quarta-feira, 26 de agosto de 2009

OS CAMINHOS DA PAZ INTERIOR



OS CAMINHOS DA PAZ INTERIOR

A paz interior é um dom do Espírito Santo, diz a Carta aos Gálatas: “Por seu lado, são estes os frutos do Espírito: amor, alegria, paz” (Ga 5, 22).

A paz interior e a alegria caminham a passo igual, pois o Espírito Santo é o alicerce destes dois estados de espírito.

Dizer que a paz é um dom do Espírito Santo significa que é algo que nós podemos aceitar ou não.

Na verdade, os dons de Deus são-nos sempre feitos em forma de possíveis que nós podemos aceitar ou não.

Se assim não fosse, os dons de Deus não seriam dons mas imposições. Eis o que dizem os evangelhos a este propósito:

“Quem de entre vós, com as suas preocupações, pode prolongar a duração da sua vida?” (Mt 6,25-27).

E o evangelho de São Lucas acrescenta: “Tende cuidado para que as vossas vidas não fiquem pesadas devido ao excesso de preocupações” (Lc 21,34).

Apesar do ritmo acelerado em que o mundo caminha, nós podemos contrariar em nós esta tendência sintonizando com a dinâmica pacificadora do Espírito Santo, cujo fruto é a paz (Ga 5, 22).

Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo convida-nos a cultivar sentimentos de confiança em Deus que está connosco e deseja o melhor para nós.

Na véspera da sua morte, Jesus deixou aos discípulos o dom da paz como o grande fruto do Espírito Santo.

Eis as palavras de Jesus: “Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos dou” (Jo14,27). São Paulo, depois de ter saboreando o excelente dom da paz diz aos Colossenses:

“Reine em vossos corações a paz de Cristo à qual fostes chamados, formando um só corpo” (Col 3,15).

Estas afirmações não são produto de uma teoria qualquer, mas sim revelação de Deus. Somos convidados a deixar-nos conduzir pelo Espírito Santo que conduz os nossos passos no caminho da paz diz o evangelho de São Lucas:

“O Senhor guia os nossos passos no caminho da paz” (Lc.1,79). São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Por isso Jesus aconselha os discípulos a buscarem o silêncio, a fim de saborearem esta presença amorosa que gera em nós paz e alegria:

“Retiremo-nos para um lugar deserto e fiquemos ali por algum tempo” (Mc 6,31). Traduzindo esta proposta de Jesus para os nossos dias diríamos que quinze ou vinte minutos de silêncio e meditação da Palavra de Deus são muito importantes para realizarmos a “higiene” da mente e do coração.

Nesses momentos, a nossa mente recebe uma luz e uma sabedoria que nos ajuda a olhar as coisas com os critérios de Jesus, como diz São Paulo:

“Tudo vos pertence (…) a vida, a morte, as coisas presentes e as futuras. Tudo é vosso, mas vós sois de Cristo e Cristo é de Deus” (1Cor 3,21-23).



Jesus convida-nos a pôr as nossas dificuldades nas mãos de Deus. Não para sermos substituídos, mas para deixarmos que o Espírito Santo dinamize as nossas forças e optimize as nossas capacidades.

Eis o que Jesus diz no evangelho de Mateus: “Não andeis preocupados, dizendo: “que iremos comer, beber ou vestir? (...).
Procurai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas vos serão acrescentadas.

Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã se preocupará consigo mesmo. A cada dia basta a sua dificuldade” (Mt 6, 31-34).

Se nos deixamos dominar pelo frenesim do mundo destruímo-nos e não conseguiremos ser válidos para os outros.

A pressa excessiva e o activismo não trazem vantagens para ninguém. É bom repetirmo-nos com frequência: “Sei que Deus está em mim e por mim e para mim.”

Se treinarmos a mente e o coração para acolher a Palavra e o Espírito Santo, muito em breve sentiremos uma mudança na qualidade da nossa vida pessoal e relacional.

Esta experiência significa o Reino de Deus a acontecer dentro de nós como diz a Carta aos Romanos:

“O Reino de Deus é justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm.14,17). Quando São Paulo escreveu estas palavras não estava a pensar numa realidade distante e fora do mundo.

Pelo contrário, estava a falar de algo que se experimenta, como diz o evangelho de São Lucas:

“A vinda do Reino de Deus não é observável no nosso exterior. Não se poderá dizer: ei-lo aqui, ou acolá, pois o Reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17,20-21).

É importante tomarmos estes ensinamentos de Jesus a sério.



Em comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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