica, São Paulo entendeu bem o mandamento de Jesus.
Eis o que ele diz na Carta aos Romanos: “Amar o próximo como a si mesmo resume toda a Lei de Moisés” (Rm 13, 8).
Depois acrescenta que o amor é a plenitude da Lei (Rm 13, 10). No evangelho de Mateus Jesus declara que o amor ao próximo é sentido por ele como amor a si mesmo (Mt 25, 40).
Calmeiro Matias
JESUS CRISTO E O MANDAMENTO DO AMOR-IV
IV-O AMOR TENDE PARA A RECIPROCIDADE
A comunhão amorosa atinge o seu ponto mais alto na reciprocidade. Por isso Jesus diz que Deus usará para connosco a mesma medida que nós usarmos com a nossa medida (Mt 7, 2).
Esta afirmação deve ser lida pela positiva, não pela negativa e quer dizer que podemos amar tranquilamente os outros.
Mesmo que eles sejam ingratos para nós, Deus estabelecerá uma perfeita reciprocidade amorosa connosco.
É como se Deus nos estivesse a dizer: “A densidade do amor com que amares os outros é a força que modela o teu coração para eu entrar em comunhão contigo.
A Lei e os profetas, acrescenta Jesus, resumem-se num princípio único: “Fazer aos outros o que gostaríamos que eles nos fizessem a nós” (Mt 7, 12).
Aprofundar o mistério do amor é aprofundar o mistério de Deus e do Homem. Como seres talhados para o amor, a nossa vida espiritual só atinge a sua plenitude na comunhão amorosa.
Quando amamos os irmãos, estes sentem que uma nova porta se abriu para eles. A confiança começa a crescer na pessoa quando esta se sente amada.
Muitos dos seus problemas começam a encontrar solução. Amar é deixar que o outro seja segundo as suas possibilidades e aspirações mais profundas.
Ninguém é capaz de amar antes deter sido amado. Por outras palavras, só teremos ouvidos para ouvir as vozes que gritam por amor, depois de termos sido amados por alguém.
Quanto mais pleno e incondicional for este amor melhor ouviremos os apelos do amor para lá dos laços do sangue, da raça, da língua ou da nacionalidade.
A comunhão amorosa atinge o seu ponto mais alto na reciprocidade. Por isso Jesus diz que Deus usará para connosco a mesma medida que nós usarmos com a nossa medida (Mt 7, 2).
Esta afirmação deve ser lida pela positiva, não pela negativa e quer dizer que podemos amar tranquilamente os outros.
Mesmo que eles sejam ingratos para nós, Deus estabelecerá uma perfeita reciprocidade amorosa connosco.
É como se Deus nos estivesse a dizer: “A densidade do amor com que amares os outros é a força que modela o teu coração para eu entrar em comunhão contigo.
A Lei e os profetas, acrescenta Jesus, resumem-se num princípio único: “Fazer aos outros o que gostaríamos que eles nos fizessem a nós” (Mt 7, 12).
Aprofundar o mistério do amor é aprofundar o mistério de Deus e do Homem. Como seres talhados para o amor, a nossa vida espiritual só atinge a sua plenitude na comunhão amorosa.
Quando amamos os irmãos, estes sentem que uma nova porta se abriu para eles. A confiança começa a crescer na pessoa quando esta se sente amada.
Muitos dos seus problemas começam a encontrar solução. Amar é deixar que o outro seja segundo as suas possibilidades e aspirações mais profundas.
Ninguém é capaz de amar antes deter sido amado. Por outras palavras, só teremos ouvidos para ouvir as vozes que gritam por amor, depois de termos sido amados por alguém.
Quanto mais pleno e incondicional for este amor melhor ouviremos os apelos do amor para lá dos laços do sangue, da raça, da língua ou da nacionalidade.
JESUS CRISTO E O MANDAMENTO DO AMOR-V
V-HORIZONTES UNIVERSAIS DO AMOR
Os ensinamentos de Jesus apontavam para os horizontes universais do amor. Eis as suas palavras no evangelho de São Mateus:
“Se amais apenas os que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos também fazem o mesmo.
Se saudais apenas os da vossa raça e língua que fazeis de extraordinário? Não fazem assim também os pagãos? Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5, 46-48).
Amar com horizontes universais é optimizar o nosso amor, capacitando-nos para amar com amor teologal ou caridade.
Quem não tem vivências de amor é incapaz de conhecer Deus, pois Deus é amor, diz a Primeira Carta de São João:
“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus.
Aquele que não ama não chega a conhecer a Deus, pois Deus é amor” (Jo 4, 7-8). A lei do amor é assim: “A pessoa está capacitada para amar na medida em que foi amada por alguém.
Mas fica condicionada nas suas capacidades da amar na medida em que foi mal amada.”O amor é um movimento de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
O amor concretiza-se em opções e atitudes que facilitam a felicidade dos outros. Ninguém é capaz de nos obrigar a amar. Na verdade, o outro nunca será capaz de se nos impor como próximo.
Por outras palavras, os outros tornam-se nosso próximo a partir do momento em que os elegemos como alvo do nosso bem-querer.
Os ensinamentos de Jesus apontavam para os horizontes universais do amor. Eis as suas palavras no evangelho de São Mateus:
“Se amais apenas os que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos também fazem o mesmo.
Se saudais apenas os da vossa raça e língua que fazeis de extraordinário? Não fazem assim também os pagãos? Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos Céus” (Mt 5, 46-48).
Amar com horizontes universais é optimizar o nosso amor, capacitando-nos para amar com amor teologal ou caridade.
Quem não tem vivências de amor é incapaz de conhecer Deus, pois Deus é amor, diz a Primeira Carta de São João:
“Caríssimos, amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus.
Aquele que não ama não chega a conhecer a Deus, pois Deus é amor” (Jo 4, 7-8). A lei do amor é assim: “A pessoa está capacitada para amar na medida em que foi amada por alguém.
Mas fica condicionada nas suas capacidades da amar na medida em que foi mal amada.”O amor é um movimento de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
O amor concretiza-se em opções e atitudes que facilitam a felicidade dos outros. Ninguém é capaz de nos obrigar a amar. Na verdade, o outro nunca será capaz de se nos impor como próximo.
Por outras palavras, os outros tornam-se nosso próximo a partir do momento em que os elegemos como alvo do nosso bem-querer.
Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias
JESUS CRISTO E O MANDAMENTO DO AMOR-VI
VI-AMOR E IDENTIDADE ESPIRITUAL DA PESSOA
O que constitui a nossa identidade espiritual e eterna é o nosso jeito de amar. No Reino de Deus, todos nós dançaremos o ritmo do amor, mas cada um com o jeito que treinou enquanto esteve em construção na História.
Isto quer dizer que é o amor que nos estrutura como pessoas. Por outras palavras, o amor é a dinâmica imprescindível para a humanização do homem.
Uma pessoa mal amada é uma pessoa mal estruturada, tem dificuldade em encontrar-se e encontrar os outros de modo satisfatório.
A auto-estima do mal amado anda normalmente em baixo, pois ninguém é capaz de gostar de si antes de alguém o ter amado e valorizado.
O mal amado é vítima, não culpado. Está bloqueado e bloqueará outros sem disso terem culpa.
Ao reduzir os preceitos e mandamentos do judaísmo ao amor a Deus e aos irmãos, Jesus deu provas de ter uma compreensão profunda da realidade do amor.
A Primeira Carta de São João diz que Deus é amor (1 Jo 4, 7). Isto quer dizer que fomos criados pelo amor e, portanto, talhados para amar.
O que constitui a nossa identidade espiritual e eterna é o nosso jeito de amar. No Reino de Deus, todos nós dançaremos o ritmo do amor, mas cada um com o jeito que treinou enquanto esteve em construção na História.
Isto quer dizer que é o amor que nos estrutura como pessoas. Por outras palavras, o amor é a dinâmica imprescindível para a humanização do homem.
Uma pessoa mal amada é uma pessoa mal estruturada, tem dificuldade em encontrar-se e encontrar os outros de modo satisfatório.
