Ao enviar os Apóstolos, Jesus comunicou-lhes a força do Espírito Santo, capacitando-os para realizar todas aquelas maravilhas.
As pessoas que se foram juntando aos discípulos acabaram por formar uma multidão enorme.
Jesus olhou com amor para aquelas pessoas e sentiu pena de as ver tão cansadas.
Jesus compreendeu muito bem que muitas daquelas pessoas viviam oprimidas pelo peso de uma vida difícil.
Os sacerdotes do templo preocupavam-se apenas com o dinheiro que ganhavam com os cultos.
Esta gente, pensou Jesus precisam de um guia que as ajude a caminhar para a liberdade. Comovido com a situação que estava a observar, Jesus disse: “Parecem ovelhas sem pastor!”
Depois de ter dito isto, subiu para uma pequena colina, e saudou aquelas pessoas dizendo-lhes:
Estou aqui para vos dizer que Deus gosta muito de vós.
Com um carinho muito especial, Deus preparou um plano de salvação para vós. Depois acrescentou: “Foi por esta razão que o Pai do Céu me enviou para realizar este plano”.
Os discípulos começavam a ficar nervosos, pois era tarde e as pessoas não tinham de comer.
Então um dos apóstolos aproximou-se de Jesus e disse-lhe: manda as pessoas embora, pois estão cheias de fome e aqui não lhes podemos dar de comer.
Apesar das maravilhas que tinham visto, os discípulos ainda não compreendiam bem quem era Jesus.
Foi então que Jesus disse a Filipe: “Dai de comer a estas pessoas”. Filipe assustou-se e disse: “nós?”.
Depois continuou: “Como podemos nós alimentar esta multidão? Está ali um jovem com cinto pães e dois peixes, mas que é isso para tanta gente?”
Jesus disse a André, irmão de Pedro: “diz ao jovem que traga aqui os cinco pães e os dois peixes”.
O jovem aproximou-se. Jesus olhou-o com amizade, sorriu-lhe, e pondo a mão sobre o seu ombro disse: “estás disposto a partilhar a tua merenda, a fim de podermos comer todos?”
O jovem acedeu ao convite de Jesus, entregando os cinco pães e os dois peixes. Jesus pediu aos discípulos para mandarem sentar toda essa gente em grupos de cinquenta e cem pessoas.
Em seguida abençoou os pães e os peixes, dando graças a Deus Pai pela força libertadora do amor e da partilha.
Depois de partir os pães e os peixes mandou-os distribuir pela multidão. As pessoas comeram até ficarem saciadas. No final os discípulos recolheram o que sobrou.
Nesse momento, a mente dos discípulos abriu-se, associando esta experiência a um ensinamento que Jesus lhes tinha feito, explicando que ele é o Pão do Céu e o alimento da Vida Eterna.
Associando o milagre dos pães e dos peixes com as maravilhas que lhes tinham acontecido durante a evangelização dessa manhã, os discípulos entenderam que o Reino de Deus estava em acção no meio deles.
Estava a acontecer o que o profeta Isaías tinha anunciado para os tempos do Messias: “Vinde todos, mesmo os que não têm dinheiro.
Vinde, levai trigo para comer sem pagar nada. Levai vinho e leite, pois tudo é de graça” (Is 55, 1).
Os discípulos, então, compreenderam que as pessoas que partilham com os irmãos vencem o drama da solidão e da fome.
Agora os discípulos entendiam a razão pela qual Jesus se chamou a si mesmo o Pão da Vida Eterna (Jo 6, 58).
No momento da comunhão eucarística acontece em nós um milagre: O Espírito Santo fortalece os laços de união que existem entre nós e Cristo, fazendo de nós o corpo do mesmo Cristo.
Ser Apóstolo, portanto, é participar da missão libertadora de Jesus Cristo, o qual, ao ressuscitar, nos capacitou para vivermos a liberdade dos filhos de Deus.
Para levar a efeito esta missão, Jesus foi consagrado com o poder do Espírito Santo (Lc 4, 18-21).
Calmeiro Matias
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