sábado, 23 de maio de 2009

O NOSSO TEMPO PRECISA DE PROFETAS-III

III-MODELADORES DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA

Como sabemos, não faltam razões que motivem os profetas para denunciar forças negativas que estão a impedir a emergência do Homem Novo.

Vejamos a indiferença que reina face ao sofrimento e a miséria que estão a destruir sociedades inteiras.

Estão bem patentes aos nossos olhos as guerras mortíferas que matam milhões de pessoas e tudo isto por meros interesses económicos.

Está bem patente a leviandade com que pomos em perigo o equilíbrio ecológico. Bem conhecemos as forças tenebrosas que manipulam as redes do tráfico de drogas que, pouco a pouco, vão degradando milhões de pessoas, reduzindo-as a simples trapos humanos.

A distribuição injusta das riquezas, fazendo que todos os dias morram de fome muitos milhares de pessoas.

A violação e o abuso sexual de crianças, provocando nelas distorções irreversíveis que bloqueiam nelas a capacidade de se humanizarem e construírem como pessoas felizes.

A violência que se manifesta nas formas mais diversas: Tortura, a exploração dos países pobres por parte dos ricos, tráfego de seres humanos.

Todos conhecemos o crime hediondo do roubo de órgãos humanos obtidos mediante a mutilação de pessoas pobres e sem cultura.

A razão primeira da nossa vida não é simplesmente prolongar o mais possível a vida mortal, mas sim construir a vida imortal, a única que é assumida e divinizada em Jesus Cristo.

A distorção da verdade levada a cabo pelos poderosos meios de comunicação, pelos senhores da guerra ou pelos poderosos grupos de pressão.

Iluminados pelo Espírito Santo, os profetas e os apóstolos começam a compreender progressivamente a dignidade e o sentido da existência humana, talhada para Deus.

Com efeito, o homem não só foi criado à imagem de Deus, como também já faz da própria Família Divina, graças a Jesus Cristo.

O Espírito Santo consagra as pessoas do mesmo modo que consagrou Jesus e lhe deu aquela força transformadora que fez dele o fermento e o alicerce de uma Nova Criação (2 Cor 5, 17-19).

O Espírito Santo consagrou Jesus para ser o libertador e o salvador da Humanidade, diz o evangelho de São Lucas (cf. Lc 4, 18-21).

O Espírito Santo vai moldando os critérios dos profetas e dos apóstolos com os critérios de Jesus, ao ponto de estes poderem dizer com São Paulo: “Já não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim” (Gal 2, 20).

Estas palavras significam que a pessoa, à medida que se vai transformando pela Palavra de Deus, começa a olhar a realidade e a interpretá-la de acordo com os critérios do Evangelho.

Não há amor autêntico que não procure ser voz que denuncia e fermento que transforma as situações que oprimem ou impedem a humanização dos seres humanos.

Animados pela Palavra de Deus, os profetas e os apóstolos começam a ser capazes de reinventar atitudes e caminhos que façam avançar a Humanidade na conquista da justiça e da fraternidade universal.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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