quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O CRISTÃO COMO SINAL DE ESPERANÇA

Graças aos horizontes da esperança, dizem os evangelhos, os cristãos estão no mundo, mas não são do mundo.
Como fundamento da esperança, os cristãos olham realidade com os horizontes e os critérios da Palavra de Deus.
No evangelho de São Mateus, Jesus diz que os cristãos estão chamados a ser sal, luz e fermento no mundo (cf. Mt 5, 13-16).

A esperança proporciona novas razões para a pessoa se comprometer, pois conferem-lhe um sentido pleno para viver e agir.

À luz da esperança, o crente sabe que não está a edificar para o vazio da morte, proporcionando-lhe novas metas para o agir humano.

Os próprios sofrimentos e a morte ganham sentido, como diz São Paulo: Tenho a certeza de que os sofrimentos do tempo presente nada são em comparação com a alegria e felicidade que nos aguarda o futuro em Deus” (Rm 8, 18).

Numa outra passagem da Carta aos Romanos o Apóstolo que os textos sagrados foram escritos para alimentar a nossa esperança” (Rm 15, 4).

À medida que os anos passam e a pessoa vai envelhecendo, a esperança continua a iluminar a vida e a ajudar a pessoa no sentido de a ajudar a integrar na sua história pessoal a experiência do envelhecimento.

Eis o que diz a segunda Carta aos Coríntios: “Por isso não desfalecemos. Mesmo que, em nós, o homem exterior vá caminhando para a ruína, o homem interior renova-se todos os dias.

Com efeito, a nossa momentânea e leve tribulação proporciona-nos um peso eterno de glória além de toda e qualquer medida.

Não olhamos para as coisas visíveis e exteriores, pois estas são passageiras. Pelo contrário , nós fixamo-nos nas realidades interiores e invisíveis, as quais são eternas” (2 Cor 4, 16-18).

Sejam quais forem as situações em que nos encontremos, a esperança dá-nos a certeza de que não estamos abandonados por Deus.

São Paulo pediu a Deus que o libertasse de um problema que lhe causava desgosto. Mas Deus respondeu-lhe:

“Basta-te a minha graça, pois o meu poder libertador é perfeito quando se trata de ajudar a fraqueza” (2 Cor 12, 9).
A Carta aos Colossenses pede aos crentes para fortalecerem a sua esperança, colocando as suas mentes e os seus corações nas coisas do alto e não apenas nas terrenas” (Col 3, 2).

Quanto mais a nossa mente e o nosso coração se deixam possuir pela Palavra de Deus, mais o Espírito Santo nos transforma e configura com Jesus Cristo.
Para crescer, a esperança cristã precisa da calda da oração e da meditação da Palavra de Deus.

Como vimos, o Espírito Santo vai realizando em nós o que a Palavra de Deus nos vai revelando.

A esperança dá-nos a certeza de que, apesar dos sofrimentos e dificuldades da vida presente, Deus tem para nós uma plenitude onde a nossa alegria não terá limites.

A esperança Cristã é cristocêntrica, isto é, tem como fundamento o acontecimento de Jesus Cristo ressuscitado.
Eis as palavras de Jesus no evangelho de São João: “Jesus respondeu-lhe: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir ao Pai senão por mim” (Jo 14, 6).

À medida que a esperança se robustece com a Palavra de Deus, torna-se o rochedo forte sobre o qual podemos construir a nossa vida cristã.
São Paulo, na Carta aos Romanos, aconselha os cristãos a alegrarem-se na esperança (Rm 12,12).

A alegria vivida com os horizontes da esperança tem uma profundidade muito maior do que qualquer outra alegria que brota de uma mera experiência humana.

A alegria fundamentada pela Esperança, diz Paulo na Carta aos Gálatas, é um dos frutos do Espírito Santo (Ga 5, 22).
Referindo-se às dificuldades sentidas pelos cristãos de Tessalónica que, naquela altura estavam a sofrer perseguições, São Paulo pede-lhes para acolherem a Palavra no meio das tribulações procurando cultivar a alegria que vem do Espírito Santo (1Ts 1, 6).

As seguintes palavras de Jesus são um excelente exemplo do que é a alegria no Espírito Santo:
“Revelei-vos estas coisas, a fim de que a minha alegria habite em vós e, deste modo, a vossa alegria seja perfeita” (Jo 15, 11).

Um pouco mais à frente, Jesus garante aos discípulos que, após a Páscoa, terão novas razões para se sentirem alegres:

“Agora estais abatidos, mas ver-vos-ei de novo e haveis de vos alegrar e já ninguém poderá tirar-vos a vossa alegria” (Jo 16, 22).

No final da Ceia Pascal, Jesus faz uma oração ao Pai, pedindo-lhe para que a alegria dos discípulos seja plena e perfeita:

“Agora vou para ti, Pai Santo. E estando ainda no mundo peço-te para que eles tenham em si a plenitude da minha alegria” (Jo 17, 13).

A alegria que nasce da esperança tem como fundamento a certeza da salvação disse Jesus:
“Exultai e alegrai-vos, pois grande será a vossa recompensa no Céu” (Mt 5, 12).

Os cristãos das comunidades primitivas cultivavam a alegria fortalecendo a sua esperança.
Eis o que diz a Carta aos Filipenses: “Alegrai-vos sempre no Senhor!

De novo vos digo: alegrai-vos! Que a vossa bondade seja conhecida de todos, pois o Senhor está próximo” (Flp 4, 4-5).
Em Comunhão Convosco
Calmeiro Matias

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