segunda-feira, 1 de março de 2010

ALEGORIA SOBRE O SEGREDO DA ABUNDÂNCIA

Jesus ensinou que é possível acabar com a fome no mundo se as pessoas começarem a partilhar as riquezas e os seus talentos.

Se as pessoas e as nações forem capazes de iniciar um movimento universal de amor fraterno, fazendo da partilha o centro das suas relações com os outros, acabará a tragédia da fome que todos os dias mata dezenas de milhares de crianças no mundo.

As pessoas não partilham por várias razões: umas têm medo que não chegue para todos. Outras estão tão ocupadas consigo que não ouvem os gritos dos que estão a ser destruídos pela miséria.

A nível dos países vemos como os países ricos se apoderam dos bens da Terra, deixando os países pobres sem condições para construir uma vida digna para os seus habitantes.

Os países ricos, para conseguirem dominar e oprimir os países mais pobres, gastam fortunas enormes na compra e fabrico de armas potentes para matar grande parte dos que escaparam à morte pela fome.

O dinheiro que estes países gastam em armas era suficiente para impedir que todos os dias morram à fome muitos milhares de pessoas.

Este egoísmo monstruoso é a causa de muitos crimes contra a Humanidade, mas que não são julgados nos tribunais internacionais.

Jesus anunciou o Evangelho da fraternidade, ensinando as pessoas a partilhar riquezas e talentos, a fim de construírem a Família de Deus onde Deus é o Pai de todos.

Com o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus quis ensinar que, sempre que as pessoas começam a partilhar, acontece o milagre da abundância.

A experiência demonstra que nunca houve uma pessoa que tenha passado a vida a partilhar e tenha acabado na miséria ou tenha morrido de fome.

Se acreditássemos em Jesus e tomássemos a sério os seus ensinamentos a Humanidade era mais feliz.

A partilha faz bem às pessoas que recebem os dons dos outros, mas também faz muito bem às pessoas que partilham os seus bens, pois ajuda-as a ser mais humanas e felizes.
Certo dia, Jesus encontrou um jovem muito rico que tinha estudado a bíblia e, como ele dizia, cumpria os mandamentos principais de Deus.

Este jovem aproximou-se de Jesus e pediu-lhe que o ensinasse a ser mais perfeito e a amar mais a Deus.

Jesus gostou das palavras do jovem, deu-lhe os parabéns e disse-lhe: “Para seres mais perfeito e amar mais a Deus e aos irmãos já só te falta coisa: Vai vender os teus bens, partilha com os pobres e em seguida junta-te a mim, a fim de seres meu discípulo.

Não tenhas medo, pois nada te irá faltar”. O jovem, porém, retirou-se muito triste, pois possuía muitos bens e não tinha coragem para os partilhar. Retirou-se e acabou por ficar mais triste.

O amor começa por ser um convite a entrarmos no caminho da solidariedade e da partilha, a fim de ajudarmos os outros a ser felizes.

As pessoas que têm a coragem de agir assim acabaram de encontrar o caminho da sua própria felicidade.

Devemos ter presente que o amor nunca se impõe às pessoas pela força. Convida e inspira-nos caminhos de realização e felicidade. As pessoas podem aceitar ou não as suas propostas.

Lembremo-nos que Deus é amor e nunca se nos impõe. Convida-nos, bate à porta do nosso coração, mas não nos violenta.

Por outras palavras, Jesus convida-nos a amar a Deus e aos irmãos, mas não nos força, como aconteceu com aquele jovem rico ao qual Jesus convidou a partilhar.

A partilha é um dos gestos mais autênticos de amor. Amar é decidir fazer bem ao outro, aceitando-o assim como ele é e agirmos de modo a facilitar a sua felicidade.

As pessoas que partilham desenvolvem no seu coração uma força que as torna mais felizes. Na verdade, as pessoas possuem-se e são mais felizes na medida em que se dão.

Na verdade, é dando que as pessoas se possuem. Isto quer dizer que as pessoas se possuem tanto mais quanto mais se dão.

Como Jesus demonstrou com o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes partilhados, a partilha tem em si a força de realizar o milagre da abundância.

Na Eucaristia Jesus dá-nos o sinal de que a partilha é realmente o caminho da abundância: o pão da Eucaristia é para todos e ainda sobra.

Além disso, ensina-nos que Cristo ressuscitado está no coração dos que partilham, pois o pão da Eucaristia é para comer.

Podemos dizer que a Eucaristia é o grande sinal de que a partilha é o caminho que conduz à comunhão com Cristo e os irmãos.

Deus entregou os bens da Terra a todos os homens. Apoderar-se dos bens da Terra, impedindo que os outros possam viver é um pecado que ofende a Deus e destrói a Humanidade.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matiaas


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