terça-feira, 10 de junho de 2008

O MISTÉRIO DA PESSOA HUMANA-IV

IV-AMAR OU NÃO AMAR É A QUESTÃO

Eis o retrato da pessoa que passou a vida dizendo não ao amor: Nada, no seu íntimo, está verdadeiramente estruturado.

Nada é autêntico ou genuíno. Tudo o que comunica está desfocado. Nada é firme e sólido. Nada do que fez valeu a pena ter sido feito.

Nada de verdadeiramente belo aconteceu naquela existência. Não existe no seu íntimo uma capacidade de amar solidamente edificada.

Podemos perguntar-nos: será que valeu a pena ter vivido se, de facto, viveu uma existência vazia de amor?

Pelo contrário, a pessoa que foi gastando a sua vida pelas causas do amor, não a perdeu. Pelo contrário, emergiu como pessoa livres, consciente, responsável e capaz de comunhão amorosa.

Esta pessoa está a preparar uma participação magnífica na plenitude da comunhão da Família de Deus.

O coração desta comunhão é Cristo. Nele, o divino enxertou-se no humano para que este fosse divinizado.

A divinização da pessoa humana consiste, pois, na sua incorporação na comunhão da família divina.

A plenitude do Reino de Deus é para os cristãos uma promessa que Deus cumprirá como cumpriu todas as outras que foi fazendo ao longo da História.

Isto quer dizer que Deus é a plenitude do Homem enquanto comunhão orgânica universal.
Como sabemos, a Divindade é uma comunhão orgânica infinitamente perfeita.

Por seu lado, a Humanidade está também a construir-se como comunhão orgânica. Graças ao mistério da Encarnação, Cristo tornou-se o ponto de encontro da comunhão humano-divina do Reino de Deus.

A pessoa só está inteira se estiver em comunhão. Reduzida a si, está em estado de fracasso.
Nascemos talhados para a relação amorosa. Somos, de facto, imagens de Deus e apenas na comunhão com Deus podemos atingir a nossa plenitude.

Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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