A auto-estima do mal amado anda normalmente em baixo, pois ninguém é capaz de gostar de si antes de alguém o ter amado e valorizado.
O mal amado é vítima, não culpado. Está bloqueado e bloqueará outros sem disso terem culpa.
Ao reduzir os preceitos e mandamentos do judaísmo ao amor a Deus e aos irmãos, Jesus deu provas de ter uma compreensão profunda da realidade do amor.
A Primeira Carta de São João diz que Deus é amor (1 Jo 4, 7). Isto quer dizer que fomos criados pelo amor e, portanto, talhados para amar.
sábado, 22 de novembro de 2008
DEUS E O HOMEM COMO SERES DE RELAÇÕES-I
I-RELAÇÕES HUMANAS E FELICIDADE
Quando ouvirmos uma pessoa dizer que não se interessa se as pessoas gostam ou não dela, podemos ter a certeza de que essa pessoa ou está doente, ou então está a mentir.
O sentimento de não ser procurado, ou de não fazer falta produz frustração, envelhecimento e problemas psicológicos.
Quando uma pessoa nota que ninguém a procura, fica dominada pela solidão e perturbada na sua vida psíquica.
Jesus tinha uma compreensão profunda das relações humanas. Foi esta a razão pela qual ele resumiu todas as leis e preceitos e normas do judaísmo a um só mandamento:
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não existe outro mandamento maior do que este” (Mc.12, 28-31).
A Primeira Carta de São João soube interpretar de maneira genial o mandamento de Jesus:
“O amor vem de Deus e todo o que ama nasceu de Deus. O que não ama não conheceu a Deus, pois Deus é Amor” (1Jo.4,7-8).
É importante termos presente que o princípio básico das relações de amor é a reciprocidade:
O facto de os outros gostarem de nós é, no fundo, a resposta ao facto de nós gostarmos deles e vice-versa.
Se nos empenharmos a ajudar os outros a realizarem-se e ser felizes podemos ter a certeza de que eles nos amarão por este facto.
Por outras palavras, se tentarmos ajudar os outros a ser felizes, podemos ter a certeza de que os amigos começarão a surgir espontaneamente.
Há uma sabedoria que é o elemento básico para criar relações satisfatórias e portadoras de felicidade.
Eis algumas atitudes que alimentam e fortalecem esta sabedoria: Não tenhamos a pretensão de saber tudo. Lembremo-nos que a humildade e a naturalidade cativam.
Aplicam-se aqui algumas das bem-aventuranças ensinadas por Jesus: “Felizes os mansos, porque possuirão a Terra (…). Felizes os construtores da paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt.5,5-9).
Tenhamos o cuidado de mostrar interesse pelas coisas que são importantes pelas pessoas que se cruzam connosco na vida.
Nunca deixemos de felicitar o outro pelas suas realizações, mesmo que sejam pequenas, bem como mostrar solidariedade com eles nos momentos de dor e tristeza.
Fazendo assim estamos a entrar em comunhão com o irmão e a sintonizar com o Espírito Santo que nos habita aos dois.
Quando ouvirmos uma pessoa dizer que não se interessa se as pessoas gostam ou não dela, podemos ter a certeza de que essa pessoa ou está doente, ou então está a mentir.
O sentimento de não ser procurado, ou de não fazer falta produz frustração, envelhecimento e problemas psicológicos.
Quando uma pessoa nota que ninguém a procura, fica dominada pela solidão e perturbada na sua vida psíquica.
Jesus tinha uma compreensão profunda das relações humanas. Foi esta a razão pela qual ele resumiu todas as leis e preceitos e normas do judaísmo a um só mandamento:
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não existe outro mandamento maior do que este” (Mc.12, 28-31).
A Primeira Carta de São João soube interpretar de maneira genial o mandamento de Jesus:
“O amor vem de Deus e todo o que ama nasceu de Deus. O que não ama não conheceu a Deus, pois Deus é Amor” (1Jo.4,7-8).
É importante termos presente que o princípio básico das relações de amor é a reciprocidade:
O facto de os outros gostarem de nós é, no fundo, a resposta ao facto de nós gostarmos deles e vice-versa.
Se nos empenharmos a ajudar os outros a realizarem-se e ser felizes podemos ter a certeza de que eles nos amarão por este facto.
Por outras palavras, se tentarmos ajudar os outros a ser felizes, podemos ter a certeza de que os amigos começarão a surgir espontaneamente.
Há uma sabedoria que é o elemento básico para criar relações satisfatórias e portadoras de felicidade.
Eis algumas atitudes que alimentam e fortalecem esta sabedoria: Não tenhamos a pretensão de saber tudo. Lembremo-nos que a humildade e a naturalidade cativam.
Aplicam-se aqui algumas das bem-aventuranças ensinadas por Jesus: “Felizes os mansos, porque possuirão a Terra (…). Felizes os construtores da paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt.5,5-9).
Tenhamos o cuidado de mostrar interesse pelas coisas que são importantes pelas pessoas que se cruzam connosco na vida.
Nunca deixemos de felicitar o outro pelas suas realizações, mesmo que sejam pequenas, bem como mostrar solidariedade com eles nos momentos de dor e tristeza.
Fazendo assim estamos a entrar em comunhão com o irmão e a sintonizar com o Espírito Santo que nos habita aos dois.
Calmeiro Matias
DEUS E O HOMEM COMO SERES DE RELAÇÕES-II
II-AS RELAÇÕES COMO ALICERCE DE FRATERNIDADE
Lembremo-nos deste princípio: Quando uma pessoa sente ódio por alguém não consegue ter paz interior.
A nossa inteligência fica obscurecida e o nosso coração gera negativismo. A situação de ódio e rotura com o irmão, bloqueia as interacções com a presença amorosa do Deus Criador em nós.
Nestas circunstâncias não conseguimos cultivar uma verdadeira serenidade. Na verdade, quando odiamos alguém somos nós os principais prejudicados.
Foi esta a razão pela qual Jesus nos mandou orar pelos nossos inimigos: “Digo-vos a vós que me escutais: amai os vossos inimigos e fazei bem aos que vos odeiam.
Abençoai os que vos amaldiçoam e rezai pelos que vos caluniam” (Lc 6, 27-28). À medida que a pessoa reza pelos inimigos começa a sentir-se liberta do remoinho que a faz girar à volta dos sentimentos negativos que só a desgastam, perturbam a sua paz e bloqueiam as suas capacidades criadoras.
As nuvens de ódio que escurecem o nosso coração só podem ser diluídas mediante um propósito firme de perdoar.
Quando comunicamos significativamente com outras pessoas, estamos a estruturar-nos como pessoas capazes de comunhão.
Pouco a pouco, e sem nós darmos por isso, as relações vão criando uma reciprocidade entre nós e os outros.
O modo como vemos o outro começa a ser também o modo como ele nos vê a nós e o modo como o outro nos trata converte-se, pouco a pouco, no modo como nós o tratamos a ele.
Todo o ser pessoal está talhado para o encontro e a reciprocidade amorosa. Por outras palavras, as pessoas conhecem-se e possuem-se na medida em que interagem com as outras.
Nas nossas relações com os outros encontramo-nos e possuímo-nos, do mesmo modo os outros, nas suas relações connosco encontram-se e possuem-se.
É também através das relações que o nosso psiquismo se estrutura e o nosso ser espiritual emerge esse robustece.
Basta pensarmos que a pessoa não é capaz de amar antes de ter sido amada. Por outras palavras, é o amor dos outros que nos capacita para amar.
Este aspecto é fundamental, pois a pessoa só se humaniza mediante o amor. Podemos dizer que as relações são, de facto, a dinâmica que faz emergir e crescer a pessoa na sua identidade fundamental.
Lembremo-nos deste princípio: Quando uma pessoa sente ódio por alguém não consegue ter paz interior.
A nossa inteligência fica obscurecida e o nosso coração gera negativismo. A situação de ódio e rotura com o irmão, bloqueia as interacções com a presença amorosa do Deus Criador em nós.
