quarta-feira, 20 de maio de 2009

O ROSTO AMOROSO DO ESPÍRITO SANTO-II

II-ESPÍRITO SANTO E LIBERDADE

O amor faz emergir o novo e o diferente, conferindo às pessoas novos horizontes para a vida e capacitando-as para melhorarmos a marcha da história humana.

O pecado, isto é, as recusas de amor, nunca tornam as pessoas livres. Eis o que Jesus diz no evangelho de São João:

“Se permanecerdes na minha palavra sereis meus discípulos, conhecendo a verdade e a verdade vos libertará (…).

Quem comete o pecado é escravo (…). Se o Filho de Deus vos libertar, sereis realmente livres” (Jo 8, 31-36).

Na Carta aos Romanos, São Paulo vai neste mesmo sentido quando afirma: “O Espírito Santo é o Espírito da Vida Nova em Cristo Jesus. É ele que nos liberta da lei do pecado e da morte” (Rm 8, 2).

Eis uma outra afirmação de São Paulo que nos ensina de modo muito bonito a acção libertadora do Espírito Santo no nosso coração:

“Cristo ressuscitado é um ser espiritual. Onde está o Espírito Santo, isto é, o Espírito do Senhor ressuscitado, aí está a liberdade” (2 Cor 3, 17).

No íntimo da comunhão trinitária, o Espírito Santo anima a comunhão que existe entre Deus Pai e seu Filho Eterno.

Quando entre os seres humanos acontece uma relação de fraternidade e comunhão, o Espírito Santo está presente optimizando essas relações de fraternidade.

Assim como Deus Pai ama com um jeito paternal, o Espírito Santo tem um jeito maternal de amar.

Por habitar nas coordenadas da universalidade, o Espírito Santo tem a possibilidade de realizar uma presença de amor universal no coração dos seres humanos.

Sempre que uma pessoa decide amar os irmãos, facilitando a sua realização e felicidade, esta pessoa está a ser mediação do amor maternal do Espírito Santo.

Isto quer dizer que os gestos de amor encontram no Espírito Santo a sua raiz mais profunda.

Sem a presença inspiradora do Espírito Santo no coração dos crentes, as Sagradas Escrituras não passariam de letra morta.

Eis o que São Paulo diz a este propósito: “A letra mata, mas o Espírito Santo dá vida (2 Cor 3, 6).

É o Espírito Santo que vivifica as relações das comunidades cristãs, unindo as pessoas numa comunhão orgânica, formando o Corpo de Cristo como diz São Paulo (1 Cor 12, 13; 12, 27).

Foi o Espírito Santo quem ressuscitou Jesus. É também ele quem nos ressuscita a nós, diz São Paulo:

“E se o Espírito Santo que ressuscitou Jesus está em vós, também ele fará que os vossos corpos mortos vivam, após a morte, por meio deste mesmo Espírito que vive em vós” (Rm 8, 11).

Graças ao Espírito santo somos assumidos na comunhão Trinitária como filhos em relação a Deus Pai e irmãos em relação a Deus Filho.

É o Espírito Santo quem une e dinamiza o enxerto do divino no humano em Jesus Cristo.
Por outras palavras, o Espírito santo está no centro do mistério da Encarnação.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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