quarta-feira, 6 de maio de 2009

JESUS CRISTO COMO FILHO DO HOMEM-II

II-JESUS RESSUSCITADO COMO FILHO DO HOMEM

O título de Filho do Homem aplicado a Jesus pressupunha, da parte dos discípulos, a experiência da ressurreição.

Se Jesus utilizou este título para falar da sua missão messiânica não há qualquer dúvida de que ele tinha consciência de que a plenitude da sua missão messiânica iria acontecer após a ressurreição.

Eis o que diz São Paulo: “Acerca do Filho de Deus, nascido da descendência de David segundo a carne, constituído filho de Deus em todo o seu poder (entronizado), pelo Espírito que Santifica, pela ressurreição de entre os mortos, Jesus Cristo, Senhor Nosso” (Rm 1, 3-4).

Entre os títulos atribuídos pelo Novo Testamento a Jesus, o mais usado é o “Filho do Homem”. Aparece nos evangelhos mais de oitenta vezes.

Este título adaptava-se perfeitamente para falar de Jesus como rei messiânico, entronizado no Céu pela sua ressurreição:

“Acerca do Filho de Deus, nascido da descendência de David segundo a carne, constituído Filho de Deus (rei entronizado) em todo o seu poder, pelo Espírito Santo, no momento da sua ressurreição de entre os mortos” (Rm 1, 3-5).

De acordo com a esperança messiânica, Jesus devia subir ao trono na terra. Mas como os judeus o mataram, Deus ressuscitou-o e entronizou-o no Céu (Act 2, 22-24).

Então, os discípulos vêem na ressurreição de Jesus a realização da profecia de Daniel em Jesus:

Uma vez ressuscitado, Jesus, investido no seu poder real na presença de Deus (Dan 7, 14). Após a Páscoa, os evangelistas aplicam ao Jesus histórico, vão atribuir-lhe muitas características próprias do Filho do Homem entronizado no Céu.

É muito provável que o título tenha sido usado pelo próprio Jesus. De facto, todas as fontes evangélicas dizem que Jesus utilizava este título quando falava de si.

Se assim é, então Jesus tinha consciência de que a plenitude da sua missão messiânica aconteceria após a sua Ressurreição. Ele é, na verdade, o rei messiânico entronizado no Céu, como proclamou o profeta Daniel.

Para a mentalidade bíblica, o rei e o povo fazem um todo orgânico. É por esta razão que o texto passa da figura singular do Filho do Homem, para a figura colectiva do povo:

“Os santos do Altíssimo são os que hão-de receber a realeza e guardá-la por toda a eternidade” (Dan 7, 18).

Em Comunhão convosco
Calmeiro Matias

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