Nestas circunstâncias não conseguimos cultivar uma verdadeira serenidade. Na verdade, quando odiamos alguém somos nós os principais prejudicados.
Foi esta a razão pela qual Jesus nos mandou orar pelos nossos inimigos: “Digo-vos a vós que me escutais: amai os vossos inimigos e fazei bem aos que vos odeiam.
Abençoai os que vos amaldiçoam e rezai pelos que vos caluniam” (Lc 6, 27-28). À medida que a pessoa reza pelos inimigos começa a sentir-se liberta do remoinho que a faz girar à volta dos sentimentos negativos que só a desgastam, perturbam a sua paz e bloqueiam as suas capacidades criadoras.
As nuvens de ódio que escurecem o nosso coração só podem ser diluídas mediante um propósito firme de perdoar.
Quando comunicamos significativamente com outras pessoas, estamos a estruturar-nos como pessoas capazes de comunhão.
Pouco a pouco, e sem nós darmos por isso, as relações vão criando uma reciprocidade entre nós e os outros.
O modo como vemos o outro começa a ser também o modo como ele nos vê a nós e o modo como o outro nos trata converte-se, pouco a pouco, no modo como nós o tratamos a ele.
Todo o ser pessoal está talhado para o encontro e a reciprocidade amorosa. Por outras palavras, as pessoas conhecem-se e possuem-se na medida em que interagem com as outras.
Nas nossas relações com os outros encontramo-nos e possuímo-nos, do mesmo modo os outros, nas suas relações connosco encontram-se e possuem-se.
É também através das relações que o nosso psiquismo se estrutura e o nosso ser espiritual emerge esse robustece.
Basta pensarmos que a pessoa não é capaz de amar antes de ter sido amada. Por outras palavras, é o amor dos outros que nos capacita para amar.
Este aspecto é fundamental, pois a pessoa só se humaniza mediante o amor. Podemos dizer que as relações são, de facto, a dinâmica que faz emergir e crescer a pessoa na sua identidade fundamental.
Calmeiro Matias
DEUS E O HOMEM COMO SERES DE RELAÇÕES-III
III-DEUS COMO MISTÉRIO DE RELAÇÕES
É no facto de ser uma pessoa talhada para as relações de amor e comunhão que o homem se revela melhor como um ser criado á imagem e semelhança de Deus.
Deus é uma comunidade de amor onde as relações aparecem como fundamentais para definir a identidade de uma pessoa divina, bem como o seu jeito de interagir com as outras pessoas.
E é assim que a primeira pessoa da Santíssima Trindade se constitui como Pai. Deus Pai nunca procriou. No entanto, gerou o seu Filho Unigénito mediante uma relação de doação plena de tipo paternal.
Do mesmo modo, a segunda pessoa da Trindade Divina é Filho, não por ter sido dada à luz, mas porque numa atitude de acolhimento pleno do amor do Pai se constitui com uma identidade de Filho.
Por seu lado o Espírito Santo, com seu jeito maternal de amar age como princípio dinamizador de relações e vínculo maternal de comunhão orgânica.
A primeira pessoa divina é, na Comunhão Trinitária, o Amor a realizar-se em matiz paternal, isto é, a constituir-se pessoa como amor iniciativa e dom gratuito.
Na segunda pessoa, o Amor concretiza-se em matiz filial, o modo de a pessoa se constituir mediante o outro que se dá de modo paternal.
Na terceira pessoa, o Amor realiza-se como ponto de encontro e reciprocidade amorosa. Por outras palavras, o Espírito Santo é o amor como vínculo maternal de comunhão e convite à reciprocidade.
O Espírito Santo facilita que o Filho saboreie o Amor de Deus Pai e o Pai saboreia o amor do Filho a deixar-se ser totalmente pela vontade do Pai.
Após o mistério da Encarnação o Filho, ao entregar-se plenamente ao Pai, entrega-se também a nós, pois pelo mistério da Encarnação foi-nos o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1,12-14).
Para isso nos conduziu à plenitude da filiação divina pelo mistério da Encarnação. Por outras palavras, nesta comunhão trinitária, o Espírito Santo optimiza a interacção amorosa do Pai e do Filho.
É este o modo de o Espírito Santo realizar o seu jeito maternal de amar. O mesmo acontece em relação à incorporação do Homem na Família de Deus.
São Paulo diz que todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos de Deus Pai e irmãos do Filho de Deus (Rm 8, 14-17).
Ao acolher o dom agradecido do Filho, o Pai acolhe-nos juntamente com ele. Após a Encarnação, a Humanidade faz uma união orgânica com o Filho Eterno de Deus.
Como vemos, a natureza divina realiza-se em cada uma das três pessoas divinas de modo único, original e irrepetível.
De modo idêntico, também a natureza humana se realiza de modo único, original e irrepetível em cada pessoa humana.
É no facto de ser uma pessoa talhada para as relações de amor e comunhão que o homem se revela melhor como um ser criado á imagem e semelhança de Deus.
Deus é uma comunidade de amor onde as relações aparecem como fundamentais para definir a identidade de uma pessoa divina, bem como o seu jeito de interagir com as outras pessoas.
E é assim que a primeira pessoa da Santíssima Trindade se constitui como Pai. Deus Pai nunca procriou. No entanto, gerou o seu Filho Unigénito mediante uma relação de doação plena de tipo paternal.
Do mesmo modo, a segunda pessoa da Trindade Divina é Filho, não por ter sido dada à luz, mas porque numa atitude de acolhimento pleno do amor do Pai se constitui com uma identidade de Filho.
Por seu lado o Espírito Santo, com seu jeito maternal de amar age como princípio dinamizador de relações e vínculo maternal de comunhão orgânica.
A primeira pessoa divina é, na Comunhão Trinitária, o Amor a realizar-se em matiz paternal, isto é, a constituir-se pessoa como amor iniciativa e dom gratuito.
Na segunda pessoa, o Amor concretiza-se em matiz filial, o modo de a pessoa se constituir mediante o outro que se dá de modo paternal.
Na terceira pessoa, o Amor realiza-se como ponto de encontro e reciprocidade amorosa. Por outras palavras, o Espírito Santo é o amor como vínculo maternal de comunhão e convite à reciprocidade.
O Espírito Santo facilita que o Filho saboreie o Amor de Deus Pai e o Pai saboreia o amor do Filho a deixar-se ser totalmente pela vontade do Pai.
Após o mistério da Encarnação o Filho, ao entregar-se plenamente ao Pai, entrega-se também a nós, pois pelo mistério da Encarnação foi-nos o poder de nos tornarmos filhos de Deus (Jo 1,12-14).
Para isso nos conduziu à plenitude da filiação divina pelo mistério da Encarnação. Por outras palavras, nesta comunhão trinitária, o Espírito Santo optimiza a interacção amorosa do Pai e do Filho.
É este o modo de o Espírito Santo realizar o seu jeito maternal de amar. O mesmo acontece em relação à incorporação do Homem na Família de Deus.
São Paulo diz que todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos de Deus Pai e irmãos do Filho de Deus (Rm 8, 14-17).
Ao acolher o dom agradecido do Filho, o Pai acolhe-nos juntamente com ele. Após a Encarnação, a Humanidade faz uma união orgânica com o Filho Eterno de Deus.
Como vemos, a natureza divina realiza-se em cada uma das três pessoas divinas de modo único, original e irrepetível.
De modo idêntico, também a natureza humana se realiza de modo único, original e irrepetível em cada pessoa humana.
DEUS E O HOMEM COMO SERES DE RELAÇÕES-IV
IV-RELAÇÕES E PLENITUDE HUMANA
Como acabamos de ver, a Humanidade não existe em abstracto. Não cai das nuvens. Pelo contrário, a única Humanidade que existe emerge no concreto de cada pessoa.
Na medida que emerge através das relações de amor, a pessoa converge para a comunhão universal da Família de Deus.
É este o mistério da pessoa a emergir para a sua plenitude que é a comunhão. Por vezes as pessoas têm medo de perder a sua identidade e originalidade na comunhão.
