Neste plano tudo tem finalidade e está cheio sentido. Nada brota do acaso ou do destino. Tudo acontece segundo uma sequência de causas e efeitos.
O princípio que dinamiza esta sequência criadora é o amor, pois como sabemos, Deus é amor.
Vista à luz da fé, a criação é um testemunho vivo da grandeza de Deus e da sua capacidade criadora.
Tudo brota de uma comunhão amorosa de três pessoas e tudo caminha para o grandioso encontro da Humanidade com a Divindade.
Jesus Cristo é o ponto de encontro do melhor de Deus com o melhor da Humanidade. Nele não
havia intenções retorcidas e falsas.
Passou a vida a fazer bem a toda a gente, partilhando os bens, a Palavra de Deus e a própria vida.
Após a sua ressurreição fez de nós os ramos da videira da qual ele é a cepa. O Espírito Santo é a seiva que vem da cepa para aos ramos, tornando-nos fecundos (Jo 15, 4-5).
O seu jeito de acolher os pobres e perdoar aos pecadores é a expressão fiel do amor de Deus para com a Humanidade.
Foi Por esta razão que um dia ele disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10, 30). E depois acrescentou: “Quem me vê, vê o Pai (Jo 14, 9).
Deu-se totalmente à Humanidade. É por esta razão que a sua vida, agora, é de todos nós. É este o sentido profundo na comunhão da Eucaristia: Eis o que ele diz no evangelho de São João:
“Quem come a minha carne e bebe o meu sangue fica a morar em mim e eu nele” (Jo 6, 56).
A fidelidade de Jesus consistiu nisto: foi tentado como nós, mas permaneceu sempre fiel à vontade do Pai do Céu.
Ao ressuscitar, comunicou-nos a semente da vida Nova, isto é, o Espírito Santo que é o amor de Deus derramado nos nossos corações, diz São Paulo (Rm 5, 5).
No alto da Cruz, a força ressuscitadora do Espírito Santo actuou em Jesus, glorificando-o e incorporando-o na comunhão de Deus.
À medida que morria nele aquilo que nos homens é mortal, o que em nós é imortal, ia sendo glorificado e assumido na comunhão da Família Divina.
Esta vitória da vida sobre a morte em Jesus fez que ao morrer o último elemento do que era Jesus era mortal o que nele era imortal já estivesse totalmente glorificado.
Deus foi fiel totalmente fiel, impedindo que ele ficasse um só instante sob o domínio da morte.
A Carta aos Hebreus diz que foi precisamente isto que Jesus pediu ao Pai no Jardim das Oliveiras:
“Nos dias da sua vida terrena, Jesus, com grande clamor e lágrimas, apresentou orações e súplicas àquele que o podia salvar da morte. E foi atendido em atenção à sua fidelidade (Heb 5, 7).
No mistério da Santíssima Trindade, o Espírito Santo é o vínculo de união do Pai com o Filho, agindo como força dinamizadora de comunhão.
No mistério da Encarnação, actua do mesmo modo como vínculo de união do Filho Eterno de Deus com o Jesus de Nazaré, o Filho de Maria.
Esta união orgânica e dinâmica do Filho Eterno de Deus com Jesus de Nazaré é o ponto de emergência e difusão da vida Nova dos Filhos de Deus.
É aqui a Nascente da Salvação e a assinatura da Nova e Eterna Aliança entre Deus e o Homem.
À medida que vamos sendo integrados na dinâmica da Nova Aliança, o Espírito Santo vai-nos incorporando na Família de Deus e vai-nos conduzindo à Verdade Plena, diz Jesus no evangelho de São João (Jo 14, 25-26).
Calmeiro Matias
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