Ao dar-nos a capacidade de amar, Deus estava a dar-nos a possibilidade de sermos livres.
Na verdade, o amor e liberdade caminham juntos. Podemos dizer que uma pessoa começa a ser livre a partir do momento em que o ser humano se torna capaz de orientar a vida fazendo opções na linha do amor, o amor e a liberdade começam a afirmar-se como capacidade de humanização.
O amor afirma-se como capacidade de eleger o outro como alvo de bem-querer, aceitá-lo como é e agir de modo a facilitar a sua realização.
De facto, o amor é uma dinâmica de bem-querer que tem como origem a pessoa e como meta a comunhão.
A profundidade do amor de uma pessoa indica até que ponto essa pessoa é livre, consciente e responsável.
A liberdade é a capacidade de nos relacionarmos em dinâmica de amor com os outros e interagirmos de modo criativo com as coisas e os acontecimentos.
A liberdade e o amor são os pilares sobre os quais assenta a humanização da pessoa humana.
A dignidade da pessoa humana radica no facto de não nascer determinada como acontece com os animais.
A pessoa humana tem o poder de se realizar mediante atitudes e opções decididas de modo livre, consciente e responsável.
Na cadeia das nossas escolhas e decisões há ainda muitas ambiguidades, pois estas dependem do livre arbítrio, isto é, da capacidade psíquica de optar pelo bem ou pelo mal.
Se forem orientadas no sentido do amor, as nossas decisões e projectos são a força que faz avançar a marcha da nossa humanização.
Pelo contrário, se decidirmos agir contra o amor, estamos a rejeitar a possibilidade de crescer em humanidade, bloqueando as possibilidades de nos realizarmos como pessoas livres.
Os animais nascem determinados pelos instintos próprios da sua espécie, pois não têm livre arbítrio, isto é, a capacidade psíquica de optar pelo bem ou pelo mal.
Os seres humanos têm a possibilidade de exercer o livre arbítrio e, deste modo, emergir como pessoas livres, conscientes e responsáveis.
De facto, Deus criou-nos para que nos criemos, a fim de completarmos em nós a acção e a obra do Criador.
Está nas nossas mãos a possibilidade de fazer escolhas que na linha do amor, o único modo de fazermos avançar a marcha da nossa humanização.
Estamos chamados a amar para ser livres e a ser livres para nos podermos relacionar na linha do amor.
Fomos talhados para ser imagens perfeitas de Deus!
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