Na verdade o que acontece é precisamente o contrário. Na verdade, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão.
Isto significa que a pessoa só se conhece e possui de modo pleno na comunhão com os outros.
O mesmo acontece com as pessoas divinas. O Homem é, na verdade uma perfeita imagem de Deus.
A pessoa que perde o tempo a olhar só para si perde o horizonte da sua verdadeira grandeza.
Podemos dizer que aquilo que uma pessoa é, só atinge a sua plenitude ao realizar aquilo para que ela é: A comunhão da Família de Deus.
Nascemos talhados para o amor. Na verdade, o amor é uma orientação dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
Na plenitude da Família de Deus, a pessoa humana relaciona-se amorosamente na medida em que viveu e se estruturou através do amor na História.
À medida que nos relacionamos em dinâmica de amor estamos a construir a nossa identidade espiritual, a qual é definitiva e eterna.
Isto quer dizer que na festa do Reino de Deus todos dançaremos o ritmo do amor, mas cada qual com o jeito que treinou enquanto viveu na História.
Não há amor sem relações. Quando dizemos que Deus é amor estamos a dizer que Deus é relações de amor e comunhão.
O amor é a qualidade máxima das relações interpessoais e comunitárias. É o amor que confere qualidade humanizante às relações humanas.
No nosso interior, o Espírito Santo inspira-nos e interpela-nos no sentido de nos humanizarmos mediante o amor, a fim de sermos divinizados.
É este o sopro divino que, no princípio, Deus insuflou nas nossas narinas como diz a Bíblia (Gn 2, 7).
É esta a intervenção especial de Deus na nossa criação. Foi o Espírito Santo que iniciou na Histórica da Humanidade o impulso da amorização, no momento em que Deus insuflou o sopro da vida no interior do barro do qual saiu Adão (Gn 2, 7).
São Paulo exprime de modo muito feliz esta acção do Espírito Santo em nós, quando diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
Como acabamos de ver, a Humanidade não existe em abstracto. Não cai das nuvens. Pelo contrário, a única Humanidade que existe emerge no concreto de cada pessoa.
Na medida que emerge através das relações de amor, a pessoa converge para a comunhão universal da Família de Deus.
É este o mistério da pessoa a emergir para a sua plenitude que é a comunhão. Por vezes as pessoas têm medo de perder a sua identidade e originalidade na comunhão.
Na verdade o que acontece é precisamente o contrário. Na verdade, a plenitude da pessoa não está em si, mas na comunhão.
Isto significa que a pessoa só se conhece e possui de modo pleno na comunhão com os outros.
O mesmo acontece com as pessoas divinas. O Homem é, na verdade uma perfeita imagem de Deus.
A pessoa que perde o tempo a olhar só para si perde o horizonte da sua verdadeira grandeza.
Podemos dizer que aquilo que uma pessoa é, só atinge a sua plenitude ao realizar aquilo para que ela é: A comunhão da Família de Deus.
Nascemos talhados para o amor. Na verdade, o amor é uma orientação dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
Na plenitude da Família de Deus, a pessoa humana relaciona-se amorosamente na medida em que viveu e se estruturou através do amor na História.
À medida que nos relacionamos em dinâmica de amor estamos a construir a nossa identidade espiritual, a qual é definitiva e eterna.
Isto quer dizer que na festa do Reino de Deus todos dançaremos o ritmo do amor, mas cada qual com o jeito que treinou enquanto viveu na História.
Não há amor sem relações. Quando dizemos que Deus é amor estamos a dizer que Deus é relações de amor e comunhão.
O amor é a qualidade máxima das relações interpessoais e comunitárias. É o amor que confere qualidade humanizante às relações humanas.
No nosso interior, o Espírito Santo inspira-nos e interpela-nos no sentido de nos humanizarmos mediante o amor, a fim de sermos divinizados.
É este o sopro divino que, no princípio, Deus insuflou nas nossas narinas como diz a Bíblia (Gn 2, 7).
É esta a intervenção especial de Deus na nossa criação. Foi o Espírito Santo que iniciou na Histórica da Humanidade o impulso da amorização, no momento em que Deus insuflou o sopro da vida no interior do barro do qual saiu Adão (Gn 2, 7).
São Paulo exprime de modo muito feliz esta acção do Espírito Santo em nós, quando diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).
Calmeiro Matias
DEUS E O HOMEM COMO SERES DE RELAÇÕES-V
V-A COMUNHÃO COMO PLENITUDE DAS RELAÇÕES
O Espírito Santo ajuda-nos a realizar o amor no seu duplo movimento e dom e acolhimento.
Mediante o dom de si, a pessoa existe para o outro (princípio ágape).
No acolhimento do amor do outro, a pessoa existe através do outro (princípio Eucarístico).
É este o jeito de Deus Pai e Deus Filho se relacionarem.
É também nesta dinâmica que nós somos incorporados na comunhão Familiar da Santíssima Trindade.
Mediante a atitude de doação, a pessoa encanta-se com a outra pelo facto de ela ser diferente. Valoriza essa diferença e entra em comunhão com ela.
Na atitude de acolhimento agradecido, a pessoa dispõe-se atingir a sua plena realização através do outro.
Isto significa que, na reciprocidade amorosa, as diferenças não são anuladas, mas optimizadas.
Na verdade a comunhão é sempre uma comunhão de diferenças.
Se assim não fosse não podíamos falar de comunhão, mas antes de fusão. Mediante a atitude de doação, a pessoa age de modo a proporcionar a plenitude do outro, dando-se.
Mediante a atitude de acolhimento e gratidão, a pessoa encontra a sua felicidade em acolher o dom da outra, aceitando viver por ela na medida em que se sente aceite tal como é.
A marcha da evolução ao dar o salto para o nível espiritual, fez que a vida se tornasse proporcional a Deus.
Com efeito, a Divindade é pessoas e a Humanidade também. Graças ao aparecimento do Homem já pode acontecer intercâmbio e comunhão entre Criador e Criação.
Com este salto de qualidade nasceu a capacidade de amar a vida atingiu densidade definitiva e imortal.
Por outras palavras, a vida imortal e eterna emerge no interior do provisório. E é assim que, no homem, a Criação torna-se proporcional ao Criador.
Os seres humanos que tomaram o amor a sério merecem uma estátua, pois edificaram o eterno e definitivo.
Podemos dizer que o sucesso histórico da humanização depende das relações de amor. Foi esta a razão pela qual Jesus Cristo nos deixou apenas um mandamento:
“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). À medida que a pessoa se vê envolvida numa atmosfera de relações de amor, a alegria brota espontânea e adquire o rosto da gratidão (princípio eucarístico).
A pessoa que se realiza mediante o amor sente-se alegre e feliz por ser quem é. A alegria atinge a sua plena identificação com o amor na medida em que a pessoa é capaz de se sentir contente com o bem que acontece aos outros.
O Espírito Santo ajuda-nos a realizar o amor no seu duplo movimento e dom e acolhimento.
Mediante o dom de si, a pessoa existe para o outro (princípio ágape).
No acolhimento do amor do outro, a pessoa existe através do outro (princípio Eucarístico).
É este o jeito de Deus Pai e Deus Filho se relacionarem.
É também nesta dinâmica que nós somos incorporados na comunhão Familiar da Santíssima Trindade.
Mediante a atitude de doação, a pessoa encanta-se com a outra pelo facto de ela ser diferente. Valoriza essa diferença e entra em comunhão com ela.
Na atitude de acolhimento agradecido, a pessoa dispõe-se atingir a sua plena realização através do outro.
Isto significa que, na reciprocidade amorosa, as diferenças não são anuladas, mas optimizadas.
Na verdade a comunhão é sempre uma comunhão de diferenças.
Se assim não fosse não podíamos falar de comunhão, mas antes de fusão. Mediante a atitude de doação, a pessoa age de modo a proporcionar a plenitude do outro, dando-se.
Mediante a atitude de acolhimento e gratidão, a pessoa encontra a sua felicidade em acolher o dom da outra, aceitando viver por ela na medida em que se sente aceite tal como é.
