Graças aos horizontes da esperança, dizem os evangelhos, os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo.
Como fundamento da esperança, os cristãos olham realidade com os horizontes e os critérios da Palavra de Deus.
No evangelho de São Mateus, Jesus diz que os cristãos estão chamados a ser sal, luz e fermento no mundo (cf. Mt 5, 13-16).
A esperança proporciona novas razões para a pessoa se comprometer, pois conferem-lhe um sentido pleno para viver e agir.
À luz da esperança, o crente sabe que não está a edificar para o vazio da morte, proporcionando-lhe novas metas para o agir humano.
Os próprios sofrimentos e a morte ganham sentido, como diz São Paulo: Tenho a certeza de que os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a alegria e felicidade que nos aguarda o futuro em Deus” (Rm 8, 18).
Numa outra passagem da Carta aos Romanos o Apóstolo que os textos sagrados foram escritos para alimentar a nossa esperança” (Rm 15, 4).
À medida que os anos passam e a pessoa vai envelhecendo, a esperança continua a iluminar a vida e a ajudar a pessoa no sentido de a ajudar a integrar na sua história pessoal a experiência do envelhecimento.
Eis o que diz a segunda Carta aos Coríntios: “Por isso não desfalecemos. Mesmo que, em nós, o homem exterior vá caminhando para a ruína, o homem interior renova-se todos os dias.
Com efeito, a nossa momentânea e leve tribulação proporciona-nos um peso eterno de glória além de toda e qualquer medida.
Não olhamos para as coisas visíveis e exteriores, pois estas são passageiras. Pelo contrário , nós fixamo-nos nas realidades interiores e invisíveis, as quais são eternas” (2 Cor 4, 16-18).
Sejam quais forem as situações em que nos encontremos, a esperança dá-nos a certeza de que não estamos abandonados por Deus.
São Paulo pediu a Deus que o libertasse de um problema que lhe causava desgosto. Mas Deus respondeu-lhe:
“Basta-te a minha graça, pois o meu poder libertador é perfeito quando se trata de ajudar a fraqueza” (2 Cor 12, 9).
A Carta aos Colossenses pede aos crentes para fortalecerem a sua esperança, colocando as suas mentes e os seus corações nas coisas do alto e não apenas nas terrenas” (Col 3, 2).
Quanto mais a nossa mente e o nosso coração se deixam possuir pela Palavra de Deus, mais o Espírito Santo nos transforma e configura com Jesus Cristo.
Para crescer, a esperança cristã precisa da calda da oração e da meditação da Palavra de Deus.
Como vimos, o Espírito Santo vai realizando em nós o que a Palavra de Deus nos vai revelando.
A esperança dá-nos a certeza de que, apesar dos sofrimentos e dificuldades da vida presente, Deus tem para nós uma plenitude onde a nossa alegria não terá limites.
A esperança Cristã é cristocêntrica, isto é, tem como fundamento o acontecimento de Jesus Cristo ressuscitado.
Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: “Jesus respondeu-lhe: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6).
À medida que a esperança se robustece com a Palavra de Deus, torna-se o rochedo forte sobre o qual podemos construir a nossa vida cristã.
São Paulo, na Carta aos Romanos, aconselha os cristãos a alegrarem-se na esperança (Rm 12,12).
A alegria vivida com os horizontes da esperança tem uma profundidade muito maior do que qualquer outra alegria que brota de uma mera experiência humana.
A alegria fundamentada pela Esperança, diz Paulo na Carta aos Gálatas, é um dos frutos do Espírito Santo (Ga 5, 22).
Referindo-se às dificuldades sentidas pelos cristãos de Tessalónica que, naquela altura estavam a sofrer perseguições, São Paulo pede-lhes para acolherem a Palavra no meio das tribulações procurando cultivar a alegria que vem do Espírito Santo (1Ts 1, 6).
As seguintes palavras de Jesus são um excelente exemplo do que é a alegria no Espírito Santo:
“Revelei-vos estas coisas, a fim de que a minha alegria habite em vós e, deste modo, a vossa alegria seja perfeita” (Jo 15, 11).
Um pouco mais à frente, Jesus garante aos discípulos que, após a Páscoa, terão novas razões para se sentirem alegres:
“Agora estais abatidos, mas ver-vos-ei de novo e haveis de vos alegrar e já ninguém poderá tirar-vos a vossa alegria” (Jo 16, 22).
No final da Ceia Pascal, Jesus faz uma oração ao Pai, pedindo-lhe para que a alegria dos discípulos seja plena e perfeita:
“Agora vou para ti, Pai Santo. E estando ainda no mundo peço-te para que eles tenham em si a plenitude da minha alegria” (Jo 17, 13).
A alegria que nasce da esperança tem como fundamento a certeza da salvação disse Jesus:
“Exultai e alegrai-vos, pois grande será a vossa recompensa no Céu” (Mt 5, 12).
Os cristãos das comunidades primitivas cultivavam a alegria fortalecendo a sua esperança.
Eis o que diz a Carta aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor!
De novo vos digo: alegrai-vos! Que a vossa bondade seja conhecida de todos, pois o Senhor está próximo” (Flp 4, 4-5).
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