E se virdes o filho do Homem subir para onde estava antes?” (Jo 6, 62). Com o evangelho de São João o título de Filho do Homem adquire a sua profundidade máxima: O Filho do Homem é o Filho preexistente de Deus.
É eterno como o Pai e é Deus com ele e o Espírito Santo. Visto a esta nova luz, o Filho do Homem torna-se o Filho de Deus encarnado:
“O Verbo era Luz verdadeira que, ao vir ao mundo, ilumina todos os homens. Ele estava no mundo e o mundo veio à existência por ele.
Mas o mundo não o reconheceu. Veio ao que era seu e os seus não o receberam. Mas aos que o receberam, a todos os que nele crêem deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram dos laços do sangue, nem do impulso da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.
E o Verbo encarnou e habitou no meio de nós. Nós contemplámos a sua glória, glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de Graça e de Verdade” (Jo 1, 9-14).
O Filho do Homem preexistente revela-nos as duas faces do mistério de Cristo: a face humana e a face divina.
A dimensão divina e a humana interagem de modo perfeito, formando uma união orgânica de grandeza humano-divina animada pelo Espírito Santo.
Em Jesus Cristo o humano não diminui o divino e o divino não anula o humano. Por outras palavras, em Jesus Cristo, a natureza humana, tal como a divina, realizam-se de modo perfeito em Cristo.
Deus é apenas um, apesar das pessoas do Pai e do Filho serem distintas, inconfundíveis e formarem uma unidade orgânica no Espírito Santo.
Do mesmo modo, Cristo é apenas um, apesar da sua grandeza humano-divina. Trata-se de uma unidade orgânica, isto é, relacional e interactiva animada pelo Espírito Santo.
O Pai e o Filho fazem Um, diz o evangelho de São João (Jo 10, 30).
Calmeiro Matias
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