A marcha da evolução ao dar o salto para o nível espiritual, fez que a vida se tornasse proporcional a Deus.
Com efeito, a Divindade é pessoas e a Humanidade também. Graças ao aparecimento do Homem já pode acontecer intercâmbio e comunhão entre Criador e Criação.
Com este salto de qualidade nasceu a capacidade de amar a vida atingiu densidade definitiva e imortal.
Por outras palavras, a vida imortal e eterna emerge no interior do provisório. E é assim que, no homem, a Criação torna-se proporcional ao Criador.
Os seres humanos que tomaram o amor a sério merecem uma estátua, pois edificaram o eterno e definitivo.
Podemos dizer que o sucesso histórico da humanização depende das relações de amor. Foi esta a razão pela qual Jesus Cristo nos deixou apenas um mandamento:
“É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). À medida que a pessoa se vê envolvida numa atmosfera de relações de amor, a alegria brota espontânea e adquire o rosto da gratidão (princípio eucarístico).
A pessoa que se realiza mediante o amor sente-se alegre e feliz por ser quem é. A alegria atinge a sua plena identificação com o amor na medida em que a pessoa é capaz de se sentir contente com o bem que acontece aos outros.
Calmeiro Matias
terça-feira, 18 de novembro de 2008
JESUS CRISTO É O FILHO DO HOMEM-I
I-SENTIDO MESSIÂNICO DO TÍTULO FILHO DO HOMEM
No livro de Ezequiel Deus chama o profeta mais de noventa vezes com o título “Filho de Homem”.
Logo no começo, ao consagrá-lo para a sua missão profética, Deus chama-o como Filho do Homem:
“Filho de homem põe-te de pé que vou falar contigo. O Espírito penetrou em mim enquanto o Senhor me falava.
Ouvi, então alguém que me chamava. Disse-me: “Filho de homem, vou enviar-te aos filhos de Israel” (Ez 2, 1-2).
Esta é a primeira passagem da Bíblia em que aparece o título Filho de Homem. No contexto do livro de Ezequiel, o título não tem qualquer conotação messiânica.
A expressão significa apenas, homem, filho de Adão e pretende sublinhar a distância intransponível que existe entre o Homem e a transcendência divina.
Já não podemos dizer a mesma coisa do alcance deste título no livro do profeta Daniel.
Aqui, o título “Filho do Homem” já tem um significado messiânico.
O Filho do Homem, em Daniel, é o Messias, investido por Deus no Céu. Deus, o Ancião sentado no trono, recebe o Filho do Homem e investe-o dos poderes reais atribuídos ao Messias:
“Entre as nuvens do Céu vinha alguém como um Filho de Homem. Chegou junto ao Ancião e foi conduzido à sua presença.
Foram-lhe dadas soberania, glória e realeza. Todos os povos, todas as nações e as gentes das diversas raças e línguas o servem.
O seu império é um império eterno que não passará e jamais será destruído” (Dn 7, 13-14). Não é difícil ver como este texto está decalcado na primeira profecia messiânica da história do povo bíblico, a qual foi proferida cerca de mil anos antes de Cristo.
Trata-se da profecia dirigida a David. Eis as palavras do profeta Natã, ao rei: “Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, vou manter a tua descendência, consolidando o teu reino através de um filho teu.
Ele construirá um templo ao meu nome e eu firmarei para sempre o seu trono real. Eu serei para ele um pai e ele será um filho para mim (…).
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim e o teu trono permanecerá firme para sempre” (2 Sam 7, 12-16).
A visão do Filho do Homem de Daniel tem como pano de fundo esta profecia que é a matriz da esperança messiânica do povo bíblico.
No livro de Ezequiel Deus chama o profeta mais de noventa vezes com o título “Filho de Homem”.
Logo no começo, ao consagrá-lo para a sua missão profética, Deus chama-o como Filho do Homem:
“Filho de homem põe-te de pé que vou falar contigo. O Espírito penetrou em mim enquanto o Senhor me falava.
Ouvi, então alguém que me chamava. Disse-me: “Filho de homem, vou enviar-te aos filhos de Israel” (Ez 2, 1-2).
Esta é a primeira passagem da Bíblia em que aparece o título Filho de Homem. No contexto do livro de Ezequiel, o título não tem qualquer conotação messiânica.
A expressão significa apenas, homem, filho de Adão e pretende sublinhar a distância intransponível que existe entre o Homem e a transcendência divina.
Já não podemos dizer a mesma coisa do alcance deste título no livro do profeta Daniel.
Aqui, o título “Filho do Homem” já tem um significado messiânico.
O Filho do Homem, em Daniel, é o Messias, investido por Deus no Céu. Deus, o Ancião sentado no trono, recebe o Filho do Homem e investe-o dos poderes reais atribuídos ao Messias:
“Entre as nuvens do Céu vinha alguém como um Filho de Homem. Chegou junto ao Ancião e foi conduzido à sua presença.
Foram-lhe dadas soberania, glória e realeza. Todos os povos, todas as nações e as gentes das diversas raças e línguas o servem.
O seu império é um império eterno que não passará e jamais será destruído” (Dn 7, 13-14). Não é difícil ver como este texto está decalcado na primeira profecia messiânica da história do povo bíblico, a qual foi proferida cerca de mil anos antes de Cristo.
Trata-se da profecia dirigida a David. Eis as palavras do profeta Natã, ao rei: “Quando chegar o fim dos teus dias e repousares com teus pais, vou manter a tua descendência, consolidando o teu reino através de um filho teu.
Ele construirá um templo ao meu nome e eu firmarei para sempre o seu trono real. Eu serei para ele um pai e ele será um filho para mim (…).
A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim e o teu trono permanecerá firme para sempre” (2 Sam 7, 12-16).
A visão do Filho do Homem de Daniel tem como pano de fundo esta profecia que é a matriz da esperança messiânica do povo bíblico.
Calmeiro Matias
JESUS CRISTO É O FILHO DO HOMEM-II
II-O FILHO DO HOMEM E A ESPERANÇA LIBERTADORA
No conjunto das profecias bíblicas sobre o Messias, a profecia do Filho do Homem é a última. Embora o autor do Livro de Daniel apresente os seus oráculos como estando a ser pronunciados em Babilónia, no tempo do Exílio, na verdade estamos num outro contexto de grande sofrimento para o povo: a tirania dos reis selêucidas em Jerusalém.
Estamos nos finais do século segundo antes de Cristo. Os judeus estão a ser martirizado pelos descendentes de Alexandre Magno, os quais queriam impor-lhes a religião e os costumes pagãos.
A profecia do Filho do Homem é um texto de carácter apocalíptico, a linguagem própria dos momentos de grande perseguição.
Nesta profecia o nome de Filho de David é substituído pelo nome de Filho do Homem, a fim de não ser mais um motivo de perseguição.
Além disso, o Filho do Homem recebe o seu poder directamente de Deus, no Céu. Por outras palavras, o Filho do Homem não é sagrado no templo como tinham sido os outros filhos de David.
Neste momento o templo não é um lugar sagrado, pois foi profanado pelos selêucidas que colocaram lá os seus ídolos.
Agora podemos compreender melhor como o título de Filho do Homem aplicado a Jesus pressupunha, da parte dos discípulos, a experiência da ressurreição.
As profecias messiânicas diziam que o Messias devia subir ao trono e tornar-se o rei dos reis vizinhos.
Mas isto não aconteceu com Jesus. Para os judeus isto era a prova de que Jesus não era o Messias.
É verdade que os judeus mataram Jesus, dizem os discípulos, mas Deus ressuscitou, e sentou-o num trono à sua direita (Rm 1, 3-5).
Aplicando a Jesus o título de Filho do Homem, os discípulos estão a dizer aos judeus que Jesus é o rei messiânico anunciado pelos profetas.
Deus ressuscitou-o e sentou-o à sua direita concedendo-lhe a soberania e o poder messiânicos do rei messiânico.
