domingo, 23 de maio de 2010

ESPÍRITO SANTO E DIVINIZAÇÃO DO HOMEM

Graças à sua condição de pessoa, o ser humano está capacitado para interagir amorosamente com Deus.

Isto é possível porque a Divindade é uma comunhão amorosa de três pessoas e a Humanidade também.

Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo interage connosco, incorporando-nos como filhos e filhas de Deus Pai.

A primeira Carta de São João diz que o Espírito Santo é a semente de Deus no nosso íntimo (1 Jo 3, 9).

É isto que o evangelho de São João quer dizer, quando afirma que temos de nascer pelo Espírito Santo, a fim de entrarmos na Família de Deus (Jo 3, 6).

A Carta aos Gálatas diz que o Espírito Santo, ao gerar em nós a vida de Deus faz-nos exultar, clamando Abba, isto é, Pai Querido (Gal 4, 4-6).

E a Carta aos Romanos diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Todos os que se deixam conduzir pelo Espírito Santo, diz São Paulo, são introduzidos na Família de Deus: Filhos e herdeiros de Deus Pai e irmãos e co-herdeiros com o Filho de Deus (Rm 8, 14-17).

São Paulo diz que o Espírito Santo é o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5, 5).

Com seu jeito maternal de amar, o Espírito Santo optimizou o amor maternal de Maria, a fim de ela amar o Filho de Deus com a própria ternura de Deus (Lc 1, 35).

São Paulo diz que é impossível que uma pessoa animada pelo Espírito Santo rejeite Jesus Cristo, dizendo que ele não é o Filho de Deus.

Depois acrescenta que ninguém é capaz de confessar com convicção a ressurreição de Jesus, a não ser pelo Espírito Santo (Rm 12, 3).

Foi o Espírito Santo que consagrou Jesus para anunciar a Boa Nova aos pobres, dar vista aos cegos, fazer caminhar os coxos (Lc 4, 18-21).

Por vezes, Jesus exultava de alegria sob a acção do Espírito Santo, dando início a diálogos maravilhosos com Deus Pai (Lc 10, 21).

Após a sua ressurreição, Jesus consagra os discípulos com a força do Espírito Santo que é a Força do Alto (Lc 24, 49).

Por ter a plenitude do Espírito Santo, Jesus deu início ao baptismo no Espírito que é a dinâmica pentecostal da vida cristã (Mc 1, 8; Lc 3, 16).

De tal maneira a acção do Espírito Santo é central no projecto salvador de Deus que o pecado contra o Espírito Santo é o único que não tem perdão.

Pecar contra o Espírito Santo significa bloquear a sua acção salvadora no interior da nossa vida, opondo-se à verdade evidente e atribuir a Satanás aquilo que é fruto da acção do Espírito Santo no coração das pessoas (Mt 12, 31-32, Mc 3, 29; Lc 12, 10-12).

O ser humano que chega a uma situação destas anula qualquer possibilidade de encontro e comunhão com Deus e os irmãos.

O pecado contra o Espírito Santo e situação de inferno são uma e a mesma coisa: a oposição sistemática e incondicional às propostas do amor.

Jesus disse que é o Espírito Santo quem nos conduz à Verdade plena e total (Jo 14, 26).

O Livro dos Actos dos Apóstolos diz que as pessoas que se deixam conduzir pelo Espírito Santo anunciam as maravilhas de Deus com toda a coragem (Act 4, 31).

Neste mesmo livro, São Lucas diz que os judeus que martirizaram o diácono Estêvão não conseguiam resistir à sabedoria do Espírito Santo que falava nele (Act 6, 10).

Os primeiros cristãos viviam repletos da consolação do Espírito Santo diz o Livro dos Actos dos Apóstolos (Act 9, 31).

Utilizando a simbologia do profeta Joel, a Carta a Tito diz que fomos purificados pelo poder regenerador do Espírito Santo que Cristo derramou abundantemente sobre nós (Tit 3, 5-6).

São Paulo diz que a sua pregação do Evangelho era eficaz, não por ser fruto de qualquer ciência humana, mas por ser uma demonstração da sabedoria Espírito Santo (1 Cor 2, 4).

A Carta aos Efésios diz que o Espírito Santo é a garantia da nossa salvação: “Não contristeis o Espírito Santo com o qual fostes selados para o dia da Salvação (Ef 4, 30).

É pelo Espírito Santo que Deus Pai que nos acolhe como filhos e Deus Filho que nos recebe como irmãos.

Ele é o hálito da vida que Deus Pai introduziu no barro primordial a partir do qual criou Adão (Gn 2, 7).

Com a sua ternura maternal, o Espírito Santo facilita em nós a tarefa da nossa humanização, inspirando gestos e atitudes, decisões e realizações inspirados pelo amor.

Ele é o fruto da Árvore da Vida plantada no centro do Paraíso (cf. Gn 3, 22-23).

É também o sangue de Deus a circular em nós, alimentando e robustecendo a vida divina no nosso íntimo.

Ele é, como diz São Paulo, a força ressuscitadora de Cristo a actuar no nosso coração (Rm 8,11).

A Segunda Carta aos Coríntios, diz que o Espírito Santo é o coração da Nova Aliança, assente, não na letra que mata, mas no Espírito que vivifica (2 Cor 3, 6).

Ele é a semente de Deus a gerar vida divina nosso íntimo, como diz a primeira Carta de São João (1 Jo 3, 9).

Ele é também o dom da plenitude dos tempos que Deus Filho nos concede pelo beijo da Encarnação.

São Paulo diz que o cristão deve desanimar, pois mesmo que o ainda que o nosso ser exterior se vá degradando e envelhecendo, o nosso ser interior vai-se robustecendo cada dia mais graças ao Espírito Santo que habita em nós (2 Cor 4, 16).

O Espírito Santo é quem nos coloca em interacção com a Comunhão dos Santos, a qual habita a morada a morada de Deus.

A morada de Deus não está longe de nós, pois é um campo espiritual contínuo de interacções amorosas, o qual constitui a interioridade máxima do Universo.

Na Primeira Carta aos Coríntios, São Paulo diz que o Espírito Santo habita no nosso coração como num templo (1 Cor 6, 19).

Ele está presente a todas as interacções amorosas que formam o entretecido da Comunhão Universal do Reino de Deus.

É a força que vai estruturando a Nova Criação, a qual foi reconciliada com Deus através de Cristo (2 Cor 5, 17-19).

O Livro dos Actos dos Apóstolos diz que é o Espírito Santo que ilumina os corações dos não cristãos, capacitando-os para acolher a Palavra de Deus quando esta lhes é proclamada (Act 10, 44-45).

Só com a iluminação do Espírito Santo podemos antecipar na esperança a felicidade que nos aguarda no Reino de Deus.

É ele quem nos ensina a discernir as coisas de Deus, capacitando-nos para separarmos, no nosso coração, a luz das trevas.

É ele que confere sabor à vida, convidando as pessoas a realizarem-se como seres livres, conscientes e responsáveis.
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias


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