Eis as palavras do Livro dos Actos dos Apóstolos:“Saiba toda a casa de Israel com absoluta certeza que Deus estabeleceu como Senhor e Messias a esse Jesus por vós crucificado” (Act 2, 36).
No conjunto das profecias bíblicas sobre o Messias, a profecia do Filho do Homem é a última. Embora o autor do Livro de Daniel apresente os seus oráculos como estando a ser pronunciados em Babilónia, no tempo do Exílio, na verdade estamos num outro contexto de grande sofrimento para o povo: a tirania dos reis selêucidas em Jerusalém.
Estamos nos finais do século segundo antes de Cristo. Os judeus estão a ser martirizado pelos descendentes de Alexandre Magno, os quais queriam impor-lhes a religião e os costumes pagãos.
A profecia do Filho do Homem é um texto de carácter apocalíptico, a linguagem própria dos momentos de grande perseguição.
Nesta profecia o nome de Filho de David é substituído pelo nome de Filho do Homem, a fim de não ser mais um motivo de perseguição.
Além disso, o Filho do Homem recebe o seu poder directamente de Deus, no Céu. Por outras palavras, o Filho do Homem não é sagrado no templo como tinham sido os outros filhos de David.
Neste momento o templo não é um lugar sagrado, pois foi profanado pelos selêucidas que colocaram lá os seus ídolos.
Agora podemos compreender melhor como o título de Filho do Homem aplicado a Jesus pressupunha, da parte dos discípulos, a experiência da ressurreição.
As profecias messiânicas diziam que o Messias devia subir ao trono e tornar-se o rei dos reis vizinhos.
Mas isto não aconteceu com Jesus. Para os judeus isto era a prova de que Jesus não era o Messias.
É verdade que os judeus mataram Jesus, dizem os discípulos, mas Deus ressuscitou, e sentou-o num trono à sua direita (Rm 1, 3-5).
Aplicando a Jesus o título de Filho do Homem, os discípulos estão a dizer aos judeus que Jesus é o rei messiânico anunciado pelos profetas.
Deus ressuscitou-o e sentou-o à sua direita concedendo-lhe a soberania e o poder messiânicos do rei messiânico.
Eis as palavras do Livro dos Actos dos Apóstolos:“Saiba toda a casa de Israel com absoluta certeza que Deus estabeleceu como Senhor e Messias a esse Jesus por vós crucificado” (Act 2, 36).
Calmeiro Matias
JESUS CRISTO É O FILHO DO HOMEM-III
III-JESUS E O TÍTULO FILHO DO HOMEM
Não sabemos se o Jesus histórico se apelidou alguma vez de Filho do Homem. Na verdade este título só tem o seu pleno significado após a ressurreição de Jesus.
Mas podemos dizer que no caso de o Jesus histórico se ter designado a si mesmo como Filho do Homem, ele estava a fazer referência ao seu poder messiânico após a sua ressurreição.
Entre os títulos atribuídos pelo Novo Testamento a Jesus, o mais usado é o “Filho do Homem”.
Aparece nos evangelhos mais de oitocentas vezes! O título Filho de Deus é capaz de aparecer umas trezentas vezes.
O título Filho do Homem ganha peso sobretudo após a Páscoa, pois é o que melhor se adapta para dizer que Jesus é Messias entronizado no Céu.
Eis o que diz a Carta aos Romanos: “Acerca do Filho de Deus, nascido da descendência de David segundo a carne, constituído Filho de Deus (rei entronizado) em todo o seu poder, pelo Espírito Santo, no momento da sua ressurreição de entre os mortos” (Rm 1, 3-5).
Deus ressuscitou-o e entronizou-o no Céu, diz o Livro dos Actos dos Apóstolos (Act 2, 22-24).
Jesus foi investido no seu poder real na presença de Deus, tal como anunciou o profeta Daniel (cf. Dan 7, 14).
Não sabemos se o Jesus histórico se apelidou alguma vez de Filho do Homem. Na verdade este título só tem o seu pleno significado após a ressurreição de Jesus.
Mas podemos dizer que no caso de o Jesus histórico se ter designado a si mesmo como Filho do Homem, ele estava a fazer referência ao seu poder messiânico após a sua ressurreição.
Entre os títulos atribuídos pelo Novo Testamento a Jesus, o mais usado é o “Filho do Homem”.
Aparece nos evangelhos mais de oitocentas vezes! O título Filho de Deus é capaz de aparecer umas trezentas vezes.
O título Filho do Homem ganha peso sobretudo após a Páscoa, pois é o que melhor se adapta para dizer que Jesus é Messias entronizado no Céu.
Eis o que diz a Carta aos Romanos: “Acerca do Filho de Deus, nascido da descendência de David segundo a carne, constituído Filho de Deus (rei entronizado) em todo o seu poder, pelo Espírito Santo, no momento da sua ressurreição de entre os mortos” (Rm 1, 3-5).
Deus ressuscitou-o e entronizou-o no Céu, diz o Livro dos Actos dos Apóstolos (Act 2, 22-24).
Jesus foi investido no seu poder real na presença de Deus, tal como anunciou o profeta Daniel (cf. Dan 7, 14).
Calmeiro Matias
JESUS CRISTO É O FILHO DO HOMEM-IV
IV-OS DISCÍPULOS E O TÍTULO FILHO DO HOMEM
Após a Páscoa, os discípulos ao falarem do Jesus histórico vão atribuir-lhe muitas características próprias do Filho do Homem entronizado no Céu.
Graças ao rei messiânico entronizado no Céu, diz a profecia de Daniel, Deus vai suscitar o reino dos santos, isto é, o resto fiel:
“Os santos do Altíssimo são os que hão-de receber a realeza e guardá-la por toda a eternidade” (Dn 7, 18).
Para a mentalidade bíblica, o rei e o povo fazem um todo orgânico. Eis a razão pela qual o texto passa da figura singular do Filho do Homem, para a figura colectiva dos eleitos constituído pelo resto fiel.
O título Filho do Homem, tal como aparece em Daniel, sugere que o Messias é mais que um simples homem.
Ele é o escolhido por Deus para realizar a salvação da Humanidade: De agora em diante, o Filho do Homem estará sentado à direita do Todo-poderoso, diz o evangelho de São Lucas (Lc 22, 69).
O Filho do Homem tem poder para perdoar os pecados diz o evangelho de São Mateus (cf. Mt 9, 6).
Ele é o Senhor até do Sábado, o dia que Deus tinha consagrado para o repouso (Mt 12, 8). Como sabemos, o dever de guardar o Sábado era indiscutível para qualquer judeu.
A obrigação de guardar o sábado era um ponto central no conjunto dos mandamentos escritos por Moisés.
As atitudes de Jesus face ao Sábado indicam que o Filho do Homem é superior a Moisés
É no momento da sua ressurreição que Jesus atinge a plenitude do seu poder de Filho do Homem, isto é, Messias entronizado no Céu (Act 3, 19-21).
Após a Páscoa, os discípulos ao falarem do Jesus histórico vão atribuir-lhe muitas características próprias do Filho do Homem entronizado no Céu.
Graças ao rei messiânico entronizado no Céu, diz a profecia de Daniel, Deus vai suscitar o reino dos santos, isto é, o resto fiel:
“Os santos do Altíssimo são os que hão-de receber a realeza e guardá-la por toda a eternidade” (Dn 7, 18).
Para a mentalidade bíblica, o rei e o povo fazem um todo orgânico. Eis a razão pela qual o texto passa da figura singular do Filho do Homem, para a figura colectiva dos eleitos constituído pelo resto fiel.
O título Filho do Homem, tal como aparece em Daniel, sugere que o Messias é mais que um simples homem.
Ele é o escolhido por Deus para realizar a salvação da Humanidade: De agora em diante, o Filho do Homem estará sentado à direita do Todo-poderoso, diz o evangelho de São Lucas (Lc 22, 69).
O Filho do Homem tem poder para perdoar os pecados diz o evangelho de São Mateus (cf. Mt 9, 6).
Ele é o Senhor até do Sábado, o dia que Deus tinha consagrado para o repouso (Mt 12, 8). Como sabemos, o dever de guardar o Sábado era indiscutível para qualquer judeu.
A obrigação de guardar o sábado era um ponto central no conjunto dos mandamentos escritos por Moisés.
As atitudes de Jesus face ao Sábado indicam que o Filho do Homem é superior a Moisés
É no momento da sua ressurreição que Jesus atinge a plenitude do seu poder de Filho do Homem, isto é, Messias entronizado no Céu (Act 3, 19-21).
Calmeiro Matias
JESUS CRISTO É O FILHO DO HOMEM-V
V-OS EVANGELHOS E A MISSÃO DO FILHO DO HOMEM
O Filho do Homem está entronizado no Céu. No dia decidido por Deus, ele vai voltar para instaurar um Reino da justiça.
Ele vai vir, diz São Mateus, envolto na glória de seu Pai, com os anjos e, então, retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta (Mt 16, 27).
A vinda do Filho do Homem será como o relâmpago que sai do Oriente e brilha até ao Ocidente (Mt 24, 27).
A Salvação que Deus concede à Humanidade através do Filho do Homem é universal, isto é, destina-se a todos os seres humanos, diz São Mateus:
“Então aparecerá o sinal do Filho do Homem no Céu. Todas as tribos da terra baterão no peito e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do Céu com grande poder e glória” (Mt 24, 30).
No momento do seu martírio, Estêvão disse: “Vejo o Céu aberto e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus” (Act 7, 56).
No evangelho de São João, o Filho do Homem adquire as características de um ser divino e preexistente.
Ele é o Filho Eterno, Deus com o Pai e o Espírito Santo: “Ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem” (Jo 3, 13).
O Pai deu ao Filho o poder de julgar, pois Ele é o Filho do Homem (Jo 5, 27). Este texto de São João tem subjacente a visão de Daniel, segundo a qual o Filho do Homem é investido no Céu com poder e Glória, a fim de julgar todos os povos (cf. Dn 7, 13).
Os evangelhos são unânimes em declarar Jesus como o Filho do Homem, isto é, o rei messiânico entronizado no Céu.
Associada a esta noção está também a ideia de que vai vir como rei para criar o Reino dos Eleitos de Deus.
No dia da sua vinda, dizem os evangelhos, todos os homens o verão chegar sobre uma nuvem (Lc 21, 27; Mc 14, 62; Mt 26, 64).
A nuvem na Bíblia é o sinal que acompanhava as manifestações de Deus. Com o evangelho de São João, o título de Filho do Homem adquire uma profundidade inultrapassável: o Filho do Homem é o Filho de Deus preexistente.
O Filho do Homem está entronizado no Céu. No dia decidido por Deus, ele vai voltar para instaurar um Reino da justiça.
Ele vai vir, diz São Mateus, envolto na glória de seu Pai, com os anjos e, então, retribuirá a cada um de acordo com a sua conduta (Mt 16, 27).
A vinda do Filho do Homem será como o relâmpago que sai do Oriente e brilha até ao Ocidente (Mt 24, 27).
A Salvação que Deus concede à Humanidade através do Filho do Homem é universal, isto é, destina-se a todos os seres humanos, diz São Mateus:
“Então aparecerá o sinal do Filho do Homem no Céu. Todas as tribos da terra baterão no peito e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do Céu com grande poder e glória” (Mt 24, 30).
No momento do seu martírio, Estêvão disse: “Vejo o Céu aberto e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus” (Act 7, 56).
No evangelho de São João, o Filho do Homem adquire as características de um ser divino e preexistente.
Ele é o Filho Eterno, Deus com o Pai e o Espírito Santo: “Ninguém subiu ao Céu a não ser aquele que desceu do Céu, o Filho do Homem” (Jo 3, 13).
O Pai deu ao Filho o poder de julgar, pois Ele é o Filho do Homem (Jo 5, 27). Este texto de São João tem subjacente a visão de Daniel, segundo a qual o Filho do Homem é investido no Céu com poder e Glória, a fim de julgar todos os povos (cf. Dn 7, 13).
Os evangelhos são unânimes em declarar Jesus como o Filho do Homem, isto é, o rei messiânico entronizado no Céu.
Associada a esta noção está também a ideia de que vai vir como rei para criar o Reino dos Eleitos de Deus.
No dia da sua vinda, dizem os evangelhos, todos os homens o verão chegar sobre uma nuvem (Lc 21, 27; Mc 14, 62; Mt 26, 64).
A nuvem na Bíblia é o sinal que acompanhava as manifestações de Deus. Com o evangelho de São João, o título de Filho do Homem adquire uma profundidade inultrapassável: o Filho do Homem é o Filho de Deus preexistente.
Calmeiro Matias
sábado, 1 de novembro de 2008
MARIA E A VOZ PROFÉTICA DO MAGNIFICAT-I
I-O MAGNIFICAT COMO CÂNTICO BÍBLICO
O Cântico do Magnificat tem a beleza e a força profética dos grandes cânticos bíblicos. Ao elaborar este grito profético em nome de Maria, São Lucas teve a intenção de colocar Maria entre os grandes personagens da História da Salvação.
A confirmação desta verdade é posta por São Lucas na boca da sua prima Santa Isabel. Por outras palavras, ao colocar na boca de Maria o canto do Magnificat, São Lucas está a querer dizer que Maria é uma mulher privilegiada no conjunto de todas as mulheres:
“Então, erguendo a voz, Isabel exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio.
Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor” (Lc 1, 42-45).
São Lucas inspirou-se nos grandes cantos do Antigo Testamento, especialmente no cântico de Ana, a mãe do profeta Samuel (cf. 1 Sam 2, 1-10).
São Lucas, ao elaborar o canto do Magnificat tem como pano de fundo a história de Jesus e, sobretudo a experiência da sua ressurreição.
Por outras palavras, o Magnificat é uma confirmação da força profética e libertadora da missão messiânica de Jesus.
Além disso é a proclamação de que em Jesus Cristo se realizaram todas as profecias. São Lucas confirma esta sua intenção no seu evangelho quando põe na boca de Jesus ressuscitado a garantia de que, em si, se realizaram toda as profecias messiânicas:
“Jesus disse-lhes, então: “Ó homens lentos de espírito e faltos de inteligência, para acreditar em tudo quanto os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de passar por estas coisas para entrar na sua glória? E, começando por Moisés e seguindo por todos os profetas explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito” (Lc 24, 25-27).
O Cântico do Magnificat tem a beleza e a força profética dos grandes cânticos bíblicos. Ao elaborar este grito profético em nome de Maria, São Lucas teve a intenção de colocar Maria entre os grandes personagens da História da Salvação.
A confirmação desta verdade é posta por São Lucas na boca da sua prima Santa Isabel. Por outras palavras, ao colocar na boca de Maria o canto do Magnificat, São Lucas está a querer dizer que Maria é uma mulher privilegiada no conjunto de todas as mulheres:
“Então, erguendo a voz, Isabel exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.
E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor? Logo que chegou aos meus ouvidos a tua saudação, o menino saltou de alegria no meu seio.
Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor” (Lc 1, 42-45).
São Lucas inspirou-se nos grandes cantos do Antigo Testamento, especialmente no cântico de Ana, a mãe do profeta Samuel (cf. 1 Sam 2, 1-10).
São Lucas, ao elaborar o canto do Magnificat tem como pano de fundo a história de Jesus e, sobretudo a experiência da sua ressurreição.
Por outras palavras, o Magnificat é uma confirmação da força profética e libertadora da missão messiânica de Jesus.
Além disso é a proclamação de que em Jesus Cristo se realizaram todas as profecias. São Lucas confirma esta sua intenção no seu evangelho quando põe na boca de Jesus ressuscitado a garantia de que, em si, se realizaram toda as profecias messiânicas:
“Jesus disse-lhes, então: “Ó homens lentos de espírito e faltos de inteligência, para acreditar em tudo quanto os profetas anunciaram!
Não tinha o Messias de passar por estas coisas para entrar na sua glória? E, começando por Moisés e seguindo por todos os profetas explicou-lhes, em todas as Escrituras, tudo o que lhe dizia respeito” (Lc 24, 25-27).
Calmeiro Matias
MARIA E A VOZ PROFÉTICA DO MAGNIFICAT-II
II-O ROSTO DE MARIA NO MAGNIFICAT
No Magnificat, São Lucas mostra-nos Maria como uma mulher em construção como as demais.
O tema central do Magnificat é o acontecimento salvador de Jesus Cristo e a fidelidade de Deus.
Em Jesus de Nazaré Deus realizou não só as antigas profecias como também as promessas feitas aos patriarcas:
“Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre” (Lc 1, 54-55).
São Lucas apresenta Maria como uma mulher simples, crente e fiel à vontade de Deus. Estas qualidades fizeram de Maria uma mulher com as melhores condições para ser a mãe do Messias.
Com seu jeito maternal de amar, O Espírito Santo prepara o coração maternal de Maria, a fim de ela amar o Filho de Deus com um jeito divino.
Por outras palavras, o Espírito Santo optimiza o amor maternal de Maria, a fim de esta amar Jesus Cristo com o jeito do próprio Deus.
Maria foi eleita pelo Espírito Santo para ser colaboradora de Deus na concepção, nascimento e acompanhamento maternal do Messias salvador.
São Lucas é muito realista no modo como apresenta Maria. A mãe de Jesus não é apresentada como se fosse uma deusa.
Maria teve de crescer na compreensão do mistério de Jesus Cristo. A própria Maria se chama a humilde serva do Senhor.
Calmeiro Matias
MARIA E A VOZ PROFÉTICA DO MAGNIFICAT-III
III-A FIDELIDADE DE MARIA
Ao dar-se conta da grandeza da missão que Deus lhe confiava, Maria sentiu-se. Mas depois apercebeu-se de que Deus lhe confiou esta missão, não por que ela seja uma pessoa importante, mas porque o Senhor se dignou olhar para a humilde condição da sua serva:
“Deus pôs os olhos na humildade da sua serva” (Lc 1, 48). Ao mesmo tempo, São Lucas apresenta Maria como uma mulher sensata, contemplativa e modesta.
Maria medita em tudo o que vai descobrindo, meditando-o no seu coração e não faz alarde dos privilégios que Deus lhe concede.
Através da meditação, ela vai compreendendo o mistério que envolve o seu filho meditando e contemplando as maravilhas de Deus.
Maria tem consciência de que a missão que Deus lhe pede tem como centro o seu Filho. Segundo São Lucas, Maria compreende que as prerrogativas que Deus lhe concede, estão em função da missão messiânica do seu Filho.
Eis a razão pela qual ela só foi descobrindo de modo gradual o mistério que habitava o coração do seu Filho.
Isto quer dizer que o plano de Deus não era evidente para Maria logo à partida.
Ao dar-se conta da grandeza da missão que Deus lhe confiava, Maria sentiu-se. Mas depois apercebeu-se de que Deus lhe confiou esta missão, não por que ela seja uma pessoa importante, mas porque o Senhor se dignou olhar para a humilde condição da sua serva:
“Deus pôs os olhos na humildade da sua serva” (Lc 1, 48). Ao mesmo tempo, São Lucas apresenta Maria como uma mulher sensata, contemplativa e modesta.
Maria medita em tudo o que vai descobrindo, meditando-o no seu coração e não faz alarde dos privilégios que Deus lhe concede.
Através da meditação, ela vai compreendendo o mistério que envolve o seu filho meditando e contemplando as maravilhas de Deus.
Maria tem consciência de que a missão que Deus lhe pede tem como centro o seu Filho. Segundo São Lucas, Maria compreende que as prerrogativas que Deus lhe concede, estão em função da missão messiânica do seu Filho.
Eis a razão pela qual ela só foi descobrindo de modo gradual o mistério que habitava o coração do seu Filho.
Isto quer dizer que o plano de Deus não era evidente para Maria logo à partida.
Calmeiro Matias
MARIA E A VOZ PROFÉTICA DO MAGNIFICAT-IV
IV-MARIA FOI DESCOBRINDO O PLANO DE DEUS
Na verdade, a compreensão plena do mistério de Cristo só foi claro para Maria após a experiência pascal.
Perante a grandeza dos planos de Deus, Maria limitava-se a guardar e meditar todas essas maravilhas no seu coração diz São Lucas:
“Jesus respondeu-lhes: “por que me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?”
Mas os seus pais não compreenderam as palavras que ele lhes disse. Depois desceu com eles, voltando para Nazaré, e era-lhes submisso.
Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2, 49-51; cf. 2,19). A beleza, a inspiração e a garra profética do Magnificat é indiscutível. É significativo o facto de São Lucas o elaborar para pôr na boca de Maria.
Procedendo assim, ele sublinha não só a importância do papel maternal de Maria, mas também as suas qualidades para ser a grande mediação do Espírito Santo para o acontecimento messiânico.
Zacarias, o pai de João Baptista, não teve fé. Por isso ficou mudo até ao nascimento de seu filho:
“Eus sou Gabriel, aquele que está diante de Deus e fui enviado para te falar e te anunciar esta Boa Nova.
Vais ficar mudo, sem poder falar, até ao dia em que tudo isto acontecer, por não teres acreditado nas minhas palavras, que se cumprirão na altura própria” (Lc 1, 19-20).
Maria, pelo contrário, acredita, apesar de não compreender o alcance do que lhe está a ser pedido.
São Lucas sublinha expressamente que Maria, ao contrário de Zacarias, é possuidora de uma grande fé:
“Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor” (Lc 1, 45).
Além de crente, sugere São Lucas, Maria é dócil ao plano que Deus sonhou para si: “Maria disse, então: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).
Temos de reconhecer que o Magnificat é um canto messiânico. Tem a força profética das palavras, atitudes e denúncias de Jesus.
Na verdade, a pregação e as atitudes públicas de Jesus, são a expressão de uma vida marcadamente profética.
Na verdade, a compreensão plena do mistério de Cristo só foi claro para Maria após a experiência pascal.
Perante a grandeza dos planos de Deus, Maria limitava-se a guardar e meditar todas essas maravilhas no seu coração diz São Lucas:
“Jesus respondeu-lhes: “por que me procuráveis? Não sabíeis que devia estar em casa de meu Pai?”
Mas os seus pais não compreenderam as palavras que ele lhes disse. Depois desceu com eles, voltando para Nazaré, e era-lhes submisso.
Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2, 49-51; cf. 2,19). A beleza, a inspiração e a garra profética do Magnificat é indiscutível. É significativo o facto de São Lucas o elaborar para pôr na boca de Maria.
Procedendo assim, ele sublinha não só a importância do papel maternal de Maria, mas também as suas qualidades para ser a grande mediação do Espírito Santo para o acontecimento messiânico.
Zacarias, o pai de João Baptista, não teve fé. Por isso ficou mudo até ao nascimento de seu filho:
“Eus sou Gabriel, aquele que está diante de Deus e fui enviado para te falar e te anunciar esta Boa Nova.
Vais ficar mudo, sem poder falar, até ao dia em que tudo isto acontecer, por não teres acreditado nas minhas palavras, que se cumprirão na altura própria” (Lc 1, 19-20).
Maria, pelo contrário, acredita, apesar de não compreender o alcance do que lhe está a ser pedido.
São Lucas sublinha expressamente que Maria, ao contrário de Zacarias, é possuidora de uma grande fé:
“Feliz de ti que acreditaste, porque se vai cumprir tudo o que te foi dito da parte do Senhor” (Lc 1, 45).
Além de crente, sugere São Lucas, Maria é dócil ao plano que Deus sonhou para si: “Maria disse, então: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).
Temos de reconhecer que o Magnificat é um canto messiânico. Tem a força profética das palavras, atitudes e denúncias de Jesus.
Na verdade, a pregação e as atitudes públicas de Jesus, são a expressão de uma vida marcadamente profética.
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